REVIEW N° 1075 DO NEWGEN
Por Rafael “Cila” Aguiar
Genesis, PC
+ Wii & Switch




Quem tem problemas com artwork oriental devia pensar um pouco ao olhar essas artes: o Nyle ocidental é difícil de engolir!
Landstalker:
The Treasures of King Nole
Landstalker: Die Schätze von König Nolo (Alemanha)
Landstalker: Le Trésor du Roi Nole (França)
Landstalker: Kotei no Zaiho (Japão)
| FICHA TÉCNICA |
Developers Climax Entertainment (GEN), Sega (PC)
Publishers Sega / Samsung (Coréia do Sul) / Tec Toy (Brasil)
Estilos Role Playing Game / Ação / Plataforma “2,5D”
Datas de Lançamento
9/10/92 (EUA)
30/10/92 (JP)
10/93 (EUR/COR/BRA)
03/09/07 (EUA-Wii)
25/09/07 (JP-Wii)
05/10/07 (EUR-Wii)
26/01/11 (EUA, Steam)
27/06/23 (EUA-SWI)
28/06/23 (JP-SWI)
| NOTA (este escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada) |
8.36 (GEN)
8 (PC)
| E S T E J O G O É P R A . . . | |
| (X) passar longe | ( ) dar uma jogadinha de leve |
| (X) dar uma boa jogada | (X) jogar freneticamente |
| ( ) chamar a rua toda pra jogar | (X) uma incógnita Observações, quando necessárias: Prestar atenção nos comentários sobre a mecânica de saltos nas seções Plataforma. |
| (X) um tipo específico de jogador Qual? Entusiastas do que seria um roteiro “mais apimentado” de Zelda, sem princesas, fadas ambíguas e sensuais (embora anãs), protagonista malandro, falastrão e extremamente ganancioso… A despeito dessas características, o jogo pode ser chamado de “seguro para ser jogado em família” (na prática, não deviam ser proibidos pelos pais aos pequenos, isto é, não exigem supervisão), exceto por um certo tom maduro nos diálogos mais engraçados e irreverentes, pouco relacionados com a história principal, mas que foram suavizados inteligentemente na adaptação ocidental do produto. Não podemos negar que, na nossa concepção de “gamers veteranos e nostálgicos”, tudo isso deixa os personagens mais amáveis e carismáticos. | Quem jogar este também poderá gostar de: Alundra (PS) Beyond Oasis (GEN) Sword of Vermilion (GEN) The Legend of Zelda: A Link to The Past (SNES) Shining in The Darkness (GEN) Shining Force CD (SCD) Lady Stalker: Kako kara no Chousen (SNES) (a raríssima continuação) Time Stalkers (DC) (Landstalker 3) Light Crusader (GEN/PC) Super Mario RPG (SNES) Final Fantasy Tactics (PS) Dark Savior (SAT) Phantasy Star (GEN/SMS) Phantasy Star IV (GEN) |
| VIDA ÚTIL ESTIMADA (esta quantidade é estritamente baseada na main page do jogo no gamefaqs.com) |
28h30
Assim como Sonic é o Mario do Mega Drive, Landstalker é o Zelda do 16-bit da SEGA (apesar de a arte da caixa remeter mais a Castlevania, pelo menos na rendição nipônica!). Ou, talvez, melhor seria dizer que é um daqueles RPGs japoneses que são obras-primas em sua terra mas de que ninguém sequer ouvira falar no Ocidente, afinal poucos são os que conhecem Landstalker, mesmo que o game tenha desembarcado por aqui sem demora. O nome é feio, mas calma, não se sinta intimidado (não se trata de nenhum stalker à espreita)!
PROPOSTA: Vou citar em negrito e vermelho todos os elementos que “parecem tirados” de Zelda, em qualquer uma de suas encarnações, 2D ou 3D. Você mesmo se encarregará de contá-las, se achar útil, e de julgar, no final, se se trata de “mais um clone” do sucesso da Nintendo ou de um game com essência própria e que merece aplausos pela originalidade.
ENREDO & PERFIL PSICOLÓGICO DOS GUERREIROS
Diferente de várias estórias de RPGs, essa não é consensual. Ou melhor: o que o cartucho apresenta nos diálogos e cenas iniciais é sem dúvida unânime. Mas o que achar disso, aí é outra estória… Muitos acham que o ponto forte é o próprio story-telling, enquanto que os protagonistas não servem pra nada, não estando à altura da saga. Outros pensam justamente o contrário: caça ao tesouro previsível, a narrativa de Landstalker é salva justamente pelo carisma e profundidade precursores dos personagens principais. Qual dos lados apoiar, se é que vamos defender um dos lados na polêmica?

