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spoilers;gate

Spoilers;Gate, O Segundo Portão

~COMPLEMENTO DA RESENHA, COM EXTRAS E O RESUMO DA TRAMA~

DANDO PIRUETAS NA “TIMELINE ORIGINAL”

Quanta coisa presente em S;G já não fazia parte da cultura cibernética? Enumeraremos essas instâncias, algumas já citadas, dessa vez com ricos detalhes.

1. JOHN TITOR

Eu jamais suspeitaria, antes de pesquisar para esse review, que John Titor existiu no mundo real – i.e., nos fóruns de internet pelo menos, alegando ser um viajante do tempo, não um viajante no tempo comprovado (embora os empiricistas de último grau prefiram esperar o ano de 2036 para refutar oficialmente sua versão)!

Resumo da história: John_Titor e TimeTravel_0 são pseudônimos usados consistentemente na internet entre 2000 e 2001 (o usuário foi ativo durante 5 meses) por um indivíduo se dizendo integrante do exército americano e que efetuou uma viagem no tempo, direto de 2036. O conteúdo de seus posts fala de aspectos teóricos das viagens no tempo e descrevem “futuras calamidades” que a humanidade testemunharia entre 2000 e 2036, obviamente auto-impondo restrições para aquilo que poderia precisar em absoluto: devido a sua própria interferência na timeline, seriam possíveis distorções na essência desses mega-eventos. Um dos eventos cantados por Titor foi a III Guerra ou a guerra nuclear que tanto tememos. Os leitores de mais boa vontade logo mudaram de idéia sobre a viabilidade do fenômeno quando perceberam que as previsões de Titor eram erradas. Em 2009 uma investigação levada a efeito sugeriu que tudo não passara evidentemente de um hoax, mas um hoax criado por Larry Haber, um advogado do campo do entretenimento residente na Flórida. Além disso, ele teria contado com a ajuda fundamental de seu irmão John Rick Haber, cientista da computação. Há outras atribuições de autoria da “mega-pegadinha interdimensional” (mais abaixo).

A lei de Janet é estudada pelos alunos de psicologia – pelo menos quando a ementa os apresenta a Pierre Janet, psicólogo subvalorado do fim do séc. XIX e início do séc. XX.

Detalhes: A missão de Titor seria ir a 1975 recuperar um IBM 5100, algo que na época estava conectado com lendas urbanas (e outras preocupações nem tão “lendárias” assim, ou lendas nem tão “urbanas” assim…) sobre o bug do milênio & teorias derivadas (uma delas diz que pela contagem programada de forma binária nos computadores – até a década de 90 – haveria um grande colapso informacional justamente na virada de ano de 2037 para 2038, pois os computadores programados em UNIX não reconheceriam entradas para um ano subseqüente, resetando a contagem), máquina necessária a fim de se prevenir, via debug, o colapso de programas-legado ainda sobreviventes em pleno 2036. Titor justificou sua eleição como protagonista do experimento temporal por ser neto de um homem diretamente envolvido com a programação do 5100. Verdade seja dita, Titor deu alguns detalhes do IBM 5100 que não eram de conhecimento público, o que fez muita gente assumir que havia realmente um especialista de TI com informações privilegiadas à frente do trote cibernético!

Intermezzo? Mas porque JT estava se comunicando do ano 2000? Ele respondeu que fez uma parada neste ano por “motivos pessoais”: obter algumas fotos perdidas na (iminente) guerra civil americana e visitar sua família. Curiosamente, Titor demonstrava preocupações com um surto da doença de Creutzfeldt–Jakob, enfermidade ainda perigosa e incurável, porém já conhecida há mais de cem anos e relativamente rara.

Máquina do tempo: Ao comentar sua máquina do tempo, Titor explicou que ela se dividia em 6 módulos principais. S;G usa esses dados em seu enredo. A parte mais cômica do relato é que a máquina teria sido instalada no porta-malas de um Chevrolet Corvette 1966, referência ou estripulia possível só para quem assistiu Back to the Future.

Acurácia: Devemos dizer que Titor é ou era assessorado por um bom cientista político, pois o quadro decadente que ele narra sobre a democracia dos Estados Unidos corresponde bastante com o atual, tirante que ele previa essas circunstâncias se concretizando com cancelamento de eleições já em 2005. Trump demorou um pouco mais para entrar na vida pública!

Alguém necessita de razões para trollar? Em 2018, o artista multimídia Joseph Matheny, criador do jogo de realidade alternativa Ong’s Hat, afirmou que trabalhou como consultor contratado pelas pessoas anônimas responsáveis pelo memorável hoax. Segundo Matheny, “JT foi uma intervenção criada como experimento literário para testar a reação das pessoas e idealizado por quem conhecia e era fã de meu trabalho com o Ong’s Hat. Eu servi para dar algumas idéias, mas o projeto não era meu”.

TRANSCRIÇÃO DE UMA SESSÃO DE IRC CHAT DE JT (TRADUÇÃO)

TimeTravel_0 entrou na conversa.

Yareisa : mesmo agora eu mudo de opiniões, não há nada que seja definitivo.

G° : não estou nas mesmas freqüências de você e do Apollo, mas eu gosto daqui.

Yareisa : oi time[travel_0]

G° : eu voltarei

G° : oi time T

Yareisa : bom, nós gostamos de vc

TimeTravel_0 : Minhas saudações

G° : obrigado

Yareisa : por nada

Yareisa : você foi iniciado G!

G° : desculpe não poder parar para conversar com o Time, mas faz tempo que passou da minha hora de dormir

G° : fui [iniciado]?

TimeTravel_0 : Sem problema

Yareisa : com certeza…vou me assegurar de que você tenha muitas experiências aqui!

Yareisa : rs

G° : valeu… eu acho. RS ~)

Yareisa : eu estou acordada há 24 horas!

G° : ah que seja. talvez eu pare um tempo e me introduza ao time [viajante]…

Yareisa : bom! abia que podia persuadi-lo!

Yareisa : sabia

G° : RS

TimeTravel_0 : Por favor…e depois eu mesmo.

G° : Oi TT, meu nome é steve, mas pode me chamar de G

G° : eu tenho 30, homem, da Inglaterra

G° : e você?

TimeTravel_0 : Meu nome é John. Tenho 38 e sou um viajante no tempo da Florida.

G° : ah sim, e meu PC pode travar a qualquer momento agora, então já dou boa noite agora caso volte a acontecer.

Yareisa : tá certo, boa noite G

G° : de que época você é?

TimeTravel_0 : Boa noite.

TimeTravel_0 : 2036

G° : bnoite

G° : é um ano legal?

TimeTravel_0 : Pra mim…sim.

G° : não é muito tempo pra viajar?

TimeTravel_0 : Sim, bastante.

Yareisa : vc quer que eu me introduza formalmente também?

G° : você nasceu também como qualquer um de nós. Isso pode ser confuso. não tem problema ter 2 de vc ao mesmo tempo?

G° : por favor, Y

TimeTravel_0 : Não há qualquer problema. De fato o “eu” dessa linha do tempo está no andar de cima, dormindo.

TimeTravel_0 : Ele tem 2 anos agora.

Yareisa : brigada eu sou Yareisa, pode me chamar de yar, como a maioria. 39 Lincoln, Reino Unido

G° : no andar de cima? da sua casa?

G° : yar, ok.

Yareisa : ou ok yar!

G° : rs. eu tava pensando a mesma coisa… rs

TimeTravel_0 : Não minha casa. Eu só estou hospedado aqui.

G° : por hoje? ou por mais tempo?

TimeTravel_0 : Eu estou aqui faz 3 meses.

G° : qualquer motivo em especial? se você não achar invasivo eu querer saber… eu estou bastante interessado…

TimeTravel_0 : Eu vou responder qualquer pergunta. Não espero que acreditem em mim de qualquer forma.

TimeTravel_0 : Tem uma foto da minha máquina do tempo no meu perfil.

G° : RS ótimo! Eu realmente ia te achar louco se vc esperasse que sim…

TimeTravel_0 : Sua reação é típica.

TimeTravel_0 : Já estou acostumado.

G° : alguém inventou uma máquina do tempo até 2036?

TimeTravel_0 : O que você faria se encontrasse um viajante do tempo, de qualquer modo?

G° : o q estou fazendo agora

Yareisa : o que você faria se encontrasse um alienígena?

TimeTravel_0 : Sim.De fato…a maior revolução ocorre no CERN daqui a cerca de um ano.

G° : cern? o que é isso?

TimeTravel_0 : A criação de microssigularidades.

Yareisa : acelerador de partículas?

TimeTravel_0 : Sim!

TimeTravel_0 : Você conhece?

Yareisa : sim um pouco

TimeTravel_0 : Maioria dos americanos nem sabe do que estou falando.

Yareisa : elas giram até se colidir não é por aí

G° : rs

TimeTravel_0 : Isso. Aceleração de prótons até altíssimas velocidades.

G° : isso resume uma parada incrivelmente complexa numa só frase… mas sim

TimeTravel_0 : Eu ficaria feliz de entrar em detalhes, mas a maioria se arrepende de perguntar.

Yareisa : vá em frente, nós vamos gritar quando já for demais pra nossa cabeça!

G° : qual a descoberta? uma nova partícula ou coisa do gênero?

TimeTravel_0 : A informação já foi divulgado há algum tempo.

TimeTravel_0 : O CERN planeja iniciar um experimento de elevadas energias logo.

TimeTravel_0 : Tem havido controvérsia …

TimeTravel_0 : sobre os potenciais riscos.

G° : incluindo anti-matéria?

TimeTravel_0 : ALguns temem que seja uma imprudência.

TimeTravel_0 : Não exatamente…

Yareisa : não tem uma coisa sobre criar buracos negros

TimeTravel_0 : Isso!!!

TimeTravel_0 : Então você já ouviu falar.

Yareisa : sim

TimeTravel_0 : Então…

Yareisa : um pouco

G° : eu tb

TimeTravel_0 : é um buraco negro do tamanho aproximado de um elétron.

TimeTravel_0 : Estou admirado.

TimeTravel_0 : De onde ambos são?

TimeTravel_0 : Inglaterra?

G° : Inglaterra

Yareisa : sim

G° : mas de diferentes lugares

Yareisa : com certeza diferentes!

G° : mas somos vizinhos pela geografia estadunidense!

TimeTravel_0 : Sendo de 2036…Eu não sou tão ignorante quanto meus compatriotas coloniais.

G° : mas me diz uma coisa, você está ficando na casa dos seus pais, enquanto está por aqui?

TimeTravel_0 : Exato.

G° : fala sério, as coisas não vão mudar tanto assim em 30 anos.. RS

TimeTravel_0 : De fato.

G° : foi mal, humor inglês

G° : como eles reagiram? ou você não contou? seus pais?

TimeTravel_0 : Tenho que admitir… vocês são muito educados.

TimeTravel_0 : Ah, eles sabem.

G° : tem uma inscrição na porta que diz ‘demonstre respeito e mantenha a mente aberta’, certo?

Yareisa : Eu sou diplomática porque eu sei como é ser objeto de ridículo.

TimeTravel_0 : Eu estou aqui por conta duma promessa ao meu avô no ano de 1975.

Yareisa : verdade G

G° : eu vivi 53 vidas na terra antes da atual. acha que todo mundo acredita quando eu digo?

TimeTravel_0 : Eu agradeço a gentileza de vocês em me escutarem e interagirem. mas eu também entendo que sou um objeto mais divertido que outras pessoas com histórias esquisitas.

TimeTravel_0 : Eu não duvido de nada.

G° : RS

G° : os verdadeiramente loucos nunca se dariam conta de como são … excêntricos ?

TimeTravel_0 : Você está mais correto do que pensa.

G° : o fato de que você não espera que acreditem em si é um ponto positivo..

G° : desculpe continue. seu avô?

TimeTravel_0 : Eu acho muito interessante.

TimeTravel_0 : Sim.

TimeTravel_0 : Eu comecei em 2036, fui para 1975 e depois cheguei a 2000…o presente.

TimeTravel_0 : Você viu a foto da minha máquina?

Yareisa : não estava lá quando olhei

TimeTravel_0 : Se você clicar na figura…te redireciona pra outra página. Lá tem 3 imagens.

Yareisa : blz vendo aqui

G° : ok. tá num carro maneiro desses?

TimeTravel_0 : Um ótimo carro para 1975.

TimeTravel_0 : A máquina de distorção está num caminhão agora.

G° : mas me explica como? foi mantido em boas condições até 2036?

TimeTravel_0 :Desculpe…quis dizer máquina do tempo.

TimeTravel_0 : Eu fui enviado a 1975 para apanhar um computador.

TimeTravel_0 : Um IBM modelo 5110.

TimeTravel_0 : Meu avô trabalhou na criação dele.

G° : pq…?

TimeTravel_0 : Foi o motivo de eu ter sido enviado.

TimeTravel_0 : Precisamos dele em 2036 para reprogramar o UNIX que vai morrer em 2038.

G° : quem precisava de um 5110? e pq?

G° : estou boiando. não sei nada de computador.

TimeTravel_0 : Os 5110 podem ler o código de mainframe IBM antigo.

TimeTravel_0 : É digamos assim o primeiro computador portátil da IBM.

TimeTravel_0 : Na verdade é do tamanho duma mesa pequena.

TimeTravel_0 : Precisamos em 2036.

G° : você já tentou mudra o passado alguma vez? ou você descobriu que tudo aquilo que você faz..

G° : já foi feito?

TimeTravel_0 : Hmmm…física.

TimeTravel_0 : Então… as linhas do tempo não são fixas.

TimeTravel_0 : Cada uma é distinta.

TimeTravel_0 : Não existe só um “tempo”.

G° : mas você tem um passado… vc lembra das coisas, e se alguém mudar…?

TimeTravel_0 : Sim…

TimeTravel_0 : mas são linhas diferentes.

TimeTravel_0 : O fato de que eu estou aqui muda essa linha do tempo.

G° : você nunca tentou mexer com alguma coisa?

TimeTravel_0 : Não…mas seria totalmente possível.

TimeTravel_0 : Não considero ético na minha opinião.

TimeTravel_0 : Além disso…Não é minha missão aqui.

G° : a questão é, vc talvez ñ tenha mudado nada pq vc sempre esteve aqui, sacou

TimeTravel_0 : Correto!!!

TimeTravel_0 : Muito bom.

TimeTravel_0 : Mas na verdade..eu notei umas poucas diferenças.

G° : quero dizer vc lá em cima bebê dormindo não ia saber que vc mais velho esteve hospedado na sua casa

G° : você notou? é o que eu tava a fim de perguntar

TimeTravel_0 : Não…ele sabe.

TimeTravel_0 : Sim…pequenas mudanças.

G° : poderia dar um exemplo?

TimeTravel_0 : Claro…

TimeTravel_0 : Futebol….(perdão) jogos de futebol que um time perdeu ou ganhou, resultados trocados.

TimeTravel_0 : Algumas notícias que jamais tinham ocorrido.

TimeTravel_0 : Livros não-escritos.

