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little princess: marl oukoku no ningyou hime 2 (marl kingdom 2) (ps & al.)

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obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!

Por Rafael “Cila” Aguiar

PS

+ PC, PS5 & Switch.

Little Princess:

Marl Oukoku no Ningyou Hime 2

(Japão, PlayStation)

Rhapsody II: Ballad of The Little Princess

(PC, EUA)

Little Princess+1:

Marl Oukoku no Ningyou Hime 2

(Japão, PlayStation, relançamento)

Marl Kingdom 2

(Ocidente, nome consagrado)

F I C H A    T É C N I C A
Developer(s)
Nippon Itchi Software (NIS)
Publisher(s)
NIS (PS, PS5, SWI), NIS America (PC)
Estilo(s)
RPG > Comédia
RPG > Conto de fadas
RPG > Música
RPG > Turnos
DATA(S) E REGIÃO(ÕES) DE LANÇAMENTO
PS
25/11/99 (JP), 26/10/00 (JP, relançamento), 20/12/01 (JP, PSOne Books), 31/05/07 (JP, PSOne Classics)
PC
29/08/23 (EUA, Steam)
PS5
20/12/23 (JP)
SWI
21/12/23 (JP)

Também incluso na(s) compilação(ões):

Rhapsody: Marl Kingdom Chronicles (PC/PS5/SWI), contend Rhapsody 2&3.

Quem jogar este também poderá gostar de:

(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)

Disgaea: Hour of Darkness (AND/DS/iOS/PC/PS2/PS4/PSP/SWI)

Rhapsody: A Musical Adventure (Marl Kingdom 1) (DS/PC/PS/SWI)

Rhapsody III: Memories of Marl Kingdom (Marl Kingdom 3) (PC/PS2/PS5/SWI)

NOTA(S)

(Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)

7.5 (PS)

9 (PC)

N.A. (PS5/SWI)

ESTE JOGO É PRA…
(   ) passar longe(X) dar uma jogadinha de leve
(X) dar uma boa jogada(X) jogar freneticamente
(  ) chamar a rua toda pra jogar(X) uma incógnita
(X) tipos específicos de jogador. Quais? 
  • Fãs de jogos kawaii que ofereçam – agora sim! – dificuldade sensível;
  • Os “cantores” de PlayStation1 (conceito relativamente único para um simples Role-Playing!).
FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADADe 10h a 60h.

A boa seqüência que ninguém jogou… no hardware original.

Muito antes do arrasa-quarteirão de vendas Disgaea e os combos malucos e caóticos de La Pucelle: Tactics, a Nippon Ichi Software foi a responsável por um charmoso RPG de PSOne desconhecido fora do Japão, Rhapsody: A Musical Adventure, hoje mais evocado entre nós como Marl Kingdom 1, devido às diferentes nomenclaturas de cada episódio, para se chegar a uma padronização. Um jogo fofinho, curtinho, engraçadíssimo e com várias ótimas canções cantadas. Mesmo no Japão o título não chamou muita atenção, graças ao fato inevitável de ser contemporâneos de fortes clássicos da Squaresoft em seu auge, como Xenogears e Parasite Eve, além de fenômenos que exorbitaram qualquer expectativa e devoraram os bolsos dos consumidores, como Pokémon Red & Blue. Talvez devido a isso, RMA, que foi localizado ao Ocidente, houvesse sido também o único da trilogia inicial a receber esse tratamento: Rhapsody ou Marl Kingdom 2&3, de PS1 e PS2, respectivamente, só foram viabilizados para o mercado ocidental no 2º semestre de 2023, graças ao lançamento de Rhapsody II: Ballad of the Little Princess na Steam e, ainda, a coletânea Rhapsody: Marl Kingdom Chronicles, reunindo justamente estes dois últimos, no PlayStation5, Switch e novamente na Steam. Valeu, por parte do consumidor ocidental, a espera de duas décadas?

