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kirby: nightmare in dream land (gba)

Game Boy Advance

Kirby:

Nightmare in Dream Land

Hoshi no Kirby Yume no Izumi Deluxe (Japão)

F I C H A    T É C N I C A

Developer HAL Laboratories

Publisher Nintendo

Estilos Plataforma / Puzzle > 2D

DATAS DE LANÇAMENTO

25/10/02 (JP), 02/12/02 (EUA), 26/09/03 (EUR, OCE), 2014 (extinto Virtual Console WiiU)

NOTA

8

Este jogo é pra…

(  ) passar longe  (  ) dar uma jogadinha de leve  (X) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (X) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? O entusiasta de games visualmente encantadores e que não tem vergonha de “fofuras” hiperbólicas!  (  ) incógnita

Kirby: Pesadelo na Terra dos Sonhos é na verdade um remake de Kirby’s Adventure, cartucho revolucionário de 1993 para o Nintendo System. Um remake tão bem-feito que ficou quase irreconhecível para os mais acostumados com as limitações da era 8-bit, que já haviam sido consideravelmente extrapoladas por aquele achievement técnico no fim da vida útil do NES. Explicando rapidamente, Kirby, novo mascote da Nintendo nascido naquela ocasião, é uma bola rosa fofinha cuja principal habilidade é engolir os inimigos para absorver suas próprias habilidades, isto é, um autêntico Morpho (aposto que os jovens não pegam essa referência “B” que gosto de fazer: um x-man filler dum desenho que ninguém com menos de 30 conhece!). No geral, o game tem suas semelhanças com séries como Mario Bros., sobretudo o episódio 3, mas é muito mais fácil de se finalizar (não de se achar TODOS os segredos do cartucho) e podemos dizer que o protagonista é mais polivalente, pois pode, por exemplo, voar sem esforço, ao engolir ar e assimilar as habilidades de quase todo e qualquer inimigo…

A Dream Land do título é a terra natal de Kirby. Ele ficou muito ressentido com o assalto promovido pelo Rei DeDeDe (aqui até o arqui-rival é fofinho): apossando-se do Cajado dos Sonhos, o vilão impede que qualquer habitante deste reino encantado possa sonhar durante a noite! Há 7 regiões controladas por asseclas do Rei DeDeDe (será que ele não consegue fazer DDI? outra piada millennial-boomer) que terão de ser visitadas, no mesmo esquema Mario VS Bowser Koopa. Ao todo, são cerca de 40 fases e há aproximadamente 30 inimigos diferentes, com ataques únicos, que poderão ser plagiados pelo pequenino herói (sem contar as combinações entre esses mesmos poderes!).

O negócio é engolir tudo sem olhar pra trás, como diria seu psicólogo!

Quando não estiver indo da esquerda para a direita, o personagem estará progredindo de baixo para cima, então é mesmo um esquema dos mais simples, altamente indicado para baixinhos, até pela roupagem carismática da narrativa. Os clássicos espinhos no fundo de abismos ou canhões são exemplos de obstáculos que se vai encontrar pela frente. É engraçado como Kirby, se quiser, pode atravessar uma fase inteira sem sequer tocar um adversário! São 6 pontos de vida para gastar e há a chance de pegar muitas vidas no meio do caminho… A bolinha rosa parece gorducha mas é bem atlética: pode nadar, dar vários pulos em seqüência e levitar destramente pelo espaço aéreo.

Leve a sombrinha, porque hoje o sol tá forte!

O indicativo de que Kirby está investido de alguma habilidade específica roubada dos outros é seu chapéu no momento. O talento usurpado pode ser soprar fogo, usar uma espada, se tornar um porco-espinho, disparar um feixe de laser com os olhos e até se transformar em pedra (virtualmente invulnerável). Portanto, por mais simples que seja atravessar os estágios de uma extremidade a outra, o papo é bem diferente no tocante à variedade, que puxa o gamer. Além disso, como em Donkey Kong Country, há o estímulo de não parar até completar 100%, o que inclui acessar portas secretas que levam a itens, mais habilidades e arenas em que as lutas com os chefes podem ser reprisadas.