TimeTravel_0 : Coisas menores assim.

G° : uau. certeza que não tem nada a ver com vc?

TimeTravel_0 : Não.

TimeTravel_0 : Em teoria, essa é uma linha do tempo alternativa, não é a ‘minha’.

G° : mas como você pôde concluí-lo?

TimeTravel_0 : Pela física.

TimeTravel_0 : Já esteve numa sala que tem espelhos em todas as paredes?

G° : você é partidário da teoria de mundos infinitos com infinitas possibilidades, então?

TimeTravel_0 : Sim!!!

TimeTravel_0 : A teoria dos muitos mundos está correta.

G° : como sliders.

TimeTravel_0 : Sliders?

G° : é uma série de tv

G° : antes do seu tempo… RS

TimeTravel_0 : Hmmm…essa eu nunca ouvi falar.

G° : hmmm. Tenho que admitir, essa teoria sempre me incomodou muito

TimeTravel_0 : Já ouviu falar do gato de Schrodinger?

G° : afinal, pra que se preocupar? por que criar todos esses mundos levemente parecidos? nada contra você, não leve pro pessoal.. eu só nunca curti essa idéia.

Yareisa : sim

G° : eu tb, tava falando disso outro dia

TimeTravel_0 : Bom…tem uma piadinha de 2036.

G° : mas nao lembro agora oq

TimeTravel_0 : Se o gato tem uma máquina de distorção (do tempo) ele pode nem estar na caixa na verdade (3ª opção).

G° : ah tá lembrei… RS.

G° : ( tava me perguntando se vc ainda tava online Yar)

Yareisa : sim, mas tava quieta pensado profundamente

Yareisa : pensando

G° : foi mal, tenho que te chamar Yareisa, eu não curto yar….

Yareisa : ok!

G° : então. o que podemos fazer por você hoje TT? Como veio parar aqui?

TimeTravel_0 : Eu gosto da sala de bate-papo “paranormal” por 2 razões.

TimeTravel_0 : 1. Eu acho as pessoas aqui mais mente aberta.

TimeTravel_0 : 2. Eu considero irônico que pessoas que procuram coisas fora do normal nunca acreditam quando realmente acontece com elas.

G° : desculpe você estar sendo quase o único que fala….

wyrmkin_37 entrou na conversa.

TimeTravel_0 : Tudo bem,

wyrmkin_37 : olá a todos

TimeTravel_0 : Eu também aprendo muito com vocês.

G° : oi wyrm

Yareisa : oi wyrm

wyrmkin_37 : olá

G° : mas quem é o dono da máquina TT?

G° : pra quem vc trampa?

TimeTravel_0 : Os militares.

TimeTravel_0 : Sou um soldado.

TimeTravel_0 : Mas viagem no tempo pra civis não está longe.

G° : eles sabem que você está no ano 2000 conversando com a gente sendo que você deveria estar retornando com o 5110?

TimeTravel_0 : Boa pergunta!!!

G° : LOL como eles iam saber?

G° : a menos que sua máquina registre os pulos?

TimeTravel_0 : Não…mas eu vou voltar apenas alguns segundos depois que eu parti, do ponto de vista deles.

TimeTravel_0 : Só vou estar um pouco mais velho do que o esperado.

wyrmkin_37 : que problema de singularidades é esse?

G° : Tenho que dizer, você é um soldado que conversa muito bem, e muito amistoso…

Yareisa : mudança de fase temporal

Yareisa : ops, tava pensando alto de novo

wyrmkin_37 : anti-matéria ou dimensional?

TimeTravel_0 : Bom…eu só lutei na Guerra civil. Os militares me colocaram na formação e fui qualificado pra essa missão.

TimeTravel_0 : As singularidades distorcem a gravidade.

TimeTravel_0 : Eu adoraria descrever os detalhes da parte da física. O bê-á-bá vocês já conhecem.

wyrmkin_37 : por favor……..prossiga

Yareisa : por favor

TimeTravel_0 : Ok

TimeTravel_0 : Em 1967, um físico chamado Tipler descobriu as equações básicas para a viagem no tempo baseado em cilindros rotatórios gigantes…alguém conhece?

wyrmkin_37 : in omni? [latim]

G° : não, desculpe

TimeTravel_0 : sem problema…

TimeTravel_0 : vcs têm familiaridade com buracos negros e Stephen Halking? [sic]

TimeTravel_0 : Desculpe…erro ortográfico

Yareisa : em algum grau pelo menos

TimeTravel_0 : Ok

wyrmkin_37 : …….uma breve história do tempo [título de um de seus livros]

TimeTravel_0 : Sim.

TimeTravel_0 : Buracos negros distorcem a gravidade…que distorce o tempo.

wyrmkin_37 : teoria

TimeTravel_0 : No centro do buraco negro existe uma singularidade.

G° : blz, até aqui ainda estou com vc

TimeTravel_0 : Não…já foi provado.

TimeTravel_0 : Em 1969, a ciência inventou um relógio sensível o bastante para demonstrar a diferença de tempo entre vários prédios.

wyrmkin_37 : uôo!

TimeTravel_0 : No primeiro andar…o tempo corre mais devagar, por causa da gravidade.

TimeTravel_0 : Mais próximo do centro da Terra.

wyrmkin_37 : mano sai daqui

G° : os 2 relógios, um num avião que voava e voltou também tinham resultados diferentes

TimeTravel_0 : Exatamente!!!

G° : ok

wyrmkin_37 : gravitação

TimeTravel_0 : O efeito é muito ampliado num buraco negro.

TimeTravel_0 : Como de fato acontece…

TimeTravel_0 : Se você encontrar um buraco negro que está girando e tem um campo elétrico, você não morrerá atravessando seus campos de ultra-gravidade.

TimeTravel_0 : já se arrependeram de perguntar>

Yareisa : não

TimeTravel_0 : Ok

wyrmkin_37 : não

Yareisa : Tô prestando atenção

TimeTravel_0 : Em mais ou menos um ano…

G° : essa é a teoria do ponto omeg?

G° : ômega?

TimeTravel_0 : O CERN vai descobrir algumas bizarrices como resultado de seu colisor de partículas em alta velocidade.

TimeTravel_0 : em cerca de um ano.

TimeTravel_0 : do seu ponto de vista.

wyrmkin_37 : cern?

TimeTravel_0 : em Genebra.

Yareisa : acelerador de partícula

wyrmkin_37 : ah

TimeTravel_0 : Eles vão criar microssingularidades de forma acidental.

G° : faz as coisas girarem e se acertarem…

TimeTravel_0 : Que vão evaporar muito rápido.

wyrmkin_37 : um no texas?

TimeTravel_0 : e criar grandes quantidades de raios X e raios Gamma.

TimeTravel_0 : Essa descoberta vai surpreender a comunidade científica por um certo tempo.

TimeTravel_0 : Até descobrirem como incrementar carga elétrica capturar essas partículas de exceção num campo magnético.

wyrmkin_37 : eles disparam elétrons na velocidade da luz…….veja só no que vai dar tudo isso

TimeTravel_0 : Sim.

G° : ainda com você…

wyrmkin_37 : quarks

TimeTravel_0 : Se você bombardear uma singularidade com elétrons…

TimeTravel_0 : você pode alterar o tamanho do horizonte de eventos de uma singularidade.

TimeTravel_0 : e portanto seu campo gravitacional também.

TimeTravel_0 : Aí sobrepondo os campos de duas singularidades…

TimeTravel_0 : você pode viajar pra frente e pra trás no tempo.

TimeTravel_0 : É bem simples na verdade.

wyrmkin_37 : ok, to entendendo

TimeTravel_0 : Não é a parte difícil.

G° : mas tipler não disse que não havia horizonte de evento?

TimeTravel_0 : Não..ele disse que era possível se aproximar de um campo gravitacional muito forte de alguns ângulos sem ser esmagado.

G° : ah, então foi mal

wyrmkin_37 : kkkkkkk

TimeTravel_0 : Na verdade…Eu não sou eu mesmo um físico.

G° : mas você sabe tudo sobre esse assunto… é por isso que te escolheram?

TimeTravel_0 : Eu me graduei em história do séc. XX e meu avô é engenheiro de computadores.

wyrmkin_37 : qual a base?

TimeTravel_0 : Hmmm….vocês sabem dirigir e trocar o óleo, presumo?

TimeTravel_0 : Em Tampa, FL

G° : na verdade… mal e mal KKKK

wyrmkin_37 : qual seu sobrenome [significado de uma sigla]

TimeTravel_0 : McDill

wyrmkin_37 : eita

G° : perdão?

G° : em inglês?

wyrmkin_37 : zoomies

Yareisa : isso é ingles?!

G° : você é da aeronáutica wyrm?

wyrmkin_37 : sou

G° : você não estaria por acaso trabalhando numa máquina do tempo estaria?

G° : se estiver, nos ajude a entender…

wyrmkin_37 : não só vim pra conversar rs

TimeTravel_0 : Alterar a gravidade não é a parte complicada.

G° : RS

Yareisa : continue…

TimeTravel_0 : Detectar a gravidade é que é.

TimeTravel_0 : Vou contar uma história bem curta.

TimeTravel_0 : De quando a viagem no tempo foi inventada.

TimeTravel_0 : Eles criaram protótipos que viajavam no tempo por 1 segundo ou menos e depois voltavam.

TimeTravel_0 : Tinha sensores e câmeras nas máquinas.

TimeTravel_0 : …e nunca voltaram.

G° : mas pra frente também? que tal tipo um só pulo pro futuro? sem precisar voltar.

TimeTravel_0 : Foi descoberto a posteriori que as máquinas estavam indo parar a 15 milhas do local inicial, e a 3 mil psé de altitude.

TimeTravel_0 : pés

G° : putz

TimeTravel_0 : A Terra girava “pra fora” dos objetos, entende?

wyrmkin_37 : sincronia, faz favor

TimeTravel_0 : Foi então inventado um Sistema para “segurar” a máquina na Terra, em Terra firme.

TimeTravel_0 : Vai se chamar VGL.

TimeTravel_0 : Tem uns relógios ultra-sensíveis e sensores de gravidade.

TimeTravel_0 : Isso pára a máquina de distorção temporal se mudanças bruscas e radicais de gravidade são assinaladas.

wyrmkin_37 : relógios mecânicos ou eletrônicos

TimeTravel_0 : Você não gostaria de ir parar dentro duma montanha ou no fundo do mar…gostaria?

TimeTravel_0 : De césio

wyrmkin_37 : uô!

G° : isso não é tudo sigiloso? tenho certeza que você não seria autorizado a compartilhar essas coisas todas com as pessoas com quem você interagisse no passado!

TimeTravel_0 : RS!!!

TimeTravel_0 : Eu sei que pra vocês eu não passo de um maluco!

TimeTravel_0 : Quem ia acreditar em mim?

G° : só por perguntar

TimeTravel_0 : É minha melhor defesa.

wyrmkin_37 : césio não seria uma classe alta de quartz? não sei

G° : se bem que não falta muito pra descobrirmos se você é ou não ‘louco’

TimeTravel_0 : Além do mais…você sabe quão grande é o buraco que 2 singularidades produzem quando seus campos magnéticos colapsam?

G° : não vai demorar muito pro CERN (?) fazer a descoberta

TimeTravel_0 : Exato.

G° : não

TimeTravel_0 : Bem….nem eu. Mas eu nem desejo saber.

G° : KKKKKKKKK

wyrmkin_37 : eu li omni [assim no original: tudo em latim] desde que entrei e agora fiquei querendo saber

G° : a parte da teoria pode passar batida, só quero saber de quem viveu a experiência e… BANG!

wyrmkin_37 : rs

TimeTravel_0 : Estou tentando.

G° : foi bacana?

TimeTravel_0 : Mas eu nasci pra isso.

wyrmkin_37 : hahaha

G° : Mas o que você esperava? você não contou pra eles que era do futuro, contou?

TimeTravel_0 : Talvez você ache interessante o que vou dizer…

G° : se vc quisesse mesmo, era só ter transmitido toda a parte teórica

G° : prossiga….

TimeTravel_0 : É dificílimo convencer alguém que você é um viajante no tempo a menos que você seja um parente.

G° : ou saiba algo que vai acontecer…

TimeTravel_0 : Bom ponto…mas você ficaria surpreso.

G° : não que eu esteja exigindo que você me conte algo, pq não quero

TimeTravel_0 : Eles costumam pensar que é tudo culpa sua.

G° : KKKK

G° : q merda..

wyrmkin_37 : muito interessante

TimeTravel_0 : É por isso que amo essas salas de bate-papo.

wyrmkin_37 : eu também

TimeTravel_0 : Eu sei que nada do que eu disser vai fazer a menor diferença.

wyrmkin_37 : posso beber meu jack [daniel’s, whisky] com coca-cola e aprender umas coisas

G° : nem tanto.. esse é justo o lugar pra fazer uma diferença.

TimeTravel_0 : Eu não me arrependo de nada.

TimeTravel_0 : Eu estou aprendendo muito, como todos aqui.

TimeTravel_0 : Vocês têm má reputação em 2036.

wyrmkin_37 : TT……..quem eu?

TimeTravel_0 : Kkkkk…vocês em geral.

wyrmkin_37 : ouvi falar

G° : mas e q tal a geração dos 80. com ctz a fama é pior…

TimeTravel_0 : Não me faça falar.

G° : KKKK

TimeTravel_0 : Pelo menos seus comerciais e videogames são mmuuuuito melhores.

G° : imagina os 70, cof cof!

wyrmkin_37 : os anos 60 eram massa

TimeTravel_0 : Em geral… esse período é pensado como o tempo em que a humanidade tinha tudo e deitou tudo a perder.

TimeTravel_0 : Vocês mereceram seu destino.

wyrmkin_37 : mas foi divertido admita

TimeTravel_0 : Sem dúvida.

TimeTravel_0 : Posso perguntar aos bretões uma coisa?

G° : vai em frente

Yareisa : pode

G° : goooo

TimeTravel_0 : Quando eu era uma criança…em 2012…

G° : bom ano pra cyberpunk…

TimeTravel_0 : eu costumava assistir um DVD chamado UFO produzido na Inglaterra.

TimeTravel_0 : Alguém já ouviu falar?

G° : ops, não, isso seria 2030, foi mal

G° : a série de tv? dos 70???

wyrmkin_37 : eu vi na tv mesmo

TimeTravel_0 : Essa mesmo!

TimeTravel_0 : Vocês assistiram?

Yareisa : ah sim lembro dessa

TimeTravel_0 : Uau… então nós temos algo em comum.

G° : aquelas roupas eram medonhas!

TimeTravel_0 : Ninguém conhece mais essa série no meu tempo.

Yareisa : tipo jornada nas estrelas

G° : e os cortes de cabelo!

TimeTravel_0 : eu amava demais essa série!

G° : então TT, acho q vc pode me ajudar numa coisa

TimeTravel_0 : Sim?

G° : o que acontece em dezembro de 2012?

wyrmkin_37 : eu vi a série, os mocinhos eram chamados de sombra?

