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eve: burst error (plus) (ps2 & al.)

SUPER-REVIEW Nº 19

REVIEW RAFAZARDLY Nº 1003

RECOMENDADO APENAS PARA MAIORES DE 18 ANOS.

PlayStation2

EVE: Burst Error Plus

+

PC, PC-9801 & Saturn

EVE: Burst Error

F I C H A     T É C N I C A

Developer C’s Ware

Publishers C’s Ware / Himeya / MangaGamer / Imagineer / Imadio / GameVillage

Estilos Adventure, Espionagem, Puzzle, Hentai, Primeira pessoa

DATAS DE LANÇAMENTO:

PC-98

1995 (JP)

SAT

24/01/97 (JP); 07/03/97 (JP-Power Memories Version); 29/08/97 (JP-Premium Pack); 26/02/98 (JP-Desire Variety Pack)

PC

30/05/97 (JP); 16/07/99 (JP-DVD-ROM Version); 1999 (EUA); 26/05/00 (JP-Millennium Box 2000 Vol. 6); 30/09/12 (EUA-relançamento)

PS2

24/07/03 (JP); 17/03/05 (JP-GameBridge The Best)

NOTA

8.64

Este jogo é pra…

(X) passar longe  (X) dar uma jogadinha de leve  (X) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (  ) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? Animófilos; hentaiófilos; pessoas que não ligam para gameplays meio travadas; detetives por natureza; quem curtiu Snatcher e Policenauts mas detestava as sessões de ação em tempo real; quem odeia MORTALMENTE Quake ou Doom e a própria possibilidade de MORRER num game!  (X) incógnita

Vida útil estimada: desconhecida

* * *

As próximas 20 imagens são da versão PC-98 (computador japonês):

Kojiroh é aquele cara que não consegue se manter focado em seu trabalho: está sempre atrás de um rabo-de-saia, sem muito sucesso (a maior parte do tempo)…

Todos nós (o quê? nem todos?!) conhecemos a fama da C’s Ware de lançar hentai graphic novels. Mas um de seus títulos, que surgiu pela primeira vez em 1995 no Japão, não é pornográfico. Bem, não integralmente, de qualquer forma, porque a nudez intermitente está subordinada a uma trama bem mais séria, desta vez. Se foi a falta dessas cenas mais picantes que causou o olvido pelos gamers desta verdadeira gema em termos de plot? Provavelmente! Um “aponte-e-clique até esgotarem suas opções de resposta” (quase) sem insinuações calientes e partes íntimas escancaradas perde seu fulcro de audiência, os japas pervertidos! Embora não tão renomado, EVE:BE é um jogo que vale a pena ser jogado. Então, merece um review (poxa, até tranqueiras merecem reviews!).

Os gráficos são esplendorosos mesmo décadas depois. Não crie muitas expectativas por ver mamilos, embora eles existam aqui e ali (continue lendo a matéria!). Maioria das imagens é estática, num nível de qualidade exuberante (o character design é mesmo estupendo e não deve nada a produções consagradas), como se se estivesse lendo um mangá colorido, mas a calmaria é pontuada por cutscenes. O único downside talvez seja na pobreza da paleta de cores, que não rivaliza com outros epic H-games como Chain. Mas para 1995 (no PC-98) e 1997 (PC, SAT), já tá bom demais (lembrando que no caso do PlayStation2 os gráficos foram devidamente retocados, mas vamos ficar devendo esses gráficos)!

Marina & Mayako: o que era um simples trabalho vira um romance lésbico com a filha do patrão!

Kojiroh & Yayoi: ex-namorados não resistem a um reencontro…

EVE conta com voice actors dos mais qualificados do mundo: Koyasu Takehito, Iwao Junko, Ueda Yuuji… Um conselho para os adeptos da pirataria: se sua intenção é baixar o CD-rip, NÃO O FAÇA, pelo seu próprio bem. Essa versão perde muito neste quesito fundamental que é o áudio. Um detalhe curioso é que você ouvirá as vozes de todos os NPCs, menos dos seus dois PCs (personagens controláveis), enquanto os controla; mas, como um PC interage com o outro (de duas perspectivas diferentes você joga a “mesma cena” – vê-lo-emos adiante!), você ouvirá as vozes de todos os personagens da trama mais cedo ou mais tarde (é que seus dois PCs também serão NPCs em determinados momentos, entendeu?). Isso foi feito porque poderia ser trabalhoso dublar todas as opções interativas de fala a que o gamer tem de se submeter via menus (neste caso, não ouvirá o áudio, mas terá acesso ocular ao texto correspondente à ação).

O enredo pode parecer maçante no princípio, até porque só esquenta de verdade lá pelo final do primeiro CD… Mas decola lindamente a partir daí (em mais dois discos no PC; 3, no Saturn), sendo por si só um motivo para experimentar EVE:Burst. Quem é confiável? O que os personagens pensam por trás da polida aparência? Todos (e os personagens de relevo na trama remontam à dúzia!) têm algo que esconder, e o volume de informações apreendido é enorme. Muitas são inúteis do ângulo de quem “zera” o Adventure, mas contribuem para aprofundar a sensação de realismo. Vale lembrar também que muitas notícias podem não passar de rumores, blefes ou puro engodo inventado por inimigos. O aspirante a detetive e resolvedor contumaz de quebra-cabeças terá um belo dum inquérito policialesco-cerebral pela frente!

