REVIEW N° 1056 DO NEWGEN
pílulas de reviews rafazardly #23
o que é uma pílula? vários micro-reviews tematicamente relacionados numa só página ou um review único de menos de 800 palavras!
obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!
Arcade & Saturn

Rabbit
F I C H A T É C N I C A
Developer Aorn
Publisher Electronic Arts
Estilo Luta > 2D
Datas de Lançamento:
ARC – 27/06/97 (JP)
SAT – 27/06/97 (JP)
NOTA
7.09
Este jogo é pra…
( ) passar longe (X) dar uma jogadinha de leve (X) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente (X) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? Leia o primeiro parágrafo para as referências. (X) incógnita
Vida útil estimada: 3h

Ogame em si é uma mescla entre Samurai Shodown, Waku Waku 7, JoJo’s Bizarre Adventure e Bloody Roar. Isso porque os personagens, bizarros, empunham armas, utilizáveis com o auxílio de espíritos de animais que os representam em ataques especiais hiper-destrutivos. São utilizados 5 botões, 2 de chute, 2 de soco e 1 para convocar o espírito animalesco. A jogabilidade lembra, ainda, o motion de Street Fighter, com seus comandos de meia-lua. São muitas técnicas e combos à disposição.

É possível fazer parries e conectar golpes no ar (air combos). Tudo parece estar em seu devido lugar; os controles fluem bem. Dispõe-se de uma spirit bar no lugar da típica super bar dos fightings da Capcom. Quando o medidor estiver finalmente cheio, C no joystick liberará seu totem. Uma time bar surge então, em contagem regressiva. Quando chegar a zero, o animal desaparece. Eles servem para desferir multi-hit combos com a maior facilidade, o que consome energia de special; ou golpes simples, mas muito eficazes, através da monocórdia pressão da mesma tecla C (o coelho, por exemplo, se transforma em cenoura e se arremessa contra o rival).

Dependendo do personagem, seu animal pode ajudar de formas alternativas também. O garoto cujo espírito protetor é o falcão pode levitar prendendo-se à ave com um pulo duplo, para citar um exemplo. Após bater qualquer oponente no Arcade mode obtém-se uma esfera colorida representando o espírito selvagem do derrotado. Por conseguinte, aperfeiçoa-se o lutador, até que ele possa utilizar todos os spirit animals de Rabbit na luta final. Isto é: matando dois adversários, os donos do lobo e da cobra, a partir do combate de n° 3 terei não só meu próprio guardião como esta outra dupla, e os ícones de cada qual estarão visíveis no rodapé da tela. Se você não quiser utilizar os supers inerentes ao seu personagem, basta segurar para frente no direcional junto com o C, a fim de revezar as criaturas. O lobo, por sinal, é uma cara gigante que começa a devorar o adversário!

A profundidade e originalidade que talvez faltassem à obra em outras circunstâncias são regaladas aos gamers graças a essa faceta de “roubo de técnicas alheias”. No menu de opções é possível intensificar a velocidade, mas a top speed não é tão avassaladora quanto a dos Capcom brawlers da época que empregavam os 4MB de RAM (o que Rabbit não faz). Já que não vemos a real capacidade máxima do Saturn nesta conversão dos Arcades, loadings chegam a incomodar um pouquinho.
Os fundos dos cenários são gigantescos e detalhados, cheios de cores e variedade o suficiente. Há zoom-in e out nas lutas, o que ajuda a notar a grandiosidade do environment, sem necessariamente tirar o foco da ação. Os bonecos estão igualmente bem-representados pelos sprites e animações. Há ligeiras pixelizações nos zooms, mas nada tão evidente quanto em Waku Waku ou outros títulos que ousaram adotar a técnica nos 32-bit. Os lutadores e respectivos animais têm todo um feeling cartoon que casa muito bem com a estética e a gameplay propostas. Além de cada character ser único visualmente, é jogado de forma diferente. Os espíritos se parecem com o Gênio do Aladdin. A escolha não poderia ter sido mais feliz, justapondo-se com harmonia aos backgrounds. Se o jogo fosse “nota 8”, eu diria que os gráficos seriam “nota 9”, ou seja, são sem dúvida um atributo acima da média.

Embora meus mais do que escassos conhecimentos de kaponês me impeçam de esmerilhar a história, o enredo não foge muito do de WW7: um supervilão intenta roubar os animais-espíritos de toda a galera que manja de porrada para criar uma espécie de Frankenstein invencível e dominar o mundo… Justificativa plausível para o arranca-rabo.

A singularidade do conceito de Rabbit compensa a falta de mais personagens. São 8 os jogáveis: Wu Ling (coelho); Tien-Ren (falcão); Eight (boi); Hou-En (lobo); Ja-Koh (cobra); Yu-Lan (raposa); Rex (Dinossauro? Não, tigre!); e Eddy (javali). Em resumo, estamos diante de um dos menos conhecidos 2D fighters de qualidade da era Sega Saturno, fazendo boa figura diante de clássicos monumentais de softhouses mais célebres.

Rafael de Araújo Aguiar é funcionário público na área da educação e um tanto apaixonado pela forma velha de se programar jogos
Lista de agradecimentos
gamefaqs:
bstormshadow
odino
mobygames:
666gonzo666
versão 2 – 2015; 2024.
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