Little Princess: Marl Oukoku no Ningyou Hime 2 é uma seqüência direta. A trama se dá 14 anos depois da estrela daquele jogo, Cornet, do alto de seus 16, salvar o mundo da bruxa Marjoly e se casar com Ferdinand, se tornando a nova rainha de Marl. Aquela trintona já tem uma filha adolescente, Kururu, assim batizada em honra a uma velha amiga… Ela é a nova protagonista da franquia. Se dependesse de sua linhagem, diferente de Cornet quando iniciara o primeiro game, Kururu estaria tendo apenas aulas de etiqueta e geopolítica a fim de aprender a governar e ser uma aristocrata de respeito – mas nos RPGs não é assim que funciona, e a garota vai dar seu jeito de meter o pé na estrada e ignorar essas “responsabilidades de sangue-azul”… Assim como a mãe, ela ama o perigo e o amor em doses quase equivalentes. Ela tem sede de conhecer o mundo e encontrar um príncipe encantado, não necessariamente um príncipe, isto é, não precisa ser rico nem o monarca de um país, desde que seja encantador! Crea, sua best, filha de ninguém menos que a MVP do 1º título Étoile Rosenqueen, acompanhará Kururu em todas essas estripulias que de fato prometem, para quem já jogou o primeiro Rhapsody… Não podemos esquecer das marionetes: Kururu também sabe manipular criaturas sem-vida através de um trompete, e embora o sistema de jogo esteja reformulado elas continuarão sendo trunfos na manga do jogador para combater os baddies da jornada.

Mesmo sendo um jogo quase “comédia pastelão”, o enredo é um dos pontos fortes, inegavelmente. A narrativa puxará o jogador para dentro da tela. Mas enquanto a primeira aventura era mais “clássica”, embora revertendo o tropo da damsel in distress, apresentando uma arqui-vilã que se apresentava como uma ameaça para o continente inteiro, Little Princess ou Rhapsody 2 complexifica e nuança mais as coisas. Não há um foco narrativo em si, mas um acúmulo de peripécias e eventos. Kururu começa tendo de acabar com o negócio de uns gatos folgados, dançarinos e cantantes nas horas vagas, que gostam de seqüestrar os comerciantes de sorvete que sejam seus principais competidores na venda de sobremesas frias! Viaja aos céus numa aeronave em forma de baleia (!!)… E, finalmente, conhece terras estrangeiras ao Marl Kingdom do primeiro jogo. Muitos personagens do primeiro game, 14 anos mais velhos, dão as caras e poderemos ver o que foi de suas vidas no intervalo. Alguns deles se tornaram pessoas muito sábias, conselheiros em meio-período!

Para nosso contentamento enquanto entidades progressistas, assim como o primeiro jogo, que mostra que protagonista e também último chefe bons não precisam ser homens, o segundo Rhapsody vem com mensagens claramente sintonizadas com os tempos que vivemos, na verdade mais atuais hoje do que em 1999: denunciam-se práticas sexistas e a disparidade no tratamento de gêneros. Sonia, do seu time de playable character, é a única guerreira-mulher do reino de Marl. Mesmo sendo meritoriamente a sucessora do pai, que era o chefe da guarda real, ela enfrenta mau olhado, derrisão, comentários depreciativos e assédio puro e simples, só por ser mulher e cumprir uma função “tradicionalmente masculina”. Ela tem sua jornada de superação de preconceitos e auto-afirmação, ao lado de Kururu, portanto. Ao mesmo tempo, entre os populares, as meninas e mulheres mais humildes do reino, Sonia é tida como uma heroína ou semi-deusa, musa inspiradora. Tudo o que essa fiel escudeira quer, além de poder ser deixada em paz com suas escolhas pessoais, é ajudar Kururu a realizar suas próprias ambições.

Os combates foram bastante melhorados em relação à primeira instância, pois os gamers criticaram e a NIS ouviu. A dificuldade foi aumentada e o grid tático, removido. Para quem jogou o remake de Rhapsody 1 no DS isso já não é nenhuma novidade. Agora há nuances como: skills que custam pontos de HP, o que aumenta a necessidade de pensar em sua utilização; um sistema de magia que é justamente quando se usam as marionetes, que não são mais personagens jogáveis diretamente falando. Kururu e Crea, por exemplo, as personagens fixas do time, podem equipar cada qual 3 marionetes, possuindo uma polivalência de técnicas de ataque e defesa em decorrência de poder juntar 3 guerreiro(a)s como “acessórios”. Outros personagens rotativos do cast poderão equipar suas próprias marionetes, em quantidades variadas. Só com esses elementos já vemos um sistema de batalha mais complexo e ao mesmo tempo mais instigante que o do primeiro game.

