aforismos literários (ou “não é verdade…” 2.0)

(apenas subtítulo… decidir para o volume II entre:) A Mosca Filosófica & Outras Estórias… / Onde todos os Uns se reúnem /                                  FM & Outras Estações

A Patafísica Antológica – Recipiente Líq. II/III/IV – The Fly…And Other Detritus // Logo: A Mosca & Outros Detritos como opção…

Os Fundamentos da Patafísica Moderna – Novo A Mosca? – talvez o título para quando lançar esses mesmos fragmentos em livro.

THE BOOK OF S[I]MILES: only funny semi-plagiarized stuff

CILA OU CARIBDE: TIROS CURTOS E FATAIS

Veículo Cerebral Só Visível no Invisível Mapa Mental do Gênio

hagiografia preci[o]sa de minha alma

CABEÇA CHEIA, OFICINA DE DEUS

SEM EIRA NEM BEIRA

O FRASISTA

CADA DOM TEM SUA CRUZ

A CADA DOM, SUA CRUZ

O MONSTRO & O FILÓSOFOUsar a História para compreender a Metafísica. Nunca ao contrário.

O MONGE INVERTEBRADO

filosofia esxotérika

SuperCarbono-14

Mil anos de tempo congelado

tive uma idéia

OH, METAPHYSICS! THEY TRY TO KILL YOU IN EACH GENERATION!

old but G.

sugestões de títulos para meu futuro livro somente de aforismos.

AMOR & MULHERES

Um homem sem mulher é Eterno. Eu sou mortal.

A boa cozinheira à copa não torna. Lugar de mulher é onde ela quiser.

Quem procura não só pêlo em ovo como cavalo em dente e até os próprios ovos não será nunca feliz no casamento…

Quem ama tem prisão de ventre e a bexiga grande, não sente fome, sede, sono ou cansaço. Não há ressaca ou doença, tosse ou espirro, medo ou ânsia. Só êxtase e saudade profunda quando se vira de costas na cama por 5 segundos.

Quem transa por último transa melhor.

ANTI-WORK

Pagar o santo e oco pedágio de cada dia… o tempedágio – vamos despertar hoje porque a nota técnica não irá se fazer sozinha! Ou daqui a pouco… irá!

Eu já havia lido Sartre, mas fui saber o que é náusea quando trabalhei na DRI.

Ele é um WORKABHORRENT.

A aldeia global significa, em última instância, a proletarização inclusive dos ursos polares e pingüins.

Como artistas, não nos sobra nem a energia para terminar nosso quadro.

Preguiça, o Primeiro Não-Pecado dos Meus-Filhos

Dilema ético apresentado ao trabalhador que não se sente realizado no próprio trabalho e tampouco tem a expectativa de se aposentar antes de idade muito avançada:

Se lhe fosse dado escolher (através de um gênio, talvez) entre os 2 seguintes cenários, qual seria o escolhido?

a) Você será obrigado a continuar no mesmo trabalho pelo tempo que lhe resta a fim de se aposentar (digamos, um jovem servidor público com 35 anos pela frente pela regra atual, sujeito inclusive à prorrogação desse tempo previsto na eventualidade de ocorrer nova reforma das regras previdenciárias antes do cumprimento do tempo de serviço), sem direito, por exemplo, a apostar na loteria ou a se beneficiar de qualquer tipo de aplicação ou investimento financeiros que o poderiam aposentar precocemente; mas, em compensação, sua remuneração seria triplicada pelo gênio. Se houver qualquer reajuste salarial, o gênio triplicará os rendimentos na mesma proporção. Você tampouco poderá optar por uma redução ou flexibilidade da carga horária, quando o tipo de vínculo empregatício o permitir, procurando tirar vantagem da remuneração ampliada. Trabalhará, pelo mesmo número de anos devido, o mesmo número de horas que antes, com o triplo do salário, em resumo. Poderá se dedicar a outros projetos de vida no tempo livre.

b) Você será imediatamente aposentado e não terá qualquer obrigação de trabalhar novamente, CONTANTO QUE aceite a seguinte condição: pelo resto da vida, sua aposentadoria equivalerá a 80% do seu último salário (o gênio ainda aceitará corrigir e atualizar os proventos pela inflação, como qualquer governo, mas seguirá a legislação do seu país, i.e., não aumentará sua aposentadoria em momentos de hiper-inflação econômica ou porque seu plano de saúde encareceu, tão-somente quando os outros aposentados sem um gênio tiverem suas remunerações corrigidas, como qualquer outro mortal). O tempo, aquele bem mais precioso, será todo seu.

Se instituíssem uma gratificação de R$0,02 por documento concluído sem erros ortográficos no trabalho, creio que começaríamos a errar mais só para nos sentirmos mais livres e menos escravizados durante as horas de serviço. “E que tem que eu erre uma coisinha aqui, uma vírgula lá? Não sou perfeito, herrar é umano, esse trabalho não poderia me sugar mais!” Assim reafirmaríamos nossa autonomia, evitaríamos ser coisificados um tiquinho a mais. Dou-me ao luxo de deixar de ganhar R$5,20 ao fim do mês mas preservo minha integridade, porque descanso meus olhos de revisões desnecessárias…

Trabalho de 0 a 10: completa ociosidade enquanto se põe sentado, ereto, cara séria porém fazendo coisas não-relacionadas no PC seria o zero; fazendo 5 coisas ao mesmo tempo e de algum jeito cumprindo tudo com esmero. A depender da hora, às vezes com hiato de minutos, tudo isso ocorre múltiplas vezes ao dia.

