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o que é antropomoerfismo?

Moe anthropomorphism ou antropomorfismo moe (萌え擬人化 em kanji) é uma aplicação do conceito de antropomorfismo ao já discutido fenômeno moe ou vice-versa, i.e., quando o moe adquire essa tendência (sendo o antropomorfismo a técnica milenar, já presente nas fábulas de Esopo e em inúmeras mitologias – para ficarmos no raso –, de emprestar formas e características humanas, no todo ou em parte, a criaturas ou objetos, i.e., a entes não-humanos). Como o fenômeno moe tem suas mídias de preferência, fala-se de antropomorfismo moe, classicamente, também nessas mídias: os animes, os mangás e os jogos eletrônicos, mas há aparições residuais em outros formatos (vide abaixo).

Algumas das entidades envolvidas nesse processo de desfiguração ou distorção artística seriam: plantas, animais, entidades sobrenaturais (fictícias), quimeras, objetos inanimados, mesmo conceitos (idéias) ou fenômenos (ex: a luz). Algo numa figura moe antropomorfizada sempre serve para resgatar sua identidade original, sendo parte de sua pictorialização. É como aplicar o conceito de cosplay a personagens da ficção, i.e., basear sua criação inteira sobre o conceito de cosplay (alguém que se fantasiasse de sol, p.ex.).

Obviamente esse fenômeno não deve ser levado a sério, nem sequer a meias: seu propósito é evidentemente humorístico e paródico, sem compromisso com qualquer emoção mais profunda – a não ser que coloquemos política no meio (vide abaixo). E o humor desponta, além da confrontação com o inusitado, da personalidade ou traços de caráter emprestados a essas antropomorfizações ou personagens inéditos e inusitados, conectadas em maior ou menor grau com o que o personagem moe está sempre designado a representar. Muitas vezes, claro, essa personalização não passa de algo bastante arbitrário, por ser simplesmente impossível humanizar algo que por definição não dispõe de traços humanos. Se bem que, como somos nós que percebemos os objetos, nós também atribuímos qualquer característica nossa que acharmos apropriado (faz parte do jogo)…

Começamos, já, com uma das ilustrações mais absurdas possíveis, que chocam qualquer um que pela primeira vez com ela se depara: Wikipe-tan, a Wikipédia transformada em moe character (-tan se aplica a crianças). Essa caracterização simplesmente responde à pergunta tresloucada: “E se a Wikipédia fosse uma pessoa, como seria?”. Cabelos azuis costumam representar garotas inteligentes nas ficções japonesas, bem como os ícones que a personagem carrega consigo (espécie de varinha mágica e prendedores de cabelo e broches estilizados de quebra-cabeça) reforçam essa “mensagem visual”. Óbvio que se não fosse uma representação “fofa”, não seria moe, mas uma antropomorfização qualquer (um velho sábio, Platão, por exemplo).

Salvo kemonomimi (tradicionalmente seres antropomórficos com alguns traços animalescos), diríamos que a maioria das antropomorfizações moe começaram como dōjin, i.e., um hobby de nicho, um passatempo de fãs sem maiores conseqüências (fenômeno artístico ou pseudo-artístico amador, não-vinculado à imprensa propriamente dita nem à indústria, o que não impede que material doujinshi, i.e., um mangá que eu mesmo escolhesse publicar, eu que não sou desenhista nem roteirista profissional, seja vendido e movimente muitos bolsos, sobretudo no Japão ou aos que cultivam “gostos japoneses”…).

Dois níveis de representação kemonomimi: a alta arte (juíza Koto, Yu Yu Hakusho, de Yoshihiro Togashi); e uma “arte qualquer” encontrada no google… Orelhas de gato: gatos antropomorfizados ou humanos “gatificados”?

Uma das formas mais remotas de moe anthropomorphization seria a Gundam MS Girl criada por Mika Akitaka em 1982 (um mecha ou, no nosso linguajar mais cotidiano, mega zord, que vira, pela própria vontade do desenhista, uma garotinha fofinha).

Muitas antropomorfizações, assim como o próprio moe mais abrangente, nasceram de postagens no 2channel ou Futaba Channel. Com o passar do tempo, devido à popularidade da coisa, era inevitável que instâncias fossem manifestadas nos mangás e animes profissionais.