G° : algo?

TimeTravel_0 : Ahhh..as arcaicas profecias mayas.

G° : essas daí

TimeTravel_0 : [vazio]

wyrmkin_37 : maias

TimeTravel_0 : desculpe

wyrmkin_37 : ?

TimeTravel_0 : Nada acontece…mas há uma Guerra nuclear em 2015.

G° : q cu

TimeTravel_0 : Não é tão ruim quanto parece.

TimeTravel_0 : As bombas eram mais “limpas”.

G° : eu não acho

wyrmkin_37 : china e russia?

TimeTravel_0 : acontece uma Guerra civil nos EUA.

wyrmkin_37 : sério?

TimeTravel_0 : a Rússia entra em guerra com a China, Europa e EUA.

G° : tinha de acontecer mais cedo ou mais tarde…

TimeTravel_0 : Vocês não sentem que está se aproximando?

G° : que erro prum povo guerrero [traduzi da melhor forma que pude ‘whata mistaka to maka’!]

TimeTravel_0 : Alguém ainda estuda História?

wyrmkin_37 : eu vi sobre a rússia e a china mas não eua

TimeTravel_0 : Do meu ponto de vista…A Rússia nos ajuda. Nós ganhamos.

G° : como assim?

TimeTravel_0 : Mas eu tô com raiva agora. É mesmo o mundo correto?

wyrmkin_37 : trigo, dinheiro……..façamos amigos

G° : ?

TimeTravel_0 : A guerra civil vai ter 2 facções.

TimeTravel_0 : Eu lutei de um dos lados.

G° : costuma ser assim

wyrmkin_37 : continue TT…………….

TimeTravel_0 : O outro lado é que foi obliterado pela Rússia. [esse jogou muito Fallout!]

G° : tendi

G° : foi de novo norte x sul?

TimeTravel_0 : Em 2036, os russos são nossos maiores parceiros comerciais.

TimeTravel_0 : Não…mais como cidade vs campo.

wyrmkin_37 : maiorias contra minorias…….

TimeTravel_0 : Sim.

TimeTravel_0 : Vocês sabem…armas contra quem não tem armas.

TimeTravel_0 : Poder contra não-poder.

wyrmkin_37 : hora de abrir mais um jack e mais uma coca

TimeTravel_0 : Nações Unidas x não-Nações Unidas.

G° : bom, foi muito bom falar com você, John, mas realmente já passou da minha hora de dormir…

Yareisa : que…eu tô acordada há 24h!

TimeTravel_0 : Durma bem.

TimeTravel_0 : Como eu disse, vocês são muito educados.

G° : me procura quando voltar pra 2036, pode ser?

TimeTravel_0 : Tentarei.

G° : se é que eu tarei vivo

TimeTravel_0 : Vá pro norte.

TimeTravel_0 : Invista em células de combustível de hidrogênio

G° : boa noite Yareisa

Yareisa : boa noite G

Yareisa : obrigada por ficar acordado até tão cedo!

G° : value de novo TT, boa noite

G° : KKKKKKKKKKK

TimeTravel_0 : boa noite

G° : vejo vocês em breve

Yareisa : ok

TimeTravel_0 : Estarei aqui

TimeTravel_0 : Pense em boas perguntas

G° põe seu casaco e dá o fora…

Yareisa : falô G

G° saiu da conversa.

Yareisa : já desisti de ir dormir, fazer o quê, sigo por aqui!

TimeTravel_0 : O tempo é relativo.

TimeTravel_0 : Mas o sono….

Yareisa : já esqueci o que o sono é!

TimeTravel_0 : Com o que você trabalha?

Yareisa : de dia…web design

TimeTravel_0 : Você ainda é próxima da sua família?

Yareisa : não

TimeTravel_0 : É o que eu nunca vou entender desse tempo.

Yareisa : o que exatamente

TimeTravel_0 : Você não se sente sozinha?

Yareisa : nah, tô acostumada a estar sozinha.

TimeTravel_0 : É muito diferente no futuro.

TimeTravel_0 : Não consigo me imaginar sem meus familiares.

TimeTravel_0 : Não sei se deveria lamentá-la ou admirá-la.

Yareisa : eu também não estou certa!

wyrmkin_37 voltou.

Yareisa : bem-vindo de volta

wyrmkin_37 : olá povo

TimeTravel_0 : saudações

Yareisa : Eu sou conhecida como uma Guerreira, estou acostumada a lutar pra sobreviver

wyrmkin_37 : eu o msm

TimeTravel_0 : No futuro, a vida é organizada em torno da família.

wyrmkin_37 : bom

TimeTravel_0 : e da comunidade.

Yareisa : acho que eu terei problemas!

TimeTravel_0 : Eu não consigo imaginar como é viver assim sozinho.

Yareisa : na vdd eu gosto bastante

TimeTravel_0 : Se posso perguntar…por quê?

Yareisa : faço o que eu quero, quando quero, sem ter de responder a ninguém

TimeTravel_0 : Mas o que nisso exatamente te agrada?

wyrmkin_37 : falô rapaziada

wyrmkin_37 saiu da conversa.

TimeTravel_0 : boa noite

Yareisa : De vez em quando sinto falta de companhia

Yareisa : mas sou muito independente

TimeTravel_0 : Sua resposta é típica do pessoal do seu tempo.

TimeTravel_0 : Você acha que se sentiria incomodada por responder diante de alguém?

TimeTravel_0 : O que significa exatamente essa independência?

Yareisa : eu fui incomodada, por isso que despejei o meu marido

TimeTravel_0 : Explique, por favor.

Yareisa : sou muito spiritual, precisava crescer, expandir, e ele me podava

TimeTravel_0 : Como…se não for muito pessoal.

Yareisa : ele era muito controlador, eu tinha de fazer oq ele mandava etc.

TimeTravel_0 : Eu acho q vc ia gostar do futuro.

Yareisa : pq de repente

TimeTravel_0 : É na verdade uma queixa muito comum que as pessoas se sentem incomodadas.

TimeTravel_0 : No futuro, a vida é mais desafiadora.

Yareisa : é mais espiritual?

TimeTravel_0 : Não há espaço para problemas mesquinhos.

TimeTravel_0 : Sim!

TimeTravel_0 : O mistério retorna à existência.

Yareisa : além do humano

TimeTravel_0 : Há pouco luxo mas a vida é mais agradável.

Yareisa : eu nunca me apeguei ao luxo

Yareisa : eu vivo só com o básico

Yareisa : vc se considera humano?

TimeTravel_0 : Eu gostaria de poder te mostrar a máquina do tempo e te dar esperança.

TimeTravel_0 : Sim.

TimeTravel_0 : Sou muito diferente de você.

Yareisa : em que sentido

TimeTravel_0 : Minha vida é muito diferente.

TimeTravel_0 : Eu cultivo um certo ódio deste tempo.

Yareisa : pq

TimeTravel_0 : Eu vejo populações inteiras que parecem que estão só dormindo.

TimeTravel_0 : Uma vez eu me apaixonei e ela morreu.

TimeTravel_0 : Eu os culpo pela morte dela.

Yareisa : pq

TimeTravel_0 : Ela morreu de câncer cerebral.

TimeTravel_0 : Você talvez julgue isso interessante.

TimeTravel_0 : Quando estava treinando para “viajar”…

TimeTravel_0 : …boa parte do que fazíamos era treinamento psicológico.

TimeTravel_0 : Num dos exercícios…tínhamos que voltar no tempo e convencer “nós mesmos” a fazer algo de que nos arrependemos de não ter feito em nosso passado.

TimeTravel_0 : Eu disse a mim mesmo pra me casar antes que ela morresse. TimeTravel_0 : Uma coisa que eu não pude fazer.

TimeTravel_0 : Eu odeio vocês por isso.

Yareisa : me odeia pessoalmente?

TimeTravel_0 : Desculpe… Eu não te odeio.

TimeTravel_0 : Eu quis dizer, esse tempo.

TimeTravel_0 : Jacksonville Fl[órida] recebeu uma das bombas.

TimeTravel_0 : A radiação a matou.

Yareisa : Não posso pedir perdão por algo que ainda não aconteceu, mas sinto muito

TimeTravel_0 : Eu falo demais

Yareisa : e eu ñ falo o bastante

TimeTravel_0 : Eu só queria que as coisas não tivessem que acontecer do jeito que irão.

Yareisa : não podemos mudar?

TimeTravel_0 : Já é tarde.

Yareisa : eu já imaginava

TimeTravel_0 : Eu lamento pelo que vocês poderiam ter sido e oelo que vai resultar das suas ações.

TimeTravel_0 : pelo

TimeTravel_0 : …você tá bebendo?

Yareisa : não

TimeTravel_0 : Eu sim… Vinho de laranja.

TimeTravel_0 : Adoro.

Yareisa : acho que meu etéreo tomou conta, meu corpo ñ exige mais nada

TimeTravel_0 : Está sozinha?

Yareisa :sim

TimeTravel_0 : Nenhum filho?

Yareisa : nenhum

TimeTravel_0 : Você está com medo?

Yareisa : de q

TimeTravel_0 : De continuar sozinha?

Yareisa : ñ

TimeTravel_0 : Eu espero não parecer estar sendo muito pessoal.

TimeTravel_0 : Peço desculpas.

Yareisa : td bem, já to acostumada

TimeTravel_0 : A ser só?

Yareisa : a ser perguntada questões pessoais tb!

TimeTravel_0 : Aprecio sua generosidade.

Yareisa : brigada, mas é só minha natureza.

TimeTravel_0 : Eu conheço Blue Oyster Cult.

[que isso, cara, isso foi muito repentino!]

Yareisa : ah, vc leu meu perfil?!

TimeTravel_0 : Dei uma olhadinha.

TimeTravel_0 : De fato…meu pai mais que eu é um grande fã.

Yareisa : o link pro meu site tá lá tb [sim, os anos 2000 eram melhores!]

Yareisa : uma das minhas músicas favoritas é Veterans of the Psychic Wars

TimeTravel_0 : Belo site…só um momento

Yareisa : oká

TimeTravel_0 : Estou perguntando ao meu pai.

TimeTravel_0 : Ele disse que é do “Heavy Metal”?

Yareisa : eu tenho duma compilação, Workshop of the Telescopes [as pessoas compravam CDs!]

TimeTravel_0 : “Cultosaurus Erectus” é minha favorita.

TimeTravel_0 : Não faço idéia do que a letra fala.

Yareisa : melhor nem tentar pq pode causar um glitch na continuidade do espaço-tempo!

TimeTravel_0 : Godzillia?

Yareisa : essa é mt boa!

TimeTravel_0 : Ele tá rindo.

TimeTravel_0 : Vocês malucos do século XX.

Yareisa : Don’t Fear The Reaper mt boa tb, clássica

Yareisa : entao pelo q vc falou os aliens ñ vêm em 2012 não?

TimeTravel_0 : Não que eu saiba.

TimeTravel_0 : Porém…mas tem muita coisa que vai chamar sua atenção em 2012.

Yareisa : como por exemplo…vc pode dizer?

TimeTravel_0 : Meu pai tem uma pergunta.

Yareisa : pode fazer

TimeTravel_0 : O que você acha do “Club Ninja”? Não faço idéia do que ele tá falando.

Yareisa : Eu não ouvi esse [uma pena, pois é bom também, e underrated!]

Yareisa : tem também Dancing in the ruins na compilação

TimeTravel_0 : Ele disse que foi um dos últimos CDs deles.

Yareisa : sim, depois desse vem o Imaginos [muito tempo se passou e a banda retornou!]

Yareisa : na vdd estou recomeçando a colecionar as coisas do BOC, eu tinha vários álbuns (vinil), agora tô começando a colecionar os CDs

TimeTravel_0 : Revolution by night? O que é isso.

Yareisa : mais um disco

TimeTravel_0 : Ah sim.

TimeTravel_0 : Acho que você devia conversar com meu pai.

Yareisa : eu ia me confundir toda!

Yareisa : Na verdade, vou ter que sair já já, são quase 6 da manhã aqui…

Yareisa : eu acordo 5 da tarde nas sextas

TimeTravel_0 : Queria que nos falássemos de novo.

Yareisa : seria legal!

TimeTravel_0 : Ânimo.

TimeTravel_0 : As coisas vão melhorar.

TimeTravel_0 : Durma um pouco.

Yareisa : dormirei!

TimeTravel_0 : Boa noite.

Yareisa : boa noite

TimeTravel_0 saiu da conversa.

2. O SITE MAIS CHARMOSO QUE VOCÊ VAI VER HOJE

(DEPOIS DO MEU, É CLARO)

https://futuregadgetlab.de/ é o WordPress simulacro de um site estilo Geocities que “emula” a interface usada por Okabe Rintaro para divulgar seus experimentos e projetos antes da máquina do tempo em S;G. Como se pode ver, um alemão é seu criador, mas ele se comunica com a comunidade de fãs em inglês na maior parte dos posts. Se o estilo de datação for o americano, o blog está há mais de 1 ano e meio parado, o que mais ou menos aumenta o “charme” e sensação de estar mesmo dando scroll numa homepage esquecida pelo tempo – e que o Yahoo! esqueceu de apagar…

Vamos a uma rápida apresentação do conteúdo do site! Primeiro o segmento com certeza o mais interessante e inconspícuo, primeira opção de cima para baixo no menu à esquerda, “All about the Phonewave Replica” ou “Tudo sobre a réplica da Onda-Fone” ou “Microondas-Telefone” na tradução mais compreensiva, remetendo à criação final do grupo do laboratório em Steins;Gate. Logo de cara o autor promete ensinar como integrar os comandos de um display de microondas via remota (com um controle remoto em vez de apenas pelo celular, p.ex.) e como fazer para enviar e-mails! Desnecessário dizer que será necessário possuir um microondas desabilitado (sem função de aquecimento) e conhecimentos mecânicos e de informática para levar a cabo a invenção, mesmo que haja um passo a passo! O autor usou a tecnologia Raspberry Pi (lê-se “pai”), uma poderosa placa (hardware) vendida para quem é da área de TI montar seus computadores ou dispositivos com automação. Essa placa é muito prezada pelos amantes da área pelo seu baixo custo de produção, versatilidade e falta de patentes, sendo compatível com saídas HDMI e USB. Uma curiosidade é que em 2015 esta placa fabricada no Reino Unido superou, neste país, pela 1ª vez, as vendas do também altamente popular ZX Spectrum, um dos PCs 8-bit mais acessíveis no Ocidente durante os anos 80, inclusive para games, da Sinclair. Não vou entrar em maiores detalhes porque só quem manja de Linux, engenharia eletrônica e solda em geral poderá sonhar em replicar esse projeto, além de uma vasta lista de custos com hardware e softwares!

Para quem não for da área, mais atrativo talvez seja a galeria cosplay do autor, que gosta de se vestir de Daru (faltam-lhe uns quilinhos para dizer que é uma representação cem por cento fidedigna!).

