
review 0ldbutg8ld #1138
obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!
Por Rafael “Cila” Aguiar
Arcade, Dreamcast
+ PlayStation2, PlayStation3 & Xbox 360.
Street Fighter III:
Third Strike – Fight for the Future
Street Fighter III: Third Strike – Fight for the Future Online Edition (PS3/360)
| F I C H A T É C N I C A |
| Developer(s) Capcom, Iron Galaxy Studios (PS3/360) |
| Publisher(s) Capcom, Virgin (EUR) |
| Estilo(s) Ação > Luta > 2D |
| DATA(S) E REGIÃO(ÕES) DE LANÇAMENTO |
| ARC 05/99 (JP/EUA) DC 29/06/00 (JP), 04/10/00 (EUA/EUR) PS2 19/07/04 (JP), 22/07/04 (JP, Limited Edition), 11/12/06 (JP, CapKore) PS3 23/08/11 (EUA/COR/JP), 24/08/11 (EUR/OCE), 20/12/11 (EUA, Complete Pack) 360 24/08/11 (EUA/EUR/JP) |
Também incluso na(s) compilação(ões):
| N.A. |
Quem jogar este também poderá gostar de:
(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)
BlazBlue: Calamity Trigger (ARC/PC/PS3/PSP/360)
Street Fighter IV (ARC/AND/iOS/PC/PS3/360)
Super Street Fighter II: The New Challengers (ARC/AMI/FMT/GEN/PC/SNES/X68)
| NOTA(S) |
(Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)
8.8 (ARC) | 8.7 (DC) | 8.2 (PS2) | 8.4 (PS3) | 8.5 (360)
| ESTE JOGO É PRA… | |
| ( ) passar longe | (X) dar uma jogadinha de leve |
| (X) dar uma boa jogada | (X) jogar freneticamente |
| ( ) chamar a rua toda pra jogar | (X) uma incógnita |
| (X) tipos específicos de jogador. Quais? | |
- Combo-makers que não têm pressa para deixar de apanhar e começar a BATER.
| FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADA | De 24h a 40h. |

Arcade
Street Fighter III foi amaldiçoado desde o berço. Poder-se-ia pensar que a seqüência do maior fighter de todos os tempos seria um instant hit só de aparecer nos Arcades, independentemente de sua qualidade. Mas não foi. Todos o odiaram. Os personagens icônicos, afora Ken e Ryu, não estavam lá. Não havia os combos tão chamativos da minissérie Alpha ou da versão Turbo, e as técnicas e estratégias para vencer eram mais nuançadas e lentas. A learning curve do produto era incrivelmente áspera, e a inteligência artificial conseguia ser mais maldosa que a do II. SF3 é uma grande destilação, reinventando a roda do gênero que essa mesma franquia havia criado. E essa destilação não era de agrado dos gamers “cachaceiros”… SF3, por incrível que pareça, tornou-se um game de nicho. Fora os ports para Dreamcast (console que naufragou), da primeira e segunda versões, o que atrapalhou a chegada de Third Strike, a versão definitiva, ao PS2 foi que se deu muitos anos depois de Street Fighter 3 ser considerado uma novidade que faria a diferença (5 longos anos após o fliperama), e de mais a mais só ocorreu no Japão!… E o pior de tudo é que hoje o tratamento do jogo é totalmente diferente: virou um clássico tardio! Quando a opinião da massa começou a virar? Talvez com o lançamento de TS na PlayStation Network do PlayStation3… É “nostalgia do que não vivemos” que chama?

Arcade
Como indicado, o ar de novidade começa já na seleção dos lutadores. Ryu e Ken, que não seriam loucos de aposentar tão cedo, e Chun-Li, mais badass e coxuda do que nunca, são as exceções; de certo modo podemos incluir Akuma como outra excepcionalidade, já que nas últimas versões de SF2, o Super, e na série Alpha, ele se consagrou como personagem secreto e apelão; mas depois desses 4 nomes, agora é sério, não depararemos com nenhum rosto conhecido. Alguns fariam carreira no futuro da série e voltariam em Street Fighter IV ou além, como Yun, Yang, Dudley, Makoto e Ibuki. E, claro, Alex, um Hulk Hogan-wannabe, que aliás era considerado o próprio protagonista de SF3, uma vez que a Capcom queria se livrar do rostinho bonito do Ryu (o pessoal é que não deixou). Mas temos aparições que não voltariam mais tarde, como Sean e Remy (mais aparentado com um lutador de KOF, uma espécie de híbrido de Dan e do Guile de Alpha). Oro é o velhinho (mais de um século de vida!) bom de porrada indispensável – ele luta só com um braço só para dar alguma vantagem ao oponente! Q, nome “comprido”, também não gosta de revelar a face por trás da máscara, além de esconder a alcunha. Elena veste um biquíni e é uma princesa africana versada na capoeira. Gill (lê-se guiu) e Urien são irmãos e chefões, nada de M. Bison! Dois specials deles incluem: ressuscitar quando a barra de life acaba e uma emissão de meteoros do céu que invadem quase a tela inteira. Os estilos são variados o suficiente para agradar qualquer gosto; pena terem demorado tantos anos para descobri-lo!

