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rome: total war (pc)

PC

Rome: Total War

F I C H A    T É C N I C A

Developer Creative Assembly

Publishers Activision, Global Software (White Label ed.)

Estilos Old School Strategy / Role Playing Game

Datas de Lançamento 22/09/04 (EUA), 01/10/04 (EUR), 22/09/06 (EUR, White Label edition)

Incluído nas seguintes compilações:

Rome: Total War Anthology (PC)

Rome: Total War Gold Edition (PC)

Total War Collection (PC)

Total War: Battle Pack (PC)

Total War: Eras (PC)

NOTA

8.8

Este jogo é pra…

(  ) passar longe  (  ) dar uma jogadinha de leve  (X) dar uma boa jogada  (X) jogar freneticamente  (X) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? Obviamente o público-alvo é um tanto limitado pelas especificações do produto; não basta gostar de História, pois a gameplay é bem complexa, apesar de relativamente customizável! (  ) incógnita

Roma: Guerra Total é o terceiro da série Total War dos estúdios ingleses Creative Assembly. O primeiro da franquia, Shogun, já apresentava duelos em tempo real de escala épica e um enorme potencial. Medieval pode ser considerado um passo além. Mas III: Rome é a consumação de um projeto ambicioso, a apoteose do estilo, o lançador de suas novas bases no ano de 2004 para os games, sem falar que é o ingresso da série em estruturas gráficas em 3D, já que os mapas pregressos eram completamente bidimensionais.

O game engloba dois sub-gêneros de estratégia, concatenados na mesma modalidade, a principal. A campanha maior é baseada em turnos. É nela que se conquistam cidades e províncias, desenvolvem-se recursos, turbina-se o exército e se o desloca pelo mapa enquanto o império cresce. Mas o progresso se dá em capítulos de batalhas específicas, em tempo real, em que se utilizam táticas e manobras ousadas para massacrar os inimigos que ousam atentar contra a unidade do poder estabelecido. A primeira intervenção é apenas um tutorial para pegar o jeito da coisa. Depois, deve-se escolher entre 3 diferentes famílias romanas, os Julii, os Brutii ou os Scipii. Qualquer que seja sua escolha, o fim será o mesmo: ampliar a glória de Roma e a influência do clã no comando. Não há diferenças entre elas em termos de sistema de jogo, porém cada uma se encarrega de uma responsabilidade diferente no mapa: os Julii inicialmente desempenham missões na Gália e na Germânia, na parte norte da Europa (característica historicamente precisa); os Brutii são requisitados para cuidar das cidades-Estados gregas que remanescem autônomas, expandindo o império na direção sudeste; por último, os Scipii devem começar por tomar o reino de Cartago, o mais resistente inimigo de Roma, localizado no sudoeste. Você pode interpretar, talvez, esta gradação como escolher entre easy, normal e hard num game comum…

Há ainda uma quarta facção, impossível de controlar, mas que sempre vai influenciar na jogatina das três famílias: o Senado. Os senhores da casa legislativa romana se sentirão no direito de direcionar o exército a tarefas específicas, do maior interesse para seus status quo, que podem ser desde isolar um porto, evitando assim que ele receba suprimentos de fora até conquistar uma cidade inteira (um objetivo secundário, dentro deste, pode ser exterminar toda a população civil, por exemplo, se for um distrito realmente hostil), mas também incluem tréguas ou alianças, pois não é possível ganhar uma guerra apenas através de brutalidade e rompantes tirânicos. Tudo, idem, baseado no que nos legou a historiografia. Está nas mãos do jogador, no entanto, desobedecer o senado e fazer do seu jeito ou ser o fiel cumpridor de seus anseios. Os senadores são homens que vivem no conforto da capital, onde a guerra não costuma chegar, e como conselheiros e governantes pacíficos podem não saber o que é melhor ou inevitável no campo de batalha, no calor bélico que só os generais conhecem realmente. Se o jogador se mantiver na linha dos patrícios, receberá gordas recompensas financeiras, novas unidades militares e seu carisma aumentará. Continuar a campanha em revelia às ordens do senado acarreta em encontrar oposição não somente fora mas também dentro do império que se está tentando consolidar (bom, foi assim que Júlio César conquistou o título de ditador, “mais ou menos”…). No geral, entretanto, essa escolha moral não será uma dor de cabeça em si, já que as possibilidades são tão amplas que às vezes o estrategista pode se sentir confuso, não sabendo de qual parte do mapa empreenderá a conquista num próximo passo; é aí que o conselho de anciãos se mostra útil: na hora de orientá-lo e dar um enfoque – que não precisa ser definitivo, é claro. Aparentemente, o senado não pode fazê-lo fracassar diretamente, de uma hora para outra, mas pode determinar o insucesso a longo prazo e indireto, se o jogador insistir em jamais atender a seus apelos…

Os membros da extensa família (virtualmente todos nos postos de comando, senão de nascença, convertidos em membros da árvore genealógica mediante casamento ou adoção) não são os únicos com que o gamer deve se preocupar: há séquitos de aliados que incluem espiões, assassinos e diplomatas, e que mesmo fora do campo de batalha ajudam a construir o nome do vencedor. Há ainda os mentores, guarda-costas, lacaios e sicofantas (estes últimos se tornaram um adjetivo réprobo, com a evolução da língua e a dissipação do Império Romano!). Como sabido mediante as aulas de História, em Roma muitos acontecimentos novelescos de bastidores, nada limpos e honrosos, definiam o devir. Entre eles, assassinatos encomendados. Guarda-costas e pessoas de confiança cercando-os seriam interessantes caso o jogador queira evitar que membros importantes de sua família sejam riscados do mundo dos vivos! Atenção para os anos e décadas vindouros, não só para o presente ou para o amanhã imediato (pensamento de curto prazo): se se envolver em batalhas catastróficas, pode muito bem ser que o gamer veja todos os herdeiros da família serem dizimados, sem poder fazer algo a respeito. E generais nunca são perfeitamente substituíveis: tropas mal-comandadas apresentarão soldados muito mais dispersos e fracotes.

