pílulas de reviews rafazardly #10
o que é uma pílula? vários micro-reviews tematicamente relacionados numa só página ou um review único de menos de 800 palavras!
obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!
Por Rafael “Cila” Aguiar
GameCube
Animal Crossing
Dōbutsu no Mori+ (Japão)
F I C H A T É C N I C A
Developer Nintendo
Publisher Nintendo
Estilo Simulador de Cotidiano / Role Playing Game
Datas de Lançamento 14/12/01 (JP), 15/09/02 (EUA), 25/09/03 (EUA, Player’s Choice), 17/10/03 (OCE), 24/09/04 (EUR), ??/05 (EUR, Player’s Choice)
NOTA
8.5
Este jogo é pra…
(X) passar longe ( ) dar uma jogadinha de leve ( ) dar uma boa jogada (X) jogar freneticamente (X) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? Os enjoados de tudo o mais; aqueles buscando uma experiência relaxante. (X) incógnita
Um detalhe curioso é que Doubutsu no Mori+ é a continuação de um jogo de N64 pouco conhecido pelos ocidentais, Animal Forest (2001)na tradução, inicialmente projetado para o próprio console 64 bits da Nintendo (o que justifica a pobreza gráfica e sonora do título, mesmo no hardware subsecutivo) em todas as regiões de lançamento (América e Europa), mas que ficou confinado ao Japão devido ao fracasso estelar do periférico estilo 32X/Sega CD, o 64DD (que um dia merecerá um especial no rafazardly).
Você é um(a) garoto(a) que chega a uma cidade onde os habitantes são animais bípedes falantes, daí o próprio título do jogo. Aí, poder-se-á viver de quantas maneiras se quiser: como um cara honesto que ganha a vida trabalhando como free-lancer e tem um quartinho alugado; um vagabundo nômade; uma pessoa já mais bem-estabelecida que comprou sua casa própria, etc. Realmente não há como morrer de tédio numa cidade como essa, embora o game em si não imponha obrigações ou um roteiro predefinido. Você pode simplesmente matar o tempo caçando insetos, colecionando móveis, roupas, artigos de arte e até robôs, ou fazendo (e perdendo!) amigos, trabalhando (a principal função é a de uma espécie de mercador), curtindo piqueniques e lojas, criando melodias ou até stalkeando os vizinhos só para saber como é a rotina de 24h de cada um… O mais interessante é que seu personagem não sente sequer a necessidade de comer e dormir! Fazer sexo também é uma ação provavelmente proibida no game (“provavelmente” porque, de repente, o gesto fica somente nas entrelinhas!), haja vista a impossibilidade, até onde sabemos, de gametas humanos fecundarem úteros animais!
Talvez o mais nostálgico dos passatempos seja jogar o NES (Nintendo Entertainment System, o primeiro console da empresa), bem como 2 jogos/disquetes do desconhecido no Ocidente Famicon Disk System. Que jogos? Donkey Kong 3, Super Mario Bros., Balloon Fight, Excitebike, Wario’s Woods, entre outros mais “lado B”. E você vai gastar muito tempo tentando zerar todos esses clássicos retrô, conhecendo novas pessoas e lugares e buscando ganhar mais dinheiro de 1001 maneiras… Essa aventura é realmente ilimitada, “e em tempo quase real”, foi o que disse um dos produtores, na época do lançamento, que ainda completou: “Zelda: Majora’s Mask (N64, 2000) era tímido perto da interface de tempo deste aqui. Isso porque em Zelda as pessoas tinham, cada uma, suas rotinas, mas elas só duravam 3 dias. Em Animal Crossing elas têm um calendário bem mais amplo”. Quer alguns exemplos? Certas flores e insetos só aparecem em determinadas estações; o calendário possui feriados (cada um deles baseados no mundo real, na verdade não só baseados como simultâneos a eles, se você não alterar o relógio interno do GameCube para deliberadamente fugir da coincidência…); e, antes de começar a jogar, escolhe-se o dia de aniversário do personagem. Não se surpreenda se fizerem uma festa-surpresa (dica: o nome vem daí: é pra ser surpresa, pô!) e lhe derem vários presentes – mas é bom lembrar do aniversário de cada um de seus cyberamigos, também, ou a coisa vai ficar meio estranha!
Raramente o jogador se sentirá aprisionado a repetições durante os diálogos ou trocas de correspondências ou itens com os animais inteligentes da cidadezinha. De fato, o começo é mais penoso nessa parte, ao contrário de jogos que no prólogo são instigantes e vão ficando enjoativos e insípidos ao longo do tempo – acontece que, no princípio, a cidade de Crossing não tem muitos habitantes, as lojas vendem poucos artigos e seu lar será uma caixa oca. Mais eventos e ações vão se tornando possíveis conforme o novo habitante se familiariza com o entorno urbano. Há inclusive uma opção de interatividade com o Game Boy Advance, que abre uma ilha anexa à cidade onde é possível interagir com uma tartaruga-pirata no melhor estilo Alice no País das Maravilhas. Memory cards de amigos, se trocados, possibilitam um perde-ganha consensual de itens que beneficia as duas partes a longo prazo, pois só dessa maneira 100% dos implementos poderão ser desvendados, além do fato de ser possível 4 pessoas diferentes jogarem no mesmo arquivo/save, pois o mesmo animal que aluga a casa do player 1 tem outras 3 residências disponíveis. Se seus amigos ou irmãos quiserem, poderão criar seus próprios personagens e interagir com os preexistentes, mesmo que nunca em tempo real, e de forma positiva ou negativa (que tal caluniar reputações?).
Balloon Fight
No frigir dos ovos, AC é um Habbo Hotel mais qualificado (mesmo a substituição de humanos na internet por NPCs não significa que as interações serão muito mais previsíveis…), acrescido de temperos de Harvest Moon e The Sims, aditivo até mesmo para gamers adultos.
Agradecimentos a Matthew Gallant, Dave00, Destination, strawhat e Drayco do GameFAQs;
Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Animal_Crossing_(video_game).
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