epic merda gbc

Game Boy Advance, PlayStation2, X

+ Game Boy Color & PlayStation

David Beckham Soccer

FICHA TÉCNICA

Developers Rage Software / Yoyo

Publishers Rage Software / UbiSoft / Majesco

Estilo Futebol

Datas de Lançamento:

GBA

07/10/02 (EUA); 22/11/02 (EUR)

GBC

08/02/02 (EUR)

PS

23/11/01 (EUR); 06/02 (EUA)

PS2

07/06/02 (EUR)

X

07/06/02 (EUR)

NOTAS

4.55 (GBA) | 3 (GBC) | 4.96 (PS) | 5.71 (PS2) | 6.3 (X)

Este jogo é pra…

(X) passar longe  (X) dar uma jogadinha de leve  (  ) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (X) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? Beckhamistas com um Xbox!  (X) incógnita

Vida útil estimada: 12h40 (média de todos os consoles)

VERSÃO PORTÁTIL

Apremissa soa maravilhosa: compita em gramados da Uefa Champions League ou de qualquer outra parte do mundo vestindo a camisa de mais de 200 clubes e seleções com todos os nomes oficiais dos jogadores; dispute “n” campeonatos nacionais em turno e returno exatamente como na TV; treine recebendo conselhos de David Beckham em pessoa a fim de melhorar no bê-á-bá do jogo. Adianto-lhes, porém, que daqui em diante esta resenha vai ladeira abaixo, frustrando expectativas.

A jogabilidade é ridícula e a CPU não oferece qualquer obstáculo, a ponto de termos goleado a França com o fraco Luxemburgo (não o técnico, que também é fraco, fraco!) por 17 a 0!

Pode-se mudar o tempo de jogo de 2 para 20 minutos, desativar faltas e laterais. É isso. Não espere por customizações extras. Os modos de jogo até que iludem, outrossim: friendly match, competition, season, train with Beckham. Este último é o que mais merece menção, sendo um tutorial com participação do próprio idealizador da pelada virtual. A idéia foi ótima mas, conforme veremos, não tem nada que ter tutorial num jogo que só usa 2 teclas e não tem a menor estratégia para vencer! Acerca do competition mode, onde pode-se jogar um êmulo de Copa do Mundo com 32 equipes, a excitação amaina quando percebemos que, apesar do jogo prometer, não conseguimos salvar nosso progresso, e dificilmente a efêmera bateria do Game Boy Advance dura o bastante para que cheguemos ao final do torneio!

Antes de cada confronto estão à disposição 6 formações básicas, as velhas substituições (ou troca de posição no gramado para tentar organizar o time melhor)… mas nada disso importa nem um vintém. Assim que o pontapé inicial for dado, não interessa com que time ou atleta, corra em ziguezague com o mesmo jogador até chegar nas imediações da área oposta, incida rumo à meta num ângulo de 45° (se não souber o que é isso, volte pra escola) e dispare. Goooooooool! A CPU desprovida de rotinas criativas, robótica que só ela, de Beckham Soccer não irá incomodá-lo. Em caso de estar sem a posse, desloque-se em direção ao detentor da pelota, roube-a (não precisa apertar nada, apenas toque no cidadão, ou atravesse-o!) e saia trotando rumo a outra direção, sempre lá-e-cá, hither and thither, no ziguezague. Não vou dizer que seu homem não sofrerá marcação, mas é como se fosse seguido meio timidamente por uns Robotrons (jogo do Atari 2600) ou R2D2 pouco agressivos… Um link cable game com outro dono de GB Advance viria a calhar para afastar essa monotonia toda, mas DBS sequer conta com esta opção. Já tinha visto algum jogo de futiba sem multiplayer? Agora viu!

E sobre o passe, pedra-de-toque de todo bom time no futebol? Bem, se você quiser mesmo usar, esteja à vontade, mas não se aborreça de tocar no A, porque, como eu disse, a melhor estratégia é correr com um só homem o campo inteiro, costurando, ao mesmo tempo que ignora os zagueiros cérebros-de-melão! Você esperava algo mais da interface do portátil 32-bit da Nintendo? Então lamento informar que tirando os chutes com B (com gradação de força conforme a sensibilidade da pressão no botão) e os carrinhos com A (como eu disse, eles são dispensáveis, já que basta triscar nos adversários para efetuar desarmes) não rola mais nada. O jogador pode “tapear” o L e R galantes do GBA à vontade para dar aquela malhada nos indicadores, mas não espere nenhum reflexo desses trabalhos na tela, já que estas teclas foram simplesmente desprezadas pelos designers!

Por toda essa ausência de complexidade na interface (não que, em havendo mais teclas e funções, a inteligência artificial fosse colaborar grande coisa) é que digo que o tal do training com Mr. Beckham é um desperdício de carisma e de boas intenções. Afinal… treinar o quê?! Mais do que nunca Romário tinha razão: é só aquecer e entrar em campo sabendo o que vai fazer (gols, muitos gols, não tenha a menor dúvida).

