review rafazardly #1155
obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!
Por Rafael “Cila” Aguiar
PlayStation

Athena
~Awakening from the ordinary life~


| F I C H A T É C N I C A |
| Developer(s) Yumekobo |
| Publisher(s) SNK, SNK Playmore |
| Estilo(s) Adventure > Survival Horror |
| DATA(S) E REGIÃO(ÕES) DE LANÇAMENTO |
| PS 11/03/99 (JP) PSP 30/08/07 (JP) PS3 30/08/07 (JP) VITA 28/08/12 (JP) |
Também incluso na(s) compilação(ões):
| N.A. |
Quem jogar este também poderá gostar de:
(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)
Countdown Vampires (PS)
Deception III: Dark Delusion (PS)
Enigma (PS)
Koudelka (PS)
Metal Gear Solid (PS)
Parasite Eve (PS)
Resident Evil (PC/PS/SAT)
Silent Hill (PS)
| NOTA(S) |
(Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)
4
| ESTE JOGO É PRA… | |
| (X) passar longe | ( ) dar uma jogadinha de leve |
| ( ) dar uma boa jogada | ( ) jogar freneticamente |
| ( ) chamar a rua toda pra jogar | ( ) uma incógnita |
| (X) tipos específicos de jogador. Quais? | |
- Quem gosta de filmes japoneses de baixo orçamento.
| FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADA | Cerca de 18h. |

Athena Asamiya nunca foi uma personagem consistente entre os designers da SNK – primeiro se tratava de uma deusa guerreira, depois uma pop idol com poderes psíquicos, o que se tornou sua persona proeminente, a dos jogos KOF… E devido à imensa popularidade do gênero Survival Horror no fim dos anos 90, a publisher se arriscou num departamento inaudito, buscando reformatar ainda uma vez a imagem de Athena, uma colegial de 16 anos com… poderes psíquicos, de novo, dessa vez em outfits análogos a uma Sailor Moon e uma carinha mais séria e pensiva. Essa é a premissa por trás de Athena: ~Acordando DA(*) Vida Ordinária~: controlar uma desajeitada (posto que em tank mode) ninfeta de cabelo roxo em ambientes militares evocativos de pérolas do sistema como MGS, o óbvio Resident Evil e até Parasite Eve ou Silent Hill nas suas horas mais atmosféricas.
(*) Não teria de ser “acordando DE UMA vida ordinária”? O jogo começa errado ao incluir o estranho the ao invés de an no título…

O desenvolvimento é cortesia da Yumekobo, mesma empresa por trás de The King of Fighters Kyo (PS). O ambiente é um Japão em 2018 – o jogo sendo de 19 anos antes! – em que já clonaram dinossauros e eles não estão no Jurassic Park, mas num superparque aquático subterrâneo! O computador Tantalus é quem está por trás de todos esses aparentes avanços, mas claro que, como num bom sci-fi, o preço disso é uma conspiração governamental que oprime o povo, e principalmente garotinhas com superpoderes… Só Athena, que se teleporta para uma base ultrassecreta, poderá salvar a humanidade.