Através da home, alguns posts não-relacionados de interesse: o desenvolvimento de ferramentas para análise estatística de superchats no YouTube, o desenvolvimento de uma IA baseada nos personagens de S;G (conceito explorado no enredo de S;G Zero), conteúdo relacionado a CHAOS;HEAD (primeira visual novel da nitro+ e da série Science Adventure)…

Curiosamente, uma informação conhecida pelos japoneses e ignorada por nós. Que bom que no-la apresentaram!

3. ONG’S HAT: The Incunabula Papers: O monstro de Frankenstein que abalou a internet e a pré-internet!

No review-base vimos como Ong’s Hat se relaciona com o boato de JT; agora é hora de conhecer a premissa de Ong’s Hat. Trata-se de uma criação que foi um grande hoax nos primórdios da internet, gerando teorias da conspiração entre seus jogadores, no contexto cênico do jogo, e repercussões fora desse círculo (conversão em lendas urbanas). O objetivo do jogo era promover a interação entre os jogadores-investigadores e ao mesmo tempo botar lenha na fogueira dessas teorias da conspiração, com o intuito expresso de investigar o comportamento humano, além de ser uma atividade com um fim em si, como todo jogo ou projeto artístico. No fundo, é uma ficção multimídia de vários autores, que não se atêm às folhas de papel ou a qualquer écran. Os autores são primordialmente 4 e o jogo “começou” nos anos 80. Ao longo dos anos o grupo que liderou e propôs o jogo foi se metamorfoseando, bem como uma parcela dos jogadores/atores (pois que aceitar a imersão era o mesmo que representar um papel). Tudo que acabei de descrever pode até parecer um Role Playing Game, mas há mais diferenças que semelhanças, num cômputo global, e Ong’s Hat é considerado por muitas fontes o primeiro ARG ou Alternative Reality Game. Os personagens estavam situados na cidade fantasma de Ong’s Hat, New Jersey, EUA, daí o nome do jogo/projeto.

O enredo do jogo era repassado fragmentariamente aos interessados via boletins eletrônicos (numa era pré-internetiana!) ou cartas, zines e até faxes, quando era comum que correntes fossem distribuídas de escritório em escritório nesse formato. O objetivo era justamente que o máximo número de pessoas colaborasse para uma trama que se ia determinando apenas à medida que o próprio jogo progredia. Todos eram passivos e ativos em potencial nas intrincadas redes de relações que se formavam entre os grupos atuantes. Reza a lenda – não podemos confirmar – que tudo começou como uma simples piada interna, um dos primeiros experimentos meméticos de que temos notícia. Os primeiros autores teriam querido verificar quão longe a corrente que iniciaram poderia chegar mediante essa transmissão lenta porém infecciosa dos antigos aparelhos de fax ou mídia impressa e/ou redes internas de computadores em ambientes como o trabalho ou a universidade (jamais a casa das pessoas). Ong’s Hat foi crescendo de proporções e atingiu instâncias no rádio, na TV e em mídias que mal existiam ou não existiam em absoluto quando de sua origem (compact disc, DVD, chamadas telefônicas e eventualmente, quando o tempo chegou, a própria world wide web).

O jogo vai adquirindo gradual e insuspeitamente contornos cada vez mais sombrios…

Como o grupo inicial previu que essa iniciativa poderia, como num telefone sem-fio qualquer, chegar a desdobramentos macabros, foi bem-especificado desde o marco zero que não seria tolerada qualquer prática de seita em Ong’s Hat, i.e., não poderia haver fanatismo e a deliberada confusão da realidade com a ficção por “jogadores/criadores manipuladores” tentando causar confusão entre outros jogadores. O escritor Joseph Matheny, um dos membros do quarteto criador, encerrou oficialmente o projeto entre 1999 e o primeiro semestre de 2001, muito graças aos “fãs” ou “jogadores” que, justamente, não sabem interpretar e separar seus papéis como jogadores que não devem quebrar a quarta parede e sua “vida lá fora”: ele e sua namorada chegaram a ser assediados em sua residência por jogadores pedindo informações e a receber ameaças de morte por telefone e e-mail! Tudo porque sua estória (lembremos que não era mais sua a partir do momento em que o jogo deu a largada e se tornou uma colaboração coletiva e de “domínio público”) não tinha um fim planejado e ele não tinha respostas exatas para todas as perguntas. Ah, a toxicidade e a burrice onipresentes…

Apesar de o lore começar a ser transmitido nos 80, fazia parte da fantasia desse jogo multimídia também a década de 70: diz-se que um homem chamado Wail Ford comprou 200 acres de uma floresta e derrubou as árvores para nela construir um monastério. O objetivo seria reunir pessoas para entrar em comunhão sobre espiritualidade, política, práticas orientais do tantra e estudar psicofarmacologia. Muitos físicos formados em Princeton freqüentariam o lugar, bem como outros cientistas “renegados” que procuravam uma vida acadêmica alternativa, menos enrijecida e conservadora. Eis que esses físicos iniciaram experimentos sobre viagens interdimensionais. Foi disseminado que esses doutores estavam avançando no conhecimento da mente humana, que poderia ser capaz de influenciar, se devidamente treinada, a realidade ao redor de acordo com os princípios revolucionários da física quântica.

Ainda segundo o lore do jogo (espero que vocês não tenham acreditado no parágrafo acima!) um objeto chamado The Egg (O Ovo) foi criado aproximadamente no fim dos anos 1980 por estes freqüentadores mais sábios do monastério de Ong’s Hat. Essa era uma espécie de câmara apertada capaz de alojar um humano, baseada nas já existentes salas de privação sensória (o mais isoladas possível do meio, por exemplo, à prova de som ou de luz, e conseqüentemente gerando efeitos malsãos a longo prazo entre freqüentadores, como dores de cabeça, desorientação aguda, etc., o que a Nasa inclusive usa até hoje para ajudar a treinar astronautas). O Ovo seria usado para ajudar a determinar as circunstâncias da dualidade onda-matéria, uma espécie de “detector do elo perdido”. Num teste específico, porém, o Ovo desapareceu de súbito, retornando logo depois. Um homem que estava dentro do Ovo nesse incidente afirmou que durante os 7 minutos em que o Ovo não estava mais na nossa realidade visível ele foi arremessado para uma Terra alternativa. Ele disse que o planeta era como a Terra, mas não possuía vida humana.

Os experimentos com o Ovo e outras criações prosseguiram. Quando os militares começaram a perseguir os habitantes do monastério, ficou claro que eles só tinham um lugar para onde fugir: a Terra alternativa! De pouco em pouco, já dominando melhor a tecnologia, eles conseguiram fazer toda a mudança dos objetos e pessoas do monastério para a outra dimensão. Só ficou mesmo a edificação de Wail Ford, completamente vazia. A casa ainda contém, entretanto, o único portal existente entre as duas realidades. Alguns dos membros da iniciativa retornam de tempos em tempos para buscar suprimentos, mas seguem suas vidas por lá.

Em outros termos, The Incunabula Papers é um amontoado, um coletivo de estórias sobrenaturais com um pano de fundo central de origem mais ou menos duvidosa, que ganhou ares de mitologia e que rodou por aí por cerca de duas décadas, uma espécie de “mundo aberto” no nosso mundo mesmo, em que todos os participantes poderiam bancar os arqueólogos ou, tentando outra analogia, um jogo de detetive super-ampliado!

TRANSCRIÇÃO DA PLOT

Okabe Rintaro presencia o cadáver de Kurisu Makise. Ao enviar um SMS a seu amigo Daru (Itaru Hashida), ele se vê transportado do terraço do prédio do incidente para a rua deserta de Akihabara. Shiina Mayuri desperta Okabe de sua confusão e ambos descobrem que o seminário sobre viagens no tempo no mesmo prédio, a alguns passos dali, foi cancelado, e que as ruas estavam sem transeuntes porque instantes antes um satélite apareceu (não caiu do céu, apenas apareceu) atravessando o terraço do edifício alocado para as apresentações, incrustado na parede, metade para o exterior e metade para o interior do próprio edifício.

Nesses momentos, it’s all about the music…

CAPÍTULO 1. PARANÓIA DE VIAGENS NO TEMPO

Okabe está visivelmente confuso com o desdobrar dos acontecimentos. Ele e Daru, sem Mayuri, decidem ir a outra convenção, que Okabe imagina ser de otakus, só para encontrar a mesma Kurisu, absolutamente viva e muito bem (sem sinais de que houvessem atentado contra sua vida). E nesta ocasião ela é quem apresenta o seminário, em vez de um senhor. Kurisu refuta 11 teorias sobre viagens no tempo alegando que com a tecnologia humana elas são impossíveis.

Okabe se dirige ao Laboratório e encontra “Mister Braun” (Yuugo Tennouji) fechando sua loja mais cedo. Como de praxe, Tennouji se mostra azedo com o apelido dado a ele por Okabe e, no decorrer da conversa, diz que terá uma entrevista para contratar uma funcionária em meio-período, justificando assim estar encerrando as atividades mais cedo no dia. Essa entrevistada será apresentada a Okabe como Suzuha Amane, 18 anos. Ela demonstra algum interesse na “personalidade maníaca” do cientista louco…

Okabe, ainda queimando pestanas para entender os eventos recentes, andando na rua, é incomodado por uma mulher que tira fotos incessantes dele, chamada Moeka Kiryu. Mentindo para si mesmo sobre a Organização, e que uma “fã” sua seria perseguida pelos poderosos por quererem obter “raras imagens suas”, Okabe solicita que Moeka delete as fotos do seu celular. A mulher, que se comunica em monossílabos, ao menos no que tange a seu objetivo consegue articular melhor sua fala: está atrás dum PC retrô IBN 5100. Moeka Kiryu digita tão rápido em seu aparelho que Okabe – incapaz de resistir a seu velho hábito – a apelida de “Shining Finger” (Dedo que brilha, como um raio), provavelmente uma referência a Crazy Diamond, o poder especial e alter ego de combate de Josuke Higashikata, de JoJo’s Bizarre Adventure, por sua vez inspirado na música do Pink Floyd, Shine on You, Crazy Diamond.

De volta ao lab, Okabe continua os experimentos com seu protótipo PhoneWave, e descobre duas faculdades de sua engenhoca: a de “teletransportar” objetos inseridos no microondas, bem como a da “gelificação” de bananas (a fruta adquire uma consistência gelatinosa, de aspecto verde). Em específico de bananas, porque Okabe usa os cachos de bananas que Mayuri havia comprado para si, mas podemos inferir que ambos os resultados seriam idênticos com qualquer outro objeto ou ao menos comida que fosse “esquentada” no aparelho. Kurisu, nesse ínterim apelidada de “The Zombie” por Okabe (O Zumbi), por ter voltado dos mortos, aparece de visita. Ela demonstra curiosidade pelos experimentos malucos, e tem tempo livre. Okabe a nomeia unilateralmente um labmem, o de número 004. Diz que se não se tornar membra, não poderá ficar e estudar sobre as repercussões do fenômeno do microondas.

CAPÍTULO 2. RENDEZ-VOUS COM UMA INTÉRPRETE

Kurisu volta ao seu hotel descrente no PhoneWave. Rintaro freqüenta o @2channel e lê e interage com as postagens do auto-denominado John Titor. Ele diz que a SERN controla o mundo no futuro, e viajou numa máquina do tempo para obter um IBN 5100, a fim de decriptar um código que poderá mudar a realidade para melhor.

Rintaro pede a Daru (que ele chama de “Super Hacker” nessas horas) que invada os servidores da SERN. Daru tem confiança de que pode fazer o serviço mascarando seu IP. Rintaro vai à loja de TVs de tubo para apanhar sua velha televisão que tinha levado para o conserto. Suzuha, recém-contratada, diz que ela está pronta. Tennouji está irritado com o estardalhaço provocado pelos experimentos do dia anterior. Suzuha fica mais interessada do que seria de esperar quando Okabe menciona o IBN 5100. Okabe apura que Suzuha conhece a lenda urbana de Titor e simpatiza com ele.

Daru vira a noite e enfim consegue acesso a algumas caixas de e-mail, através do login de alguém com acesso restrito (baixo escalão) dentro da SERN. Um programa impossível de quebrar, no entanto, barra maiores avanços por parte do hacker. Rintaro liga os pontos e começa a suspeitar de que a chave do sucesso da operação está conectada com o misterioso computador retrô. Ninguém tem pistas mais detalhadas sobre o paradeiro do único IBN 5100 reputado por ainda existir, mas convenientemente se sabe que ele foi visto pela última vez na própria Akihabara, a parte de Tóquio em que o enredo transcorre.

Rintaro sai às ruas procurando dicas do paradeiro do objeto a esmo. Voltando sem qualquer êxito, Okabe encontra Mayuri, que em seu expediente no maid café MayQueen+Nyan² foi capaz de obter algumas informações sobre o tal IBN. Acontece que sua amiga e patroa Faris NyanNyan (não é um apelido de Okabe, que não sabe o nome verdadeiro da garota) parece saber algo a respeito, mas não estaria disposta a ceder a informação de graça. Rintaro, por quem todas as garotas da trama parecem desenvolver um crush inverossímil, é convidado a jogar contra ela um card game chamado RaiNet AccessBattlers, paródia de Pokémon. Faris é imbatível no jogo. Isso não muda o fato de que Faris está satisfeita: ela só queria mesmo o prazer de duelar (por poucos minutos, a bem da verdade) com Okabe.

Faris abre o bico e diz que o PC foi consagrado ao templo religioso perto do lab, onde Luka mora. Já faz muito tempo que alguém deixou o IBN 5100 naquele local, e a pessoa teria dito ao pai de Luka que no futuro um jovem o necessitaria. Okabe parece atender à previsão, e não encontra problemas em retirar o objeto. Ele pesa bastante. Afortunadamente, Kurisu estava presente e ambos puderam carregar juntos o massivo objeto por cerca de 1 ou 2km até o lab (consta que o IBN 5100 teria 25kg!!!)., após mais de 1h transpirando e gemendo.

Na hora de levá-lo escada acima, Suzuha encontra Kurisu pela primeira vez – ao menos é o que Okabe pensa; mas uma grande hostilidade pela cientista precoce emana de Suzuha. Ela nada explica; a dupla prossegue e consegue depositar o computador no laboratório.

Rintaro, que havia pegado o telefone de Moeka, envia uma mensagem dizendo que conseguiu obter o IBN 5100. Ainda sem a ajuda do IBN, Daru consegue acesso a dados da SERN via um perfil mais elevado no órgão. Segundo os arquivos sigilosos, a SERN realmente logrou descobrir a viagem no tempo, pelo menos na teoria, porque todos os experimentos com humanos resultaram em mortes por gelificação, devidamente retratados em jornais antigos, pois houve várias tentativas de levar pessoas para o passado, até em décadas remotas como os anos 1920. As crenças de Kurisu – ou, antes, seu ceticismo – começam a ser abaladas.

