epic merda pc

Big Rigs:

Over the Road Racing

F I C H A T É C N I C A

Developer Stellar Stone

Publishers GameMill (lançamento original), Margarite Entertainment (Steam)

Estilo Corrida (?)

Datas de lançamento 20/11/03 (EUA), 08/04/2025 (Steam)

NOTA

1.75

Apior nota já agraciada numa análise de jogo no rafazardly: essa é a façanha primorosa obtida por Big Rigs. Vamos saber, a partir de agora, quais os motivos, avisando-o, no entanto, que ou os inúmeros erros listados indignarão vossa pessoa ou no mínimo provocarão boas risadas e eventuais tombos da cadeira…

O fato é que games-podreira sempre aparecem. Muito mais que aqueles que valem uma estante só para si, isso todos sabem. Uns pouco ruins; outros medianamente ruins; alguns péssimos! No entanto, ser considerado “um dos piores já feitos”, uma avaliação abissal, é para RARÍSSIMOS EXEMPLARES. Quando um destes aparece, muito bom que sirva de lição para uma próxima vez da empresa e até mesmo para suas concorrentes – e que ninguém – JAMAIS, EM HIPÓTESE ALGUMA – compre o produto! BR:ORR não é apenas horrendo no aspecto visual (parece que uma praga de pixels veio se alimentar de todas as estruturas gráficas do jogo ou que esqueceram de revisar seus cenários!) mas consegue ser tão pouco um jogo de videogame que gamers se perguntariam para quê usar um controle aqui (se bem que a priori se usa o teclado, ou melhor, uma pequena parte dele!).

Se o objetivo era criar o jogo dos caminhões mais escangalhados da história, voilà, conseguiram!

Começando a falar dos detalhes, portanto (sim, em negrito, para humilhar de vez esses incompetentes criadores de aberrações que ainda recebem salário por isso), a característica mais marcante e onipresente de Big Rigs é seu sistema de jogo. Entende-se por sistema “o que há para se fazer por suas jogatinas” e “de que maneiras se pode fazê-lo”. Não que seja um conceito mal-trabalhado: ele simplesmente não existe! Logo, a principal coisa que há em BR é uma coisa que NÃO há!

Na teoria, como já dito, Over The Road Racing é do estilo corrida, em grandes caminhões que aceleram várias estradas adentro (ao menos não são que nem as brasileiras) dos EUA num peculiar esforço para entregar sua carga antes do competidor. Só que o jogador perceberá que não será o caminhão alheio o seu maior adversário… Curiosidade: se for lento na entrega da mercadoria, diz a descrição na box do título, você é preso pelos homens-da-lei! Isso que é incentivo a velocidades insanas em rodovia pública e mortes na certa, hein, cara! Quer dizer: tudo isso é o que a parte de trás da caixa do jogo, como dito, tenta transmitir aos ludibriados consumidores. Como já mencionado em bold letters, todavia, não é o que se vê/sente na prática. Estou falando sério, sem pingos de exagero: nada de perseguições policiais, competições de fast delivery, sequer uma dirigibilidade que se possa chamar de “condução de caminhão” ao invés de “joguinho feito por um moleque de três anos”…

A idéia é escolher entre quatro veículos robustos vagamente diferentes entre si e estágios idem (e todos uma merda! – mas você vai ver, mais adiante, que UM SE SUPERA). Há um rascunho de projeto de competição com um único adversário numa “corrida”, que na verdade é que nem aquelas de jogos-arcade, com checkpoints. Termina aí. No entanto não sem percalços (dos grandes): a tal CPU, supostamente ali para rivalizar com vossa pessoa, simplesmente NÃO larga! Isso mesmo, ela fica parada no início do trajeto, é um mero ENFEITE! Assim como, apesar dos checkpoints, não há limite de tempo (aquela famosa contagem regressiva até o 00, game over): outra big decoração, um “detalhe” do jogo que tanto faz existir ou não. No final, toda essa lambança quer dizer que você ganhará TODAS as vezes que “disputar” um match, a não ser que não consiga CHEGAR À CHEGADA (e vamos ver como isso é possível, já, já!).