ANTROPOLOGIA

O animal é o ser cândido: para ele, o domesticável, podemos mentir, sem medo de estarmos agindo mal: tudo vai ficar bem; pois para ele fica. E isso, como um bônus, alivia nossa angústia.

O mais provável é que os indígenas exterminados pelo colonizador britânico tenham lançado uma grande maldição nessa terra desértica de bens e de idéias.

ARTE

Sempre haverá cross-overs existenciais… e pureza de estilo nisso

Um livro escrito nas três primeiras décadas do séc. XX não pode estar livre do vírus chamado Nacionalismo. A fúria do Fascismo já brilha em seus olhos, em seu perfume de palavras, em sua peninha… Tão pequena, ah, ele não tem pena!… (Sobre Unamuno)

O Dom Quixote como o Ramo de Ouro de toda uma etnia…

Ah, os poetas! Ah, nós, ah, eu… Nunca o “eles” nem o “vós”… O perigo de verbalizar TUDO. Eu tenho o emprego dos sonhos.

Os simbolistas franceses como os primeiros modernistas avant la lettre, uma mistura de niilistas conceituais e dadaístas: forjaram uma bolha para se isolarem da forte ideologia progressista do período e criar uma literatura atávica e acusatória.

O balão de pensamentos dos quadrinhos foi a invenção literária mais genial do século XX. Talvez a invenção humana por excelência deste século, tirante o avião.

Não se deveria escrever livros a não ser para dizer as coisas que não se ousa confiar a ninguém.

Alguns escritores, na língua nativa, soam como se estivéssemos lendo alguém num idioma estrangeiro que conhecemos apenas razoavelmente: reconhecemos um sentido aqui, um grupamento de palavras ali, nada mais que isso, mas damos braçadas em sopas de letras insignificantes entre essas ilhas. Um bom exercício de atletismo úmido.

O mal dos românticos. Tuberculose: uma metáfora. Câncer: uma metáfora de um século científico.

O duro é que pra dizer que a Literatura morreu é preciso ser um Artista.

É este humor buraco negro que tanto admiro no meu ídolo Jean Baudrillard. Somos escritores-gêmeos. Não o digo para prodigalizar meu talento, mas nosso temperamento e falsa auto-depreciação são idênticos – talvez eu não saiba, mas modelei os meus nos dele, pois meu primeiro contato com sua obra foi ao redor de sua morte, quando eu chegava a meus 20.

Feias-Artes

Talvez ser poeta não apresente problemas (para o poeta, como sempre apresenta), se o mundo for poesia… Esta é nossa única tábua de salvação, uma hipótese.

Em um tempo infinito, um macaco escreveria Shakespeare ou qualquer outro livro sentado faminto à máquina de escrever. Em um tempo infinito, no entanto, meu pai jamais chegaria a escrever uma nesga de meus poemas, mesmo se alimentando de muitas bananas.

Este livro foi tão ferino que me deixou uma secuela.

A única Carol que era à frente de seu tempo que conheci era inglesa e tinha bigodes!

seria inútil o mundo envelhecer, se não continuasse a errar. Pois a trama deve continuar…

Tradutor discreto: paradoxo. Somos todos demiurgos!

Todo ator compreende quem incorpora? Não seria o inconsciente favorável neste instante? O próprio Hamlet shakespeariano, será que entende o Hamlet-em-si? Ninguém poderia ser Cristo nos cinemas!

Sófocles nunca foi encenado para nós. Bach nunca foi ouvido. Deus nunca disse um “Ai!” ou “Faça-se!”.

O que eu disse ontem já não consigo traduzir! Foi uma inspiração leviana…

(Camus, A Peste, 2008) Eis que até a morte se torna monótona. Sobretudo a morte. É aí que se produz a necessidade de novas coisas. Há a impressão de que a peste não vai acabar. Que sempre sobrarão cidadãos sãos e doutores – estão são homens e também vítimas em potencial! A única coisa que não pára é a burocracia.

(Camus, A Peste, 2008) Assim como uma epidemia, o definhamento econômico, a derrocada de uma velha ordem exigem uma descrição minuciosa. No fundo, os dois casos são iguais: é tudo questão de economia, como é alocado o que resta. “nunca se viu um canceroso morrer de desastre de automóvel”

[jingle publicitário] O ACEITÁVEL, O IMPOSSÍVEL & O RECOMENDÁVEL: Ouvir Megadeth ao vivo (com open bar e de frente para o palco): R$60. Ouvir Metallica ao vivo em condições minimamente palatáveis depois de 10 anos (talvez pela 1ª vez na sua vida, caso você não seja muito velho): R$600. Ouvir Black Sabbath no conforto do lar: não tem preço (ainda bem).

Sou, por exemplo, uma prostituta dos meus clientes (bolsistas, professores), etc. Caso fosse professor de filosofia, a libertadora filosofia!, seria ainda um objeto que cospe respostas aos alunos… Sou um autor, e me gratifico que me leiam, que considerem meu livro como meu eu total. Os inconvenientes e as utilidades de nossa enfermidade ‘Capital’…

FILOSOFIA

Estar tentado é muito melhor que estar logrado.