CAPÍTULO 3. DIVERGÊNCIA DO EFEITO BORBOLETA

Os casos de gelificação humana foram reportados pela própria SERN como Jellymen. Kurisu explica que o corpo humano não pode sustentar os efeitos de atravessar um buraco negro de Kerr, criado pelo acelerador de partículas, então todos os seus átomos acabam perdendo as ligações. Ademais, há o fato de que como o mundo segue perpetuamente em órbita ao redor do sol mesmo que o corpo pudesse ser “entregue ao passado” via um buraco negro acabaria aparecendo num ponto do espaço diferente, seja no vácuo do espaço ou dentro de objetos sólidos. Há duas grandes inconveniências aparentemente intransponíveis para a realização do projeto, portanto.

Kurisu, empolgada, avança na investigação do microondas e os membros do laboratório chegam à criação do mecanismo de D-Mails, em que ao menos informações, meros bits, podem viajar para trás no tempo. Os experimentos para testar a invenção causam mini-terremotos e emissões elétricas, que obviamente são notadas por Tennouji no térreo. Ainda faltava entender o porquê de o microondas ser uma espécie de máquina do tempo discreta e limitada, o que na explicação de Kurisu equivaleria ao mecanismo de elevação, em substituição à mesma estrutura do acelerador de partículas da SERN.

Christina não consegue ocultar seus ciúmes

Moeka surge na manhã seguinte, ávida por ver o IBN. Ela pede o computador emprestado. Rintaro se nega. Ela ouve a conversa de Daru e Okabe acerca do sistema de D-Mails. Rintaro, sem outra saída, a nomeia a quinta membra do lab, desejando que ela não vaze nenhuma informação. Agora eles precisam testar a tecnologia dos D-Mails com alguma coisa no mundo real.

O primeiro teste é o mesmo que muitos elegeriam: enviar os números da loteria antes deles saírem. Rintaro, para não despertar suspeitas, escolhe o terceiro prêmio (na Mega Sena seria a quadra). Tennouji não estava na loja, o que possibilitou que a experiência fosse realizada. Mas ela fracassa: o Okabe do passado havia pedido que Luka fizesse o jogo na lotérica, e ele acidentalmente errou um número. Mas Okabe nota uma faceta: ninguém mais se lembra de haver discutido sobre o experimento e sobre a tentativa de ganhar na loteria.

Eles precisam testar alguma outra coisa com os D-Mails. Okabe descobre que Suzuha pôde ouvir várias conversas do grupo sobre o envio de mensagens para o passado porque a janela do lab estava aberta. Suzuha sugere que Okabe procure Titor para tirar suas dúvidas sobre o insucesso da experiência, e o efeito colateral que ele admitiu (a perda de memória de todos os outros partícipes, menos a dele mesmo).

E no entanto estamos falando aqui apenas de um “namoro de aluguel” de um homem de 19 anos com uma mulher de 16 – não é como se fosse ilegal.

Titor, no fórum, acredita que Okabe tem o que é preciso para salvar o futuro, uma espécie de habilidade única de viajar entre dimensões temporais. Okabe se referirá a esse talento impassível de explicação lógica doravante como seu “Reading Steiner”. Já Titor considera que achou seu messias.

CAPÍTULO 4. HOMEOSTASE DA TEORIA DO CAOS

Okabe tenta explicar sua habilidade especial a Kurisu e Daru. Incrivelmente, ambos, embora hesitantes, levam fé no relato do amigo. O trio decide fazer outro experimento com D-Mails, já que precisam “verificar a hipótese”. E no segundo experimento o que se deve fazer é tentar refutar a teoria de que apenas Okabe possui o Reading Steiner: Daru decide enviar a si mesmo um SMS para o passado com táticas que aprendeu nos últimos dias a fim de tentar vencer Faris num duelo do BattleNet. O experimento fracassa – nada derivando daí. A terceira a tentar é Mayuri, que tenta trocar o que trouxe para o almoço – o resultado é o mesmo, i.e., inócuo. Kurisu não quis tentar mudar o passado, alegando restrições morais.

Moeka, em uma de suas visitas ao laboratório, solicita participar do experimento. Envia uma mensagem solicitando a si mesma para não trocar de celular. Dessa vez, Okabe experimenta as mesmas sensações de desorientação acarretadas pelo primeiro D-Mail, confirmando o Reading Steiner, mesmo que a remetente e destinatária tenha sido outra pessoa. Porém, Moeka desapareceu e os outros labmems são incapazes de recordá-la. Procurando seu nome na agenda, ele testa a hipótese de ela ter deixado de existir. Moeka responde que está muito ocupada para atende-lo nesse momento.

Mas não só Christina…

Uma cena em que Mayuri olha para o céu noturno e relembra seu passado e o de Okabe transcorre: Mayuri havia pedido às estrelas que seu amigo se recuperasse de uma intensa e prolongada crise de febre alta. Okabe conjetura que esse incidente mórbido de sua infância pode ter alterado sua fisiologia, concedendo-lhe seu atributo especial, uma consciência que transita entre realidades temporais divergentes.

Luka, contumaz visita, se torna o labmem 006. A seguir, seu batismo é “comemorado” com um novo experimento do D-Mail. Seu desejo, no entanto, parece exceder as capacidades da tecnologia incipiente: pedir à mãe que ele nasça uma garota (além de absurdo em si). Kurisu descobre só agora que Luka, figura andrógina, era na verdade um garoto. Makise leu em algum lugar que se a mãe come muitos vegetais o sexo do bebê será feminino, enquanto que se privilegiar uma dieta onívora, masculino. Apesar de ser uma idéia estrambótica, aplicá-la-ão ao desejo de Luka, que “pedirá à própria mãe durante sua gestação de si mesmo” que “coma muitos vegetais”. Com a formulação da mensagem resolvida, falta ainda o método de enviar uma mensagem mais do que apenas alguns dias, semanas, meses ou anos para trás no tempo. O problema principal é que quando Luka nasceu a tecnologia do telefone celular sequer era de uso do cidadão médio. O grupo chega a um consenso: enviará um D-Mail a um pager, aparelho possuído pela mãe de Luka à época da gravidez. Conseguem comprimir a mensagem: “831831831”, em que cada “831” é uma iteração de “yasai” (野菜/やさい) – procedimento possível em japonês, devido à pronunciação dos algarismos –, nome para designar vegetais; + “292929”, em que 29 quer dizer “niku” (肉/にく), carne. Através desse arranjo, a proporção de vegetais seria maior que a de carne. Mesmo sendo uma mensagem anônima, isso poderia sensibilizar a futura mãe a seguir a prescrição. O efeito do Reading Steiner é engatilhado na consciência de Okabe. Nenhuma alteração na realidade é percebida com imediatez pelo cientista maluco.

Óbvia referência a Bishoujo Senshi Sailor Moon. Mas, pesquisando um tantinho mais, dei de cara com alusões a PrettyCure – ou bishoujo meio-paródia meio-coisa séria que está na pegada de One Piece, apresentando até o momento quase 900 episódios no anime.

Faris escuta uma conversa comprometedora entre Okabe e Daru numa mesa do maid café (um lugar muito apropriado para assuntos sigilosos serem veiculados!) sobre o funcionamento dos D-Mails, e como parece ter um parafuso a menos acredita no conceito de viagem no tempo, começando a fazer perguntas. Okabe, como sempre, não vê outra solução senão convidar Faris, intitulando-a labmem 007 {musiquinha do James Bond no fundo}. Okabe pode parecer o rapaz mais anti-social do mundo, mas ele não resiste a ampliar seu círculo de amizades, e sedimentar essas mesmas amizades no mesmo ambiente confortável e festivo do seu “laboratório”. Demonstrando uma inteligência que para o jogador atento sempre esteve ali, mas aplicada demais a jogos de cartas e nonsense, Faris usa a famosa metáfora do rio, talvez pronunciada a primeira vez por Heráclito, para representar o Tempo. Daru e Okabe só nesse instante parecem se dar conta de que não estão conversando com uma garota comum…

Okabe flagra Kurisu soluçando e chorando à porta do laboratório enquanto conversava ao telefone. Inicialmente ela foge da confrontação e não deseja o auxílio de Okabe.

Felizmente essa fala não é de Okabe

Ao questionar Daru sobre seus progressos na decodificação do IBN 5100, Okabe compreende que na linha do tempo em que está agora após o envio do último D-Mail eficaz ninguém tem a memória de que eles obtiveram esse computador, e ele não mais se encontra no laboratório! Okabe contata Moeka, que não responde. Depois contata Luka. Ele também não tem qualquer memória da visita ao templo e da retirada do IBN por Okabe e Kurisu. Em verdade, nega que haja um IBN 5100 lá consagrado, e desconhece se já houve algum. O trunfo de Okabe é acionar Faris, que parece ter algum conhecimento sobre computadores antigos. Outro insucesso. Ou insucesso parcial: Faris diz que pode ajudar a obter informações, calcada em sua popularidade, desde que Okabe aceite uma condição, que ela estipulará numa conversa reservada em sua casa (e não no meio de uma cafeteria cheia de gente!).

Okabe, Mayuri e Daru vão ao burguês apartamento de Faris. No meio do caminho, no entanto, eles confirmam que no templo não há qualquer traço do computador. Pela primeira vez Okabe se interessa em saber o verdadeiro nome de Faris, que é amiga muito mais próxima de Mayuri: Rumiho Akiha, ninguém menos que a principal herdeira da família que turbinou o desenvolvimento moe e otaku do distrito inteiro de Akihabara, espelhado até mesmo em seu nome! O favor que Faris gostaria de pedir era enviar um D-Mail, incógnito para o trio, e ele é concedido, afinal labmems estão autorizados a fazer experimentos. Ao sair do apartamento, depois dos efeitos do Reading Steiner (normalmente uma dor de cabeça massacrante), Okabe repara que a conseqüência da mensagem foi colossal desta vez: todas as lojas devotadas a animes, maid cafés e outros comércios filiados à cultura otaku desapareceram. Akihabara é apenas um “lugar comum do Japão”, prenhe de lojas de computadores e outros artefatos tecnológicos. O “centro otaku” do país se tornou Nakano. Obviamente, ninguém mais pode se lembrar da configuração antiga (de ainda alguns minutos atrás!) a não ser o protagonista…

Para piorar, Okabe recebe um e-mail macabro com um anexo de mau gosto, uma imagem intimidadora: ele está sendo vigiado. Noutro dia, Okabe ingressa no lab e encontra Mayuri e Luka lendo um livro. Kurisu elogia a aparência de Luka. Okabe diz que toda sua estrondosa beleza feminina é ainda mais peculiar, considerando-se que ele é um homem. A reação do grupo foi completamente adversa, sobretudo a de Luka, Lukako, conforme o próprio idioleto de Okabe. O protagonista crê que é tudo uma pegadinha, e apalpa as pudendas de Luka, apenas para confirmar que ela se tornou organicamente feminina! Obviamente, Luka foge do lab muito constrangida, aos prantos. Kurisu atira o livro em Okabe.

Okabe tira um tempo para andar nas (novas) ruas de Akihabara e pensar nos últimos desdobramentos… Ele encontra Suzuha e aceita dar um passeio como carona em sua icônica bicicleta. Ele descobre que Suzuha tinha se mudado em busca de seu desaparecido pai. Essa conversa resulta na nomeação da garota como labmem 008.

Uma SMS de Suzuha com a palavra “adeus” é entregue no celular de Okabe. Ela não encontrou seu pai e seu prazo-limite se esgotou. Okabe não pôde localizá-la a tempo. Ele então decide que utilizará um D-Mail para ajudar Suzuha a reverter a situação, e para que não fosse embora. Uma tempestade sucede e o experimento acaba sendo deixado de lado.

Okabe assiste o noticiário no dia seguinte e constata que não há mais um satélite incrustado no edifício do centro em que assistiu a conferência de viagem no tempo. Porém, não foi em resultado dos D-Mails, pois as pessoas do presente lembram da existência do objeto. Ele apenas foi retirado de lá misteriosamente. Okabe usa um D-Mail para solicitar a si mesmo que persiga Suzuha na noite da tempestade, ignorando os outros acontecimentos. Ao efetivar a mensagem, Okabe ingressa no laboratório e descobre que Suzuha ainda está na cidade e os membros decidiram fazer-lhe uma festa em sua homenagem como nova integrante do bando. Suzuha revela que seu pai atende pelo codinome “Barrel Titor”, alcunha verdadeira desconhecida. Ela só sabia que na noite da tempestade seu pai deveria estar numa conferência sobre viagens no tempo.

Perceba como o protagonista é feio perto de quase todo outro personagem

CAPÍTULO 5. DOGMA NO HORIZONTE DE EVENTOS

Faris liga para Okabe a fim de informá-lo da ausência de qualquer pista relativa ao IBN 5100. Daru, não obstante, é quem traz algo de valia, e nada prazenteiro: a internet do lab estava diretamente conectada à rede interna da SERN, o que significa que todas as suas atividades vinham sendo monitoradas.

Alguns dias depois, Kurisu demonstra grande progresso nos achados sobre a tecnologia do D-Mail. A garota também revela que veio ao Japão buscando uma reconciliação com seu pai, um físico com quem está atualmente rompida.

Para melhorar o D-Mail, Okabe precisa comprar alguns componentes (hardware). Incidentalmente, Okabe e Mayuri se deparam com Moeka na rua. Ela se mostra diferente, mais falante, e interessada no assunto viagem no tempo. Algumas horas depois, uma segunda ameaça com imagem anexa é recebida por Okabe. Um manequim degolado manchado de tinta vermelha é o conteúdo imagético. Ele volta assustado ao lab e tranca a porta detrás de si (normalmente o lab fica aberto). Ouve o som da ducha vindo do banheiro, e corre para encontrar… Mayuri e Kurisu nuas.

Code Geass no mundo real: Zero tem realmente de combater um complô de escala mundial, como Okabe…

O PhoneWave(Temp) agora será capaz de funcionar segundo os updates calculados por Kurisu: já que a memória são informações, que são dados, que são, no fim, bits, seria tecnicamente possível enviar impulsos neuronais ao passado para fazer a consciência do usuário do dispositivo viajar ao passado, em que pese a viagem física continuasse sendo uma impossibilidade. Ao receber novas reclamações de Tennouji sobre os tremores e ruídos dos experimentos no andar superior, Okabe se dá conta de que a TV de tubo de 42 polegadas localizada imediatamente abaixo do microondas deve ser a parte da equação que vinha sendo ignorada até agora, o misterioso gatilho energético que estava permitindo a funcionalidade do sistema do D-Mail. Quando a emissão de D-Mails não funcionou, Okabe se lembra de que a TV catódica não estava ligada. Com a ajuda de Suzuha eles poderão manter o televisor ligado sempre que experimentarem.

Kurisu explica mais a fundo o fundamento de sua proposta de conversão da informação em memórias: um ser humano médio seria composto por 3.24TB de informação cerebral. O buraco negro gerado pelo LCH da SERN seria capaz de comprimir essa informação em 36 bytes, provável tecnologia que gerou os jellymen. Mas, Kurisu continua, com os mini-buracos negros do microondas do lab, seria possível enviar os 36 bytes em formato de SMS (sim, a narrativa aqui é bem forçada). Apenas Okabe poderia usar o implemento, graças ao seu Reading Steiner. Significa, em poucas palavras, que a consciência do Okabe que recebesse a mensagem, o Okabe do passado, seria informada de todas as vivências de Okabe nos últimos dias, ocasionando um salto temporal instantâneo via alimentação instantânea de informações, o que, ainda com o Reading Steiner, não estava isento de riscos, segundo Kurisu.