Um jogo que requer em teoria apenas 2 horas e meia (parte interativa, o que justifica a média de 18h acima) até ser terminado dividido 3 compact discs? É o ônus dos pesados FMVs, mesmo sem diálogos falados!
Embora a jogabilidade seja residenteviliana, sendo um Adventure em terceira pessoa com personagens poligonais, backgrounds pré-renderizados e, conforme dito, movimentação de tanque, o foco está mais no puzzle solving e menos na ação, embora “puzzle solving” seja um exagero aqui, porque o máximo que temos em termos de quebra-cabeças são correr de lá pra cá, conversar com NPCs e achar variados itens. Há algumas seqüências lógicas para resolver, mas elas são esparsas e bem bestas. Podem-se usar os poderes telepáticos da protagonista à vontade (na verdade há um custo, do qual logo falaremos) a fim de ler a mente das pessoas, teletransportar-se, usar da clarividência principalmente quando se deve achar algum item escondido e consertar dispositivos. Sempre que estiver rondando algo de importância uma pequena tela abre com a descrição do tipo de poder psíquico que deverá ser empregado. Para ativá-lo, joga-se uma espécie de minigame na forma de um input de ritmo de música. Hilariamente, se falhar você pode perder um naco de ESP e, falhando um número sucessivo de vezes ou já se encontrando com ESP baixo, será possível perder a consciência. Um game over suscitado pela tentativa de uso de seus únicos talentos… Isso se torna mais assíduo do que deveria quando percebemos que a barra de ESP funde HP e MP para todos os propósitos. E não é só nesse aspecto que o game lembra um J-RPG, porque os combates são em turno, o que ainda deixa o título comparável a Koudelka. Infelizmente seria melhor que não: as lutinhas são sem inspiração e estratégia, se resumindo a atacar e curar.

Awakening from the Ordinary Life (AFOL) é definitivamente focado mais na atmosfera que na gameplay, o que seria aceitável se o enredo fosse de interesse; mas ele é bem simplório. A atmosfera sombria está em perfeito contraste com a personalidade radiante e fofinha típica do J-pop da musa de KOF, e não deixa de lembrar os três títulos Persona para PS1. E não há quase referências ao lore da SNK, exceto pela aparição de Kensou, que parece ter um crush em Athena e age como um completo retardado. O game possui outros personagens, como Rika Kashiwazaki, colega de escola da protagonista, e Masato Kurihara, outro garoto com poderes excepcionais que ajuda Athena a derrotar Tantalus. Ela terá sucessivos encontros com um coringa psíquico chamado Astraios. A música que toca no encerramento é “wannabe / Misty Eyes”, da cantora Rumi Shishido, também voice actor em Xenosaga.

O primeiro disco só perdura por 15 minutos de gameplay real. O resto é preenchido por animações em CG, o que aliás foi marqueteado pesadamente como o grande atrativo do jogo, então pelo menos não podemos acusar a publisher de desonesta. A qualidade é mediana. Inferior a outras boas produções em CG do console como o já-citado Koudelka e definitivamente inferior às CGs excepcionais da Square. Pelo menos algumas animações de game over são legais. Tanto os vídeos quanto a área visual de gameplay ocupam, quase sempre, só dois terços do total da tela, deixando-se o terço inferior para caixas de texto ou simplesmente nada. A introdução é engraçada involuntariamente (imagino…), contendo Engrish na forma de um diálogo entre dois cientistas concernindo um corpo envolvido numa espécie de cristal encontrado nas profundezas da Terra, típico de um episódio de X-Files: “Is it…human?” [“É… humano?] “Yes, it is! But whether it’s male or female, I couldn’t tell you without… uh… further… investigation…” [“É sim! Mas se é macho ou fêmea, não posso dizer-lhe sem… uh… ulterior… investigação…”]. Vale ressaltar que o resto do jogo está completamente em japonês. Tudo é muito chato e ademais completável em poucas horas. Sendo assim, o conceito básico, que poderia ser divertido, haja vista a Capcom ter utilizado metade dele e ter se saído bem (“garotinha psíquica batalha dinossauros!”) acaba sendo desperdiçado, fora que não deve agradar a fãs da persona atheniana de King of Fighters por sequer remeter a ela convenientemente! É uma abordagem esquisitona e edgy demais da personagem, descontando as falhas de gameplay. E outra: por que os tis (til no plural) no subtítulo??? E outra²: como o jogo ganhou relançamentos na coleção PSOne Classics (PSP, PS3 & PS VITA)?!

CURIOSIDADE: Athena ~AFOL~ ganhou ainda uma novela e uma série live action de 13 episódios estrelando Kei Ishibashi (famosa pela carreira ligada a tokusatsus).

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