Começando a destrinchar o enredo pelo seu tamanho: é comentário geral que o jogo acaba relativamente cedo, ou seja, que a história a contar aqui é curta. Beleza, mas as side stories e a possibilidade de aperfeiçoar os poderes e aumentar as posses de Nigel/Nyle (ver seção CURIOSIDADES), o personagem controlado pelo RPGista, acrescentam muitas horas de jogo efetivo na conta.
Aos pontos mais controversos agora. Nigel lembra Link apenas no mais superficial de seu ser: um elfo de fisionomia previsivelmente nórdica que se veste de verde e empunha uma espada. Pára mais ou menos por aí. Pouco econômico em suas linhas, anti-herói (prefere dinheiro a ser nobre perante gente que encontra e que está sendo oprimida e passando dificuldade graças a algum tipo de mal suscetível de ser eliminado via coragem, senso de justiça, altruísmo, força física e magia) e mulherengo são o tripé da personalidade de Nigel, para começo de conversa (e, se deixarmos, a conversa vai longe em Landstalker!). A fadinha que acompanha todo elfo que se preze também não tem muito a ver, em Landstalker, com Navi, a versão mais memorável de Robin-de-Link: aquele bichinho que parecia um “guia linear” da aventura, irritante fora das dungeons, quando só fazia seu ícone do C-cima piscar na tela, gritando <Hey!> até você atender o chamado, deu lugar a uma companheira com feições mais humanóides que não recusa uma aventura moralmente questionável (atrás de recompensas materiais). Talvez Friday, a criatura em questão, imitando a novela Robinson Crusoe, não ajude tanto quanto a escudeira designada para Link em meio ao combate (lembra como era mais fácil alvejar os oponentes com o Z-lock, no Nintendo 64?), mas para muitos ela justifica sua presença de modo mais incontestável, de múltiplas formas. Na realidade, a fadinha encrenqueira e irrequieta de Landstalker é a co-protagonista, ao passo que em The Legend of Zelda: Ocarina of Time Zelda/Sheik desempenhava melhor o papel de “segundo mais importante da trama”. E Ganandorf o terceiro… Para um jogo de 1992, esse tipo de relação unha-e-carne mais “desapegada” e psicologicamente provocativa presente em Landstalker me faz considerar seu enredo como avant-garde (à frente de seu tempo).

Nigel começa a aventura pensando apenas em se tornar um ricaço. Ele não tem visão de longo prazo, e imagina que não morrerá de tédio vivendo quieto sentado num canapé fumando seu charuto. Ao longo da jornada, sua recém-conhecida Sexta-Feira se tornará, não obstante, outro foco de interesse de Nigel. Ele começará a divagar o quanto é bacana sair por aí pilhando palácios e minas abandonadas com uma menina tão divertida, e começará a desejar que o objetivo final não chegue nunca, para prolongar esse contato…
Vilões há em número considerável em Landstalker. E nem todos são paus-mandados de um só figurão, sem personalidade própria, como se afigura em Zelda. De fato, posso fazer uma distinção entre o arqui-inimigo e a nêmese, tentativa de explicar melhor o que o RPGista encontrará pela frente neste game da Climax: o arqui-inimigo é o último chefe, a barreira final. Quase nenhum RPG sobrevive sem ele. Mas o que torna Landstalker mais aproveitável é a presença de desafetos do elfo Nigel que o perseguem incansavelmente ao longo das peripécias deste caçador de recompensas. Podemos dizer que ele tem uma nêmese, um outro ladrão que prefere tê-lo como eterna pedra no sapato do que como ajudante em aventuras; e o sentimento é recíproco. Diferente de um chefão de labirinto, ele não tem superpoderes exagerados, pode até perder tempo fazendo piadas de mau gosto antes de um confronto e não pode ser destruído de uma vez por todas, mas sua teimosia beira o admirável: encontrando nosso protagonista nos recantos mais remotos e improváveis do Reino de Nolan, desenvolvendo novas habilidades e criando a própria história, ele se humaniza aos nossos olhos, e colore a trama de muito mais cores do que um maniqueísmo puro e insípido (fórmula clássica e usada à exaustão) jamais poderia.

