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virtua fighter 2 (gen)

Genesis

Virtua Fighter 2

FICHA TÉCNICA

Developer: Gaibrain

Publisher: Sega

Estilo: Luta

Data de Lançamento: 1997

NOTA

4.8

Este jogo é pra…

(X) passar longe (X) dar uma jogadinha de leve ( ) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente (X) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? Colecionador de raridades! (X) incógnita

Virtua Fighter 2 foi um dos títulos mais importantes da Sega na trágica história do penúltimo de seus videogames, o Saturno. Trágica por ter terminado mal. Mas na largada do aparelho a sensação era a de que o potencial da máquina 32 bits da Sega era muito mais elevado que o da concorrente Sony. VF2 faz parte da conta. E quem não acharia o primeiro Tekken, Battle Arena Toshinden e Ridge Racer para PlayStationOne versões pálidas em relação a clássicos precoces como Sega Rally Championship, Daytona USA e este de que se trata, adaptado diretamente dos Arcades, com perda mínima de qualidade? Demorou algum tempo para a própria Sony e as third parties aprenderem a explorar as capacidades ocultas do PlayStation e, finalmente, desbancar o rival, cujo hardware era sem dúvida melhor. Seja como for que acabou esta “novela”, Virtua Fighter 2 é considerado, mesmo décadas depois de seu lançamento original, uma das mais refinadas e polidas experiências de pancadaria em três dimensões exeqüíveis. Mas, contrastando com tamanha fama da série Virtua Fighter, há um episódio da franquia de que o gamer comum certamente jamais ouvira falar, e do qual o seguista mais ardoroso certamente sente rubor: a conversão de VF2 para Mega Drive, um console inferior e ultrapassado! Se um produto revolucionário em 3D tinha de ser adaptado para uma interface 2D bastante limitada, numa plataforma já mercadologicamente morta, dizer que isso soou como “um passo atrás” seria um clamoroso mal-entendido! Sim, porque vai muito além (ou aquém) disso… Toda a glória da jóia de Saturn virou poeira de estrela!

As formas para se acabar um combate, afora esvaziar a barra do adversário, incluem: deixar o tempo se esgotar; empurrá-lo para fora da arena.

O normal é pensar que houve uma involução escandalosa nos departamentos mais diretamente dependentes da tecnologia, que avança tão rápido. Mas veremos que o som e a imagem do jogo são os quesitos que paradoxalmente menos sofrem nesse projeto absurdo! A mecânica de jogo foi duramente afetada pela mudança de plataforma. Embora pareçam detalhes insignificantes a priori, quando somados transformam um jogo noutro todo diferente! O amontoado de lutadores selecionáveis, por exemplo, foi reduzido ao elenco da primeira versão de Virtua Fighter, um verdadeiro ancião dos fliperamas – só 8 –, e os personagens que sobraram perderam seus finais (zerações), mas essa é só a ponta do iceberg, o problema que menos incomoda. Muitos ataques especiais ficaram pelo meio do caminho, tornando a jogatina menos tática e desafiadora como é nas gruas e no Saturn. Nem tudo funciona mal ou de forma limitada. Sendo Pai, ilustrativamente, você pode executar as mesmas seqüências soco-soco-soco-chute das versões “mais ricas”, pois o timing é impressionantemente êmulo, possibilitando hit combos iguais. A nota triste é que metade dos throw moves (arremessos) teve de ficar de fora. Um deles é o Soccer Kick de Sarah (que nome para um golpe!). A jogabilidade está mais parecida com a de um standard 2D fighting do Genesis do que com o modo típico de se atuar num VF, o que nos faz questionar a escolha desta série e deste título em particular para estarem presentes na “missa de sétimo dia” do Mega Drive…

Não se pode fazer muita coisa sem um controle de 6 botões: é só chutar, socar e bloquear!

Em si, meu último comentário do parágrafo anterior não deve ser interpretado de forma desmoralizante. Todo jogo 2D que se assemelhe em algo à diversão de Street Fighter II seria convidativo ao máximo, mas o problema de VF2 Genesis Edition é a mediocridade dos controles. Não bastasse serem lentos e imprecisos, jogar com um joystick de três teclas (vide foto acima) é inconcebível! O último prego no caixão é que só foram incluídos dois modos, arcade e versus (2 jogadores). O mínimo que podiam fazer para aumentar a longevidade do produto seria adicionar um time attack e um tournament. Um team battle, então, ajudaria demais a elevar a nota do jogo rumo a um escore azul! Quanto de espaço essas implementações exigiriam? O cartucho já tem impressionantes – para a época – 32MB. Mais uns 8 não encareceriam tanto assim o produto e satisfariam essa demanda… Nada tecnicamente inviável. Isso é basicamente o que tenho para dizer das sessões de jogo de Virtua Fighter 2 Genesis, piores que as da gênese, o Virtua Fighter 1 dos fliperamas. Aliás, bem piores! Se o Virtua Fighter original fosse tão ruim, a série seria descontinuada…

Assim você me mata, Pai! Não tenho idéia do porquê, mas decidiram colocar uma 3×4 do lutador vitorioso após cada combate, acompanhada de uma provocação EXTREMAMENTE POLÊMICA (ui!). Uma delas, além da que está na foto, é “Um amador como você jamais iria me derrotar”: agora magoei!

Os gráficos, no entanto, são surpreendentemente bons para um jogo de Mega Drive. A engine 3D foi substituída por sprites, mas o visual segue fabuloso. Os personagens estão o mais detalhados e coloridos o possível. As animações, parte ainda mais difícil de manter fluida na transposição, são provavelmente top-notch no aparelho. Então, por incrível que pareça, não foi no departamento gráfico que as diferenças de qualidade entre os VF2 de Mega e Saturno puderam ser vistas de forma mais gritante!

Para fecharmos a avaliação do quesito de forma ácida, não obstante, cabem comentários acerca dos fundos dos cenários. Se se tomar os estágios de Take Lau ou Kage (cujos fundos são inteiramente repetidos), ver-se-á que as árvores frontais e a casa de estilo japonês, no plano mais próximo, ficaram agradáveis, mas a parte distante é uma mera “parede de árvores”, pixels em estado bruto. E nenhum elemento do background possui qualquer sinal de movimento.

O(a) Pai tá brabo(a)!

O mesmo pode ser dito a respeito do som em VF2: nem é tão decepcionante assim. Os temas dos lutadores estão todos lá, bem acima do padrão de qualidade do Genesis. Os efeitos sonoros, apesar de escassos, são sólidos também. Há até samples de vozes, aprovados em seu todo não fosse pela risadinha pós-vitória da lutadora Pai, que é irritante, HE-HE-HE!

Qual foi o objetivo de trazer um jogo, inferiorizando-o, para “abrilhantar” o leque de títulos de um videogame que em 97 já havia sido completamente obliterado pelo mercado 32 e até 64-bit em ebulição? Bem podia ser um presente de gala como despedida para os fãs; contudo, nesse caso o game teria de ter sido mais completo e bem-trabalhado… Ou então um Virtua Fighter inédito e paralelo, sem carregar os números 1, 2 (nem quiçá 3!) nas costas… e a responsabilidade de se (re)produzir um clássico. Com remakes de Virtua Fighter 2 disponíveis até para PlayStation3, quem precisa deste cartucho?!

Por Rafael de Araújo Aguiar

Agradecimentos a Saikyo Ki, darthjulian e Super Slash.

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Versão 2.0 – ampliada e corrigida.

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