Rhapsody II: O Retorno da Panqueca Assassina!

Sem brincadeira, o jogador passará por apertos no nível de dificuldade normal. A mudança não foi apenas questão de receber mais dano dos adversários ou de que eles demorem mais para serem mortos, mas finalmente há a devida exploração dos status effects, debuffs e vantagens e desvantagens ligadas a elementos de magia. RMA podia até possuir os elementos desde já, mas a gameplay dificilmente era por eles afetada. Continuam, é claro, os especiais que nos fazem rir, como a eterna Pancake (vide imagem) e até uma paródia com relação ao Doomtrain de Final Fantasy VIII, um summon de Quistis que levava bem uns 30 segundos de animação para se assistir por inteiro. Dessa vez ser envenenado, ser posto para dormir ou colocado em estado de confusão realmente farão diferença, além da inclusão de novos ailments, como paralisia e charme. Ademais, é possível usar magias a fim de diminuir ataque ou defesa dos adversários, o que Cornet, no primeiro game, já fazia bastante com relação ao próprio time (dar um up nos atributos ofensivos da galera). Usar healings será tão comum quanto em qualquer RPG normal do gênero – e com “normal” queremos dizer “desafiador”. Sem falar que os chefes são casca-grossa de verdade e será preciso adivinhar, p.ex., qual é a afinidade elemental de cada qual, o mesmo que definir seus pontos forte e fraco.

Cada marionete tem, individualmente, vários spells e habilidades que vai acumulando conforme sobe de nível, tendo uma especialidade: ataques a um só alvo, ataques a múltiplos alvos, spells que atacam o status, AoE (Area of Effect, recuperando, num senso, o elemento tático da franquia) ou ataques baseados em certo elemento. Ao contrário do primeiro game, cada um desses ataques mais elaborados custa Inotiums, a moeda de Marl Kingdom. Percebeu o quanto isso deixa as batalhas tão mais pensadas e meticulosas? Nada de abusar da antiga barra de especial, que podia ser facilmente preenchida de novo por checkpoints bem-espalhados e itens baratinhos! Acessórios chegam a custar 3 mil Inotiums, enquanto itens de cura (+HP) saem por 120.

Um defeito que encontrei são os dois postos do quarteto que são dinâmicos e são submetidos a um entra e sai de personagens conforme a estória se desdobra. Como em obras tais quais Final Fantasy II&IV, seu time, salvo Kururu e Crea, mudará de membros incontáveis vezes. Um aspecto irritante dessas trocas, que podem durar, digamos, 10 a 15 minutos em vez de uma hora inteira, é que ao regressar o personagem estará desequipado, forçando várias aberturas de menu repetitivas. Para mitigar um pouco do efeito desagradável os programadores incluíram uma ferramenta de auto-equip, mas se você é bem preciosista na estratégia não aceitará os inputs da CPU! Por último, quem jogou Marl Kingdom 1 e se incomoda com conteúdo reutilizado notará que boa parte da ação transcorrerá no mesmo mapa do primeiro jogo – no entanto, ele está mais detalhado, principalmente nas dungeons, que não parecem mais a mesma tela só com portas situadas em diferentes coordenadas! Dir-se-ia que Rhapsody II é uma seqüência que conseguiu se aperfeiçoar em basicamente todos os quesitos da avaliação (ou, talvez, todos, exceto os números musicais, que mantiveram o mesmo nível de excelência)!

֍

Lista de agradecimentos pela cessão de imagens e informações:

Nesta resenha fizemos uma tradução direta do RPGFan (autor Des Miller). Ainda não tive a honra de jogar Marl Kingdom 2, mas pretendo fazê-lo através da coletânea Marl Kingdom Chronicles pelo PS5 muito em breve!

Ainda assim, obrigado ao HeyPoorPlayer.com por algumas das imagens.

versão 1

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