ASPECTOS SOCIOLÓGICOS

O crítico de mídia e acadêmico Yuji Sone entende que, como o antropomorfismo de que tratamos aqui quase sempre envolve garotinhas bonitas, isso só pode significar uma explosão da cultura otaku, direcionada, colateralmente, a certas fantasias sexuais manifestadas principalmente na subcultura (ou no escuro do quarto?), i.e., que pelo menos até certo ponto ou certa época constrangiam seus próprios autores, que não demonstravam tais fantasias publicamente (não falo de qualquer reação fisiológica decorrente de ver as imagens, mind you!). O antropomorfismo moe como fenômeno social indica que essa barreira libidinal foi derrubada.

O psicólogo Tamaki Saitō vê o mesmo fenômeno como típico da pós-modernidade, em que todo tipo de arte é submetido à paródia e auto-irrisão (no Japão, efeito conhecido como mitate-e). Pode-se encontrar tanto traços e animações refinadas, em desenhos e jogos, como arte de “baixa qualidade”, desenhos visivelmente fan made, sem muita sofisticação. Não há distinção nesse quesito: o moe humanizado está por toda a parte, em toda a hierarquia dos artistas. Mas o principal, crê Saitou, é a mensagem debochada que os desenhos passam ou almejam passar. Há um “desejo por transformação” subjacente na sociedade; o campo do shoujo (arte feminina) sempre esteve infestado dele, mesmo antes do moe

¹ Não deixa de ser irônico que ainda hoje eu estava vendo o clipe Venus da Lady Gaga, em que a deusa Vênus encarnada pela beldade tem cabelo azul, e depois são citados outros planetas, como Saturn, Jupiter… Menos tributário da mitologia grega que de certas iterações culturais tão mais recentes, portanto! E Lady Gaga reapareçe, ainda no clip, com diferentes roupas e cores de cabelo, indicando que não sei esqueceu das “outras guerreiras mágicas”: podemos garantir que ela bebeu direto da fonte de Sailor Moon, ainda que tenha demorado mais de uma década, já que o anime é de 1993!

TIPOS

Animais

Kemonomimi (獣耳) são incluídos aqui mais como exemplo híbrido, com um pé dentro e um pé fora do fenômeno da antropomorfização moe em si. A própria expressão quer dizer “orelhas de animal” e vem sendo empregado em ilustrações nipônicas há décadas, sem falar que suas origens com certeza remontam à mitologia nacional. Por extensão, às vezes características físicas como rabos ou bigodes destes animais também são inclusas. Mas não se nega que quando a intenção é retratar um animal que subitamente virasse “gente”, o kemonomimi se torna indistinto do moe. Nem só garotinhas, mas meninos-gato têm sido bastante freqüentes em animações. Com menos assiduidade, mas ainda assim fácil de flagrar aqui e ali, meninas-coelho, meninas-raposa, meninas-texugo, meninas-cão, meninas-lobo também embelezam a “fauna artística”.

Uma série com kemonomimi na linha de frente é Kemono Friends, e o artigo seria pequeno para catalogar o número de espécies (algumas até extintas no mundo real) presentes na obra como personagens secundários. Um segundo exemplo marcante seria Uma Musume Pretty Derby, hilariamente focando em garotas-cavalo de corrida. Mimiketto é uma feira doujinshi especializada em kemonomimi.

Criaturas mitológicas e fantásticas

A mitologia, o folclore ou a simples imaginação entram no jogo da antropomorfização, como seria lógico. Esses personagens são chamados de monster girls ou monster boys – não estão longe de youkais com alguns traços humanos (talvez o contrário do kemonomimi?). Às vezes, no entanto, a obra deixa os personagens esteticamente iguais a humanos, guardando para sua psicologia ou certos tiques a parte da “criatura ou besta mágica”.