É festa e só os Kirbies foram convidados…

A Nintendo é uma empresa que sabe fazer remakes, mesmo antes de eles terem virado modinha. Embora a maneira de jogar seja idêntica à da versão NES, na prática cada título é um mundo à parte (e posteriormente haveria o re-remake, também não tratado aqui, porque, novamente, é uma terceira experiência peculiar, no 3DS). No caso, esta Dream Land 9 anos mais recente se aproxima muito mais da perfeição. Os gráficos mal podem ser comparados. Naquele tempo, com o hardware que tinham à disposição (embora o game pudesse perfeitamente ter saído para o Super NES, o irmão mais novo do Famicom), os programadores não podiam onerar demais o cartucho com fundos de tela. O próprio framerate (velocidade da ação) podia ser decididamente prejudicado com isso. Hoje, o papo é outro, e todas as telas que apresentam fundos exclusivamente de uma cor foram substituídas por cenários esteticamente exuberantes. A paleta de cores do GBA é monstruosamente superior à de um console caseiro de meados dos 80. Os personagens foram redesenhados com mais sprites: este Kirby é muito mais vivaz e cativante que o antigo Kirby. Os bosses estão 2x maiores; o fogo muito mais convincente; o efeito de transparência da água é inédito; o protagonista até ganhou uma máscara de mergulho para as situações sub-aquáticas, o que não havia antes; e assim por diante. Há mais canais de som que no “computador para a família” (essa é a significação do nome Famicom), de forma que o portátil-para-o-indivíduo não poderia fazer feio também neste setor. Kirby emite mais “ouchs” e “yays” do que nunca! K:NiDL não chega ao nível de complexidade de Yoshi’s Island ou do último Castlevania no console, mas já apresenta excelência técnica o suficiente (pingos e traços de Metroidvania e quase a mesma excelência técnica).

É cada chefe mais esquisito que o outro…

Mas a mudança mais representativa, ousa-se dizer, do Kirby de uma geração para outra foi a modificação completa de 3 minigames que integram a estrutura do modo para um jogador. Aparentemente, os reflexos dessa alteração não são tão profundos, mas chegaremos lá! Já que os tais eventos foram remodelados, vamos descrevê-los melhor: o primeiro é um duelo entre Kirby e oponentes em que ganha quem atacar primeiro depois da campainha soar; no segundo jogo, Kirby disputa uma partida de “bomb tennis”, isto é, de tênis de quadra com raquetes, com a única diferença de que a bola é na verdade uma bomba que pode explodir a qualquer instante; por último, um skateboarding sobre um arco-íris não vai nada mal. O que impressiona, realmente, é que em todos os três minigames Kirby desafia três outros competidores, que podem ser simplesmente novos Kirbies de cores diferentes, controlados por humanos! Isso mesmo: há suporte multiplayer para até 4 jogadores, mesmo com apenas um cartucho. Mas, se todos possuírem seu próprio, o cabo link permite que todos interajam para finalizar juntos o modo principal, dividindo espaço na tela (embora sejam 4 telas e cada um disponha livremente da sua, obviamente todos sempre estarão agrupados no mesmo local de jogo, muitas vezes em número maior que os próprios inimigos)! Um co-op brutal!

Exploradores menos exigentes que querem algo mais light que um intrincado Metroid Fusion, por exemplo, deveriam arriscar. Os jovens de idade ou de espírito, que adoram ambientes, estórias e bonequinhos meigos, também. Os veteranos que jogaram o cartucho no hardware original, esses nem se fala!

Enfrentando uma pokébola? Dois anos antes de Pokémon!

Agradecimentos a Frank Provo

Por Rafael de Araújo Aguiar

versão 2 – 2012; 2023.

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