review 0ldbutg8ld #1146
obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!
Por Rafael “Cila” Aguiar
Arcade & PlayStation

Power Instinct 2
Gouketsuji Ichizoku 2 (Japão, Arcade)
Gouketsuji Ichizoku 2: Chottodake Saikyou Densetsu (PlayStation)
| F I C H A T É C N I C A |
| Developer(s) Atlus, AI (PS) |
| Publisher(s) Atlus, Index Holdings (PSOne Classics) |
| Estilo(s) Luta > 2D |
| DATA(S) E REGIÃO(ÕES) DE LANÇAMENTO |
| ARC 1994 (EUA, JP) PS 20/10/95 (JP), 13/04/11 (JP, PSOne Classics) |
Também incluso na(s) compilação(ões):
| N.A. |
Quem jogar este também poderá gostar de:
(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)
Groove on Fight (ARC/ SAT)
Matrimelee (ARC/NEO)
Super Street Fighter II Turbo (várias plataformas)
| NOTA(S) |
(Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)
6.5 (PS) | 6.2 (ARC)
| ESTE JOGO É PRA… | |
| (X) passar longe | (X) dar uma jogadinha de leve |
| (X) dar uma boa jogada | ( ) jogar freneticamente |
| (XXX) chamar a rua toda pra jogar | (X) uma incógnita |
| (X) tipos específicos de jogador. Quais? | |
- Quem gosta de altas doses de humor no seu fighter old school;
- Colecionadores da série Power Instinct.
| FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADA | De 13h a 29h. |

Power Instinct é o que você obtém quando tenta montar um jogo de Luta tolo e divertido baseado em Street Fighter II – com a característica singular de que a cada episódio as coisas parecem ficar mais e mais doidas e sem-limites. Uma outra forma de evocar a série é dizer “aquele jogo em que a velhinha solta a dentadura num ataque”, o que vale desde o episódio 1 no Super NES/Genesis. Sobretudo quando falamos dos dois primeiros episódios, ainda faz sentido comparar a franquia com SF2 na jogabilidade, já que ambos foram lançados ainda na primeira metade dos anos 90, embora depois o fighter fosse criando casca, desenvolvendo cada vez mais sua própria identidade e se diversificando nas mechanics.

A trama de todo PI gira em torno do clã Gouketsuji e seus eternos concursos de sucessão. No caso desse episódio 2, nunca ocidentalizado no mercado de videogames, Gouketsuji Ichizoku 2: Chottodake Saikyou Densetsu, as atuais campeãs são as matronas Oume e Otane. Juntando-se a essas conhecidas velhotas como personagem debutante temos Osima, destaque horrendo da bela arte de capa do jogo (notou uma coisa? tem um erro de grafia, “GOUKETUJI”, sem o “s”!), que em realidade é ainda mais idosa que as primeiras.

A princípio essa informação alarmaria o fã em potencial: 3 senhoras enrugadas lutando? Não parece um começo auspicioso… Mas calma: há muitos (eu disse muitos!) character designs interessantes que valerão a pena. Tem o ninja, o shoto, uma bruxa que se transforma numa garota patinadora, o árabe (aquele abraço para estereotipias étnico-culturais!)… A Atlus sempre acerta a mão quando o assunto é design de lutador(a). Minto. Tem um personagem que é obsceno e repugnante: Kintaro. Trata-se de um moleque obeso que usa apenas uma peça de roupa tapando seu torso frontal. Sempre que expõe as pernas e as costas você é obrigado a vê-las em toda a sua nudez adiposa. Se serve de consolo, ele pode se transformar num homem-cão bodybuilder, o que não é muito, mas decerto já é melhor!

PI2 esteticamente é bastante comparável ao ubíquo SF2, a diferença é que é muito mais escrachado e cartunesco nos visuais. De resto, parece o fighter padrão do ano de 1994 na contagem dos sprites na tela e dos quadros de animação. Após as derrotas, por sinal, mostra-se um retrato do perdedor, todo pichado. Cremos que a “pose de choro” foi inspirada em SF2 (pense no M. Bison com aqueles olhos injetados de sangue, todo descomposto), e só acrescentaram mesmo o conceito da pichação. É Street Fighter II sob a interferência do Patolino.

Super saiyajin blue?!?
Uma característica notável da série Power Instinct são as faixas com vocais. Muitas acrescentam à atmosfera e são dignas dos melhores elogios, mas temos de reclamar novamente da única exceção: tinha que ser o tema de Kintaro! Ele é cantado por crianças (supostamente os figurantes de sua arena, que é um parquinho) e seu objetivo é claramente torturar os jogadores pelo tempo do combate. É como se seus sentidos da audição e da visão fossem duramente atacados enquanto o adversário for Kintaro. Agora já sabe: jamais o selecione!

Uma coisa é o humor, e a outra coisa a gameplay consistente: ambos destacam Power Instinct da concorrência de maneira até fácil. Para se distinguir também do molde streetfighteriano, podemos citar fundamentos como o stress meter, que enche à medida que se toma pancada. Super moves ou stress shots esvaziam a barra. É possível acumular várias barras de estresse, tornando combates que vão até o terceiro round (mais) estratégicos e emocionantes!

Depois, temos o conceito da transformação. A velha Oume se transforma na sua versão rejuvenescida; conserva os próprios movimentos, mas eles se tornam mais potentes e céleres. Como velhinha, tudo que ela podia fazer de perturbador era, você adivinhou, tacar sua dentadura em linha reta. Como jovem ela emite bolas de fogo respeitáveis no lugar. Todo outro personagem terá sua própria transformação (já indicamos qual a do odiento Kintaro há alguns parágrafos). O que pode encher o saco é que há loadtimes de 5 a 10 segundos por transformação no PSX…

A outra mecânica que vale ser citada num review é a do pulo duplo. Dinamiza as lutas verticalmente que é uma beleza (embora a técnica seja até subutilizada se compararmos com as continuações)!

Poderia seguir com inúmeras características, mas privilegiarei o relato das barreiras quebráveis nos extremos esquerdo e direito da fase e também as explosões de fúria, bem no estilo rajada de ki que joga os outros para trás de Dragon Ball Z, excelente como contra-ataque a adversários pestes ou sanguessugas, que nunca saem de cima!

PS
O que torna este Power Instinct mais longevo, principalmente cotejado com a mesma versão Arcade, é a adição do modo tag team (team battle mode), que se tornaria comum na série mesmo a partir do episódio 3, Groove On Fight, tanto nas edições de rua quanto nas caseiras.

A sexualização da bruxinha patinadora vem da contracapa!
A CPU em PI2 é insana, mesmo no easy. Recomenda-se desfrutar do jogo com amigos humanos para não se tornar vítima contumaz de roubo explícito. O último chefe de Chottodake Saikyou Densetsu, Chuck (na versão de fliperama é a velha Osima), faz o Rugal de KOF98 ruborizar.

CURIOSIDADE 1: A personagem Kurara (Clara) tem seu próprio jogo, P[u]rikura Daisakusen. É um shooter “2,5D”.

CURIOSIDADE 2: O jeito estiloso de Gouketsuji Ichizoku chega ao ápice mesmo em Matrimelee, o episódio 4. O character design de todo mundo é muito insano, sem falar que alguns são importados de Rage of the Dragons (quando Double Dragon virou porradeiro no Neo Geo). Na trilha sonora Gouketsuji Ichizoku 4 também é muito superior a essa entrada de PlayStation. (P.S.: Está faltando relançarem a franquia digitalmente nos consoles de última geração!)

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