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sakura taisen (sat, dc & pc)

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obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!

Por Rafael “Cila” Aguiar

Saturn, Dreamcast & PC

Sakura Taisen

F I C H A    T É C N I C A
Developer(s)
Overworks (SAT), M2 (DC, PC)
Publisher(s)
Sega
Estilo(s)
Estratégia / Role Playing Game > Turnos
Visual Novel > Dating sim
DATA(S) E REGIÃO(ÕES) DE LANÇAMENTO
SAT
27/09/96 (JP), 20/06/97 (JP, Limited Edition Reprint), 11/02/98, (JP, Saturn Collection)
DC
25/05/00 (JP, Ásia), 17/01/02 (JP, Memorial Pack)
PC
26/04/99 (JP), 20/02/03 (JP, XP Version+)

Também incluso na(s) compilação(ões):

N.A.

Quem jogar este também poderá gostar de:

(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)

Front Mission 3 (PS)

Sakura Wars: So Long, My Love (PS2/WII)

Shinseiki Evangelion: Koutetsu no Girlfriend (PC/PS/PS2/PSP/SAT)

NOTA(S)

(Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)

8.2 (SAT)

8 (DC)

7.8 (PC)

ESTE JOGO É PRA…
(X) passar longe(X) dar uma jogadinha de leve
(X) dar uma boa jogada(  ) jogar freneticamente
(  ) chamar a rua toda pra jogar(X) uma incógnita
(X) tipos específicos de jogador. Quais? 
  • Fãs de animes anos 90 e de games que mesclam gêneros.
FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADADe 27h a 31h.

Qual era a série de maior sucesso da Sega no Japão na segunda metade dos anos 90? Maioria responderia sem pestanejar “Sonic”, e erraria feio! A verdade é que, de longe, Sakura Taisen, na vedete 32 bits da companhia, o Sega Saturn, era a líder em vendas. Trata-se de Sakura Wars no Ocidente, mas até que ganhasse essa denominação e ficássemos sabendo de sua existência demoraria um pouquinho. O que começou como um simples jogo crossover entre S-RPG e dating sim acabou gerando prole e se consagrando como uma franquia cheia de continuações e remakes (no Saturn, Dreamcast, PS2, GBC, DS e finalmente ressurgindo no PlayStation4 com um beat ‘em up), um OVA (anime original), um longa-metragem e um mangá póstumo. Infelizmente só nos tempos do PlayStation2 ganharíamos a primeira localização (quando apareceu Sakura Taisen 5). Nesses primeiros tempos idos não passava pela cabeça da Sega que o público americano iria se engajar no título, o que é uma infelicidade sem tamanho, pelo que iremos conferir. Sakura Taisen é basicamente um tributo à arte do anime em forma de CD interativo, vulgo jogo.

O ano é 1923, e o contexto é o Japão como a potência militar imperialista que todos que estudaram História até a Segunda Guerra conhecem. O jovem Ichirou Oogami acaba de se graduar na Academia Naval e não vê a hora de servir ao seu país. Seus superiores acabam enviando-o para uma localização insólita, um tradicional teatro/casa de ópera – cenário absolutamente heterodoxo para quem esperava ser enviado ao cruento campo de batalha. É assim que ele servirá, vendendo bilhetes na porta? Parece que sim. No início nosso Oogami fica bastante confuso, como é natural, mas olhando para os lados não se acha o mais infeliz dos homens, pois está rodeado de belas garotas, tornando a passagem do tempo algo bem mais fácil e entretido. Numa reviravolta, sem embargo, Oogami entenderá que foi, sim, enviado para o front, e que seus superiores não quiseram lhe pregar uma peça nem o subestimaram, de modo algum: o teatro é uma espécie de fachada para uma operação clássica de guerra, escondendo uma incrível força militar, atuando como QG do exército. Os elementos fantásticos começam a desabrochar: uma legião de monstros – aqui você não combaterá outros países e seus seres humanos – conhecida como Hive of Darkness (Colméia da Escuridão) ameaça a grande prosperidade do país do Sol Nascente.

Sempre que esse grupo alienígena ataca, as garotas do teatro entram em ação da forma mais inusitada: além de atrizes excepcionais, cada qual pilota um mech, produto da mais alta tecnologia belicista. Oogami foi, afinal, trazido à casa de espetáculos para ser o general dessas soldadas incomuns, organizando taticamente as máquinas no campo de batalha. Claro que ganhar o coração do sexteto de meninas (num sentido anomalamente literal) acabará fazendo parte de seu metier. Isso mesmo: você está diante de um Evangelion disfarçado de épico sobre a guerra dos anos 20, e com um simulador de namoroembutido!