Seguindo adiante com os gráficos, embora a caixa proclame orgulhosamente uns tais “3D isométricos” nas imagens do produto, Beckham Soccer como jogo de GBA é um excelente jogo 8-bit de GBC (tanto é que resolvi fundir os 2 reviews e publicar fotos de ambas as versões como se fossem uma só; duvido que você vai sacar a diferença), com um gramado ligeiramente inclinado (nada de “isométrico”). O zoom é bem distante, e casa perfeitamente com games cuja proposta recai principalmente no “passar a bola” – o que não é o caso de DBS. Pior ainda, quando dois times de cores parentes jogam um contra o outro (azul e verde, por exemplo) o desastre é total, pois já não se sabe quem é quem. Os jogadores ficam minúsculos e não passam de amontoados de poucos pixels. O som é o complemento “ideal” aos gráficos medonhos e à CPU modorrenta: passa tão despercebido que você vai checar o volume do aparelho para confirmar que não desligou o áudio! Enquanto que não há coisa melhor para os pais que dirigem no momento em que tudo o que o filho faz é jogar no banco traseiro (sem encher o saco), é como que um empurrão a mais para o sono letárgico do jogador, neste épico do “ziguezague monótono despido de toda e qualquer adrenalina”. Adrenalina essa tão associada ao futebol — é lamentável!

Sabe, quando Tony Hawk emprestou seu nome à série Pro Skater, gosto de acreditar que ele via potencial na brincadeira e que queria dar um suporte aos desenvolvedores no que lhe coubesse. Sei que seus motivos não eram integralmente altruístas, mas não consigo pensar num cara como ele endossando um jogo abaixo da crítica. Gostaria também de dar a David Beckham, o réu da vez, o benefício da dúvida, posto que não sei nem se ele passa o tempo livre jogando videogame, então pode ser que nem faça idéia de em que terreno movediço ele pisou quando assinou esse licenciamento. Quem sabe ele nunca descobriu – ou seus filhos jogaram e não contaram – quão pobre é este David Beckham Soccer. Eu o aconselharia a, duma próxima vez, contratar alguns assessores espinhentos pra testar jogos com seu nome, e só pra isso, de forma a não correr o risco de sofrer arranhões desnecessários em sua imagem de galã bem-sucedido que não errava um único lance de bola parada! Aliás, toda grande estrela precisa de game testers!

Aquilo que todo mundo já sabe, só pra constar. Mas não pára nesses detalhes comezinhos da vida do craque – tem até respostas para curiosidades sórdidas dos fãs, por exemplo: “o que você come antes de uma partida?”; “qual era seu programa de TV favorito na infância?”.

* * *

PLAYSTATION1/PLAYSTATION2/XBOX

Xbox

Nos videogames caseiros mais potentes, a fórmula respeitada é praticamente a mesma, mas o desastre é bem minorado pelas capacidades técnicas dos novos hardwares, acompanhe.

Xbox

Desafortunadamente, além do próprio D. Beckham não conseguiram o licenciamento de outros jogadores para esta adaptação, ao contrário da rendição portátil. A semelhança visual remanesce, ao lado de equivalentes fonéticos tais quais “Owin” para Owen e “Zanetee” para Javier Zanetti! Há ainda uma opção para editar você mesmo a nomenclatura, até ela ficar certinha. Game modes incluem friendly, club season, várias international cups (com destaque para o Home Championship, a competição internacional de seleções mais antiga da História, que durou 100 anos, sempre a reunir, além da metrópole Inglaterra, os súditos da Rainha – Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales), Classic Matches (subdivididos em duas instâncias, sejam os pontos altos da carreira de Beckham ou outros jogos fenomenais da História do futebol, antes ou depois do “craque” do título ter nascido…), Beat Brazil (o jogador sempre controla a França e tenta vencer a Seleção Brasileira em diversas partidas; quanto mais partidas vence, mais fraco será seu time a fim de tentar a façanha novamente), Survival (com partidas dificílimas em que se carregam os gols dos jogos passados, não se pode salvar e deve-se enfrentar uma bateria de pedreiras!) e o Train With Beckham, com uma série de minigames destinados a ensinar os básicos (melhores que nos portáteis) e destravar pequenos secrets.

PSOne

Não tente dar chutes fortes segurando o botão: o segredo é apertar, rapidamente, duas vezes a tecla Quadrado!

A jogabilidade é mais lenta do que em outros futebóis da Rage (Microsoft Soccer 2000 e UEFA Striker/Striker Pro 2000 os mais conhecidos) e, acompanhando as características do jogador que homenageia, tem seu ponto forte decididamente na bola parada, quando o gamer escolhe entre usar de jogadas ensaiadas para ludibriar os defensores, arriscar o chute direto ou servir os companheiros na boca do gol, com a tradicional flechinha colorida móvel. A precisão é espantosa, ainda mais tendo-se em conta a fraca gameplay no demais.

Funções como “importação de trilha sonora do usuário” tentam dar um saborzinho a mais ao produto, mas do que adianta, quando você só pode ouvir suas músicas nos menus pre-match?

Rafael de Araújo Aguiar

Lista de agradecimentos

GAMEFAQS

JohnnyBravo1000

afrofreddy

MrGood

Tropicon

odino

ShinraCloud

MOBYGAMES

Kabushi

JEUXVIDEO.COM

Shreddy

Consoles Plus magazine

GAMESFIRST!

Jason Frank

IGN:

Peer Schneider

GAMESPOT:

Giancarlo Varanini

versão 2 – 2014; 2025.