Seja como for, o pontapé dos acontecimentos de Landstalker é um dos incontáveis êxitos do mercenário Nigel: ele acaba de conseguir a estátua de Jypta, um tesouro avaliado em 2000 peças de ouro. Nesse ponto, após vender a mercadoria e ainda sem saber o que fazer com o lucro, ele esbarra com uma Fada, criatura alada e nanica, chamada Friday; talvez ambos não estivessem destinados a ser colegas de trabalho, mas a belezinha estava em apuros e o mercenário, fugindo da rotina, resolve ser generoso e ajudá-la a escapar duns perseguidores, mesmo sem entender quem tinha razão na história toda. Após conversarem um pouco, a afinidade entre os dois cresce: ambos querem a mesma coisa: mais ouro. Poucas trocas de informações depois, decidem investir 2000 peças de ouro, exatamente a quantia possuída por Nigel a essa altura, numa viagem ao distante continente de Mercator, esperando encontrar o maior tesouro de que já se teve notícia. Muitos viajantes e aventureiros tinham ouvido falar da riqueza de um tal rei Nolan, habitante de terras longínquas, mas esse relato tinha mais cara de fábula do que de realidade factível. E o próprio rei, ninguém sabe se já morreu há muito tempo ou continua vivo. Friday tem, no entanto, algumas pistas e provas de que o tesouro é, sim, de verdade, e que conquistá-lo está ao alcance de mãos trabalhadoras e que aceitem correr riscos. O instinto de Nigel diz que ele pode confiar nas palavras daquela que deve sua vida a ele mesmo.

O mapa de uma das dungeons retratado pela revista alemã Mega Fun – fonte: kultboy.com
GAMEPLAY E GRÁFICOS:
EXPLORANDO DUNGEONS CHEIAS DE ABISMOS NO “MUNDO DAS DIAGONAIS”
Landstalker oferece uma perspectiva isométrica, também conhecida como “2,5D”, inovador para a época (simula a tridimensionalidade ainda que todos os corpos e cenários sejam construídos com sprites 2D). O problema-mor desse tipo de iniciativa “antes do tempo” é que a jogabilidade sofria interferências, o que não agradava o gamer conservador. Um joystick especial foi desenvolvido apenas para Landstalker, tentando remediar o inconveniente. Nigel se locomove apenas nas diagonais, e o controlador precisa ter isso em mente desde o início da aventura. Qualquer dos vetores direcionais que ele pressione ocasionará em Nigel estritamente movimentos colaterais ao longo da tela. Durante circunstâncias tais quais pulos mortais entre plataformas, essa característica foi um aborrecimento e tanto na cabeça de muitos detratores de Landstalker. Tecnologicamente falando, o sistema gráfico que permite o faux-3D aqui empregado se chama DDS520. Terá sido uma escolha primorosa ou precipitada por parte dos programadores? Insistiremos na questão ao longo da matéria.

Por mais complicadas que sejam as sessões de salto, na minha opinião o público em geral exagera nas reclamações. Uma vez pega a manha, os labirintos, se continuam difíceis, não são desafiantes nas partes de ação que requerem o domínio da locomoção diagonal, mas porque os inimigos e os quebra-cabeças são propositalmente pedras no sapato. Nigel pode se movimentar nas direções leste-oeste-norte-sul quase o jogador pressione simultaneamente duas direções, uma horizontal e outra vertical, “anulando” o efeito que deriva de uma ilusão de perspectiva quanto aos objetos situados no cenário. Isto é: para se locomover para a direita, por exemplo, se não se quiser percorrer os cenários pelas diagonais, basta usar cima-direita ou baixo-direita no d-pad do Mega Drive. Nada de outro mundo. Ademais, o relançamento do Virtual Console não possui esse “problema a mais”, e o direcional do Wii pode levar Nigel literalmente aonde o controlador quiser, sem transições ou arremedos (obviamente o mesmo segue válido para o lançamento no Switch e na Steam). A única diferença é que o explorador poderá passar mais rápido pelas partes cheias de saltos entre abismos, sem pensar duas vezes.
Mas nem só de saltos mortais um Action RPG é feito. Como já prefigurado, puzzles intensos estarão mesclados a ferozes lutas, onde o essencial não são “magias de nível”, mas saber se movimentar e evitar os ataques, a fim de raspar sua espada na parte do corpo correta do oponente. A parte chata são os “corres” monótonos atrás de dinheiro entre os mercados das cidades até amealhar ouro o suficiente para ter em seu inventário aquele equipamento hiper-inflacionado mas vital para seu progresso na aventura!