Mais do que remeter à estética anime e mangá e possuir um enredo semi-shounen semi-bishoujo, ST captura os otakus graças à estruturação em episódios, como se o jogo inteiro fosse literalmente uma série animada. O game começa com uma introdução cantada – até aí, ok, nada demais, haja vista que outros RPGs também soem apresentar uma. A storyline é dividida em 9 capítulos ou segmentos, cada um sendo um arco fechado em si mesmo, no estilo monster of the week, mas ao mesmo tempo prosseguindo a trama central, à la Sailor Moon. Ao completar um episódio, uma chamada com a prévia do próximo começa a rodar. A Sega e a Red Company capricharam na tematização.

Na parte da gameplay, tem-se os campos de batalha (parte similar a Front Mission, da Square, embora mais simples) e as interações com o sexo oposto no teatro, geralmente em seis quartos individuais, se bem que há também seus superiores do quartel em cômodos distintos. Um sistema de pontos baseado em escolhas de respostas para os diálogos regula qual é sua garota favorita no momento (aquela com mais chances de dirigir suas afeições a Oogami).

Sakura, a protagonista, é o arquétipo da garota aventureira, que pisa pela primeira vez na capital Tóquio. O fato dela ser a protagonista e dar nome à série não significa, para o game, que ela tenha qualquer papel maior necessariamente, cabendo ao jogador privilegiá-la ou não. Quanto mais uma garota estiver apaixonada, mais ela se empenhará nas batalhas, havendo, portanto, uma conversa e interação explícita entre os dois ramos tão distintos da gameplay. O interessante é que nem sempre a “menina-alvo” do jogador será a maior pontuadora, um dos objetivos ou graças do jogo sendo alinhar sua eleição individual com as respostas necessárias para “obtê-la” no concurso do amor da metade visual novel.

A Hive of Darkness ataca uma ou duas vezes por episódio, então não se empolgue tanto com bancar o Casanova. Há um mapa que indica a localização dos 6 mecha japoneses estilo steam punk e dos inimigos também, com bastante espaço para a locomoção. Cada robô tem suas vantagens e desvantagens peculiares, bem como ataques especiais normalmente utilizáveis só uma vez por combate. Também existe a faculdade de regeneração de energia, limitada por regras. Com o passar do tempo o próprio Oogami poderá entrar em campo e emitir um ataque devastador fazendo dupla com a garota com quem mais possuir sincronia. O melhor deste segmento strategy RPG é que as lutas nunca duram tempo demais e a ação é frenética (tanto quanto se pode chamar de frenética uma justa em turnos).

As animações, embora em baixa resolução, ocupando apenas trechos da tela, no caso do Saturn (o que seria retificado a posteriori tanto no Dreamcast quanto nos PCs), são de boa qualidade para o período. O character design é de um dos principais artistas dos 90, Kosuke Fujishima (Oh My Goddess!, You’re Under Arrest e o primeiro Tales of Phantasia). Sakura é muito graciosa com seu kimono tradicional e um cabelo azul escuro, quase negro, diferente de outras personagens de cabelo azul claro que pecam por ser chamativas demais. Kanna será de predileção pelos entusiastas de tomboys. Cada uma das meninas possui inclusive uma canção-tema. Falando nisso, algumas das seiyuu mais bem pagas do Japão estão por trás da dublagem, incluindo Chisa Yokoyama (a Sasami de Tenchi Muyo e a Lucia de Lunar: Eternal Blue) como a protagonista e Michie Tomizawa (Rei/Sailor Mars) como a rica esnobe e principal “antagonista” (mas é uma das garotas da própria casa de teatro, ou seja, em realidade é uma co-protagonista e alívio cômico), que pode fazer o gosto de alguns, quem sabe. Na versão brasileira do anime a riquinha nojenta é brilhantemente interpretada por Fernanda Bullara, a mesma voz da Asuka (Evangelion). Ela tem mesmo os trejeitos vocais de quem anda de nariz empinado, uma tsundere nata!

Sakura Taisen é uma das experiências que entrecruzam anime e jogo mais bem-sucedidas dos 32 bits, e é uma pena que como não existe no PlayStation pouca gente experimentou, ainda como item de importação, o que já seria cult o bastante. Não era à toa que essa série possuía um hype maior que Sonic The Hedgehog no período (que ficou até sem “jogo principal” na geração Saturno, recebendo apenas spin-offs). Se existe um passo em falso nesse história foi o da Sega of America ao avaliar que por aqui ST não faria sucesso, tendo em vista que a primeira explosão de popularidade dos animes no Ocidente se deu nessa mesma época. Há ainda ports para Dreamcast, como já citado acima, e PlayStation2 (mais para um remake), mas todos exclusivos do Japão.

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Lista de agradecimentos pela cessão de imagens e informações:

GAMEFAQs:

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