O game (e também doujin) Touhou Project, cuja primeira aparição é de 1997, seria um produto contendo “humanos completos na fisionomia”, que escondem psychological traits de demônios, bestas, etc. Mangás mais mainstream contemplando o tema são Monster Musume e A Centaur’s Life. Podemos considerar o best-seller Demon Slayer um anime que tangencia essa estética em sua co-protagonista Nezuko, que só exibe feições demoníacas em momentos críticos da trama (mas então ela deixa de ser kawaii-desu, digo, moe, para se tornar… assustadora).

Um exemplo de como franquias famosas podem ser invadidas pelo fenômeno da antropomorfização sem autorização oficial, numa tsunami irreprimida de fan art, é a Bowsette, criada pelos fãs de Super Mario: uma fusão da Peach com o Bowser – ou simplesmente um Bowser fêmea e… bonito! Esse foi um dos top memes de 2018, e segue firme. Um dia é capaz da Nintendo incluí-la em Super Smash Bros. ou Mario Kart, devido ao apelo… O que manda é a popularidade ($$$), por mais que isso ofenda os criadores dos personagens – e, convenhamos, por que ofenderia?! Se nada disso é para ser levado a sério!

Computadores

Ingressando no reino do inanimado, Chobits (2001) e Toy’s iMac Girl (1998), bem na estética “chegada do terceiro milênio” e “obsessão com o tema da tecnologia”, parecem ter sido os primeiros a chegar. Houve um “hiato” até que mais personagens populares que são meninas-ciborgue ou meninas-computador surgissem, como Shiitake-chan (しいたけちゃん) [abaixo], a representação em forma feminina do ícone de parar carregamento do Internet Explorer (R.I.P.)! Shiitake significa cogumelo… alguma razão para o nome?! Talvez um trocadilho com shit (merda de navegador)?

A Microsoft não se fez de rogada percebendo as “receptividades” do usuário japonês e, na versão nipo do Windows 7, incluiu uma personificação do sistema operacional (igual o senhor “clipezinho” aqui do Word que uso para escrever o artigo, ou o mascote das Casas Bahia, ou a Lu da Magalu – ops, não entremos no debate sobre inteligência artificial agora…) no pacote. Ela tem um nome, Nanami Madobe, com gravações de voz da dubladora Nana Mizuki. O péssimo Windows 8 deve ter vendido em mais máquinas, proporcionalmente, no Oriente do que no Ocidente, já que o marketing foi pesado e incluíram uma dupla – deixaram Nanami de lado, mas colocaram & Ai Madobe, com certeza suas irmãs caçulas. Essas meninas digitais são conhecidas atualmente como “OS-tans”, uma sub-categoria de moe anthropomorfized characters.

Muitos softwares e sites possuem a sua própria moe idol. Eu diria que se eu fosse um artista gráfico o rafazardly certamente estaria perto de contar com a sua… ou o seu… Mas o Gon de Hunter X Hunter no ícone da aba do navegador já está de bom tamanho, né, gente?!

Já falamos da Wikipe-tan, mas ainda existe a inteligentemente batizada Moezilla… Os otakus, além de infestarem nossa cultura, também permeiam o antes fechado regime cultural chinês, com a presença da Green Dam Girl, uma autoparódia para quem diz que a China regula e censura todos os conteúdos, com comentários mordazes no meio de suas funcionalidades. Talvez o problema da Europa e dos Estados Unidos seja que ainda não aprenderam a rir de si mesmos à beira do abismo?!

Em 2013 a Microsoft Singapore criou sua OS-tan, Inori Aizawa. E a perversão, se assim podemos chamá-la, segue até os “rivais” mais proeminentes da China (se pensarmos nos provincianos que querem a independência): a Relações Públicas da Microsoft na região semi-autônoma de Taiwan é esta que vem abaixo, Hikaru Aizawa.

Na minha opinião, entretanto, essas vedetes são mais “apresentadoras virtuais” do que o que eu chamaria de antropomorfização moe no sentido que queria explicar neste artigo.

Uma sinopse de tirar o fôlego: “In the continent of Consume, an endless war between rivals: the Segua Kingdom vs. the Ninteldo Empire. Upon his dinosaur steed, the stern Emperor Marcus has led the Ninteldo Empire to near-victory. Now, with the majority of Consume under its control, Ninteldo has Segua up against the ropes.”

