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r&b contemporâneo

traduzido do wikipedia

Contemporary R&B (ou simplesmente R&B) é um gênero musical popular que combina rhythm and blues com elementos do pop, soul, funk, hip hop e música eletrônica.

O gênero é caracterizado por processos de gravação e produção bem próprios, com arranjos vocais bastante trabalhados e fluidos. Influências da eletrônica e o uso de batidas inspiradas pelo dance ou hip hop são bastante freqüentes, embora haja uma domesticação da maior aridez do hip hop. Os e as vocais de Contemporary R&B costumam usar melismas (várias repetições da mesma nota para compor a sílaba), e desde meados dos 80 o R&B também se funde com aspectos meta da cultura hip hop e pop, confundindo-se com o espectro da música pop como um todo.

Os precursores

De acordo com Geoffrey Himes (1989), o movimento do soul progressivo do começo dos 70 “expandiu os limites lírico-sonoros do R&B de formas jamais vistas anteriormente, e nunca mais testemunhadas”. Esse movimento foi liderado por cantores, compositores e produtores tais quais Curtis Mayfield, Marvin Gaye e Stevie Wonder. As produções de Norman Whitfield no Motown Studio, o selo de Gaye, também foram pioneiras em estabelecer vocais soul e ganchos simples de rhythm and blues mais antigos contra backbeats nas harmonias mais modernas, junto com influências de sons de orquestra, o que ampliava a textura da música. Os próprios álbuns de Gaye (cfr. What’s Going On, 1971) passaram a incorporar elementos do jazz, tornando o R&B cada vez mais eclético e menos redutível a fórmulas.

Mas o precursor mais próximo ao R&B contemporâneo tem de ser mesmo Michael Jackson, já na era disco, final dos 70. Ele e também Quincy Jones adicionaram elementos de electronica ao som pop do período, criando uma dança de pista ou de chão (dancefloor) muito mais acessível para o grande público. O primeiro resultado mais claro dessa tendência foi Off The Wall (1979), que, de acordo com críticos como Stephen Thomas Erlewine (Allmusic.com), “foi um disco visionário, achando um novo mundo de possibilidades para a disco music em que as batidas continuavam distintas e sobressalentes, mas em que o foco principal passava a ser a harmonia e a melodia, tudo compondo uma colcha de retalhos de sons limpos e luxuriantes de baladas e de cordas, mais soul, mais pop, mais soft rock, mais um funk hipnótico, tudo ao mesmo tempo agora”.

Já Richard J. Ripani escreve que Control (1986), de Janet Jackson, foi “tão importante [quanto M. Jackson] para o desenvolvimento do R&B por inumeráveis razões”, uma vez que ela e seus produtores, Jimmy Jam e Terry Lewis, “forjaram um novo som que funde os elementos rítmicos do funk e disco com altas doses de sintetizadores, percussão, efeitos sonoros e a sensibilidade do rap”. Ripani complementa: “O sucesso de Control levou instantaneamente à incorporação de rasgos do rap em quase todos os álbuns relevantes do pop nos anos seguintes, mantendo Janet Jackson como uma atriz relevante na cena por anos a fio”. Naquele mesmo ano Teddy Riley começou a produzir R&B com levadas mais hip hop. Esse casamento (hip hop + R&B) foi batizado de “new jack swing” e adotado por artistas como Keith Sweat, Bobby Brown, Johnny Kemp e Bell Biv DeVoe.

Anos 90

Usando faixas de fundo inspiradas no hip hop, Mary J. Blige criou um subgênero ou rótulo chamado hip hop soul, com a ajuda do produtor Sean Combs.

Durante o transcorrer da década, The Bodyguard: Original Soundtrack Album, de Whitney Houston, vendeu mais de 45 milhões de cópias mundialmente, tornando-se a trilha sonora mais comprada de todos os tempos. O álbum epônimo de Janet Jackson, de 1993, que veio depois da assinatura do contrato multi-milionário com a Virgin Records, vendeu 14 milhões. Boyz II Men e Mariah Carey gravaram incontáveis hits da Billboard Hot 100 então. Alguns exemplos: One Sweet Day, colaboração entre ambos, que ficou por muito tempo no topo, batendo recordes; um remix do próprio single de 1995, Fantasy, por Mariah, estrelando Ol’ Dirty Bastard. Carey, Boyz II Men e TLC gravariam um álbum de autoria tripla entre 1994 e 1995, Daydream.

Mais para o final da década o neo soul, com mais elementos do soul setentista, chegou, propalado por artistas como Erykah Badu, Lauryn Hill e Maxwell. Hill e Missy Elliott foram apagando as linhas cada vez mais difusas entre o R&B e o hip hop com álbuns com pés em ambos os estilos. A partir de 1995 o Grammy passou a premiar o melhor álbum de R&B. O segundo de Boyz II Men foi o primeiro premiado. Depois o Grammy seria dado para TLC (CrazySexyCool, 1996), Tony Rich (Words, 1997), Erykah Badu (Baduizm, 1998) e Lauryn Hill (The Miseducation of Lauryn Hill, 1999). No fim de 1999 a Billboard Magazine ranqueou Mariah Carey e Janet Jackson como a primeira e a segunda artista mais exitosa da década.

