review 0ldbutg8ld #1148
obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!
Por Rafael “Cila” Aguiar
PlayStation4

Fist of the North Star:
Lost Paradise
Hokuto ga Gotoku (Japão)
| F I C H A T É C N I C A |
| Developer(s) Ryu ga Gotoku Studios |
| Publisher(s) Sega |
| Estilo(s) Action RPG Beat ‘em up > Gore Minigames |
| DATA(S) E REGIÃO(ÕES) DE LANÇAMENTO |
| 08/03/18 (JP), 02/10/18 (EUA, EUR, OCE), 08/08/19 (JP, Value Price) |
Também incluso na(s) compilação(ões):
| N.A. |
Quem jogar este também poderá gostar de:
(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)
Yakuza: Like a Dragon (PC/PS4/PS5/XONE/XSX)
| NOTA(S) |
(Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)
7.9
| ESTE JOGO É PRA… | |
| ( ) passar longe | (X) dar uma jogadinha de leve |
| (X) dar uma boa jogada | (X) jogar freneticamente |
| ( ) chamar a rua toda pra jogar | (X) uma incógnita |
| (X) tipos específicos de jogador. Quais? | |
- O fã de Yakuza sem 100h à disposição;
- O óbvio fã de Hokuto no Ken em todas as mídias…
| FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADA | De 20h a 65h. |

Hokuto no Ken (o nome oriental de Fist of the North Star) possui uma longa trajetória nos games, pontuada a maioria das vezes por fighters ou RPGs duvidosos. Dessa vez, no PlayStation4, sob os auspícios da Sega, os resultados foram satisfatórios, funcionando na mesma engine de Yakuza: Like a Dragon, misturando ação e RPG no melhor dos mundos para um bom beat ‘em up moderno.

O estilo gráfico é em cel-shaded, que sempre casa bem com animes. Nem o realismo extremo, nem aparências cartunescas: visa-se ao meio-termo. Os músculos dessa turma que inspirou inclusive JoJo’s Bizarre Adventurebeiram o sobre-humano, o divino mesmo, se é que não o ridículo! Os personagens possuem alturas incríveis e um bíceps pode ser do tamanho da roda de um trator. E no entanto a cabeça de Kenshiro, que em tese tem 1.85m, é bem diminuta, perceba pelas fotos!

Deixando isso de lado, os cenários são um tanto monótonos, mas aqui não é culpa dos desenvolvedores: o material de inspiração é exatamente assim, desértico, feio, sufocantemente arenoso, amarelo, marrom, seco. É um inferno pós-apocalíptico muito similar a Mad Max, a amada trilogia hollywoodiana distópica do final dos 70 e começo dos 80 com Mel Gibson, ou então a um Last Man on Earth sem nada de engraçado.

Os chefes são os inimigos mais diversificados, mas os baddies comuns são genéricos como os do anime, e “já estão mortos” rápido demais (quem não entendeu a piada, é porque precisa assistir logo o anime ou ler o mangá!).

Seja como for, o objetivo do protagonista é bem comezinho (em termos de aventuras, não que seja mamão-com-açúcar): resgatar sua prometida Júlia. Muitas cutscenes de flashback vão mostrando o passado deste guerreiro mestre da temida arte-marcial Hokuto Shinken, punhos aplicados de forma a fazer os adversários explodirem de dentro pra fora. São 11 capítulos nos quais a narrativa se desdobra. Primeiro o personagem deverá cruzar as vastas planícies ermas até a cidade de Eden, um dos poucos lugares arborizados e com muita água potável, infelizmente controlada por criminosos.

Lutar com Kenshiro, já deu para perceber, é quase como banalizar o conceito que fez da série Mortal Kombat tão amada. Chegar-se-á até a exaustão de tanto ver fatalities na tela! Esse jogo decididamente não é para os de estômago fraco, que não podem ver vísceras. Existem simplesmente 50 finalizações diferentes. Para as formas mais requintadas de matar os oponentes o game ainda brinda o jogador com ranks como S++, S, A, diferente de performances mais capengas, que recebem só um conceito C ou D.

Kenshiro não é o mais funcional de todos os heróis em todos os tempos, admitimos. Não é uma Bayonetta. Contra inimigos muito ágeis ele pena um pouco. O personagem vai, não obstante, ganhando agilidade e flexibilidade nas juntas conforme suas skill trees ganham mais e mais galhos nas competências passivas e ativas de lutador. Orbes espalhados pelas fases nas cores laranja, azul, branco, amarelo e verde incrementam HP, ataque, defesa e stats mais específicos que fazem mais diferença durante o burst mode. Quadrado aciona ataques rápidos e fracos; Triângulo os lentos e fortes. Só com esses dois botões já é possível montar uma miríade de combos. Com Círculo, um terceiro botão de ação, as combinações são elevadas à enésima potência.

Como em Yakuza, aliás, alguns dos melhores equipamentos do jogo podem custar de 1 a 5 milhões de IDL, a moeda no mundo de Hokuto no Ken, parecida com ienes. É difícil apanhar dinheiro na campanha principal, mas há minigames e side quests para encher o bolso. O minigame do bar transforma Kenshiro num garçom/bartender. É possível fazer amizades com quem é bem-servido e gosta da bebida, mas o benefício imediato não é dinheiro, se bem que dá no mesmo, pois vem na forma de equipamento, itens de cura e recursos mil nos comércios de Eden (em que se passam os capítulos finais da trama, o ambiente deixando de ser sempre a mesma paisagem de deserto). Outro minigame é uma espécie de variação de Guitar Hero, por envolver sincopar os passos com o ritmo da música; bem como é possível tirar rachas espetaculares nas estradas poeirentas e ganhar muitos prêmios (sem falar que incrementar o carango, inicialmente um mero buggy, é já um jogo em si). Por fim, Kenshiro pode bancar o bounty hunter, algo muito mais parecido com o que o personagem realmente faria no tempo livre. Sim, os páramos são vastos, mas comparado a mapas de Xenoblade ou Breath of the Wild o deserto de Lost Paradise não é nada.

Na trilha sonora, o mesmo tom hair metal que situava o desenho nos anos 80. O voice acting é dos melhores de todo o PlayStation4.
Nem parece, já que citei tantas formas de aprofundar a gameplay afora o beat ‘em up padrão, mas Hokuto no Ken: Lost Paradise é um jogo curto. Claro que o jogador pode exaurir suas possibilidades e inflar esse tempo, mas 25h são consideradas até um exagero para quem só pretende zerá-lo normalmente. Estranhamente, esta iteração relativamente recente de Fist of the North Star no reino dos games é pouco falada, e não tem a ver com a qualidade apresentada. Uma boa pedida para gente cansada de jogos mais longos, sem falar, claro, nos fãs da obra original.

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