Todos estão reunidos no lab e Okabe quer discutir como irão usar o aperfeiçoamento do D-Mail para contra-atacar a SERN, que, em contrário das piores previsões de Houin Kyouma no início da jornada, que era apenas uma persona cômica, está realmente atrás do grupo. A TV de repente veicula a informação de que o metrô de Akihabara sofreu um ataque a bomba e todas as linhas estarão paralisadas essa noite. Suzuha se certifica de que a time leap machine fôra completada e se despede de seus colegas sem ulteriores esclarecimentos.

Mais realista, impossível!

Em poucos minutos, o evento decisivo do jogo, divisor de águas na vida de Okabe e da plot de Steins;Gate, transcorre: um grupo armado invade o laboratório e rende todos os presentes. Após retirar sua máscara, a líder dos mercenários é revelada como Moeka. Ela trabalha a mando da SERN, comandando um grupo chamado Rounders. Ao descobrirem que uma pessoa de fora da SERN descobriu a tecnologia da viagem no tempo, vieram confiscar o equipamento. Ela exige que Okabe Rintaro, Kurisu e Daru se entreguem pacificamente, pois deverão trabalhar para a SERN e compartilhar todos os seus conhecimentos a fim de acelerar o projeto da construção de uma máquina do tempo.

Mayuri não era necessária, e por isso ela é abatida com um tiro na cabeça. Suzuha entra de repente e consegue nocautear a maioria dos homens, lutando de igual para igual com Moeka, e agora na posse de uma arma as duas super-atletas se encontram numa situação equiparável, cada qual sob a mira da arma da outra. Okabe sabe que não deve desperdiçar um só segundo e corre para o quarto do computador e da time leap machine: um dispositivo parecido com um fone de ouvido com um microfone plugado… Uma vez o cacareco configurado por Kurisu Makise, Okabe faz o primeiro time leap da história do homem…

Essa parte foi tão bem-cuidada que tem até animações labiais – o que não acontece em quase todo o restante da trama, incluindo o romantic interest principal, Kurisu.

CAPÍTULO 6. NECROSE DA METAFÍSICA

Sonhando com seu passado e o de Mayuri (quando ela perdeu sua avó e ficava parada de frente para a lápide depois da escola, incapaz de pronunciar uma palavra, por muitos dias e semanas, até que Okabe a “seqüestrou”, nessas palavras, e criou a persona de Kyouma, retirando a garota do mutismo e do intenso luto), Okabe lentamente volta cerca de meia dúzia de horas no tempo, após excruciantes dores por todo o corpo. Agora ele tem a missão de explicar e convencer Kurisu de seu sucesso no salto temporal de dali a pouco, realizado com o dispositivo que a Kurisu que se materializou a sua frente sequer chegou a construir ainda. E não obstante o próprio Okabe não tem certeza se não sonhou que Mayuri foi “morta pela Organização” apenas, embora não possa negar um sentimento intenso de déjà vu

Okabe teve de reviver novamente os traumáticos eventos daquela noite para se dar conta da suprema realidade do acontecido. Felizmente ele pôde executar um segundo time leap. Moeka e a SERN realmente são inimigos. Mayuri realmente morreu. A cena pode mudar minimamente, mas os resultados são fixos. A sorte de Okabe é que ele pode retroagir até um momento em que Mayuri esteja segura e tentar de novo…

Os diálogos estão melhores que no anime

Entretanto, por mais que Okabe tente circunscrever aqueles eventos, mudando as pessoas de lugar ou tomando atitudes refletidas, Mayuri sempre morre, não necessariamente pelas mãos de Moeka, não necessariamente no laboratório. Seu relógio de pulso, presente da avó, sempre quebra momentos antes de seu coração parar, no mesmo horário. Numa das seqüências, que seria tragicômica não fosse sumamente trágica, em que pese reversível, Mayuri é jogada acidentalmente na frente do metrô, numa estação distante de Akihabara não afetada pelo ataque terrorista da SERN, por ninguém menos que Nae, a filha de Mr. Braun, que se aproximara ao reconhecer Mayuri, unicamente tentando abraçá-la… A repetição da morte de Mayuri diante de seus olhos, após vários time leaps, vai enlouquecendo Okabe de desespero de forma gradual porém determinante…

Durante um novo time leap Suzuha acaba por entreouvir a conversa de Okabe com Kurisu, em que ele revela o destino de Mayuri. Suzuha culpa a si própria pelas circunstâncias, pensando que ao não deixar essa realidade desencadeara esses eventos. Corre para o satélite incrustado na torre, que vem a ser uma máquina no tempo verdadeira, a qual usou para estar nessa época, e tenta regressar aos anos 70, sua destinação original. A tempestade do dia em que Okabe pôde convencê-la a ficar, todavia, danificara a máquina de modo grave, e agora ela se encontra presa em 2010. Suzuha finalmente revela ser o John Titor do fórum.

O único arco de “treino” deste “RPG” – essa única tela, esse único frame!

Ela esclarece, ainda, que deseja voltar aos anos 70 para recuperar o IBN 5100. Sua estada em 2010 foi uma atitude egoísta que tomou, pois desejava conhecer seu pai, que já havia morrido no futuro em que ele, Okabe, havia conseguido construir a máquina do tempo a seu lado, e em que a SERN conseguira dominar todo o planeta. O computador era essencial para Okabe desenvolver a tecnologia que permitirá um dia que um ser humano viaje de corpo e mente no tempo, criando uma nova linha temporal, algo que está qualitativamente à frente de time leaps, em que só informações viajam para o passado. A antipatia natural para com Kurisu se explica pelo fato de que Kurisu foi a responsável por revelar à SERN todos os princípios teóricos da máquina do tempo, a chave para monopolizar o poder. A noite da morte de Mayuri, com o seqüestro de Daru, Okabe e Kurisu, seria o mesmo gatilho para as mesmas conseqüências, só que nessa outra realidade alternativa (do ponto de vista de Suzuha), que é o “mundo original” dos personagens da trama, ou pelo menos se supõe que seja. Suzuha não entendia as circunstâncias da ajuda que Kurisu prestou à SERN, atribuindo-lhe uma índole má a priori, mas finalmente entendeu que ela deve ter sido constrangida a fazê-lo, talvez tendo seus amigos como reféns na hipótese de que não colaborasse.

Para desgraça de Okabe, o IBN 5100 passou para as mãos do inimigo após os experimentos com o D-Mail. A única forma de restabelecer um mundo em que o instituto de física aplicada não o transformasse numa ditadura tecnocrática seria confiando em Suzuha e em sua ida aos anos 1970. Okabe não hesita em pedir a ajuda de Daru, conjeturando que talvez o “satélite” tenha conserto. A máquina do tempo de Suzuha era apenas um protótipo, diferente das da SERN, capaz de ir somente para trás no tempo, afora o fato de que possuía combustível suficiente tão-só para uma última viagem.

Resolução do “conflito” transgênero – relação mestre-aluno –ou BDSM?

Suzuha tem um artefato do futuro que desempenhará um papel importante nas ações de Okabe: um display com números que vão de 0 a 1, com várias casas decimais. Ele representa uma constante. É um medidor de divergência entre realidades alternativas. A fim de mudar o futuro a ponto de conseguir salvar Mayuri, algo que no momento parece se igualar a uma constante ou destino, Okabe teria de mudar o fator de divergência para pelo menos 1% (1,000), o que seria o suficiente para trafegar de uma linha beta criada pelas modificações produzidas pelos D-Mail para a linha alfa ou originária, em que Mayuri não precisa morrer. A explicação da garota do futuro parece bastante mística, mas Suzuha, entendendo que Okabe é o único que pode usar o Reading Steiner, e que tem importância central na resistência à SERN no futuro distante (década de 2030), tem a capacidade de mudar o número exibido no medidor de divergência. Um fato que ela não sabe, entretanto (e deveria!), é que de fato Okabe seria o único a se lembrar de uma eventual mudança na numeração exibida, caso ela acontecesse, então não fazia sentido que ela guardasse o medidor consigo ao invés de presenteá-lo a Okabe, até porque o medidor fôra criado pelo próprio Okabe da realidade em que Suzuha nasceu e cresceu!!

Após algum debate, os personagens entendem que a SERN deve ter monitorado todos os passos recentes do lab, incluindo o mais remoto deles relacionado a divergências temporais: a mensagem de Okabe a Daru reportando a morte de Kurisu. Afinal, sem sabê-lo, Okabe realmente usou o Reading Steiner àquele momento – sem microondas, é certo, não se sabe como.

Deve mesmo ser muito transiente – afinal, nem Hera sabia como era ser homem e mulher cumulativamente, e teve de consultar Tirésias a respeito!

A única pista que Suzuha tem de seu pai é uma espécie de broche confeccionado por ele e que os membros da resistência vestiam. Daru trabalha no concerto e obtém êxito (após alguns time leaps de Okabe para acelerar o processo de cada vez), mas ninguém consegue mais informações sobre o pai de Suzuha antes de sua iminente partida para os anos 70, de onde não poderia voltar (o que é um oximoro, pois se voltasse estaria apenas criando um novo universo paralelo, em que ninguém se lembraria dela). No último momento, porém, Mayuri declara ter desvendado o mistério da identidade do pai de Suzuha: o emblema ou broche possui as iniciais dos labmems; o próprio “número de série” dado à máquina do tempo obedece aos padrões que Daru costuma empregar para seus inventos; além de as sílabas de seu nick, em japonês, se assemelharem a “Barrel”, o primeiro nome usado pelo Titor original. E só Daru, do grupo que conhece os integrantes do laboratório, poderia ter a expertise de criar tal máquina.

Numa agridoce despedida, Suzuha pôde se reunir com seu pai no mesmo dia em que dele teria de se despedir para sempre, ou até ser uma pessoa idosa. Ela diz que, se tudo desse certo, no que parecerá ao grupo poucos instantes daria notícias, embora essa declaração seja absurda, pois essa pessoa já teria de estar entre eles! Okabe e os outros regressam ao laboratório, monitorando o medidor de divergências.

Tennouji, Mr. Braun, aparece com uma carta, que foi instruído muitos anos atrás a entregar nesta precisa data a Okabe. É uma carta de Suzuha. Ela a dissertou de um hospício. A máquina do tempo havia sido consertada apenas parcialmente, ela pôde realizar a viagem, mas perdeu a memória ao chegar ao destino. Apenas 20 anos depois ela recuperou as lembranças de sua missão. Já era tarde para reaver o IBN 5100. No ultimo parágrafo, Suzuha lamenta não ter podido viajar na noite da tempestade.

Okabe, chocado, procura Tennouji. Ele quer saber como ambos (Mr. Braun e Suzuha) travaram conhecimento, e onde ela estava agora, a Suzuha dos anos 70 que envelheceu. Tennouji é um imigrante francês, e conta sua história. Suzuha foi uma boa pessoa que o acolheu no Japão, mas eventualmente ela cometera suicídio. A loja de TVs de tubo, isto é, o imóvel em que ela – e o lab – está, foi-lhe deixado(a) de herança por esta mesma mulher. Tennouji parece ignorar por completo o fato de que sua ajudante de meio-período era a mesma Suzuha, mais jovem. Ironicamente, ele a acolheu quando ela veio a esta época, de um Japão pós-apocalíptico, “pagando” o favor (ou teria sido o contrário? delicioso paradoxo das viagens no tempo!).

Who’ld be able to resist?

Okabe, mutilado emocionalmente, decide voltar a usar D-Mails, dessa vez para consertar os danos causados tanto a Suzuha quanto a Mayuri, isto é, para preveni-los ou cancelá-los, um a um.

O FINAL DE SUZUHA: REBOOT IRREVERSÍVEL

Na realidade, Okabe usa o time leap para data anterior e decide não enviar o D-Mail, a fim de que Suzuha viajasse “corretamente” no tempo, antes da carga elétrica danificar seu equipamento. Não obstante, seu plano sai errado, a carta de Suzuha continua sendo entregue e Mayuri acaba morrendo sempre que Okabe deixa de fazer o salto temporal até a hora marcada.

E se Okabe permanecesse preso nesse ciclo, revivendo sempre a véspera da morte de Mayuri, compartilhando com Suzuha seus últimos momentos em 2010, passeando como carona de sua bicicleta, sem parar, já que não podia remediar a situação por mais que pensasse e mudasse de rotina?! O que adviria daí?

Sem embargo, após muitos time leaps, a própria Suzuha, mesmo sem um Reading Steiner, percebe a situação de Okabe, apenas ao fitar seus olhos. Ela diz que seus olhos apagados e isentos de esperança são como os olhares das pessoas em seu próprio tempo, escravizados sem o saberem pela SERN. Ela convida Okabe para ambos irem juntos ao passado em busca do IBN 5100, já que ele não pode desapegar de Mayuri e seguir em frente, aceitando sua morte, e essa seria uma alternativa válida, pois agora seriam duas pessoas em vez de uma só tentando encontrar o computador. Manifestando um naco de vida e volição própria, Okabe concorda com o plano e ambos efetuam a viagem. Este é o primeiro final obtenível para o jogo, do ponto de vista cronológico.

CAPÍTULO 7. MADE IN COMPLEX

Continua do parágrafo iniciado em “Okabe, mutilado emocionalmente,…”

Os esforços de Suzuha foram em vão, mesmo que Okabe tenha deixado que ela partisse antes da máquina do tempo pifar. Nada do IBN 5100 ressurgir. Ainda assim, à hora de sempre, a SERN não ataca. Okabe imagina que, ainda que parcialmente, a volta de Suzuha no tempo e a conservação de seu propósito consciente devem ter mudado os destinos dos personagens em algum grau. Como esperado, Suzuha não reaparece para trabalhar na loja de TV, as próximas horas transcorrem na mais absoluta normalidade. Melhor ainda: a carta que Tennouji traz não apresenta qualquer dissabor trágico: nessa timeline ela teve uma morte pacífica. Visitando a antiga casa de Suzuha, que na realidade é o atual domicílio de Tennouji (que também herdou essa posse nesta versão dos acontecimentos, ao passo que no primeiro epílogo do jogo Suzuha havia perdido sua propriedade num incêndio antes de ser internada na ala psiquiátrica), Okabe vem a saber vários detalhes da coexistência entre ambos, e algumas informações não batem com o relato anterior, quando Suzuha fizera a viagem mais mal-sucedida de todas. Mais importante: lá está o medidor de divergências, relegado por Suzuha e conservado por Tennouji, como um souvenir de sua existência. O número havia subido para 0,4% no medidor, um acréscimo de aproximadamente um décimo em relação ao número no display no momento em que Suzuha apresentara o objeto a Okabe. Significa que faltavam ainda 6 décimos para que o medidor alcançasse o necessário 1%. Segundo Tennouji, Suzuha olhava esses números todos os dias, que nunca mudavam, sem nunca ter explicado o porquê. Ela não entendeu que sem Okabe esse aparelho era inútil. Tennouji guardou o objeto mesmo sem imaginar que ele possuísse uma função tão importante.