Ambientes suntuosos, para não dizer corpos, são a especialidade de EVE

Você manipula duas figuras centrais dentro de uma conspiração de governo de forma paralela e alternada se bem que interdependente, Kojiroh Amagi e Marina Hojo. Muitas vezes você não poderá avançar com A se não tiver feito “x” e “y” controlando B, e vice-versa. Isso é feito para que você não deixe de jogar com um dos dois hora nenhuma. Você vai peregrinar bastante e dar várias voltas pelo mapa de jogo até encontrar o que precisa. O problema adicional desse backtracking todo – além da natural perda de tempo, sentida mais por uns jogadores que por outros – é que ao salvar seu arquivo e reabri-lo você não é levado ao ponto exato em que estava, se teve de salvar antes do cumprimento total de uma missão. Tem de reprisar muitas das conversações até voltar ao mesmo ponto em que havia travado. Nesse ínterim, a tecla Tab (versão PC, óbvio) serve para evitar reler as porções tediosas de texto, mas o recurso não funciona sempre que o diálogo for falado, e a única saída é revivenciá-lo.

Em nenhum outro jogo de qualquer geração, em 2D ou 3D, você vai encontrar mulheres muito melhores que as de EVE!

Entrando em pormenores: Marina é contratada como guarda-costas de Mayako, a filha de um influente embaixador, Mido — já Kojiroh, um detetive freelancer que está mais duro do que pau de tarado no metrô lotado, finalmente vê a chance de coçar um verde (colocar a mão em muita bufunfa, dinheiro, pra quem não pescou a metáfora!) ao ser procurado por um cliente que está atrás de uma obra de arte perdida. Os desdobramentos da narrativa vão deixar Marina e Kojiroh, dois aparentes estranhos, frente a frente, e por incrível que pareça em sintonia de objetivos. A busca particular de cada um (proteger a garota, pistas da localização do quadro) os leva a uma escola para filhos de diplomatas onde certos eventos decisivos têm lugar; mas as interações entre os dois PCs culminam mesmo, ao cabo, na eclosão de uma grave crise política em Eldia, um Estado-nação árabe (obviamente fictício – bem que eles podiam ter feito esse país lembrar um pouco MENOS o próprio Japão, porque nem parece que os personagens viajaram para o Oriente Médio, observando a paisagem e os costumes!).

As 8 fotos a seguir são para a plataforma Windows:

Em suma, EVE: Burst Error trafega da monotonia inicial a momentos mais-que-interessantes mais tarde… Tem gente que não suporta o estilo “elimine as alternativas de menu até não sobrar nenhuma” e não quer ver esse game nem com ninfetas nuas banhadas em ouro; contudo, é inegável se tratar de um script de primeiríssima linha, digno de um bom anime. Até a tradução para o inglês, da Himeya, ficou excepcional, em que pese as inevitáveis piadas recontextualizadas (tem mais humor do que seria o recomendável envolvendo Bill Clinton & Monica Lewinsky!). Só que ao contrário da ambientação de fantasia medieval de Lunar, as piadinhas sobre escândalos sexuais na política contemporânea não soam absurdas, já que o enredo se passa de fato nos anos 90! Ah, Working Designs

Afora o colírio representado pelas imagens insinuantes, não tem muita razão para continuar jogando EVE por muito tempo: até os extras estão ligados à fetichização das beldades, vide a galeria de wallpapers aberta a posteriori no CD3.

Sugestões de games parecidos para os punhetas de plantão: EVE: The Lost One (a continuação direta, PS e SAT, 1998), Divi-Dead (PC, 1998, mesma produtora); Fatal Relations (PC, 1993, mesma produtora), Immoral Study : Yuka Ijima (PC, 1996, ScooP), Love Potion (PC, 1996, C’s Ware novamente; hentai explícito e a gênese da própria série EVE), Kotobuki (PC, 1997, C’s…) e, para quem prefere um pouco mais de agitação entre os segmentos de graphic novel, sem se importar, igualmente, com a sensualidade transbordante, The King of Fighters: Kyo (PSOne, 1998, Yumekobo) é a melhor pedida. Putz, parece que o fim dos anos 90 era o criatório perfeito de adventures (apenas) semi-interativos!

Falas infames, além das imagens…

NOTA: Mesmo com “Plus” no título, a versão de PS2 é a “menos completa” no sentido erótico do termo, já que censura alguns dos elementos mais adultos vistos acima, embora mantenha a gameplay inalterada e ofereça os naturais extras e bônus que o tempo e a tecnologia facultaram.

Eu falei pra não usar salto, vadia!

Rafael de Araújo Aguiar é sociólogo não-praticante e um tanto apaixonado pela forma velha de se programar jogos

Lista de agradecimentos

GAMEFAQS:

setzerkun

HHAZE

MOBYGAMES:

אולג 小奥

Zovni

HONESTGAMERS:

Zigfried

RPGFAN:

Commodore Wheeler

versão 2 – 2014; 2025.

® 2002-2025 0ldbutg8ld / RAFAZARDLY!

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