Arcade
Mas é verdade: de começo parecem muitas mudanças para tragar. As mecânicas de SF estão intocadas, no básico: 6 botões de ataque, throws, grapples e projéteis acionados pelas mesmas combinações de botão. Third Strike se distingue do passado da franquia pelo foco no timing e no “jogar técnico”. Sair emendando combos não vai ser fácil como na série Alpha ou Vs. Não dá para apertar teclas às cegas, elas não conectarão. É preciso aprender o alcance de cada golpe e que ataque leva prioridade num duelo, havendo complexas hierarquias entre os lutadores. Por quanto tempo o golpe pode tontear o adversário, quão rápido será preciso emendar com o próximo golpe. Posicionamento. Guarda alta. E todo o resto que todos os fighters usam. Nem citei o parrying, que é um tipo de finta que serve como absorção do golpe: você o leva mas o dano é zerado na barra. O comando é bem simples, funcionando com para frente ou para baixo, mas ativá-lo é osso: tem que ser no frame exato do ataque do oponente! Além de não levar dano sua barra de especial, Super Art meter, vai se elevar. O timing é tão meticuloso nesse quesito que um novato terá de tentar uma dúzia de vezes até encaixar seus primeiros parryings voluntários. Mestrar essa técnica garante não só reduzir o dano de uns soquinhos e chutinhos, como também frear alguns dos combos mais devastadores.

Arcade
Se o jogador de PS3 (ou Xbox 360) já se sente à vontade pode encarar as disputas online (alguém sabe se os servidores ainda estão ativos?!). Já nessa geração tão precoce o game vinha com uma ferramenta para salvar replays de partidas e enviá-las diretamente a sua conta no YouTube.

Arcade
Para os mais introvertidos ou os jogadores de Third Strike no DC ou PS2, entretanto, o jogo oferece alternativas o bastante: vários troféus e unlockables. Tem até uma parte do Trials Mode (treino) especialmente dedicada ao parrying. O mesmo vale para combos, canceling, handicaps e outros pontos-base da mecânica. O jogo tem estatísticas interessantes para mostrar, pois conta quantos projéteis o humano lançou desde que jogou a primeira vez, quantas vezes deu parry, quantos carros destruiu no bonus game do Arcade Mode, etc.! Falando em bônus, os pontos bônus acumulados nas jogatinas servirão para destravar os personagens secretos, artes especiais dos desenhistas, finais alternativos, novos estágios, a trilha sonora original (do primeiro SF3), entre outros. Não é tanta coisa como nos fighters mais modernos, mas está no meio do caminho entre o que os jogos de luta ofereciam nos anos 90 e a atualidade.

Dreamcast
Dada a importância descomunal do timing e da técnica, não é surpresa que a Capcom tenha feito de 3rdS um universo tão detalhado. As animações mais básicas são ridiculamente complexas: o hadouken de Ryu tem pelo menos uma dúzia de frames; Elena é conhecida por dançar na posição de repouso e ser o personagem mais bem-animado num jogo até então; pode-se ver como o kimono de Akuma amassa e desamassa se deslocando com cada movimento; ou como o corpo de Urien se torce em velocidade quando ele executa a dash com rasteira; Makoto pode variar entre várias posturas do karate com grande graça e fluidez, e curiosamente seu caminhar é sincopado com a música quando ela joga em seu próprio estágio; Dudley emite socos em velocidade obscena; Chun-Li tem os chutes e esquivas mais lindos de SF3. O que torna tudo isso inacreditável e extasiante é que tal resultado tenha sido alcançado com a tecnologia de mais de 20 anos atrás. Pode-se considerar o que aqui se vê como platô do 2D, mesmo que os modernos Guilty Gear e BlazBlue, na acepção mais prática, venham a deixar esses gráficos e animações no chinelo (sim, a tecnologia acaba obsolescendo, nem que um pouco apenas, as grandes conquistas!). Third Strike pariu um milagre nos anos 90. Ainda é possível achar games com sprites renderizados de forma inferior em hardwares como o PlayStation5!

Dreamcast
No fim, Street Fighter III é Street Fighter III, por direito e também por mérito: o legítimo sucessor de Street Fighter II. E não importa que a coroação tenha demorado horrores. Não espere encontrar o elenco mais carismático. Não espere aprender como jogar da noite pro dia. Não espere poder competir em parries com quem já joga há anos! Mas é isso mesmo que torna SF3 único e soberbo, sempre revisitável. Street Fighter III não teve medo de pegar tudo que definia um bom fighter e ir contra a maré, redefinindo-o a sua própria maneira, e emplacando uma senhora vitória: “bons fighters também podem seguir esta nova fórmula que eu apresento aqui”. Um jogo que requer habilidade e dedicação, sem dúvida, o que significa que não é para todos. Mas, se vale a tentativa de chamar o público casual, não é todo hardcore fighter que possui um Trials tão bom para ensinar o bê-á-bá. Além disso, todo multiplayer entre jogadores do mesmo nível (incluindo o nível iniciante) acaba sendo ultra-divertido!

PlayStation2
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