Ficou faltando o beijo, imagino

Okabe inicia o dia seguinte cogitando por que o medidor não alcançou a realidade alfa. De repente, a SERN invade o laboratório e a cena de sempre se repete, no mesmo horário, com uma defasagem de 24h. O herói da narrativa executa mais um time leap desesperado e convence uma nova Kurisu de tudo o que se passara até ali.

Ambos chegam à conclusão de que a única chance é reverter todos os experimentos previamente realizados com a tecnologia do D-Mail. Isso eventualmente traria o IBN 5100 de volta, já que foi mediante trocas de mensagens pelo microondas conectado à TV de tubo de Tennouji que o computador retrô subitamente desaparecera.

Cofres públicos, armários como os de escola, só que para o cidadão comum? Não sei como isso funciona, alguém que já esteve no Japão poderia me explicar melhor?

A ordem seria a reversa, i.e., começariam pelo último D-Mail, retroagindo até o primeiro de todos. Faris foi a emissora da última SMS. Nessa realidade, Faris estava muito abatida por perder uma partida no RaiNet Grand Championship para uma equipe chamada Viral Attackers. Ao contrário dos tempos em que sua família “fundara” Akihabara, ela não administrava um café e jogava profissionalmente; como na realidade mais original, ela é muito talentosa no jogo, porém sofre a primeira derrota de sua vida. Faris diz que poderá revelar o conteúdo de sua mensagem, que enviou em segredo, mas somente se Okabe usar sua nova máquina do tempo (o leap system criado por Kurisu) para disputar uma revanche com os V.A. Okabe não tem muitas opções senão concordar. Ela alega que seu rival, Shido (“4ºC”), venceu por métodos ilícitos, mas que sendo informada desses métodos com antecedência poderia dar o troco. Ela pede que Okabe lhe traga óculos escuros e protetores auriculares depois do time leap e antes do duelo.

Como costuma acontecer sempre que se viaja no tempo (sabemo-lo pela pilha de ficções a respeito!), o personagem ignorante de que outro viajou no tempo não pode acreditar em uma palavra do que ele diz, e o estratagema quase vai por água abaixo – antes da final, Faris tinha completa confiança em sua vitória. Ainda assim, no meio do duelo Faris acreditou em seu amigo e fingiu não acreditar justamente para enganar seus inimigos, através de uma velha tática de guerra: primeiro, enganar os próprios amigos. Não utilizou os óculos escuros para evitar ser incomodada por lasers que vinham da platéia, mas os protetores auriculares estavam inseridos desde o início do confronto, sendo invisíveis para todos na audiência, e possibilitando evitar o assédio moral que a desconcentrou na “partida canônica”. Ela induziu seus adversários a imaginarem que a partida estava ganha para executar uma reviravolta de mestre ao final.

Janela de oportunidade para mudar o final

Como prometido, ela daria sua recompensa a Okabe. Exceto que ela mentiu se lembrar do conteúdo da mensagem, pois estava interessada na máquina do tempo e em se vingar dos Viral Attackers, e além disso essa já é uma outra Faris, de outra realidade alternativa. Na realidade é sumamente óbvio que a Faris desse tempo não possa se lembrar de nada, já que não foi ela em si que enviou a mensagem – falha na percepção de Okabe. Shido, que não aceitou a derrota, promove uma emboscada na porta da entrada do evento e Okabe, a fim de defender Faris, é surrado pela gangue. Num breve momento de tensão máxima, Faris parece “se comunicar” com seu outro eu e lembra o conteúdo da mensagem – seria o Reading Steiner “transmissível” via “relações de forte amizade”? O local em que o incidente termina também tem sua parte de colaboração nostálgica, uma vez que ambos tinham conseguido fugir até um restaurante de massas, que na realidade foi construído onde deveria estar o café Nyan². Uma limousine consegue resgatar ambos a tempo antes que o pior acontecesse. O pai de Faris agradece a Okabe sua dedicação e presteza em proteger sua filha.

Ao acordar com seus ferimentos tratados numa cama na casa de Faris, Okabe recebe explicações da anfitriã: ela havia cometido algo terrível contra seu pai antes de uma viagem, a última vez em que se tinham visto. Ela desejara sua morte. Ele, um homem de negócios muito ocupado, tinha prometido passar o aniversário da filha em sua companhia, tendo faltado ao compromisso. Por obra do destino, o avião que seu pai tomou realmente caiu. E foi assim que ela herdou o império Akiha e transformou todo o distrito de Tóquio. Seu D-Mail foi uma mensagem para seu pai impersonando um seqüestrador de sua filha, invenção suficiente para fazer seu pai cancelar o vôo. Como resultado colateral de salvar a integridade de sua vida familiar, a cidade sofreu o maior impacto.

Luka-chan, prefiro o seu final! No fundo isso é profundo: tem gente da esquerda arco-íris que acredita no contrário – que os heterossexuais são o problema e eles precisam ceder a todas as vontades dos seus pretendentes LGBT!

Tendo sido capaz de lembrar seu passado e havendo convivido tantos anos a mais com seu pai, ela sente que “já teve seu presente”, e que não pode roubar contra a morte, pois não se trata, a vida real, de um jogo de RaiNet. Como ela sabia que isso também encurtaria a vida de Mayuri, sua própria amiga, tão jovem, ela opta pelo sacrifício de sua vontade inicial.

O FINAL DE FARIS: JAMAIS VU ISOLADO

Porém, ao ouvir Faris Okabe decide não enviar o D-Mail reparando toda a situação, porque não seria ético envolver mais uma pessoa e seu bem-estar em sua luta contra o destino, já que Suzuha havia sido a primeira vítima, e ele nutria bastante culpa pelo que lhe sucedeu. Ele tentará uma outra forma de recuperar o IBN 5100.

Mayuri is not a goddess! And this is not the anime!

Ele descobre que o pai de Faris vendera o próprio IBN 5100, que possuía, por dinheiro o bastante para iniciar seu próprio negócio. Ele poderia usar o D-Mail para fazer com que Faris o convencesse a fazer o mesmo, exceto que vendendo toda sua coleção de PCs, menos o próprio IBN.

Faris concorda com o plano. O D-Mail é enviado; Akiba volta a ser o que era antes, um bairro otaku. Okabe encontra o medidor de divergência que, para seu pesar, decresceu. Os gadgets do laboratório deixaram de existir nessa realidade. O MayQueen volta a existir; Daru e Mayuri estão no café, mas infelizmente nenhum deles se recorda de Rintaro. Nesse universo, Faris é sua namorada. Haviam se conhecido numa loja de produtos Rainet, ao se enfrentarem. Desde então competem em duplas contra os demais viciados no jogo. Esse foi o preço por salvar a vida de Mayuri. Ao menos, Faris sabe que Okabe tem o Reading Steiner.

8. ANDRÓGINO FRACTAL

Alternativamente, Okabe envia o D-Mail para consertar as coisas e “tornar a matar” o pai de Faris. Akiha volta ao que era antes. Okabe se vê no apartamento de Faris. O protagonista corre para checar se o IBN 5100 voltou ao templo, sem êxito. O medidor avançou, sim, mas não o suficiente para atingir a timeline originária.

O próximo D-Mail da lista seria aquele convertido em mensagem de pager mediante o qual Luka conseguiu renascer como uma garota. Okabe tem de contar-lhe a verdade, o que muito magoa Luka. Ela não teria motivos para acreditar, mas sente um desconforto metafísico persistente e talvez nutra algumas lembranças esparsas de um outro eu de um novo sexo.

No final, após alguma hesitação, Luka concorda em retomar seu corpo masculino, com uma condição: ela(e) e Okabe devem sair para um encontro. Ela se declara. Devido a sua inexperiência, e à própria inexperiência de Kurisu, com quem Okabe havia buscado conselhos, ambos se vêem lendo um livro, How to Date, Como ter seu Primeiro Encontro, numa possível tradução.

Seguindo literalmente as instruções do “manual”, ele e Luka saem para jantar e passear nas ruas, mas os encontros saem forçados e nenhum dos dois se põe à vontade. Luka é muito tímida e diz que está plenamente realizada, para não magoar Okabe. Luka acaba se lembrando de um episódio inteiro de sua “vida pregressa”: um episódio de assédio em que fotógrafos tarados de cosplayers pensaram que ela era “ela”, e não “ele”. Foi a ocasião em que Okabe, passando na rua, protegeu-“o”, tornou-se seu “mestre de espada”, figurativamente falando, e seu amigo, e quando soube que apesar da aparência genuinamente frágil e doce, Luka era um rapaz.

Okabe decide jogar fora as lições do livro no segundo dia de encontro e agir com mais naturalidade e conforme dita seu coração: ele impersona Houin, o que funciona bem melhor para ambos. O encontro se torna, em vez de algo romântico, uma prática com a samidare (espada) – o que é romântico, num sentido particular para a dupla. Luka, contente com o encontro, consegue se lembrar da ocasião em que depositou o IBN numa espécie de cofre público, há poucos meses, a fim de limpar o galpão de objetos consagrados do templo. Acidentalmente, Luka quebrou o computador devido a seu peso significativo. Ainda assim, Okabe pensa que seria uma boa idéia reaver o computador quebrado. Não obstante, os armários do depósito não costumam preservar objetos deixados há muito tempo por clientes que não estão pagando diárias, e ambos descobrem que o objeto já foi surrupiado. Portanto, o desfazimento do D-Mail continuava sendo mandatório. Luka sabe que disso depende a vida de sua melhor amiga. Ambos têm poucos minutos juntos – Luka abraça Okabe e chora em seus braços.

LINK CORROMPIDO & RENASCIMENTO

(O FINAL DE LUKA)

Okabe pensa que muitas pessoas já sofreram coisas indizíveis para que ele tentasse modificar o futuro, sem nenhuma certeza de poder realmente salvar Mayuri. Ele acaba desistindo, sentindo-se, além do mais, atraído por Luka.

Como “presente de despedida”, Okabe passará, ao menos, as últimas horas de Mayuri com ela na ComiMa, o evento de cosplaying que ela tanto aguardou, e para o qual coseu algumas fantasias para os amigos. Mayuri morre asfixiada no fim do evento, no meio da rua, sem qualquer explicação, assim que seu relógio de bolso pára. Nessa versão dos fatos, embora Daru tenha sido uma testemunha ocular, somente Okabe, Kurisu e Luka sabem da verdade. Okabe ficou muitos dias depressivo, não compareceu às exéquias de Mayuri e passou três dias sem comer. Kurisu o consola. Ela sabe que o peso de ser um viajante do tempo é incalculável, e que ele tinha suas razões para não seguir lutando. O que ele tem a obrigação de fazer, no entanto, é seguir vivendo e agir como o responsável pelo destino dos que restaram – e com “dos que restaram” Kurisu quis dizer, principalmente, Luka.

Luka, tão desolada quanto Okabe, em outra plot twist do enredo, decide usar o gadget que permite o time leap ou loop, sem qualquer certeza de que sobreviverá e de que as informações serão entregues a sua consciência, pois ela não desfruta do Reading Steiner de forma pura, como Okabe. Ela só quer voltar no tempo para realizar o último desejo de Mayuri: se vestir com uma de suas fantasias durante o ComiMa.

Após a missão ser cumprida, ambos se recuperam da tragédia, se casam e têm um filho.

9. APOPTOSE SEM-FIM

Okabe, embora com muita relutância, encontra as forças para enviar o D-Mail que fará com que Lukako seja um rapaz na nova velha realidade metamorfoseada.

As lembranças do encontro foram formatadas da cabeça do garoto ex-garota ex-garoto. O IBN deveria estar no templo dessa vez, mas foi roubado do depósito. Arrombaram a porta do local. Era só uma tentativa de “cortar caminho”: Okabe tem mesmo de ir até o fim com seu “extermínio de D-Mails”.

Esse poderá ser um pouco mais complicado, pois necessita de Moeka, a assassina de Mayuri em tantas realidades paralelas, a única “labmem” que não só não é uma amiga íntima de Okabe como não tem paradeiro conhecido, ainda que possa ter voltado a ser uma pessoa inofensiva, quiçá, tendo, ainda por cima, dificuldades de comunicação ou algum transtorno de personalidade. Okabe, com paciência de Jó, explica toda a situação dos time leaps a Kurisu, que novamente compreende e é uma boa consigliere.

Nas ruas, buscando informações sobre Moeka, ou quem sabe trombar com ela, Okabe lembra de repente que em seu primeiro encontro ela informou trabalhar para um jornal ou revista chamado Arc Rewrite. No escritório da publicação, descobre que nunca existiu nenhuma “Moeka”. Mas alguém na redação afirma que uma mulher pediu demissão recentemente, e concorda em compartilhar seu domicílio.

Okabe descobre que uma mulher cometera suicídio no dia anterior, e portanto a casa encontra-se interditada pela polícia. Com um time leap, Okabe volta antes de Moeka disparar uma bala na própria cabeça. Ele vê uma luz do lado de dentro. Não precisa forçar a entrada, porque a porta estava apenas encostada. Moeka estava de joelhos em desespero teclando no celular. Okabe toma seu aparelho e descobre que ela estava enviando mensagens para FBpor que você está desaparecido? por que não envia novas ordens?

Ter roubado seu celular foi o que acordou Moeka e despertou seus instintos mais primitivos. Uma luta encarniçada pela posse do aparelho se desenrola, com Okabe se sagrando o vencedor (pouco crível, a menos que nessa realidade Moeka não seja uma agente supertreinada).

Okabe não perde tempo e faz seu desejo, via D-Mail: garantirá a si mesmo que Moeka não fará o pedido de retomar o modelo antigo de celular. Bisonhamente, o Reading Steiner não engatilha. Ele precisa arrancar a verdade da própria Moeka, pois fôra enganado.

Okabe de algum modo consegue, chantageando-a com a devolução do aparelho, a identidade de FB e a razão de sua extrema lealdade. Ou conseguiria, se Moeka pudesse fornecer as respostas: ela mesma nunca se encontrou pessoalmente com FB, tampouco sabe se é um homem ou uma mulher. Ela se voluntariou após um e-mail de recrutamento. FB queria o IBN 5100. Moeka o retirou do templo e o alojou num cofre, mas FB cortou contato com ela logo após.

Okabe tenta de novo: impersonando FB no SMS, tenta convencer Moeka a não roubar o PC. Nada. Parece que Moeka desconfia, na realidade alternativa, da autenticidade da mensagem. Talvez só descobrindo quem é FB esse D-Mail possa finalmente ser desfeito.