Quem foi o meu educador? O maior mistério. Eu sou Nicômaco, mas quem foi meu Aristóteles?

A ética a-histórica é o apequenamento da Ética. Psicanálise é o homem menor, último. Ultimado e boçal. Adorno (Minima moralia), p.ex., desespera completamente de qualquer possibilidade de arete no séc. XX.

Não seria a criança ainda um animal, que depois regride?

Sinto-me como um animal na pista de dança, diria o clubber nietzschiano.

Paradoxal: impossível repetir Platão – ou Homero ou Sófocles –, sobretudo porque conseguir imitá-lo seria criar.

A decadência de uma grande nação é, ainda, mais majestosa do que a opulência de uns bem-aventurados temporários, sortudos nanicos.

O Destino tem de querer o homem nobre.

Infelizmente nosso mundo não é digno nem de uma ciência dos astros. Efetivamente cumprimos a profecia de transformar estrelas em pó.

A Bíblia como única leitura da vida de um enorme contingente de pessoas parece o descalabro supremo.

A quem caberia o cetro do ministério na modernidade: o sacerdote, o legislador, o pedagogo ou o filósofo? Nós não podemos reconciliar as especialidades.

Kant reduziu a fé no conhecimento a um mínimo na Crítica da Razão Pura, mas deu uma volta de 180º logo depois. A Faculdade do Juízo pode ser considerada um anexo, pois não retoma o ceticismo moral do 1º volume, apenas estabelece, em que pese Deus, a autonomia do artista. Deleuze faz escândalo da pretensa “revolução de fim da vida” de Kant – mas bem conhecemos Deleuze! Meu máximo respeito: Kant, assim como Nietzsche e Platão, buscava o máximo conhecimento, num nível tremendamente superior aos empreendimentos de Aristóteles e Hegel, p.ex. E foi íntegro nas suas fases tão distintas durante a “trilogia”: como Platão, detectou o niilismo moral-epistemológico passível de nascer da crítica acabada da Razão pura; não só seu imperativo categórico atacou o problema, mas o ceticismo foi revisado da ótica “sobrenatural” do dom estético anos mais tarde…

Em busca do Santo Graal que não reluz como ouro – mas é-o –, o Re-Renascimento.

O egotista é o egoísta religioso, verdadeiro devocionado, altruísta, indiferente a si, ao próprio corpo, melhor dizendo.

Imensa saudade do que não vivi: quando os psicólogos eram necessariamente grandes sábios. Digam-me: como um imbecil pretende tirar conclusões aproveitáveis de um proceso terapêutico em que meu inconsciente é o tratado?!

Aquele que se humilha e ‘o humilhado’ são, a propósito, mundos aparte! Humilhar-se e ser humilhado – nada mais díspar. Antes, poderíamos também dizer: aqueles que são humilhados se exaltam bastante, querendo até ir às vias de fato!

Sobre a divisão esquemática do inconsciente em 2 instâncias arbitrárias (ou da individualidade total em 3 instâncias arbitrárias, com a própria consciência ou eu sendo uma espécie de ‘cópula’ entre o inconsciente e a ‘consciência’ no sentido que se empregava o termo até o séc. XIX – uma grotesca confusão fraudiana!): o super-eu é o conceito mais desnecessário do ponto de vista psicológico, qualquer que fosse a escola a considerar. É simplesmente um refinamento obscuro da palabra ‘moral’, que facilitaria imensamente neste contexto! Tudo isso para ter de entender (se se começa a querer entender esas coisas por Fraud, o que é um grande azar na vida!) ao fim do processo o fato basilar e pedestre de que o eu da PSEUDANÁLISE funciona como a mistura da moral vigente com os instintos animais. A cultura individuada. Ou seja, é como se o inconsciente, esse caos sem forma de onde não se pode tirar nada literalmente como é ou seria, fosse se preocupar em organizar o que é animalesco e o que é “regra de etiqueta” ou “educação inculcada pelos pais”.

O problema do conceito de Übermensch enquanto tal é que ele só funciona em caráter de coletividade.

Alfred Adler como uma espécie de Nietzsche embrutecido para a vulgata.

Dos 3 epígonos da pseudanálise (Fraud, Adler e Jung), Fraud era efetivamente o ÚNICO machista.

PROFUNDEZA DEMAIS NÃO É REALEZA

Torna-te um misantropo, pelo bem social!

O problema do conceito de Übermensch enquanto tal é que ele só funciona em caráter de coletividade.

Nem sempre o bom professor ensina coisas boas. Ou, antes, nem sempre o sábio é bom professor…

Alguns avatares se recusam a evoluir, sr. Hegel… Não venha me dizer que era o estágio final!

Sempre se sabe medir o tempo antes do início dos tempos.

Para Dugin, o comunismo submergiu – eia, enterro sempiterno! O conservadorismo, tradicionalismo, seja lá que nome rupestre e bucólico se dê a essa doença nostálgica, também submergiu… mas não há problema em ressuscitar esse cadáver, nenhum problema, basta querer! Os socialistas, pelo visto, não querem que a força materialista devida! Para ele, aliás, os fundamentalistas islâmicos, que cavaram tão fundo que acharam petróleo, devem ter realmente encontrado a origem ontológica de todos os problemas, numa conversa com os japoneses do outro lado do túnel, digo, do poço! Agora, deixando de esquizopoetizar, é deveras trágico que os muçulmanos, que ajudaram a salvar a sabedoria antiga para renascer entre os ocidentais, hoje sejam seus principais adversários ideológicos, pelo menos na acepção explosiva do termo (não se trata de piada ou jogo de palavras, já que a oposição chinesa é mais resignada e petrificada, durará mil anos se for preciso).

