pílulas de reviews rafazardly #67
o que é uma pílula? vários micro-reviews tematicamente relacionados numa só página ou um review único de menos de 800 palavras!
obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!
Por Rafael “Cila” Aguiar
Neo Geo Pocket Colors
King of Fighters: Battle de Paradise
F I C H A T É C N I C A
Developer SNK
Publisher SNK
Estilo Miscelânea > Tabuleiro
Data de Lançamento 06/07/00 (JP)
NOTA
5.5
Este jogo é pra…
(X) passar longe ( ) dar uma jogadinha de leve ( ) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente (X) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? SNKmaníacos que possuem um Dreamcast e KOF99. ( ) incógnita
Na essência, King of Fighters: Battle de Paradise é um “jogo de festa” (Mario Party vem logo à cabeça) no estilo SNK/KOF de ser. Embora soe um conceito interessante, ele é tão simples e repetitivo que logo a experiência se frustra… O NPGC é um handheld concebido para partidas de 1 jogador, raramente de 2 jogadores… e uma festa não se faz somente com 2 participantes! Adicione a isso uma mecânica não tão inventiva e minigames que aporrinham após certos minutos e temos um game perfeitamente sinônimo do medíocre. O que pode fazer do cartucho um passatempo mais ou menos subsistente no tempo é o caráter de novidade na interação dos personagens e diálogos, charme que só se aplica a árduos fãs da franquia e ainda assim possui uma data de validade.
Outra coisa a se considerar é que talvez o melhor atributo do jogo seja a presença dos Extra Strikers de KOF’99: Evolution de Sega Dreamcast. Na verdade o sistema de jogo praticamente gira em torno deles, e o processo de fazê-los subir de nível e depois exportá-los para o DC resume quase toda a graça, tirante os textos e trivias. Conseqüentemente, BdP não possui o que se pode chamar de autonomia, funcionando mais como um apêndice de outro jogo, para console caseiro, do que como um game portátil independente e com valor próprio.

Mais um adendo, antes de me aprofundar na análise: a SNK fez de tudo para uma “proteção gaijin [como o outsider é chamado no Japão]” eficiente aqui. Supõe-se que, como em qualquer outro jogo importado, o americanófilo poderá se virar com o uso de um FAQ ou guia ou por tentativa-e-erro, já que não há uma só palavra de inglês, nem sequer nos menus. Mas não recomendo que se o faça, porque o volume de textos equivale ao de um RPG e também devido ao fato de ser um jogo nota 5, que não vale tanto sacrifício!
Vamos ao esquema de jogo: escolhe-se um personagem para interagir com a CPU dentro de um tabuleiro. Deve-se escolher também um NPC amigo, seu Striker, para acompanhá-lo (aos não-familiarizados com os Extra Strikers do jogo de luta KOF no Dreamcast, a lista segue: Daimon, Billy, Yamazaki, Kyo, Chizuru, Athena, Fio, Alfred, Sho e Gai). Rola-se um dado para determinar o número de casas que se move na rodada. Mais do que isso, você só poderá mesmo decidir qual rumo tomar nas bifurcações do cenário. Os Strikers, elementos mais importantes, na realidade, competirão uns contra os outros em minigames que presenteiam os vencedores com moedas. As moedas serão utilizadas para comprar estrelas em certos pontos do tabuleiro, e quem tiver mais estrelas ao fim da partida será o vencedor. A Nintendo devia processar a SNK por plágio!

Os minigames são uma coletânea de tarefas as mais simplórias imagináveis, ainda mais num portátil. Bem-vindo a corridas de button-tapping [prepare-se para apertar o mais rápido que puder os botões do seu Neo Geo Pocket, e encarregue-se de providenciar outro aparelho de estepe, se puder, pois isso destrói o hardware!] e campeonatos de salto/Plataforma. Os minigames não chegam a ser horríveis, mas são inferiores aos de SNK VS Capcom: Match of The Millennium. Cedo você ficará angustiado e apavorado com a seleção dos minigames, particularmente por causa de sua natureza maçante. Além do mais, as próprias regras do jogo não privilegiam as vitórias: há métodos muito mais eficazes de levantar grana e ganhar as partidas.
A principal dessas formas paralelas de ficar rico é comprando cards nos shops, ou simplesmente ganhando-os em eventos aleatórios. Cada card tem um efeito diferente para manipular roladas de dados, estoques alheios de cartas ou moedas, etc. Quem souber utilizá-los nem precisa esquentar com os minigames, eis a falha no equilíbrio interno do sistema de jogo…

Os únicos modos de jogo alternativos são uma art gallery e jogar exclusivamente os minigames (fora dos tabuleiros), como forma de treino. A art gallery é o melhor deles. Trata-se de uma série de figuras muito bonitas e contextualizadas com histórias que explicam seus significados. Jogar as gincanas fora dos tabuleiros é ainda mais aborrecido do que jogar valendo moedas na competição, e seu apelo não deve superar 1 dia da vida do gamer. Resta a prerrogativa de elevar o nível de seus Strikers, se você tiver um DC com o GD KOF:Evo. É exatamente para isso que as tais estrelas servem. O mais honesto seria incluir esse jogo num pacote promocional com o jogo King of Fighters ’99: Evolution, coisa que a SNK não fez.
Lista de agradecimentos
Hurricane Higashi do gamefaqs.com
mobygames.com
versão 2 – 2013; 2025.