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castlevania: harmony of dissonance (gba)

Game Boy Advance

Castlevania:

Harmony of Dissonance

F I C H A T É C N I C A

Developer Konami

Publisher Konami

Estilo Metroidvania

DATAS DE LANÇAMENTO:

GBA

06/06/02 (JP), 16/09/02 (EUA), 11/10/02 (EUR), 03/11/05 (JP, Konami The Best)

WII U (Virtual Console)

16/10/14 (EUA), 21/01/15 (JP), 19/02/15 (EUR, OCE)

Também incluso nas seguintes compilações:

Castlevania Advance Collection (PC/PS4/SWI/X1)

Castlevania Double Pack (GBA)

NOTA

8.5

Este jogo é pra…

( ) passar longe ( ) dar uma jogadinha de leve (X) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente ( ) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? O maior interessado em replicar a experiência de SoTN em menor escala. ( ) incógnita

C:Harmonia da Dissonância é o segundo capítulo da série Castlevania para Game Boy Advance. Como um portátil de capacidade gráfica limitada, calhava bem ressuscitar o espírito dos side-scrollings no aparelho. Por outro lado, não era essa limitação tamanha que fizesse figura feia diante, por exemplo, de clássicos eternos como Symphony of The Night, lançado 5 anos antes para o 32-bit doméstico da Sony. Sim, uma vez que a indústria dos games caminha a passos de gigante, seria muito simples repetir num portátil o que havia sido feito de forma primorosa para usuários que tinham forçosamente de empregar energia elétrica e um monitor de televisão a cada sessão de jogo, coisa que não é necessária num GBA! Nem a falta de teclas do aparelho representaria qualquer problema, como veremos…

Cronologicamente, Harmony vem muito antes de Circle of The Moon (2001) e é o nono da saga. Não há dificuldades para entender o enredo. Na verdade podemos dizer que a estória é sempre a mesma, com variações de nomes – e no caso o inimigo é sempre o mesmo (se não for Drácula, trata-se de um mago querendo ressuscitá-lo!). O protagonista é o interessante Juste Belmont, neto de Simon Belmont, o herói do primeiro Castlevania, lançado como Vampire Killer no início dos anos 80! Os Belmont são os aniquiladores de vampiros malvadões por excelência, pois receberam esse dom/carma da Providência, e contam com um chicote abençoado capaz de reduzir qualquer imortal a pó.

MECÂNICA

O whip (chicote) de Juste é mais do que suficiente para lidar com a corja comum a curta distância. Inimigos um pouco mais elaborados ou à distância demandarão a arma secundária, mostrada através de um ícone no canto da tela. Esse é o resgate de uma tradição castlevaniana que ficou um pouco de lado em Circle of The Moon, porque nele a arma primordial nem sempre era o chicote. Embora se possa torná-lo mais longo e mais danoso, as características dele não saem da essência, e o fã mais antiquado de Castlevania reconheceria um Belmont até da lua, se olhasse de luneta para a Romênia! O chicote pode ser inclusive desferido ou manuseado em todas as direções (as 4 normais mais as diagonais) – habilidade que data dos tempos de Super Nintendo (Castlevania IV) –, mas, como ao utilizar o chicote em direções diferentes o protagonista fica “congelado” durante saltos, o ataque deve ser bem estudado, já que em alguns momentos o gênero Plataforma (calcular saltos e evitar os abismos e obstáculos) predomina.

O principal toque adicional foi o sistema de magias, que apesar de simples de entender e usar é robusto. Vários livros de mágica elementar estão espalhados pelas fases, bastando coletá-los para se tornar seu dono. Magia fortalece o efeito das armas secundárias (que não fogem do esperado num Castlevania: o crucifixo-bumerangue, o machado, a água benta). Como sempre, só uma arma secundária por vez pode estar com o herói, adicionando estratégia à ação.

Quanto à movimentação do personagem, sem dúvida a maior de todas as vantagens é a dash, isto é, um movimento de corrida executado com os botões superiores do Game Boy (L e R): atravessar a tela ou evitar inimigos se torna moleza. Nunca um Belmont (nem mesmo Alucard, o filho do Conde Vlad!) foi tão ágil… Seria sacanagem pura comparar a movimentação dos jogos atuais, e dos Castlevania anos 2000, com os 2D oitentistas ou Castlevania I! Apenas cuidado para não ferrar as frágeis teclas do seu aparelho…

O progresso do jogador depende da obtenção de relíquias especiais espalhadas pelo castelo do vampiro, sem as quais estaria vedado o acesso a muitas das áreas. Desde Symphony of The Night, ir e vir entre os cômodos se tornou rotina, perdendo o sentido falar de “fases”, uma vez que o avanço não é tão linear assim. Habilidades como o pulo duplo, o super-pulo ou escalar proporcionam a Juste cada vez mais autonomia para buscar aposentos ou jardins secretos… Para quem tem um pouco de curiosidade, o primeiro game 2D que se apresentou um pouco mais complexo que os side-scrollings padrões, exigindo itens e vaivéns do gamer, foi Metroid, de 1986, que encantou os jogadores do Nintendo System. Pelo visto, a Konami soube o que fazer com essa herança!