Outra coisa que me chama a atenção: Dugin falar tanto da televisão, em termos quase que bourdieusianos, num livro da década passada! O tiktok vaporizou o campeão olímpico de zapping! Gex é um atleta de elite perto do millennial padrão. Cavano rumo ao abismo, não se pode imaginar nada mais raso: depois disso, começarão a devorar enciclopédias em mosteiros – tem de haver um ponto de flexão em que o buraco negro começa a vomitar matéria!

O tipo religioso não suporta que tenhamos vindo do macaco porque seu inconsciente sabe que é “pior” (melhor, indiferente): SOMOS macacos.

Pior que um autor idiota é um autor idiota perverso. E pior que um autor idiota perverso é um consumidor idiota perverso, o leitor do segundo.

Um retórico engana muita gente. Um retórico num livro engana muito, muito mais.

A gente mete-se à besta de querer sondar e afrontar abismos inexauríveis, inextinguíveis… O que isso poderia fazer, matar?! [Claquete.] [Risadas.]

Se tudo é fútil, nem mesmo tudo é fútil.

Um rei jamais entenderia que tudo é igual debaixo do sol.

Qual seria o sentido de crianças nascendo mesmo após meu nascimento? I.e., do ponto de vista do combate ao niilismo. Porque se, para mim, mesmo os adultos são bebês gigantes com idéias de ter filhos e netos, trancados no ciclo da esterilidade, cuja trilha sonora é um grito estridente duma criança levada que ralou o joelho no parque… O tempo está estacionado na vaga dos deficientes.

Quem se recusa a esperar, espera do mesmo jeito.

Quem espera ardorosamente, na verdade faz tudo menos esperar.

Baudrillard, o eterno canalha indiscordável. O autor da fascinação. Odiamo-lo, mas sempre concordamos com ele. Queremos profundamente que ele não esteja certo, mas pressentimos que está. A pobreza, recorrência e esterilidade – deliberada? Haha, qual a diferença? – de seu discurso nos resume, nos explica. Não podemos sequer simular que o superamos, ele é onipresente. Ele não foi o primeiro discurso branco (white noise, white text, white logos) intentado, mas é o primeiro consumado. Seria uma contradição dizer que é uma singularidade histórica? Ele desafia a máxima do “é possível ser filósofo a qualquer tempo”; estabelece-se como o último. Ou o primeiro de nós. Se ainda é possível não ser um Baudrillard, nascemos na época errada. É possível iniciar de forma diferente, mas ele é a conseqüência inelutável. Quando se tornar velho não será viável refutá-lo, porque então não terá o mesmo sentido a palavra “contradição”.

Kant, O Pataphýsico do Meião

Teleologia das 4 Patafísicas

Fenomenologia Ubuana

Patafísica Concreta

Patafisicismo Histórico-Dialético Positivista

Catecismo Patafísico

Patafisiquismo Empírico

Tu não vales meia metafa – BQT Somewhere

Depois da Ciência Histórica, na velocidade de alguns Hegels, a Probabilidade. Depois da Ciência Probabilística, no ridículo espaço de uns 15min, o link jornalístico sem maquiagem.

Ficarei cego e exorcizado após tudo ter lido. Até um Diogo, um Ueslei, sangue do meu sangue, reprovaria incêndios bibliotecários… Alexandria, o pecado do sapato de ponta fina.

Somos pulgas e a Terra é o caixão-cachorro.

Ah! que pena que nunca nos afogamos!… Mais fácil dizer que nos afogueamos.

Me é absconso o ritmo dos mares!, dir-me-ia um Heráclito lusitano.

O que foi superplantado está sob a terra.

sóbrio elefante e a tartaruga de meia-idade

Onde estão os fragmentos póstumos resultantes da exumação do cadáver do Baudrillard?

Se a história tivesse um fim, esse fim já teria sido alcançado… Um dia me arrependerei dos meus atuais prognósticos e escreverei o livro HEIDEGGER ESTAVA CERTO? A tecnologia nos comeu sem volta. Quem dera Baudrillard estivesse errado…

Secretamos significados como o escorpião secreta seus venenos. Segredamos significados como o escorpião secreta seus venenos. Homem, o grande cretino.

Nada a temer em temer o nada.

Tudo o que vive faz barulho. – Excelente advocacia pelos minerais!

Montaigne é um autor assustadoramente superestimado. Só sabia citar autores antigos. Só sabia ler.

ECCE HONTE: Virtudes se consomem rápido, quão mais virtuosas são em si. Os vícios só se agravam com a idade.

Todos proclamam a morte de Deus, mas ninguém quer exumar o cadáver.

“Eu sou o cartório!”, uma espécie de título de filme com impacto frasal, em que Will Smith não diz que é o homem ou a lenda, mas o único e genuíno cartório: o único de que emanam coisas AUTÊNTICAS.

Édipo é a fusão do torna-te quem tu és com o conhece-te a ti mesmo.