Daru, Okabe e a própria Moeka, convencida pelo segundo, ficam de tocaia no cofre do IBN até alguém aparecer. Após muita espera, Tennouji, o carismático e sui generis dono da loja de TVs, aparece. O IBN foi alojado na antiga casa de Suzuha. Finalmente os homens chamados Rounders, que atacam o lab no “dia D”, surgem. Eles estavam trabalhando para a SERN e deviam deslocar o IBN 5100 para a França. Okabe finalmente abre o jogo com Tennouji: ele sabe que o homem trabalha para a SERN!

Tennouji saca uma arma, põe-se sério talvez pela primeira vez na estória. Admite seu pseudônimo “FB” e alega estar usando Moeka como mero instrumento a fim de obter o computador. Okabe se irrita profundamente pela ironia da vida de Suzuha: condenada a ir para o passado a fim de prevenir o roubo de um equipamento que, no fim, será furtado pelo homem que ela tratou com a máxima generosidade! Tennouji, longe de reagir com insensibilidade, aponta a arma para si próprio e comete suicídio. Sem tempo para enlutar-se, Okabe captura seu telefone celular, com a intenção de usá-lo mais tarde para enviar o D-Mail. Nae não estava por perto para ver a desgraça que aconteceu a seu pai.

Ao subir ao lab e reencontrar-se com Kurisu, Okabe vê uma visita inesperada: Nae… que havia visto sim a cena terrível, saca a mesma arma usada no suicídio e atira em Moeka, gargalhando convulsivamente. Curiosidade: essa cena foi completamente alterada no anime, por razões óbvias. A diabinha ainda ameaça o próprio Okabe, mas sai correndo.

Crendo que Nae não era Nae, por mais que fosse idêntica a ela em aparência, e desejando investigar o mistério, Okabe adia o envio do D-Mail e faz um time leap, o que é arriscado, pois isso o deixa novamente sem o telefone de FB e tendo de explicar as coisas para Daru, Moeka e Kurisu. A revelação final, para sermos breves nesse episódio, é que essa Nae era a filha de Tennouji, que fizera 2700 time leaps de 15 anos no futuro só para se vingar dos “assassinos de seu pai” (e conforme retroagia, pelo visto ia remoçando seu corpo, mas no fim era uma adulta em pele de c..ordeiro, digo, criança). Revela-se que o primeiro suicídio de Moeka, neste capítulo, fôra apenas um assassinato em período mais precoce, i.e., Nae visitara sua residência naquela timeline. A razão de ela ter aguardado para matar Okabe é que ela precisava dele para ter a tecnologia para fazer todos os time leaps que fez a fim de matar Moeka! Sombrio e tétrico!! Com as respostas que (não) queria, Okabe finalmente envia o D-Mail, pois Kurisu participara do plano e assegurara a posse do telefone celular após o suicídio de Tennouji/FB.

(Outra possibilidade se abre, não explorada no anime: essa Nae do futuro deve ter assassinado Mayuri conscientemente empurrando-a nos trilhos do metrô!)

O IBN 5100 surge de volta no laboratório de Okabe Rintaro. Mais um problema, contudo: o último D-Mail envolve a morte de Kurisu, e isso mexe no mais profundo do coração de Okabe, que sabe que a timeline originária ainda não foi alcançada.

10. DERRETIMENTO DOS PARADOXOS

Mayuri está visitando a lápide de sua avó (ou tia? recebi as duas informações de diferentes fontes) e relata ter sonhado com múltiplas e múltiplas mortes acumuladas em um número tremendo de existências paralelas, sempre com Okabe a seu lado tentando prevenir esse mesmo desfecho.

CÉU DE PÓ DE ESTRELAS (O FINAL DE MAYURI)

Essa é a seqüência de eventos em que Okabe privilegia Mayuri e aceita a morte de Kurisu.

O laboratório volta a ter os três membros originais e ninguém exceto Okabe se lembra da existência de Kurisu. O PhoneWave(Temp) não passa de um sonho.

Três horas depois da “hora em que o relógio pára”, Mayuri estava viva e bem. Ninguém conseguira resolver o problemático assassinato de Kurisu Makise que acontece nessa timeline. Enquanto caminhavam na rua, num fim de tarde de verão, Mayuri desaparece. Okabe entra em desespero e grita seu nome. Mas ela só tinha ido comprar duas bebidas geladas por 15 segundinhos. Mayuri escuta uma voz feminina vinda “das estrelas”: ela diz “seja feliz”.

O FINAL DE KURISU

A diferença para este final é que Okabe, mediante tantos diálogos com Kurisu, finalmente percebeu que ela é o amor de sua vida. O sentimento é recíproco; faltava apenas a primeira declaração. Acontece o primeiro beijo do casal.

E não obstante é chegado o momento, sempre no horizonte durante a trama, da volta de Kurisu aos Estados Unidos. Okabe vai sozinho ao aeroporto, pois Kurisu sofreria demasiado se tivesse de se despedir de toda a turma ao mesmo tempo. Kurisu recebe uma câmera desenvolvida no lab de presente.

Depois de voltar para casa e desfazer o último D-Mail observado pelo servidor da SERN, o Reading Steiner é ativado. Daru e Mayuri estão no lab, sem sinais de Kurisu, nem mesmo na memória dos amigos de Okabe. O PhoneWave também desaparece (enquanto experimento científico modificado). Foi a decisão mais difícil da vida do “cientista louco”.

Mayuri sobrevive ao prazo estipulado pelo destino. Okabe decide, então, desmontar de uma vez por todas o microondas e o IBN 5100, só por garantia. Daru pensa que é uma pena que não vendessem um computador tão raro; e Mayuri que o microondas era o artigo mais essencial do lab. Claro que o segundo pode ser facilmente substituído por qualquer microondas do planeta. O arco conclui para Okabe Rintaro com uma forte convicção: máquinas do tempo não são éticas e o ser humano não deve sucumbir à tentação de criá-las.

12. ABRAM O STEINS GATE

Dia 21/8, três semanas após os eventos inaugurais da narrativa, Daru recebe a ligação de uma “mulher misteriosa”. A ligação é passada para Okabe, que descobre ser Suzuha na linha, outra pessoa que evidentemente os demais já esqueceram. Essa é uma Suzuha que acaba de chegar do futuro pós-apocalíptico, mas um futuro ainda pior que o da primeira Suzuha.

Okabe vai, a pedido dela, ao edifício Radio Kaikan, presentemente interditado para a investigação do homicídio de Kurisu Makise. Suzuha está no topo, bem como sua máquina do tempo/satélite.

Na realidade de Suzuha não só a SERN comanda a vida das pessoas como também eclodiu a Terceira Guerra Mundial. 5,7 bilhões de pessoas morreram. Okabe pensa que todos os sacrifícios que ele fez de nada serviram. Ironicamente, Suzuha diz haver uma solução: salvar Kurisu. Essa seria a chave da “timeline Steins;Gate” ou originária, ainda melhor que a timeline alfa, que conduz à Terceira Guerra Mundial. De posse de uma máquina do tempo genuína, Okabe sente-se premido a usá-la em prol da humanidade. Mas a verdade é que Okabe poderia muito bem ter jogado a toalha, sentindo-se exausto de toda sua luta, comportamento que gera inclusive o spin-off Steins;Gate Zero.

Essa versão da máquina do tempo é perfeita, em vez de apenas um protótipo: possui combustível para várias viagens de ida e volta. O destino é o complicado dia 28/7, o mesmo da conferência sobre viagens no tempo. Suzuha, que foi com Okabe, abre a saída de emergência do terraço com sua arma de fogo, o mesmo barulho que atraíra a atenção de várias pessoas àquele dia para o terraço, incluindo o próprio Okabe. Acontecesse o que acontecesse, Okabe não deveria cruzar com seu eu anterior (furos no enredo, já que essa deveria ser uma nova realidade criada pela máquina do tempo!). Okabe medita rapidamente sobre as circunstâncias do dia fatídico. No quarto andar, Okabe, o “novo”, tromba efemeramente com Kurisu, que ainda não o conhece. Ela subia pela escadaria a fim de entender o estrondo no topo do edifício. Como Okabe sabe que Kurisu não confiaria num estranho e suspeitaria de qualquer história, ainda mais de um suposto viajante do tempo, ele entende que deverá emboscar o homicida no local do crime, se quiser evitar que ela morra hoje.

Kurisu enfim surge na escadaria mais próxima do terraço, segurando alguns papéis. Ela aguarda alguém. O doutor Nakabachi, aquele que o primeiro Okabe havia humilhado em seu seminário, aparece e revela ser o pai de Kurisu. A inteligente jovem gostaria de reparar a reputação de seu pai, mesmo que ambos tenham se tornado distantes; ele, presunçoso, pensa que a filha queria apenas roubar suas idéias. O doutor saca uma faca e parte para o ataque prolecida. Okabe intervém na hora certa. A faca cai no chão. Nakabachi pega uma chave de fenda que estava previamente no local. Kurisu desvia das primeiras investidas. Tragicamente, na luta renhida do trio, Kurisu acaba ferida pela faca de Okabe, que tentara ferir o doutor; ela se jogara na frente por instinto; seu sangue respinga no jaleco branco de Okabe ao tentar salvar a vida do próprio pai! Okabe deixa a faca cair e se dirige ao corpo desfalecente de Kurisu, enquanto Nakabachi se preocupa apenas em surrupiar a tese de Kurisu, contida nos papéis que ela carregava (que tipo de idiota não teria um back-up ou forma de identificar seu trabalho acadêmico sem margem a dúvidas?). Kurisu morre e Okabe torna-se duplamente traumatizado ao se dar conta de que o assassino da mulher que ele amava fôra ele próprio! Sorte a do protagonista que ele está numa história de viagem no tempo e de revogabilidade de mortes e circunstâncias “passadas”…

Okabe recebe uma SMS do futuro, um D-Mail, de um deus ex machina que é ele próprio (por alguns minutos ele o ignora, mas sua perspicácia logo liga os pontos): “Assista a TV”, com um link para uma transmissão em tempo real anexo. O conteúdo é um telejornal que informa que o avião de Nakabachi, do Japão à Rússia, pegou fogo no compartimento de carga e caiu. A relevância disso é que o trabalho (sem back-up!) sobre a inviabilidade da viagem no tempo, de autoria de Kurisu, NÃO foi queimado: graças ao raro metal de um Upa, o souvenir parecido com uma pokébola tão amado por Mayuri, o papel sobreviveu, significando que a SERN tentaria pôr suas mãos na tese e, por tabela, que foi o doutor Nakabachi quem achou o Upa que Mayuri perdera dia 28 de julho! O governo russo também não perderia seu tempo em pesquisar as viagens no tempo, já que o documento se encontrava em seu território – e o cataclismo chamado Terceira Guerra estaria cada vez mais próximo…

Suzuha sabia de tudo isso de antemão, inclusive da tentativa frustrada de Okabe. De volta ao presente, ela pede desculpas, mas diz que tinha de ser assim. Ela fôra instruída pelo próprio Okabe do futuro a agir com essa tática de explorar o sofrimento do eu passado de Okabe. Ela indica que Okabe deve ter mais um D-Mail no celular. É um vídeo gravado por Okabe em 2025. Ou melhor: gravado por Houin Kyouma.

O que o Okabe mais velho diz, em síntese, é que é inútil tentar prevenir a morte de alguém. O que devia ser feito era prevenir a invenção da máquina do tempo e maquiar a morte de Kurisu a fim de enganar todo o mundo e até “a si mesmo”. Se esses eventos não se produzissem, o Okabe do futuro, motivado (para consertar o passado) e tendo descoberto a tecnologia para enviar a si mesmo um vídeo longo através do tempo, não existiria (a teoria das viagens no tempo realmente é destroçada pelo enredo nesse ponto, como se qualquer ida para o passado não gerasse mais realidades ou dimensões alternativas e houvesse apenas um espaço-tempo unificado, em que “o que aconteceu, aconteceu”). Ao mesmo tempo, estabelece-se uma grande contradição: ao dizer que Kurisu não pode sobreviver, o Okabe do futuro descreve como ela de fato sobreviverá, pois seu pai – e o próprio Okabe que fala do futuro, em sua adolescência – será enganado quanto a seu estado! O Upa de metal também precisaria estar de fora do vôo, detalhe final que evitaria a Terceira Guerra.

Okabe lembra que, convenientemente, um de seus gadgets pode produzir um convincente sangue hollywoodiano, i.e., uma substância muito melhor que ketchup para fazer-se passar pelo plasma vital. Além disso, ele se prepara para levar um taser consigo, a fim de nocautear qualquer pessoa sem precisar feri-la. Para acrescentar melodrama ao enredo, Suzuha diz que a máquina só tem combustível para mais uma viagem de ida e volta entre passado e futuro. Além disso, a própria presença do segundo Okabe deveria se tornar problemática para esse terceiro – o que os roteiristas decidiram deixar de fora da equação para que o jogo fosse publicado…

Na recriação da cena do assassínio de Kurisu, o alter ego de Okabe, como sempre, é seu último trunfo, em vez da violência. Finjamos que as obras de ficção não estão exauridas desse tipo de clichês!…

Em suma, Okabe apenas usa o psicológico para fazer com que Nakabachi o esfaqueasse deliberadamente, correndo o menor risco possível (se não para a própria integridade, para a vida de Kurisu). Kurisu tenta ajudar, mas acaba nocauteada pelo taser. Nakabashi foge.

Okabe, de forma mais realista do que o imaginado, abre seu ferimento e embebe o corpo de Kurisu em seu próprio sangue.

Um mês depois (que ferimento de faca!!), Rintaro, de alta do hospital, passeia pela sempre calorenta Akihabara. Ele pede que Daru octuplique o broche que Suzuha legou como lembrança da resistência do futuro: cada labmem terá o seu. Mesmo que nessa realidade essa pessoa sequer tenha pisado no laboratório, Okabe não desiste do gesto. Luka, Faris e Moeka são os três “externos” que recebem um broche. Nessa realidade, Moeka é a nova assistente da loja de Mr. Braun, que está vivo e não é FB. Obviamente, a Suzuha deste tempo só receberá o seu quando nascer.

Quanto ao último broche, o de Kurisu… Okabe se depara com ela na rua. Ela estava a sua procura para agradecer o fato do cientista louco ter salvo a sua vida no dia do ataque do pai. Sem bem saber o porquê, ela recebe o último memento do Steins Gate

Lista de agradecimentos da resenha com spoilers:

FUTURE GADGET LAB

https://futuregadgetlab.de

GIZMODO.COM

https://gizmodo.com/ongs-hat-the-early-internet-conspiracy-game-that-got-t-1832229488

JOSEPHMATHENY.COM

REDDIT:

TECHNOCCULT.NET

http://www.technoccult.net/2001/03/29/game-over-for-ongs-hat-and-the-incunabula-papers/

THE RISE OF THE ARG: Games magazine investigates alternate reality games and what the future has in store for the curious experiment

TIME TRAVEL INSTITUTE

https://timetravelinstitute.com/enigmas/john-titor.1/page/john-titor-irc-logs.3

WIKIPÉDIA

https://en.wikipedia.org/wiki/John_Titor

https://en.wikipedia.org/wiki/Ong%27s_Hat

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