Genesis, PC & Super NES
Judge Dredd
Judge Dredd 95 (Steam)
F I C H A T É C N I C A
Developers Probe, Acclaim (PC)
Publishers Acclaim, Tec Toy (GEN, Brasil), Throwback Entertainment (Steam)
Estilo Ação > Plataforma 2D
DATAS DE LANÇAMENTO
GEN – 01/09/95 (JP), ??/95 (EUA, EUR, OCE & BR)
PC – 1996 (EUR), 1997 (EUA), 26/01/18 (EUA, Steam)
SNES – 06/95 (EUA), 24/08/95 (EUR), 27/10/95 (JP)
NOTAS
6.1 (GEN)
6.5 (PC)
7.5 (SNES)
Este jogo é pra…
( ) passar longe (X) dar uma jogadinha de leve ( ) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente ( ) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? Fãs da HQ da DC (o filme é um horror só!); quem quer provar pros outros que o SNES é melhor que o Mega Drive… (X) incógnita
Mega-City-1 (a Nova York do futuro, onde ninguém, pelo visto, sabe escolher nomes) ficará pequena para você, Stallone e mais alguns vilões intrometidos, boa parte deles ciborgues. O que significa que alguns dos sujeitos elencados terão de dar o fora – adivinha quem é o mais mal-encarado da estória, que vai lascar o pé na bunda da galera? O ano é 2139. Não existe mais o cotidiano com que nós dos séculos XX e XXI tanto nos acostumamos. Agora cada cidade é como uma redoma, uma grande bolha de vidro e concreto, e os policiais meio frouxos de nosso tempo foram substituídos por uma elite muito menos venal e impossível de driblar (embora não totalmente incorruptível, como veremos): os Juízes, que são ao mesmo tempo, ainda, a testemunha e o carrasco da sentença nos processos. Só porque é um deles, na verdade o principal deles, e porque nasceu para isso, não quer dizer que você esteja acima da lei, certo? Não entenda errado – o caso é que você É a lei! Portanto, a responsabilidade é grande: faça a faxina da cidade direito, ou em pouco tempo irá se arrepender (com a própria consciência, talvez?)…

Uma das nuances mais bacanas é poder escolher se apenas prende ou realmente mata a maioria de seus inimigos neste side-scrolling sci-fi. Isso sim é sensação de poder e de autoridade! A missão é claramente seguir em frente ensinando que ser da escória, fazer baderna e dar de engraçadinho nesse futuro distante e distópico não é a atitude mais inteligente, sobretudo quando Dredd-Stallone está nas cercanias. Atua-se o tempo todo, enfim, com o regulamento (ou a Constituição) debaixo do braço. (Se bem que no filme no qual foi baseado o jogo, o protagonista se vê desde o tenro início envolvido numa conspiração para torná-lo – ele, o ícone do Neo-Sistema de Justiça – isento de qualquer credibilidade; ou seja: o próprio Juiz se torna um foragido da Lei. E já que o assunto recaiu no roteiro da produção cinematográfica, o incentivo-mor para aquele que já a assistiu pegar esse cartucho ou ROM é que a trama é mais abrangente, pois há mais reviravoltas depois do final convencional – e fratricida! Opa, spoiler – do filme, com mais cenas, legendas e pretextos baratos para a continuidade da ação…) O que retira um pouco da linearidade do produto é a necessidade de cumprir os objetivos enumerados no início de cada fase, e relembrados com exaustão durante a jogatina, que variam de quebrar determinadas estruturas a achar “x” terminais, o que pode ficar difícil e entediante para os neófitos não-familiarizados com o design dos níveis. Uma das fases foge inteiramente do esquema 2D: é a perseguição de bicicletas voadoras bem conhecida pelos prestigiadores do longa.

A estética do game deve muito ao filme estrelado pelo cara de outros alter egos fantásticos e memoráveis como Rocky e Rambo.
Munição para diferentes tipos de armas também é o que não falta, e será preciso testar muitas estratégias e itens diferentes em cada tipo de adversário para pegar o jeito da detonação. Ninguém disse que seria fácil pôr ordem na sociedade! Muitos elementos do cenário que aparentam ser inanimados na realidade escondem ameaças e são interativos; então, olho vivo (ué, a justiça não era cega a fim de ser equânime?)! As “raças” de inimigos são prolíficas: do mais fajuto punk de rua que atira cascos de bebida vazios até ABC Warbots e clones sem-rosto, que dão um pouquinho mais de trabalho… e além! A variabilidade é satisfatória, contudo cabe uma reclamação com R maiúsculo: por que incluir aquela maldita barata mutante de 7 patas que se teleporta do nada e pode arrancar toda sua life bar num único golpe? Já há desafio demais em Judge Dredd para nos matarem do coração desse jeito! Meu chute é que Phil, um programador insatisfeito que se demitiu da empresa e saiu do projeto no seu decurso, invadiu os estúdios da Probe durante a madrugada e colocou esse character model (o último chefão, a barata desgraçada!) de sacanagem na versão final! Só pode ser essa a explicação…

Por falar nos chefes, há alguns, mas nada que justifique per se experimentar o jogo para quem não é familiarizado com este universo ficcional: são batalhas geralmente insossas. Mas a barata… ah, a barata – ela vai fazer com que toda sua poupança de vidas e munição durante a aventura inteira se dissipem em vão numa única tela! O normal é que o non-hardcore platform gamer não vá querer se aprofundar tanto depois da luta com Rico (o irmão gêmeo de Dredd) caso sucumba 1 ou 2x e dê game over. As últimas fases, extra-longa-metragem, são sinônimo de frustração (ademais de se parecerem, graficamente falando, com o próprio inferno!). Eu ia reclamar pela terceira vez da barata gigante aqui, já que esse ponto delicado do game merece insistência, mas deixa pra lá…!

Os personagens têm animações excelentes e estão grandes na tela, o que os torna quase tão marcantes quanto os de Blackthorne e Flashback, dos primeiros em que a construção dos movimentos quadro a quadro se deu via processo de rotoscoping/motion capture. Quanto à música, será difícil reclamar das tunes, atmosfericamente futuristas, a não ser que se trave em alguma fase por mais de 1h (pensando bem, isso não é tão difícil).
Em Judge Dredd, para fazer um balanço geral, apesar dos ligeiros contratempos (entre eles a dificuldade insana), diversão foi um assunto levado a sério, só e tão-só, para quem gosta do personagem. Para os demais, é um título assaz genérico para despertar o interesse de consumidores na Steam, por exemplo.
P.S.: Nunca retire o capacete!
Agradecimentos a TrueGamer104, MaxBiaggi2, majikmonkee75 e Mauro “@jetrotal”.
Por Rafael de Araújo Aguiar
versão 2 – criado em 2013, atualizado em 2023.
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