Concomitantemente, na segunda metade dos 90, The Neptunes e Timbaland gravaram material que lançaria precedentes para o R&B e hip hop das décadas por vir.

Anos 2000

Robert Christgau escreveu em 2003 que o R&B moderno é todo sobre “textura, atmosfera, feeling – vocal, instrumental e rítmico -, articulados na dose correta”. O começo dos anos 2000 foi ótimo para a urban music, que emplacou vários sucessos com features e crossovers na parada da Billboard na época da virada do milênio.

Em 2001, Alicia Keys lançou Fallin’, single de estréia, chegando imediatamente à liderança da Billboard 100, Mainstream Top 40 e Hot R&B/Hip-Hop Songs, 3 dos rankings mais bem-estabelecidos para o gênero. Venceu 3 Grammys em 2002, Canção do Ano, Melhor R&B e Melhores Vocais R&B. Também recebeu nominação para Álbum do Ano. Beyoncé surgiu na cena internacional com seu primeiro álbum-solo, Dangerously in Love (2003), vendendo 5 milhões de cópias nos Estados Unidos.

Confessions (2004), de Usher, vendeu 1.1 milhão na primeira semana de lançamento e mais de 8 milhões no decorrer de 2004, tendo recebido o certificado Diamante da RIAA. Em 2016 seu álbum já tinha vendido mais de 10 milhões de cópias só nos EUA e mais de 20 milhões no planeta. Confessions teve 4 faixas consecutivas na posição 1 da Billboard – Yeah!, Burn, Confessions Part II, My Boo. Em 2005, Usher venceu 3 Grammys.

Em 2004, todas as 12 canções que lideraram a Billboard em algum momento eram de artistas afro-americanos; 80% delas eram R&B. Depois da onda Usher, vieram a onda Outkast, com Hey Ya!, a onda Snoop Dogg, com Drop It Like It’s Hot, a proeminência de Terror Squad com Lean Back e de Ciara com Goodies. Chris Molanphy de The Village Voice observou que no começo dos 2000 pop e urban music eram sinônimos (o que não voltaria a acontecer tão inconfundivelmente).

Entre 2005 e 2009, Raymond, Knowles e Keys lançaram vários álbuns bem-aceitos: B’Day, Here I Stand, I Am… Sasha Fierce e The Element of Freedom.

The Emancipation of Mimi (2005) marcou o regresso de Mariah Carey ao topo. Ela obteve 10 nomeações do Grammys com este CD. We Belong Together ficou no topo por 14 semanas e foi depois chamada de música da década por alguns veículos, tendo recebido o Grammy por melhor performance vocal em 2006.

A metade da década representou a entrada em cena de novos nomes como Ashanti, Keyshia Cole e Akon. O álbum de estréia homônimo Ashanti liderou dois charts diferentes e fez sua compositora receber 3 nomeações (1 vitória) no Grammy. Chris Brown, outro newcomer, lançou sua obra de estréia em 2005, estreando em . Run It! foi seu melhor single.

Este foi também um esplêndido período para muitos compositores performers ou não-performers, dentre os quais Bryan-Michael Cox (com Usher, Mariah e Brown), Keri Hilson (com Mary J. Blige, Omarion e Ciara), Rico Love (com Usher, a própria Hilson, Pleasure P), The Dream (com Rihanna – Umbrella -, J. Holiday e Usher) e Ne-Yo (Mario, Rihanna e Beyoncé).

Anos 2010

Essa foi a década da incorporação (ainda mais) maciça de elementos eletrônicos e de sons produzidos por computadores, gerando o sub-ramo Electro-R&B, que se tornaria rapidamente majoritário. Efeitos de estúdio como o Auto-Tune e sintetizadores modernos deram feições futuristas ao R&B.

“quase todo artista R&B tenta uma combinação voz+som em vez de som+voz, se é que me faço entender.”

Christgau, 1997.

Usher e Chris Brown se tornaram basicamente irreconhecíveis diante de seus primeiros trabalhos, vd. OMG (Usher) e DJ Got Us Fallin’ in Love (Brown).

Os cantores Miguel, John Legend e Jeremih se tornaram celebridades do hip hop de tanto que vieram a colaborar com rappers, como Wale, Rick Ross e J. Cole. Hoje o R&B é mais diverso e incorpora mais gêneros que antigamente. Beyoncé e Bryson Tiller trouxeram influências do trap.

Desde mais ou menos 2015 o R&B latino misturado com trap tem ganhado tração. Alex Rose, Rauw Alejandro e Paloma Mami galgaram as paradas cantando em espanhol. A música mais famosa do primeiro é Toda. Outro grande hit da década foi Otro Trago, de Sech.

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