Arcade, Neo Geo
+ Android, Dreamcast, iOS, PC, PS2, PS3, PS4, Switch, VITA, X360 & XONE.

Garou: Mark of The Wolves
Fatal Fury: Mark of the Wolves (Dreamcast)
ACA NeoGeo – Garou: Mark of the Wolves (PS4/SWI/XONE)
F I C H A T É C N I C A
Developers SNK, SNK Playmore, Code Mystics (PS4/VITA), DotEmu (PC), SNK Corporation (SWI)
Publishers SNK, Agetec (DC, EUA), Playmore (DC, JP), SNK Playmore (PS2/360/iOS/AND), Hamster (XONE/SWI/PS4), SNK Corporation (PS4/VITA/PC), Limited Run Games (PS4, EUA, edição física), Pix’n Love (PS4, EUR, edição física)
Estilo Luta
Datas de Lançamento:
ARC
26/11/99 (JP), 1999 (EUA)
NEO
25/02/00 (EUA, JP)
DC
27/09/01 (JP), 23/11/01 (EUA), 23/05/02 (JP, SNK Best)
PS2
30/06/05 (JP), 21/06/07 (JP, SNK Best Collection)
PS3
17/06/15 (JP)
360
24/06/09 (mundial)
iOS
19/02/15 (EUA)
AND
19/02/15 (EUA)
PS4
03/12/16 (mundial), 16/08/18 (JP, AkeAka), 07/20 (EUA, física), 01/21 (EUR, física)
XONE
12/04/16 (EUA), 16/08/18 (mundial, ACA NeoGeo)
VITA
03/12/16 (EUA), 07/12/16 (JP)
PC
06/12/16 (EUA, Steam)
SWI
11/05/17 (mundial)
PS4
28/03/19 (EUA)
NOTA
9
Todo Fatal Fury era tão bom que a seqüência já era esperada e – cá entre nós – segura. Mas depois da versão Real Bout 2 por que isso não ocorreu? Na verdade nem os maiores fãs estavam assim tão crédulos porque o biênio 98/99 representou uma grande mudança nos rumos da empresa produtora, a SNK. Primeiro: declaração de problemas financeiros. Segundo: eles quiseram copiar a Nintendo com um Neo Geo 64 na parada, e logicamente o resultado foi pífio, pois o forte da softhouse são mesmo os jogos 2D. Colado nesse segundo fato, um terceiro: o projeto Wild Ambition (um capítulo paralelo de FF desconhecido dos gamers comuns e que é tabu em rodas de hardcore fans!) se mostrou um dos fracassos poligonais mais ecoantes da História em termos de fighting games. Foi uma tentativa da SNK no PlayStation de se adequar à “nova geração”. Mal sabia ela que retornar para o 2D deste Garou um ano após era a verdadeira modernidade…

Terry é o único remanescente da Velha Guarda; Rock Howard é um ícone da nova geração
CAST 9/10
Os desenvolvedores não caíram na preguiça de só colocar alguns novos cenários, carinhas superficiais e dizer: “pronto, um novo jogo de luta!”. Poderiam tê-lo feito, não seria nenhum crime, pois compraria quem quisesse. E pior que, se ainda colocassem alguns moves inéditos e batizassem a obra de Real Bout Fatal Fury 3 ou Special 2 (ou ainda Fatal Fury 4?), bem, haveria muitos compradores, tudo por causa de elogios mentirosos na parte de trás da caixa e do renome da franquia, conquistado não sem muita labuta de cada projetista das obras anteriores. Sorte sua que a história é outra…
Muitos rapazes/moças de tradição do seriado foram, para começo de conversa, chutados para escanteio – ou, diria eu, pro mato em si, afinal estamos no campeonato do Rei das Lutas! No enredo, está MUITOS anos mais avançado em relação à última versão do que qualquer outro FF já esteve em relação a seu respectivo antecessor. Tempo suficiente para que mesmo “mascotes” da série como Andy Bogard, Joe Higashi, Blue Mary e até Mai Shiranui (que podia muito bem estar viva como uma coroa bem gostosa!) fossem descartados, dessem o “pira” da parada e abrissem espaço para uma nova linhagem de lutadores esquisitões. Tamanha mudança deve ser a razão do fim de “FF” no título também (no Ocidente, claro, já que lá no Oriente o nome sempre foi Garou). Ok, ok… e quem, afinal de contas, permaneceu? Terry Bogard, ainda assim razoavelmente modificado. Adeus àquele boné azul e àquela jaqueta vermelha que pensávamos ser colados no corpo do cara de tanto que ele os usava, bem-vindos casaco marrom e novo cabelão que passa dos ombros (por pouco os fios não são brancos)…

Meu poderoso chefão
Impacto o suficiente? Não, ainda não! Os novos combatentes, carismáticos que só, logo vão conquistar sua gamer-confiança: Rock Howard (filho do imortal Geese!), Kim Dong Hwan e Kim Jae Hoon (filhos de Kim Kaphwan), Hotaru Futaba (a garota segurando um animalzinho na screen abaixo), Gatou, Bonne Jenet (pirata inglesa), Marco Rodriguez (usa a técnica Kyokugen Karate do Ryo de Art of Fighting!), Hokutomaru (criancinha feliz, tipo um Linko de YuYu Hakusho!), Freeman (que tem tudo para, contrariando seu nome, ser um ex-presidiário), The Griffin (codinome wrestler), Kevin Rian (membro da S.W.A.T.) e finalmente os dois chefões: Grant e Kain (jogáveis com truque).
Na maioria das vezes, numa série tão tradicional, mesmo quando se muda completamente o elenco é esperado que os estilos permaneçam (como por exemplo do Street 2 ao 3 e também com Tekken 2 e 3, com “personagens diferentes mas iguais”), no entanto não espere isso em Mark of The Wolves. Originalidade é o ponto alto e come solta o tempo inteiro. No geral é fácil e intuitivo jogar com todos, mas Rock Howard ganha de longe na preferência do público.