Embora jogos antigaços de perspectiva isométrica apresentem defeitos na funcionalidade dos comandos, eu não considero Landstalker um desses jogos. Quem já experimentou Phantasy Star e suas dungeons “3D” vai entender muito bem o que estou dizendo. Ali sim as ilusões de perspectiva se refletiam num pesadelo de jogabilidade! Afora as confusões com as setas do direcional, o que esse pseudo-3D pode implicar em termos de gameplay? Na prática, objetos podem estar escondidos detrás de outros e será necessária maior atenção nessas ocasiões. Um recurso bastante empregado pelos programadores foi ocultar lances de escada e artefatos como baús atrás de pilastras ou outros objetos usuais do labirinto; como o cenário é “elusivo”, Nigel só precisa procurar melhor uma saída quando nada mais no cômodo fizer sentido.

Itens de cura podem ser usados manualmente ou configurados para ressuscitá-lo automaticamente, quando seu HP chegar a 0, pela magia de Friday.
Visualmente, a ação não cansa, pois os “tijolinho” não são sempre do mesmo formato ou da mesma cor, como em outros RPGs contemporâneos. Uma das dungeons se desenrola dentro de uma montanha (um esconderijo de ladrões); outra, nos subterrâneos de um rio camuflados por uma cachoeira (as limosas paredes do lugar são esverdeadas, contrastando com a ambientação alpina, amarronzada); exploradores infatigáveis ainda percorrerão pântanos e os “intestinos” de uma árvore infestada por demônios (DICA: ela não se chama Deku Tree!).

Cuidado com as escadas escondidas atrás de pilastras e outros elementos do cenário graças à perspectiva “esquizofrênica”, como dizem alguns!
Entrando em pormenores quanto ao sistema de combate, que lembra muito as desventuras de Link no Super Nintendo, seu objetivo é se posicionar inteligentemente, dum ângulo em que o inimigo receba danos críticos de sua arma e ao mesmo tempo você esteja resguardado de eventuais danos. Nenhum duelo é estático, propriamente falando: já que qualquer ofensiva bem-realizada “joga o adversário para trás”, você deve se manter em movimento até quando tudo vai de vento em popa. Os últimos 25% da saga são osso duro de roer. O design dos labirintos faz veteranos se perderem e os adversários possuem padrões de ataque mais apelões e resistência sobrecomum a suas investidas. Para completar, pequenos erros em zonas avançadas são capazes de transportá-lo de volta a seções iniciais de um extenso labirinto. Isso pode acontecer após errar um salto ou simplesmente abrir uma porta que não deveria. Às vezes o jogador será derrotado pela insistência dos “baddies” e a fadiga mental: tendo de repetir seu caminho dezenas de vezes, não é de admirar que uma hora ou outra Nigel caia duro no chão. Portanto, além de ter olhos vivos e uma espada afiada, recomenda-se uma paciência de Buda em Landstalker. Muitas das horas de jogo estimadas para finalizar LS foram calculadas pensando-se na “última fase” do cartucho.

A sensação de prazer após desvendar a localização de uma sala secreta ou completar um quebra-cabeça complicado é indescritível. Só não espere boas gorjetas mesmo após derrotar os monstros mais satânicos e colossais que o Mega Drive consegue gerar! Já no primeiro labirinto um árduo confronto capaz de testar sua stamina será este aqui: Nigel contra os três Orcs na salinha. Infelizmente, quando o espaço é apertado o nível de dificuldade das lutas é bem maior, já que o sistema de jogo demanda espaço, leveza nos pés e liberdade para ter sucesso nas ações! Salve constantemente e mantenha um estoque razoável de suprimentos de emergência.
Em termos de variedade, os inimigos satisfazem. Os mais minimalistas são como limo ou bolhas dotados de vida própria que possuem apenas um padrão aleatório de movimentação (não obstante “limos-vivos” de dungeons mais avançadas terão mais HP e possuirão movimentos mais complexos e erráticos, difíceis de desviar), evocando as gosmas coloridas habitantes de Termina Field em Majora’s Mask (aprecie os quadros comparativos logo abaixo). Magos arremessam bolas de fogo e se teletransportam para pegá-lo desprevenido na próxima esquina. Ogros não raciocinam muito bem, mas são sempre ferozes, avançando sem rodeios. Como em todo RPG que se preza, palette swaps estarão presentes quando chegarmos a um ponto da narrativa em que os desenvolvedores não conseguiam mais conceber criaturas novas.