Nós, homens-da-meia-noite. O homem do eternamente retornável, do meio-dia. Para nós tudo é escuro. Demanda-se um novo – e primeiro – Iluminismo.

Nada entre um imprestável e um prestável: aí está a contraposição do ser, Sartre!

Às vezes o que é enxergado como crepúsculo é apenas o preâmbulo do sol de meio-dia.

O ideal de liberdade: quando fatalismo vira uma razão suficiente kantiana.

A vida é uma tragédia para aquele que sente, e é uma comédia para aquele que pensa. O semi-deus já sentiu muito, hoje sente menos, pensa mais no que sentiu. Pensa e ri de coisas ardidas e ardilosas do próprio ontem.

Herói: aquele que se faz passar por ridículo para salvar a humanidade. Logo, ele é o semi-deus dos outros, o herói apenas de si mesmo. Revolta e herói: duas palavras que não sabem andar divorciadas.

Quem morre também se sacrifica por si mesmo. Para que possa nascer na mesma vida.

Maldito deus-homem! Meu destino é praguejá-lo (a despeito de sê-lo).

Pragmatismo vs. heroísmo: a diferença entre o inteligente e o sábio: não se importar em ser prejudicado.

O que Nietzsche diria do homem na Lua?

Não precisa ser um Hegel para filosofar sobre o (filósofo) alemão.

Vemos, num contínuo, como algumas idéias são arquétipos sempre corretos do espírito humano, embora expressos de maneiras distintas e até, na aparência, antitéticas: No princípio era o verbo (Deus) – No princípio era a ação (Goethe). Tudo isso é apenas o devir necessário do cristianismo desde os remotos escritos judaicos da era de ouro aos desdobramentos psicológicos da cultura européia. O mesmo, em menor escala, para ângulos distintos da análise do mesmo fenômeno numa mesma geração, sintetizando perfeitamente um fato: O homem é a medida de todas as coisas – Deus é a medida de todas as coisas.

O nada é a medida de todos os sofismas.

Fariseus reais são os filósofos que caem no poço pensando em transcendências… Fariseus de nome são os banqueiros e moedeiros falsos.

Alguma vez na vida (ou na morte, ou, o que é muito pior, na morte em vida) alguém já vendeu a alma por alguma coisa verdadeira?

Nós os falsos-pedantes somos as PUTAS ÍNTEGRAS de César.

O Mundo como Vício & Delegação

Deus morreu, mas a mesa sobreviveu. I am… I am… I AM!

Todo quartel é um quadrante errado (isolado) da existência.

Qual é a diferença entre uma abertura e uma fechadura? O olho de quem vê. O pathos de quem vê.

A liberdade está nos olhos de quem vê. Obviamente, como o mundo é humano, somos livres. Se houvesse um “terceiro olho cósmico e neutro”, isto é, um tipo de vida fora da vida, perceber-nos-ia como mero fatum.

O PASTICHEIRO E O TRITURADOR: Praxiológicos do meu Brasil! Venho acá para enunciar-lhes exatamente NADA! Com muita pompa e traje de gala!

Talvez só Nietzsche tenha tido a estatura para ser essas 3 coisas ao mesmo tempo: do século XIX, relevante e contra Darwin!

HISTÓRIA

A Europa vive em derrotismo moral há séculos, essa seria a afirmação mais sóbria e próxima da verdade.

Se o Direito romano não existisse, seria preciso inventá-lo, já dizia o ditado…

Um retórico, político, estratego, filósofo e escritor num homem só, algo impossível para nós. (César)

A ARTE DA DETERRÊNCIA: Empurrando as revoluções com a barriga. Temos ainda muita gordura petrolífera para queimar.

Marvel apresenta: O Homem que Congelou a Roda da História

Teria Alexandre realmente feito história? Historicamente feito realidade? Ponha um grande homem na frente de uma criança de 3 anos e veja-o convertido subitamente num pateta universal.

Há duas Histórias completamente diferentes, que a disciplina não costuma diferenciar: a História das Intenções e a História dos Fatos.

Nos torturam com tanta coisa! E por mais que sejam reles e mesquinhas… Tantos reis já perderam a cabeça por tão menos!

LINGÜÍSTICA

O irônico sobre a gramática é que ela é coisa de velho (autoritária mas necessária, porque pervasiva), e entanto só deve ser aprendida enquanto se é novo. Depois não vale mais a pena.

2. [Gramática] Acentuação das palavras. = PROSÓDIA

“ortoépia”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2023, https://dicionario.priberam.org/orto%C3%A9pia.”

Ortoépia também pode ser escrito ortoepia. Que grande ironia, não?

MISCELÂNEAS & COSTUMES

Não sou um samba, mas vim só para deixar saudade…

TESTE VOCACIONAL PARA A VIDA – E SE OSCAR NIEMEYER O FIZESSE AOS 101 ANOS E REPROVASSE?

“meu barbeiro morreu” “meu escritor de cabeceira morreu” Pelé nunca deveria morrer etc.

O fogo só queima porque a carne é combustível.

“Cross his arms” em Inglês tem duplo sentido? Talvez três, quatro (revólveres).

Não se sabe o que é mais irritante, se, numa palestra, ninguém prestar atenção… ou todo mundo prestar atenção.

Um jogo quântico de RPG em que jogar o dado é banal.

Fazer figo da opinião dos outros seria encarnar um deus.

Minha maior ambição é continuar um bom tempo sem ambições.