Big Rigs consegue desvalorizar o troféu mais dourado…

Vamos supor, usando esse belo instrumento gratuito e de capacidades infinitas chamado cérebro humano, que a Inteligência Artificial (e não a Estática Real!) funcionasse e o caminhão furioso do adversário estivesse disposto a um rali contra você. Ainda assim, não valeria em nada a experiência: os controles são tão baixo-nível que insultam os hábeis dedos dos jogadores de PC. Na verdade, até clássicos enferrujados como Prince of Persia usam mais teclas. Tudo que se necessita são as setas direcionais. Já viu isso? Um caminhão (creio eu) tem de ter freio, acelerador, embreagem… É inconcebível que um game 3D do século XXI não tenha esses resquícios de complexidade atualmente exigidos! Vergonhoso. Fora que nem para quem se candidata a manobrar a      “bosta ambulante” as coisas vão bem: há uma total imprecisão na condução do veículo. Esqueça tudo que a escola lhe ensinou. Não há Física em Big Rigs. A aceleração do carango acontece em 1s até sua top speed, coisa que nem o mais possante utilitário conseguiria fazer na realidade (para rir: de marcha a ré pode-se chegar a 60 milhas por hora em 5 segundos; e adivinha o que acontece quando você solta a tecla direcional? O caminhão pára no mesmo milissegundo!). Terrenos não importam: o asfalto em si, terra, grama rasteira, mata alta e até mesmo elevações quase verticais, o caminhão sempre se comportará da mesma maneira ao passar por eles. Fazer curvas chega a ser mais insosso que todo o resto, pois a “coisa” tem a maior sensibilidade que já se viu num auto e um toque na seta pode resultar num cavalo-de-pau de 360°, anulando o efeito esperado (talvez uma leve curva para a direita, ã?).

Se bem que a jogabilidade só importaria mesmo se houvesse preocupações como “não se chocar contra algum objeto opaco pelo caminho” ou similar. Nem isso há! Você pode enfiar (e sair ileso) seu caminhão por entre casas e muralhas, que não importa quão grandes sejam sempre “voarão pelos ares” ou sabe-se lá o quê, o que importa é que o gamer seguirá em frente como se fosse uma brisa de estrada. E quando se sai dos limites normais do curso não há nenhum mecanismo no jogo que o devolva ao local onde deveria estar ou o penalize por isso: você que fique ali o tempo que quiser e que volte por conta própria! Maioria desses lugares costuma ser um amontoado irracional de polígonos no que parece ser o mais tosco rascunho (segunda vez que eu uso essa palavra na resenha!) de game em três dimensões já presenciado pelo gamer comum. O mais aborrecedor é que mesmo se o jogador tentar atingir o fim da pista pacientemente, jamais conseguirá cruzar uma das estreitas pontes em dadas fases: sempre irá cair, nunca chegará ao outro lado, jamais receberá aquele lindo (hm…) troféu exposto na foto acima!

Suplicamos: NÃO jogue Big Rigs: Over The Road Racing. O ser humano não pode se estressar esse tanto!

Essa foi só uma introdução para a crítica a respeito dos gráficos. BR é um dos jogos de visu mais feio dos últimos anos (e põe últimos anos nisso). Os modelos dos veículos são horríveis, com um look deveras arcaico e luzes de freio que extrapolam na dimensão e cujo raio luminoso não tem “sentido”, é uma bola de luz parecida com o que os míopes veriam sem óculos (vide acima). Os quatro cenários então, pfff! Não é só questão de mau uso das texturas, mas são simplesmente infelizes, feios mesmo se fossem mais bem-trabalhados por algumas horas (ou dias, ou anos!). São ilhas de polígonos de diferentes cores cercadas por um inexplicável cinza que não é o das nuvens no céu, porque afinal está no chão! Mais: a razão de termos dito que eram cinco circuitos anteriormente e agora dizermos um a menos não é um erro de contagem, mas sim o mínimo que poderíamos fazer diante de um fato. O que acontece é que o quinto não funciona: não que ele seja péssimo e mal dê para andar, você ainda não entendeu claramente! Ele NÃO pode ser jogado! Assim que é selecionado, o game simplesmente fecha. Fecha e deixa o boboca do jogador olhando para o desktop.

Sobre o som não há muito o que dizer: felizmente isso quer dizer que não há muito do que debochar, também. Só temos faixas techno, nenhum efeito sonoro. Melhor a ausência de alguma coisa do que mais pérolas! E, cá entre nós, música eletrônica não é o pior dos estilos… Talvez seja essa a razão que elevou a cotação final do game para mais de 1 ponto!

O quanto Big Rigs é ruim, afinal? Tanto quanto um gamer consegue imaginar que seja. Mas pedimos que permaneça na imaginação e não se arrisque a experiência, digo, estímulo ao suicídio. Perguntas: por que ISSO vale algum preço? Os desenvolvedores levaram mais de meio minuto para bolar toda essa “engenhosidade”? Estamos sendo ZOADOS? Sim, porque junto do jogo vem um readme file (tutorial em .txt) que diz que “este produto foi testado inúmeras vezes antes de chegar até você”. Não façamos o desfavor de perder mais de nossas preciosas vidas dando atenção a este lixo!

Relaxem, pobres gringos envolvidos neste projeto (que nunca lerão isso, eu sei): acaba aqui a intensa (e merecida) humilhação!

E o mais divertido: desde abril de 2025 este EPIC MERDA GAME está no catálogo da Steam!

Agradecimentos a Alex Navarro

Rafael de Araújo Aguiar

versão 5 –2005; 2007; 2011; 2013; 2025.