“Mundo invertido” em que “o copiado” copia “o copiador”?
Um bom tira-gosto de lentilhas em qualquer bar regenera o HP de Nigel, mas atenção: assim como no mundo real, alguns restaurantes metem a faca mais que outros (e o bom é poder levar pra viagem – não queria usar o trocadilho, mas todo RPG tem belos menus cheios de comida, bastando pedir ao garçon chamado Start button!)…

DICA: Fofocas (úteis ao jogador, não entenda mal) podem ser ouvidas nas Igrejas – é para lá que você deve rumar quando se sentir mais perdido que o Sonic num Super Nintendo!
Como de praxe em Action RPGs, seu progresso não é mensurado em níveis; em vez disso você tem Life Stocks (pense nos corações de Zelda) que representam sua resistência atual; e novos equipamentos, aperfeiçoando as capacidades de seu personagem de tempos em tempos, sejam defensivas ou ofensivas. Embora seja difícil nas dungeons, Landstalker é, portanto, simples e divertido de aprender.
Os puzzles – desafios cerebrais contidos mormente nas dungeons – são desafiantes e não cansam, principalmente por terem sido bem-construídos e distintos entre si num grau considerável, atributo exclusivo dos melhores Action RPGs no mercado. Em termos de combate, a dificuldade é menor; e fica cada vez mais fácil, conforme Nigel obtém melhores armas, armaduras e sua resistência é aumentada. O último chefe mesmo é uma piada. Sobre os Life Stocks, para aumentar o HP do protagonista, há 75 deles espalhados pelo continente. Perto do fim do game tem-se acesso a uma loja que vende uma quantidade ilimitada deles!

Alguns dos equipamentos mais interessantes incluem botas com habilidades específicas: uma delas regenera o life do personagem enquanto ele caminha, outra possibilita caminhar pelo fogo, por exemplo. Encontram-se, também, anéis que garantem imunidade a veneno e outras benesses relevantes.
Itens especiais servem para os completistas. Para que a missão não fosse árdua em excesso, alguns dos itens servem de “bússola” para encontrar os restantes, como um sino que faz barulho toda vez que um Life Stock estiver por perto, ou uma pedra especial que “relata” quanto do jogo você já completou, em porcentagem. Outro dos acessórios facultativos da aventura pode aumentar o poder de charging da sua espada (Nigel tem de esperar enquanto o poder da espada carrega, se quiser desferir um golpe com o máximo de impacto – pois bem, com este item esse “máximo” pode crescer e muito).

Ninguém esquece fácil o “labirinto verde”, tão frustrante quanto apaixonante
SOM
As composições de Motoaki Takenouchi (mesmo nome por trás da OST de Shining Force II) colocam Landstalker num patamar diferenciado. A atmosfera e ambientação são incríveis. O tema dos labirintos pode ser único, mas sua força expressiva é tão grande que ele não enjoa ao longo de toda a exploração. Outro tema que está entre os preferidos dos jogadores é o das cidadezinhas, a conhecida “canção para explorações pacíficas”, obrigatória em todo RPG. É claro que a trilha sonora não se escora apenas nessas duas. Não se encontra nada ambicioso, épico ou complexo em níveis zeldanianos, mas posso garantir que esse é o acompanhamento sonoro mais indicado para uma despretensiosa caça ao tesouro.