Um livro não lido é um livro com que lido.

Ironia das ironias, quando enferruja é que o coração humano produz muito mais ouro!

É preciso desistir de algo a fim de verdadeiramente alcançá-lo. (Só os grandes homens entenderão.)

Infelizmente sofro da doença e preconceito chamados espírito do tempo!

A ordem dos pecados não altera o infortúnio.

Para algumas pessoas perguntar ofende, e ofende mortalmente.

Sede implacável com quem não bebe água!

Francamente, nunca estive tão conciso. Não que isso seja ter, ‘pós tantas reviravoltas, pingo d‘juízo.

A cavalo concebido se olham os dentes!

Um ano torna caducos muitos sonhos e ridiculariza muitos pesadelos.

Os hedonistas não sabem o que é tédio, embora passem a vida fugindo, entediados… Talvez persigam uma ocupação, e erram na escolha dos meios…

Eu refundei a maldade.

É preciso saber colher os louros da fama e da vitória, como do ostracismo e da derrota.

Os direitos humanos no sentido não-bolsonarizado do termo recrudescem a cretinice da modernidade.

O que pode ser pior do que uma cidade repleta de pedintes? Uma cidade repleta de cristãos.

Indigesta sociedade, que se cansou de descansar. O dispéptico chato da mesa.

O que é a fome? É o produto da digestão! Mas a digestão ocorre – com fome ou não!

Queres a paz? Toma a paz! Neste “toma” já está implícita a guerra – é uma ordem unilateral.

Dois medíocres não se entendem (tampouco um sábio e um medíocre).

Ora, eu sou a pessoa que merece o meu amor! Não sou pobre em amor! E isso custa caro, se se entende o trocadilho.

a coisa mais difícil é o remorso do inteleito.

Seja expedito devagar, é o que recomendava o imperador Augusto.

É preciso aprender a colher desprezo onde esperas carinho! Depois garfas esses malditos – tudo tem sua hora…

Às vezes a curiosidade ressuscita o gato egípcio!

PEQUENO ENIGMA DA ESFINGE COM RESPOSTA EMBUTIDA:

Quatro coisas que não faltam no mundo: gente lerda e burra rica, gente esperta e inteligente pobre, gente lerda e burra pobre e gente esperta e inteligente rica. Minto! 6 coisas que não hão de faltar nunca: tudo o que vem atrás, mais: gente lerda e inteligente rica, gente esperta e burra rica, gente lerda e inteligente pobre, gente esperta e burra pobre, sem falar em gente ruim de matemática, pobre ou rica!

(O ruim de anotar as coisas é que a gente lembra das coisas! Inconscientemente, já havíamos nos vingado há muito tempo…)

Quando o plot twist é o próprio plot twist!

Jovens são os mais idealistas, mas também são os que mais falam em dinheiro.

Se a gente é o que a gente come, brasileiro não pode viver sem sua feijoada.

Teremos carne que não se putrefaz!

Meu sonho é me matar, mas no sonho não consigo me matar!

Cinco coisas ou pessoas sem as quais não consigo viver: minhas crises de ansiedade, gente que não quer ir a Londres, goleadas de “n” times sobre o Flamengo, revistas que assino mas não leio nem a metade e vampiros (pessoas que, ainda que com muitos espelhos em casa, jamais conseguem neles se enxergar)!

MITOLOGIA

O deus que perdeu o nome próprio, dado pelos homens, morreu. Meruem é aquele que nasce para emanar luz somente quando é batizado. Jeová era poderoso. Deus é só sua corrupção, seu macaco, imitação.

Se formos mesmo filhos de Deucalião e Pirra, derivamos dos titãs, e não nos deuses. Derivamos dos deuses primevos que geraram os deuses; os deuses são apenas nossos irmãos. Somos de uma hierarquia até pré-celestial, vindos diretos do caos e do primeiro relógio organizador do movimento dos astros e da matéria. Perto dos imortais que reinam, somos, quem podê-lo-ia dizer?, gigantes.]

Até a águia de Zeus se desnorteia com o tempo…

O PERIGO DO CIENTIFICISMO COMO RELIGIÃO: Como criticar os excessos e os limites da ciência sem parecer um terraplanista

Não existe o Big Bang. Não existe fora de qualquer círculo “hawkinguiano” (palavra-chave para o físico, arquétipo problema).

“Visível deve se tornar o mundo ainda no menor de tudo: então vós pensais estar ENTENDENDO: essa é a bobagem do olho” Nietzsche

POLÍTICA & LUTA DE CLASSES

MENCHEVISMO vs. TROTSKISMO E REVISIONISMO: O leitor mais crítico e desconfiado me perguntaria: Ora, e qual a diferença entre o menchevique do séc. XXI (partidos de esquerda do Terceiro Mundo da atualidade; partidos europeus da época do pós-guerra, antes da onda neoliberal) e o trotskista? É que nós não escondemos o que somos, somos sociais-democratas, a contragosto e como fato estratégico, por demasiado senso de realidade (não haverá uma revolução local enquanto os EUA derem as cartas no mundo – não diria nem que padecemos de falta de esperança ou ceticismo, somos apenas bons observadores, não pessimistas, mas sábios); os trotskistas só querem a continuação do que está aí, mas mesmo assim se chamam de bolcheviques mais autênticos que os soviéticos mais abnegados em sua época. E cá entre nós: quem não gosta de um Estado do Bem-Estar Social? O problema é que onde há uma Cuba, há Estados Unidos destruindo e boicotando tudo. A China (ou Eurásia) é sim uma boa-nova, no horizonte…

A aristocracia celebra sua própria queda, porque só a aristocracia celebra. Mais, só a aristocracia cai.