Carne nova no pedaço…
SISTEMA DE JOGO & JOGABILIDADE 9/10
A maior inovação no sistema de jogo é a TOP (Tactical Offensive Position, ou Posição Tática de Ataque). No início de cada embate é possível ajustar em qual ponto (na verdade uma determinada área, ou seja, limites mínimo e máximo) de sua barra de energia você vai querer a ativação dessa técnica (três escolhas). Há algumas vantagens de um lutador com a TOP ligada para um que não a tem no momento. Um TOP Move poderá ser executado com C+D (teclas do Neo Geo). Com ele, momentaneamente ganha-se em poder de ataque (damage consideravelmente maior) e uma ligeira regeneração da barra de life. Quem mais que a SNK para vir (pela primeira vez!) com um conceito desses num jogo de ponta?! Além disso, a maior parte dos Super Moves e superiores foram simplificados para o bem da nação porradeira. Para os que não sabem, os SM só podem entrar quando a barra inferior atinge o “S Power”. Uma vez lá, a seqüência exigida é meia-lua frente (x2) mais A ou B. Para os Potential Power Moves (quando a barra está no “P Power”, ou seja, trata-se dos golpes mais poderosos), o mesmo processo anterior porém trocando A/B por C/D. Exceções, amigo, sempre há, mas são poucas. Enquanto os mais hardcore vão achar essa uma medida “barata” para conquistar leigos ao gênero, eu diria que aumenta demais a nota para “jogabilidade”.

Com “S Power” é só mandar ver na meia-lua!
GRÁFICOS 10/10
Uns dos mais fantásticos de todo o console antigão Neo Geo, como já é possível ver pela gigantesca memória do cartucho na capa. Parece repetitivo, mas é impressionante como a SNK veio puxando ano a ano os limites do Neo Geo e provando que aquele hardware de 1990 era tão incrível que permanecia atual 10 anos depois! Com as séries The Last Blade e The King of Fighters é a mesma história!
Toques legais? Repare nas quedas d’água da fase de Gato, nos inúmeros detalhes do estágio de Hokutomaru (como as placas de Mai e Andy e os personagens de Last Blade sentados ao relento nos carros), e os pássaros em movimento constante no lar de Hotaru. Repare, ainda, no templo de Kain (foto com o mural de uma mulher ao fundo, mais acima). Melhor ainda, há mudanças perceptíveis em cada round. Por exemplo: contra Terry estar-se-á num trem em movimento no primeiro, mas ele já estará parado na estação no segundo.
O polimento de G:MoTW não se restringe a “cenários”: os personagens estão realmente acima da já tarimbada qualidade da developer. A animação (deles e de todo o resto!), então… há movimento em qualquer canto da tela a qualquer instante! O número de frames, por lutador, ganha inclusive de TKOF, afinal o time deste último é de mais de 50 lutadores e aí fica difícil consumir tanta memória… O visual lembra um pouco AoF3, de 1996. O artwork está sublime. Os dois movies introdutórios que rodam aleatoriamente no início, além de belos, não deixam o jogador cansar como seria se fosse só um. Sem falar nos finais, os indispensáveis finais, realmente BONS e mais LONGOS, coisa que os fãs vinham pedindo há tempos.

Terra da piratinha doidona [repare no adorno do vestido sensual]…
SOM 8/10
Infelizmente não está tão em alto nível quanto os quesitos anteriores. Há algumas faixas excepcionais na soundtrack e outras descartáveis, afora as medianas. Exemplos para essas três categorias, respectivamente, são: temas de Rock, Jenet e Hotaru. A de Bonne Jenet (a música que ficou péssima, para os desatentos), aliás, parece uma simbiose esquizofrênica do tema antigo de Terry com o de Blue Mary de RBFF2. Falando dos efeitos e falas, continuam no maior padrão de excelência possível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É o oitavo Fatal Fury. É excelente. Fica a seu critério se é o melhor da série, mas está desde já ENTRE eles e, sendo assim, entre os maiores clássicos da era Neo Geo. Coisas simples como controles responsivos, lutas fluidas, fator replay alto e dificuldade decente é que fazem Garou: Mark of The Wolves chegar lá. By the way, existe uma alteração fundamental no sistema de jogo que foi deixada para cá e que pode pesar para alguns viciados na série: as mudanças de plano visando à fuga de golpes (a esquiva à la “sou covarde, não bloqueio, fujo!”) estão extintas (finalmente, a marca registrada dos FF, com exceção do Special – sem Real Bout – se vai: outro motivo bem suspeito da alteração do título original). É, em suma, o FF definitivo e você não pode deixar de jogá-lo, gostando ou não das alterações.
Agradecimentos a Kazuya-UK do neogeoforlife.com
versão 4 – 2005, 2006, 2011, 2025.