Contra os gregos armados com lanças, seria inútil um ataque frontal com cavalaria. O mais inteligente será distraí-los com algum artifício e então enviar outras unidades para atacar pelos flancos ou retaguarda.

O game possui uma ferramenta muito bem-vinda que se chama “automanager”, para facilitar a vida de uma pessoa que deve cuidar de inúmeras questões importantes ao mesmo tempo. Pode-se designar alguns governadores ou generais como CPUs (controlados pela inteligência artificial), sem se esquecer, todavia, de deixá-los com uma cartilha mais ou menos estreita de obrigações, deveres e forma como devem proceder na gestão. Assim, miudezas deixam de atrapalhar o jogador no amplo mapa de jogo. Quanto às batalhas, quem tiver preguiça pode deixar tudo a cargo dos “outros”, enquanto apenas “assiste”. Tal atitude não condiz com a maioria dos jogadores. Contudo, tampouco seria viável se encarregar de todas as picuinhas, de forma que deixar pequenos focos de tensão na mão de “generais-robôs” acaba sendo uma ótima saída, enquanto as batalhas para “peixes grandes” continuam sendo decididas pelo fator humano. Nem mesmo guerras civis estão descartadas nesse bolo de confusões se atropelando sem intervalo (a não ser os turnos, ao fim das batalhas): Roma pode sucumbir a uma insurreição de dentro e ter de ser redominada pela atual família no poder (novamente, episódios baseados em fatos reais não são mera invenção dos programadores e roteiristas de RTW)! Uma característica importante do jogo é permitir a pausa a qualquer momento da ação, de forma que o estrategista possa refletir e premeditar ordens às tropas calmamente.

Domingo tem Coliseu!

O período histórico abarcado pelo jogo vai dos primeiros dias de República (que veio muito antes do Império, como em Guerra nas Estrelas!) até seu auge, mas deixamos claro que sempre que falamos em forças imperiais estamos descrevendo o que sempre foi Roma de acordo com o observador externo: uma assustadora máquina de guerra que engolia tudo em seu caminho, uma vez que não é por ser um governo aparentemente zeloso da coisa pública que ele transcorre de forma menos sangrenta! Trocando em miúdos, o jogador lidará com aproximadamente 270 anos de História. Cada turno na campanha principal representa mais ou menos 6 meses (turno de verão/turno de inverno, quando inclusive neva e as batalhas sofrem modificações de acordo com os novos terrenos escorregadios). Uma jogada inteira, portanto, pode apresentar 500 turnos! Além do mais, cada campanha em tempo real pode consumir dias ou semanas de sua vida particular, considerando-se que o jogador pode optar por “viver” manualmente cada batalha e jamais deixar o destino de Roma sob os cuidados da máquina na função de automanager.

Nos gráficos, rostos muito parecidos uns com os outros tiram um pouco da graça

Para quem está assustado diante de tamanha complexidade ou não se vê com tanto tempo livre, há um modo-relâmpago que exige a tomada de apenas 15 províncias e a derrubada do principal inimigos do império (ops, República) para ser finalizado. As possibilidades começam a se tornar amplas de verdade quando o jogador derruba Cartago, Bretanha e Gales, ilustrativamente, e já pode utilizá-los como famílias (não os países em si, mas seus governantes bárbaros) para jogar por Roma, como com as 3 descritas inicialmente. Algumas unidades do jogo são exclusivas dessas novas opções de controlamento: carroças, homens que lutam com machados, elefantes (eles podem arremessar adversários a 3 ou 4 metros de altura, em cenas chocantes e, por que não, vibrantes! O problema com esses animais é que são caros e podem sair do controle de seus donos), etc.

Como o game é dedicado às batalhas terrestres, as batalhas navais são desencadeadas apenas no modo em turnos, pelo gerador automático de resultados. Você vai notar, inclusive, um certo favorecimento da CPU em relação aos adversários: será essencial ter uma marinha muito mais numerosa para levar vantagem. Afinal de contas, os romanos nunca foram especialistas em batalhas náuticas, esse modo de ataque sendo muito mais bem-desempenhado pelos gregos clássicos e posteriormente pela Inglaterra ou pelos holandeses… Vê como até defeitos do jogo parecem ser historiograficamente justificáveis?

Além das modalidades de jogo supracitadas, há uma para enfrentar batalhas históricas específicas e um modo “sem frescuras” em que se está sempre em ação (sem os menus baseados em turno). E, por último, o multiplayer, que permite apenas a parte de estratégia em tempo real. Ainda assim, é possível escolher uma vertente mais genérica e outra bem mais profunda e com elementos de RPG diluídos, como no modo single mais complexo.

CURIOSIDADE 1: Quase uma década depois o jogo ganhou uma continuação, Total War: Rome II, mas os amantes do RTS preferem este “original” sobre a capital mais famosa da Antiguidade…

CURIOSIDADE 2: Em 2019 e 2018, respectivamente, Android e iOS ganharam seus ports, apenas no mercado americano.

Agradecimentos a Jason Ocampo e GameFAQs.

Rafael de Araújo Aguiar

versão 2 – 2012; 2023.

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