“Dianismo” [conceito meu, Princess Diana]: o demagogismo do discurso de ajuda ao próximo, sobretudo às crianças sem pais (pais = dinheiro) do famélico Quarto Mundo. Carência alheia como atalho covarde para a fama. Espetacularização do indigentismo.

Os brasileiros são os maiores leitores de 1984. E é exatamente por isso que os brasileiros são os que menos leram 1984.

Os fascistas não gostam de leques, gostam de rolos compressores. Mente fechada e incinerada.

a pronúncia inicial (talvez seja a denúncia, mas não estou seguro se apreendi os conceitos freireanos nesse grau de qualidade) sempre será proibida. e daí? o mundo é feito de pronúncias em sucessão. há pronúncias tão coletivas que amedrontam os maiores conglomerados de donos dos meios de produção.

Creio que Marx & Engels diriam no mundo de hoje: vê-se que apesar de toda a decadência abissal e contínua, recrudescida em relação a nossos escritos originais, o sistema de produção mantém-se de pé. Algo deve ter escapado de nossas análises, posto que se fôra necessidade que o regime devera ceder neste período, cederia, sem falta. Parece que algo no motor da História indica que a máquina da transformação conseguiu ser parada ou desacelerada consideravelmente, e isso integra quase que uma lei interna do Capital. Nada podemos fazer, não é hora de revolução – se ela ocorre localmente, o sistema de produção em outras partes poderá sufocá-la. E claro está que não ocorrerá globalmente, pois os centros de concentração do poder capitalista não permitiriam, mesmo se houvesse um desejo da maioria massacrante da população.

PSICOLOGIA & PSIQUIATRIA

Na psicanálise todo analista é selvagem.

Isso de <psicanálise genuína> é a mesma coisa de procurar o ramo de ouro chamado CHARLATANICE ORIGINAL, da qual derivariam todas as outras. É inútil.

Doutor Fraude é um charlatão leitor de Goethe que usava sua habilidade de escritor e seu senso de fantasia e ficção para ‘hipnotizar’ (pun intended) as massas, involucrando seu ‘sistema’ com as idéias e modas do momento (daí que numa life span de 50 anos como autor pós-tempos como neurologista tenha fabricado um conteúdo tão versátil que, de década a década, contradizia inteiramente todos os ensinamentos futuros e pretéritos – em outros termos, a melhor refutação da pseudanálise é a própria obra fraudiana, elevada a uma pseudociência hagiográfica pelos psicólogos e psiquiatras facilmente enganados).

Imensa saudade do que não vivi: quando os psicólogos eram necessariamente grandes sábios. Digam-me: como um imbecil pretende tirar conclusões aproveitáveis de um processo terapêutico em que meu inconsciente é o tratado?!

Sobre a divisão esquemática do inconsciente em 2 instâncias arbitrárias (ou da individualidade total em 3 instâncias arbitrárias, com a própria consciência ou eu sendo uma espécie de ‘cópula’ entre o inconsciente e a ‘consciência’ no sentido em que se empregava o termo até o séc. XIX – uma grotesca confusão fraudiana!): o super-eu é o conceito mais desnecessário do ponto de vista psicológico, qualquer que fosse a escola a considerar. É simplesmente um refinamento obscuro da palabra ‘moral’, que facilitaria imensamente neste contexto! Tudo isso para ter de entender (se se começa a querer entender esas coisas por Fraud, o que é um grande azar na vida!) ao fim do processo o fato basilar e pedestre de que o eu da PSEUDANÁLISE funciona como a mistura da moral vigente com os instintos animais. A cultura individuada. Ou seja, é como se o inconsciente, esse caos sem forma de onde não se pode tirar nada literalmente como é ou seria, fosse se preocupar em organizar o que é animalesco e o que é “regra de etiqueta” ou “educação inculcada pelos pais”.

O fanatismo religioso e o positivismo são inimigos de igual monta da psiquiatria dinâmica.

Quem sabe ser viciado em ler não é uma maneira extrema de esquecer quando se tem uma memória muito acima da média.

Essas pessoas que entra década, sai década continuam as mesmas são literalmente zumbis, nada de ser vivo. Não estão cumprindo com o devir. Não sabemos reagir a essas <aparições> diurnas!

Não faz sentido ter dó de um cachorro. Ele não se lembra de nada do que vive. Ele não retém o ruim que lhe sucede… A coisa é diferente se se tratar do seu cachorro.

A diferença entre um presumido e um idiota é que um presumido não se acha de modo algum um idiota!

Como pode alguém ofender alguém de blasé a sério? Que se acredite que se ofenda alguém que nunca se ofende é um atestado de desespero.

Nós solitários somos muito severos especialmente com os de nossa própria espécie; defeito inocente, incorrigível, de nossa natureza.