O mais bizarro dos efeitos sonoros é que tanto cogumelos quanto ogros ou esqueletos emitem o mesmo som (um urro demoníaco abafado pelo hardware arcaico) ao morrerem…
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguns consideram o epílogo da aventura decepcionante. A crítica recai sobre sua brevidade e uma certa referência textual que “deixaria muita coisa em aberto”. Mas cada jogador saberá julgar a qualidade desse final por conta própria… Afora o background principal, que é o “tronco” da saga, as side quests e os minigames não-compulsórios abundam. Que tal coletar todas as espadas mágicas e arriscar-se no Casino? No somatório, dá quase 30 horas de diversão garantida, isso se você não for do tipo de gamer que vai querer reprisar a aventura em outro file do cartucho. Sabendo-se vários segredos de antemão, posso dizer que o tempo de jogo diminui para entre 10 e 15 horas. Vira e mexe os portais com dicas ainda disponibilizam material novo após todo esse tempo, o que significa que não é fácil descobrir e fechar tudo sobre Landstalker! Não à toa ele foi relançado para os consoles de nova geração.

O review da Mega Fun, revista alemã de jogos, à época, chegou a dar uma nota mais elevada a Landstalker que a Zelda: A Link to The Past, Secret of Mana e Zelda: Link’s Awakening (então, também sensação, só que no mundo dos portáteis ainda P&B). Isso é uma pequena amostra do poder de fascinação e persuasão desse Platform Adventure extremamente belo e inventivo!
Em que pesem as várias restrições que podemos fazer a Landstalker e ao hardware no qual ele roda, o Genesis trouxe exímios Role-Playings à mesa, particularmente, ao lado de Landstalker, que eu considero no “top 3” da máquina, Phantasy Star IV e Shining Force II.

CURIOSIDADE 1: Não é por acaso que citamos Shining Force mais de uma vez na resenha. Originalmente, o plano é que LS fosse mais um episódio dessa consagrada série, mas um spin-off mais focado na ação. Tinha até título: Shining Rogue! Quando a Climax e a Sega romperam relações, o projeto foi reaproveitado e, claro, rebatizado.
CURIOSIDADE 2: Embora nunca tenha havido uma continuação direta para o título, Nigel, o elfo protagonista, é cameo (aparição efêmera) em diversos RPGs de consoles de novas gerações, fora que a franquia seguiu com outros protagonistas em outros videogames.
CURIOSIDADE 3: Landstalker é o primeiro dos “jogos de perspectiva isométrica” a despontar no Virtual Console.
CURIOSIDADE 4: Landstalker quase ganhou um remake para PSP, mas a última informação a respeito data de 2005. É pouco provável que saia para qualquer hardware portátil da Sony, portanto.
CURIOSIDADE 5: Na versão alemã, os nomes dos dois protagonistas e do rei que consta no título são, respectivamente, Nils, Flora e Nolo. Na França, Nigel é Ryle. Muito diferente? “Mas então, é só o que muda?” Nas versões ocidentais o prostíbulo vira “casa de balé”, com exceção da versão francesa… Será porque os parisienses sabem como ninguém glamourizar uma puta?!?
CURIOSIDADE 6: O final foi um pouco modificado das versões NTSC para as PAL (européias).
CURIOSIDADE 7: Landstalker, é verdade, como dito, não possui uma continuação, mas uma espécie (até duas espécies) de jogo “muito inspirado” no primeiro, com personagens completamente trocados, foi lançado… logo onde? No concorrente SNES. Chama-se Lady Stalker e, como era de se esperar, é protagonizado por uma rogue e bounty-hunter do sexo feminino! Ainda há um fecho da trilogia no Dreamcast sobre o qual pouco se sabe, embora tenha sido lançado regularmente na Europa e América.
Lista de agradecimentos pela cessão de informações e imagens
GAMEFAQS.COM:
Halron2
Lord-Spencer
Litz5522
greatgame
ArabArcadia
El Rey
mystik3eb
TheMadcapLaughs
MOBYGAMES.COM:
MasterMegid
Andrew Fisher
kurikthebasher
hermitC
re_fold
Unicorn Lynx
666gonzo666
Marsil79
NINTENDOLIFE.COM:
Marcel van Duyn
SEGA-PORTAL.DE:
Christian Sumpf
RPGAMER.COM:
Jason Schreier
RPGFAN.COM:
Dancin’ Homer
IGN.COM:
Lucas M. Thomas
LEGENDRA.COM:
MeDioN
SEGA-MAG.COM:
Greendog
Revista Mega Fun fev./1994 (Alemanha):
Ulf, Markus e imagem conforme indicação acima
GAMERSTAVERN.COM
versão 2 – 2018; 2025.
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