World War Blue (mangá) conta uma Guerra Mundial em que cada personagem é um jogo de computador. Por motivos de licenciamento as referências tiveram de ser atenuadas, mas podemos ver claramente avatares de Sonic the Hedgehog, Mario e até Tetris! Sega Hard Girls é a resposta [?] da própria Sega ao moe antropomorfizado: seu jogo com jogos em forma de gente, se me fiz entender.

Direito e Política

O cúmulo do absurdo, ISIS-chan é a representação do próprio Estado Islâmico! Não deixa de ser uma crítica pesada a um tipo de sociedade patriarcal que veda às meninas e mulheres a própria exposição corporal (novamente sou obrigado a lembrar Lady Gaga na equação: em 2009 os indonésios xiitas queriam matá-la por usar burca em algumas apresentações provocativas)

Antropomorfizaram até o artigo 9 da Constituição japonesa (aquele que previne que o país constitua novamente um exército, presente na Lei desde o fim da II Guerra). Nem é preciso dizer que “Artigo 9-chan” é uma garota bem “paz & amor”…

Riben Guizi (日本鬼子) é a resposta do 2channel à forma estereotípica como os japoneses são enxergados pelos chineses mais acéfalos das redes sociais – esse é o momento em que a paródia deixa de ser sutil e uma tese de críticos de mídia e se torna uma ferramenta ostensiva de protesto que pisa no calo da questão da xenofobia!

OUTROS

Mais categorias ou “coisas” que sofrem antropomorfização moe:

Células

O mangá (edutainment?) Cells at Work! representa as células do corpo humano como diferentes indivíduos.

Carvão

Carvão, mas por que carvão? É o que qualquer um se perguntaria. Por ser 炭, tan em japonês, esse é um substantivo e essa é uma matéria nascidos de antemão para trocadilhos infames: conheçam binchou-tan (acima).

Átomos e compostos químicos

Muitos artistas já transformaram elementos químicos em personagens humanos, seja em ilustrações, webcomics ou nos games. Um exemplo notável, entretanto, é o da companhia química japonesa que metamorfoseou o solvente que produz num personagem-mascote. Se a moda pegar nos livros-textos, a matéria de química ficará mais interessante nas escolas…

Países & Geografia

Que tal seu país ou o próprio planeta Terra convertidos em moe depictions? E nem precisa ser com traços japoneses! De qualquer modo, temos outras imagens além dessa fofura que é o Lulinha abraçadinho com a Terra, mais do que grata pelo seu terceiro mandato: Nihon-chan, o próprio Japão; Afghanisu-tan (kudos pelo word-play aqui), como vista abaixo… A lista já “vitimada” pela antropomorfização indiscriminada seria quase tão infindável quanto as nações inscritas na ONU.

De forma mais consistente, estabelecidas no seu próprio metaverso, temos os países de Hetalia: Axis Powers, mangá de Hidekaz Himaruya. Em seu enredo, todos os personagens das guerras mundiais são simples indivíduos. Dessa vez, nada de cute girls: são homens (com poucas exceções, como “a” China). Toshio Miyake defende que o apelo do mangá é duplo: 1) vem da combinação de comédia associada a estereótipos nacionais potencializados pela própria personificação dos personagens; 2) e também da visível e deliberada masculinização dos personagens, como que para conotar o “orgulho nacionalista”, num contexto bélico (até aí, tudo normal e convencional), só que envolvidos em temas, ademais, diplomáticos (que faz parte da guerra) e homoeróticos implícitos. Ou seja: Hetalia consegue se afirmar uma arte paródica duplamente transgressora: fazer piada de tudo (afinal o nacionalismo, quando não é trágico, já é um fenômeno assaz cômico!) e, como bônus, combater preconceitos.