Harmony of Dissonance está mais próximo da harmonia que da dissonância no nível de dificuldade: os níveis apelões de Circle of The Moon foram descartados em prol de uma jogabilidade mais light. Juste se torna cada vez mais forte diante dos inimigos, e se o gamer preferir permanecer no mesmo local massacrando os mesmos inimigos até subir em experiência, poderá fazê-lo sem problema algum. Os chefões podem até assustar pelo tamanho (mais na parte Gráficos), mas a técnica de dash e a memorização da forma como eles atacam evitam que se passe por maus bocados.

O design do castelo é talvez o maior charme da franquia, ao lado da trilha sonora gótica. Dos últimos Castlevania até a chegada desse título no mercado, esse é um dos castelos menos complicados de se explorar. No começo, porém, um certo estranhamento é normal. Usar o mapa pode não ser tão satisfatório, uma vez que ele prescinde de maiores detalhes e pode levar Belmont a constrangedores becos sem-saída… ou grandes tesouros – não há uma regra, vê?! O mais inconveniente mesmo é trocar a tela de ação pela tela do mapa, o que freia um pouco o ritmo das chicotadas. As ações vão ficando mais imediatas quando os primeiros portais que dialogam entre si são finalmente destravados, para que o jogador se teleporte num piscar de um extremo a outro da gigantesca moradia do Conde. Há ainda os tradicionais portões que levam para localidades desconhecidas. Muitos corredores escuros não precisarão ser visitados uma segunda ou terceira vez assim que o gamer estiver craque na arte de “cortar caminho”.

Há uma espécie de “castelo invertido” no título (para imenso regozijo dos fãs de SoTN), embora não seja ao pé-da-letra “colocar o chão no teto e o teto no chão”: a dada altura, o jogador poderá acessar uma dimensão paralela, ainda dentro do castelo, que apresentará os “mesmos” locais em uma roupagem bem diferente. Dependendo do que o gamer deixar ou não de fazer, pode chegar a finais alternativos. Não ocorre nenhuma mudança tão radical no roteiro, às vezes apenas nos diálogos, mas não deixa de ser charmoso ir atrás de todas as finalizações. O melhor final destrava um personagem secreto, Maxim. Como Richter, em Symphony of The Night, o rapaz pode explorar o castelo de Drácula de uma maneira que os controladores de Juste nem poderiam sonhar… Agradeceríamos se ele fosse selecionável mais cedo. Não contente em controlar outro matador-de-bestas, o jogador pode acessar um novo modo de jogo assim que obtiver todos os finais: desafie todos os chefes em seqüência com a mesma barra de life no endurance! O tempo de jogo varia de 10 a 15 horas, obviamente menos que no PlayStation, mas o castelo já está enorme o bastante!

GRÁFICOS

Uma evolução foi pinçada desde o um ano mais velho Círculo da Lua. Trata-se de uma das melhores imagens do aparelhinho da Nintendo. Apesar do pulo “flutuante” de Juste não convencer, a animação do personagem é rica. Um grande demérito de Circle foi eliminado: como o GBA tem carência na auto-iluminação da tela, os ambientes soturnos do castelo desse game desfavoreciam a visibilidade do jogador; dessa vez os cômodos estão mais iluminados e coloridos, e nem por isso Castlevania ficou descaracterizado! Além disso os personagens foram aumentados, para que não houvesse nova chuva de reclamações. Há até certa aura, ou contorno, no nosso personagem, o que lembra um herói atingido num jogo no momento em que pisca e se torna invulnerável por 2 ou 3 segundos. Com certeza isso foi feito para que, numa tela cheia de monstros Juste continuasse perfeitamente distinguível. Os chefes de fase, bem como os fundos de tela, são quesitos para elogiar à parte. Você pode dizer a hora exata em que o Minotauro sacudirá sua bola-de-ferro ou quando algum ataque formidável está sendo preparado pelo inimigo descomunal. Obviamente, muitas presenças são repetidas, porque os vilões na série forçosamente reaparecem: a Morte, a Medusa, etc.

SOM

O maior problema com esse cartucho é o hardware para o qual foi desenhado. Infelizmente o departamento sonoro é onde o Game Boy é “menos advanced”. As composições em si não devem em talento, elegância e inspiração às dos antecessores, mas a saída de som pobre as torna menos apreciáveis. Por incrível que pareça (talvez pela quantidade de informações extras na parte gráfica e no layout das fases), o som está pior que em Circle of The Moon. Os efeitos sonoros também parecem abafados. Curiosamente, é aqui que a dissonância é mais discernível que a harmonia!

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por incrível que pareça, ainda ficou faltando dizer algo de vital importância: é possível dar save a qualquer momento. Vamos supor que uma emergência obrigue o jogador a desligar o videogame em menos de 1 minuto – sem problema, ele poderá retomar a exploração, embora dando respawn na última save room acessada, com todos os dados como itens e pontos de experiência obtidos até o último segundo antes do quick save preservados, sem a agonia de achar um checkpoint morrendo de pressa na vida real… Além disso, amaina em muito as conseqüências de uma morte muito longe do último save físico, que era a única forma de fazer o back-up dos dados no próprio game que serviu de template para este, SoTN. Isso ajuda demais a fidelizar a clientela. Um Castlevania é quase sempre uma boa pedida. Um Castlevania de bolso feito com esmero, cheio de elementos nostálgicos, então… é – além de prático – entretenimento garantido!

Agradecimentos a Jason Venter do honestgamers.com e Greg Kasavin do gamespot.

Por Rafael de Araújo Aguiar

versão 3 – criado em 2012, editado em 2021 e 2022.

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