Todo aquele ou tudo aquilo que socorre o depressivo na hora mais fatal lhe parecerá um semi-deus ou um manjar divino. Uma bíblia diferente no meu criado-mudo… Bible Green and Thin… Two books also. Sans ordre alcune. Post mortem and no resurrection. [Aforismo de fevereiro de 2018. Eu me referia a meu livro de não-ficção favorito, Vontade de Potência, edição verde, de papel de jornal, da Editora Escala, em 2 volumes. Talvez o livro sobre o qual mais gastei tinta de caneta, mais me empolguei, nos meus anos mais duros. Sobre o contexto e os anglicismos, creio que não me equivoco ao traçar a influência de alguns clássicos do heavy metal – Bible Green and Thin… Mean, Green, Killing Machine. . . refrão do Overkill… Grinding Wheel. Ao mesmo tempo, lembro instantaneamente de Bible Black, do Heaven and Hell (Black Sabbath com Dio, 2009). Assim como o Evangelho tem 4 livros, de 4 apóstolos diferentes, o Quinto Evangelho, apelido do Zaratustra – a contraparte poética de VdP -, foi escrito em 4 tomadas por Nietzsche. Mas em edições atuais é impossível encontrá-lo nesse formato. Enquanto que Zaratustra é uma das obras mais meticulosas, com cada verso em seu devido lugar, o VdP é um caos aforismático; depende puramente do editor em qual ordem eles são publicados. Isso porque é obra póstuma, e rezei até missa no aforismo de 2018: este não voltou em 3 dias… Este livro de cabeceira sem dúvida evitou meu suicídio nos meus anos universitários.]

Conhecer certos efeitos inesperados de um desejo não resolvem a equação (mesmo que a psicanálise estivesse certa, ela seria como uma face dum dado de 6 lados, irrelevante, incompleta, incapaz): há sempre outros efeitos adversos ignotos.

O brasileiro precisa ser estudado – O brasileiro precisa estudar – Precisam me estudar – Eu preciso me estudar. Nada diferente desta evolução precisa acontecer. Sou o brasileiro perfeito. Mais megalomaníaco que a própria idéia de brasilidade. Serei estudado em meu estudo de mim mesmo no futuro.

A esperança pode até morrer por último, mas quanto aos ansiosos seus pulmões agradeceriam se eles pudessem assassiná-la de uma vez, pois aguardar sua realização é muito mais agoniante. Podemos nos virar sem ela.

Nenhum ser humano digno consegue viver muito tempo neste mundo sem fazer das tripas coração e vice-versa.

Memórias: Quinta série e brincadeira do compasso… – Não sabíamos, na sala, que as “bics” que terminaram voando pela janela eram resultado de nossas contrações musculares inconscientes…

RELIGIÃO

… Quando alguém não tem o orgulho de ter podido fundar uma religião – ou ao menos de arruinar uma – como é que se ousa mostrar à luz do dia?”

Adão Shepherd Crusoe quis sair de sua Ilha paradisíaca. Ele ia ficar que nem as árvores. Dane-se religião, juramento, prudência, obediência…

É incrivelmente irracional acima de qualquer medida antropológica que Deus tenha sido considerado por longo tempo uma solução, e incrivelmente honesta a previsão de que será impossível uma solução melhor – ou mesmo uma equivalente – aparecer daqui em diante.

Não se enterram deuses impunemente, sabe disso a Filosofia cristã.

Há mais em comum entre bocejos e orações do que a vã filosofia reza.

A zona única chamada Infernéu, o Além-agora.

De nada adianta, porém, abrir um terceiro olho se ele também é cego!

Desde Gutenberg, nenhuma bíblia foi escrita. Os copistas perderam o emprego!

Não é irônico que o Deus que curava aleijados no mercado não saiba dançar?

O peixe morre pela boca porque ele não pratica ioga.

Não importa quão antiga é a estória, sempre havia um sacerdote antes. E o sacerdote manda matar o “escolhido” que nasceu. O mal precede a essência, diria Sartre.

“Adulterando” Nietzsche, A vida seria um erro sem… os Vedas?!

A Síndrome de Estocolmo aplicada em grande escala a um povo se chama Síndrome Babilônica.

Uma etnia tão fratricida realmente precisava inventar um Deus vingador-Deus do amor (no fim é indiferente, desde que unisse as “tribos”). Para o leigo que lê a bíblia, entretanto, monarcas como Nabucodonosor passam como governantes dos gentios, cem por cento pagãos, sem qualquer relação com a árvore genealógica hebraica.

Nenhum olimpo é uma liga, i.e., há sempre rebaixamento e ascensão de semi-deuses e heróis correndo por fora!

Ahura Mazda deriva de ashura, senhor, deus menor hindu. E no entanto os outros deuses são devas, que na etimologia seriam aproximados de dev, demônio. Ou seja: Índia e Zoroastrismo são essencialmente opostos (pode-se dizer que uma religião é a outra de ponta-cabeça). E no entanto estas duas religiões são um contraste absoluto com as noções hebraicas – formando-se um triângulo de oposição entre macro-religiões, a dos judeus a mais contrária e refratária às outras crenças.

Ironicamente, a-gnósticos assume uma conotação extremamente pejorativa se levarmos os gnósticos em consideração!

Nem tudo que é hermético é hermético (haha).

Quem é mais inútil, o Sísifo camuseano rolando sua pedra, ou o Cristo maometano tentando desfazer as confusões do GENTIO acerca do P(r)o(f)eta Milagreiro?

Engastando óculos-de-nuvens infra-vermelhos para poder enxergar o Paraíso Paracelso.