Doenças

Tópico-tabu, eu diria, ou red flag, como dizem os moderninhos, mesmo com toda a liberdade de expressão e ética didática que possuímos e exercemos. Quem foi o insano que moezou o virus Ebola?! Teríamos ido longe demais?! Claro que dessa vez o autor proveio de um lugar muito mais tóxico que fóruns normais ou desenhistas da indústria japonesa: um usuário do 4chan (não confundir com o 2channel – foi o 4c que copiou -pior- o 2c, e não o contrário, sendo a diferença de idade entre ambos os fóruns 4 anos; além disso, o 4c é um fórum ‘edge-web’ – se não deep web, porque perfeitamente acessível, mas cheio de tópicos polêmicos quase sem censura – de otakus estadunidenses, não de japoneses que não fundaram o site com intuitos maliciosos), conhecido por seus conteúdos racistas, xenófobos, homofóbicos e que-tais. Para que não morrêssemos de apatia e desesperança em casa, é natural pensar que anos depois, precisamente em 2020, alguém – dessa vez com intuitos menos cretinos, pelo menos eu gostaria de crer – fez a arte da Covid-chan. Na arte abaixo as duas mais do que controversas figuras-doença tornadas visualmente adoráveis (se bem que a bíblia já fez isso muito, muito tempo antes – eu adoro o Livro do Apocalipse e seus Quatro Cavaleiros, principalmente a Peste…) reunidas.

Comes & Bebes

Habanero-tan é quem representa um prato típico japonês chamado bōkun habanero; e Bisuke-tan são (é?) os biscoitos que a rede de fast food KFC vende em solo japonês. A light novel Akikan! tem latas de refri que podem se transformar em garotas a contento – isso conta como antropomorfismo moe, certo? Gelatinas vendidas por lá também não escapam do moe… Seria mais fácil se perguntar se algo escapa…

Vai uma soja aí? Apesar do ônibus vermelho de dois andares, dá pra perceber que aqui não é Londres – trata-se de Hong Kong!

Períodos históricos

Incluí inadvertidamente uma referência a esse tópico no post original sobre a cultura moe (última imagem).

Eletrodomésticos

O sonho indelével do virjão solteiro – e não é que é realmente o segmento de jogos eróticos que mais explora essa faceta? Games de PC como Like Life e Monogokoro, Monomusume (esquerda e direita respectivamente) incluem máquinas de lavar, alarmes-despertadores, apagadores de lousa, travesseiros (clássica – mas dessa vez não só um desenho impresso na capa!), telefones, kits de primeiros socorros (urgh! melhor que o ebola pelo menos…) e até lixeiras como garotas (o teor hardcore porn deste último game faz até com que a mídia ocidental não o catalogue em databases relevantes de jogos existentes, como o GameFAQs. por mais que elas incluam também japanese exclusives de índole “normal”). Já o mangá 090 Eko to Issho se especializa em mobile phone girls.

Disgusting…

Equipamento militar

Mecha musume são as antropomorfizações bélicas no coletivo: armas, tanques, naves, aeronaves, mesmo mísseis e ogivas… Infelizmente o mundo ainda é obcecado por parafernálias da Segunda Guerra, principalmente as alemãs (vá entender…). Mecha musume são muito vendidas como boneco(a)s-miniatura. Mangás como Kantai Collection e Azur Lane praticamente inauguraram esse filão na mídia impressa. Talvez seja melhor dar liberdade estética total, contanto que o Japão jamais se envolva em guerras no mundo real novamente… Apostemos que essa troca inofensiva pós-1945 siga válida.

* * *

Os exemplos residuais são muitos, mas acho que o leitor já foi iniciado na loucura e tem idade e capacidade de caçar seus próprios “fetiches”, se assim lhe der na telha…

3 respostas em “o que é antropomoerfismo?”

[…] Críticos de mídia geralmente associam o lolicon a uma separação muito mais discernível entre ficção e realidade do que seria permitido, antes de tudo, para que o debate acima referido fizesse sentido. Antes de tudo – a repetição da expressão não é à toa –, o que se quer entender é a sexualidade sui generis daqueles que se enquadram no rótulo otaku (parte desse complexo debate já foi empreendida nos primeiros artigos enciclopédicos desta série no rafazardly, que chega com este post ao terceiro episódio, e faz sua primeira ‘ponta’ ou participação no blog-afiliado Seclusão Anagógica, devido à natureza eminentemente mais filosófica da discussão; os dois anteriores tratavam diretamente do fenômeno moe – recomendo a leitura, aqui e aqui). […]

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