Categorias
Sem categoria

groove on fight: gouketsuji ichizoku 3 (arc & sat)

REVIEW N° 1055 DO NEWGEN

pílulas de reviews rafazardly #24

o que é uma pílula? vários micro-reviews tematicamente relacionados numa só página ou um review único de menos de 800 palavras!

obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!

Arcade & Saturn

Groove on Fight:

Gouketsuji Ichizoku 3

Power Instinct 3 no Ocidente

F I C H A     T É C N I C A

Developer Atlus

Publisher Atlus

Estilo Luta > 2D

Datas de Lançamento:

ARC – 1997 (JP)

SAT – 16/05/97 (JP-versões com e sem 1MB RAM extra)

NOTA

7.4

Este jogo é pra…

(  ) passar longe  (X) dar uma jogadinha de leve  (X) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (X) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? Quem gosta de experimentar lutadores e, principalmente, lutadoras provocantes!  (X) incógnita

Vida útil estimada: 28h

Oterceiro Power Instinct é o mais original, até então, da série. Mais próximo da gameplay de X-Men vs. Street Fighter, a moda da época, a Atlus reformulou seu sistema para comportar tag teams e variações do antigo esquema. Simples assim: o player pode revezar entre 2 characters à vontade, enquanto tenta furar a defesa inimiga, também bipolar. Enquanto um dos dois permanece de fora, descansa e recarrega as baterias. Os special moves são temáticos e louquinhos, louquinhos.

Larry, o Ken de Groove on Fight, suspende um meteoro flamejante sobre a cabeça e arremessa-o sem dó em quem estiver pela frente; Tenjinbashi, o monstro mascarado, lança o adversário em órbita como fogos de 4 de Julho!; Remi, a bruxinha conhecida de outras versões de PI, vive segurando uma nota musical animada, que sub-repticiamente se converte numa foice, e além do mais toca um órgão capaz de convocar a própria Morte para o ringue… Por sorte, esses movimentos tão complexos quão bizarros só podem ser emendados com a barra de power cheiíssima, tornando improvável sua utilização mais de uma vez por round, o que estragaria a brincadeira – evitando o cheapness festival verificado em outros contemporâneos, tais quais Battle Arena Toshinden 3.

GoF foi “progressista” em seus tempos. Ele estrela dois antagonistas principais, uma dupla de viados. Ok, pode parecer uma demonização da homossexualidade, já que eles são os vilões, mas essa característica não é a de maior relevo no casal e só ajuda a compor seu “estilo alternativo”, corroborando com o ar cômico e transgressor da série. O clã Gouketsuji, em torno do qual os acontecimentos do enredo giram sempre, se vê de repente misturado com uma organização secreta que também quer e precisa parar a atuação dos inimigos, cujo plano é ressuscitar um antigo demônio. Alguns dos personagens do elenco parecem ter backgrounds e designs absolutamente sérios, mas isso é só para, justapondo com os mais engraçadinhos, intensificar o efeito cômico. E funciona. E não é uma “teoria” que eu esteja inventando: quase sempre um “sério” faz dupla (tag team) com um personagem esculachado, o que deixa tudo perfeitamente complementar!

Um dos mais marcantes é um anão que usa um andador (?) com rodas e porta um jaleco que esconde as mais vis traquitanas. A parceira desse cara é uma policial ciborgue com armas no lugar dos membros que não é nem um pouco afetada (veja a imagem “robocopiana sexy” da capa!). Naturalmente, o contraste entre os dois faz com que seja a dupla mais divertida do título. Tem um gentleman de bengala, um garoto que segura uma cabeça de gárgula, um motorista de balão que usa cordas elásticas com bolas fincadas nas pontas… É, chame seus vizinhos, porque o circo chegou à cidade!…

A reestruturação do cast foi sem precedentes. (O)ume e (O)tane (a depender da versão os nomes podem vir com ou sem o “O” inicial), as duas irmãs velhotas, foram condensadas num só personagem, contrariando as previsões dos fãs de que seriam um tag team dos mais fluentes. Elas lutam como cara-e-coroa uma da outra, isto é, com as costas coladas e cobrindo mutuamente seus pontos cegos, coisa de biruta mesmo. Clara, a mascote, tinha que reaparecer; quem surge para acompanhá-la como melhor amiga é Remi, que está fazendo sua estréia no universo de Power Instinct (e viria a angariar uma vasta legião de admiradores no futuro da franquia). O ninja dos primeiros Gouketsuji Ichizoku também se mantém, já que existe uma lei dos games decretada em algum lugar que diz que todo jogo de porrada precisa ter pelo menos um ninja, sem escapatória!

A soundtrack de PI3 é uma das mais completas e versáteis que se poderia desejar, com músicas de rádio dos anos 20 (1920!) e hip hop no repertório. Nada daquela pirotecnia de apresentar cantores no fundo dos estágios cantando todas as faixas, como em Power Instinct 2 ou Matrimelee. Nada de vocais irritantes, o que acha disso? O tema dos chefões finais ficou caprichado. Sombrio e ameaçador. Um toque interessante da versão Saturn é poder ver sketches e artworks que ajudaram a criar os personagens em suas versões finais. Para destravar esse modo galeria, basta finalizar com cada combatente, e os extras vão aparecendo individualmente.

Os mais ortodoxos acusam Groove on Fight de drenar a alma dos Power Instincts originais, destruindo sua essência ao fazer uma média com mecânicas genéricas e popularescas. Eu diria que, pelo contrário, este capítulo 3 transborda em personalidade. Como precaução, você só deve pensar neste episódio como algo que foi numa direção inteiramente diferente dos precursores e aceitá-lo assim, como é!

CURIOSIDADE: Clara, a mascote de Gouketsuji Ichizoku, ganhou seu jogo “carreira-solo”, também no Saturno: Prikura Daisakusen.

Rafael de Araújo Aguiar é funcionário público na área da educação e um tanto apaixonado pela forma velha de se programar jogos

Lista de agradecimentos

gamefaqs:

TheSAMMIES

TeraPatrick2008

gamespot:

Joe Fielder

mobygames

versão 2 – 2015; 2024.

® 2002-2024 0ldbutg8ld / RAFAZARDLY!

Deixe um comentário