review 0ldbutg8ld #1089b
obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!
Por Rafael “Cila” Aguiar
Nintendo Entertainment System

Disney’s DuckTales
| F I C H A T É C N I C A |
| Developer(s) Capcom |
| Publisher(s) Capcom |
| Estilo(s) Ação > Plataforma > 2D |
| DATA(S) E REGIÃO(ÕES) DE LANÇAMENTO |
| 09/89 (EUA), 26/01/90 (JP), 14/12/90 (EUR), 1991 (Alemanha) |
Também incluso na(s) compilação(ões):
| Arcade1Up – Disney Giant Joystick The Disney Afternoon Collection (PC/PS4/XONE) |
Quem jogar este também poderá gostar de:
(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)
Disney’s Chip ‘n Dale: Rescue Rangers (NES)
Disney’s DuckTales 2 (NES)
Disney’s DuckTales: Remastered (AND/iOS/PC/PS3/WIIU/360)
Mega Man 2 (AND/iOS/mobile/NES/PS)
Shovel Knight (várias plataformas)
| NOTA(S) |
(Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)
7.9
| ESTE JOGO É PRA… | |
| ( ) passar longe | (X) dar uma jogadinha de leve |
| ( ) dar uma boa jogada | ( ) jogar freneticamente |
| ( ) chamar a rua toda pra jogar | ( ) uma incógnita |
| (X) tipos específicos de jogador. Quais? | |
- Fãs do desenho oitentistas;
- Quem já se fartou com os Marios e Mega Men do console.
| FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADA | Cerca de 7h. |
DuckTales é um dos famosos jogos licenciados da Capcom na era 8-bit que fazem parte de The Disney Afternoon Collection, coletânea para PS4 e PC. Esse é precisamente o primeiro deles, cronologicamente falando (último trimestre de 1989). DuckTales parecia ser bem popular entre as crianças estadunidenses nas tardes de sábado ou outros dias da semana, durante os anos 80; ora, eu mesmo lembro de ver muitos desenhos da Disney de manhã na Globo uma década depois, mas não sei os nomes dos personagens e tive dificuldade em traduzir alguns dos que citarei adiante!

Não é tão recente o fenômeno de bons jogos licenciados – às vezes tendemos a superdimensionar as coisas, já que muito lixo é lançado todos os anos (acabamos decretando que tudo é lixo, ou que só recentemente começaram a sair bons licenciados). Com a Capcom, um nível de qualidade mínimo já estaria garantido. O jogo pode até ser superestimado por alguns como um Plataforma clássico indispensável, enganados que estão, quando pronunciam algo do tipo, pelas cores vivas da nostalgia; mas pelo menos DuckTales era e ainda é um Ação 2D bastante divertido, só uma prateleira abaixo dos clássicos eternos. Houve inclusive uma continuação direta, DuckTales 2, fora um remaster para PlayStation3, Wii U e outros (2013).

O enredo obviamente não ocupa muito espaço no cartucho, mas inferia-se que os fãs conheciam as desventuras do Tio Patinhas pela tela da TV e também as revistas em quadrinhos. O hub world ou mundo com todas as portas para os demais é sua própria mansão. Scrooge McDuck, o nome gringo do Tio Patinhas, para quem não sabe, a essa altura, o tio ordinariamente bilhardário do nosso querido Pato Donald… Ou seria primo? Sei lá!… Eu dizia, Scrooge deve peregrinar por 5 fases acessadas por portas especiais, nas quais o objetivo é coletar o máximo de dinheiro possível para re-subsidiar sua imensa sala-cofre – porque a avareza é a força-motriz do mundo, alguns já diziam!

Nos diferentes estágios, diferentes rostos. Os três sobrinhos[-netos?] (Huguinho, Zezinho e Luisinho), Webby Vanderquack (que precisa ser salva dos Beagle Boys – eles mesmos, os Irmãos Metralha!), Miss Beakly, Gyro (o inigualável Professor Pardal), Bubba “pato das cavernas” Duck e Launchpad, o Capitão Boing (puta que pariu, que fan service de primeira, quantos nomões consagrados até pelo cotidiano tupiniquim!). Falar com esses personagens em meio à exploração ou ajudá-los de alguma forma sempre rende tesouros ou pelo menos dicas igualmente valiosas. Dentre os vilões, por outra parte, compareceram Flintheart Glomgold (Pão-Duro MacMônei, hahaha!) e Magica De Spell (Maga Patalójika).

A tela de hub (com portais para os estágios) é decorada pelos famosos três patinhos sobrinhos de Scrooge, mas dois deles vestem verde por alguma razão. Faltou o azul, não?! Nas cutscenes primatas os personagens, quando se deslocam, permanecem em postura estática, o que também é bem bizarro.
O principal objetivo, já dito, é conseguir o máximo de tesouros e sair da fase, não havendo linearidade pré-programada. Há até 3 finais baseados na quantidade de dinheiro que você recuperou …se bem que um deles é como um glitch ending, e dá uma trabalheira do cão: revela o que acontece quando você conclui as fases e volta com ZERO MOEDAS. DuckTales parece com vários games do Wario, deu para notar.

Tio Patinhas já está cheio de artrite e depende demais de sua bengala: é com ela que ele ataca. Os inimigos e os objetos quebráveis se ressentem muito da dureza desse objeto! O expediente de quebrar pedras ou mover outros tipos de objetos para que eles sejam projetados e matem inimigos é bastante utilizado e dá um certo prazer. Às vezes o projétil é lançado horizontal, às vezes diagonalmente, basta repetir a operação algumas vezes e as regras gravitacionais se tornarão intuitivas. O que mais caracteriza o “Tio” e rouba a cena, contudo, é sua habilidade de pogo, impulsão adquirida após saltar sobre seus adversários. É como usar um pula-pula ou, justamente, pogobol. Os secrets desvendáveis nas fases graças a essa super-habilidade lunar de um velho são vastos. Quem gosta de Shovel Knight deve ter se identificado bastante com a descrição, já que lá a bengala é substituída por uma pá.

Seja como for, Scrooge vai procurar ouro em cinco locais bem distintos entre si, a Floresta Amazônica, a Transilvânia, as Minas da África, a cadeia do Himalaia e a própria lua! Cada fase tem seu “tesouro principal”, mas está atulhada de tesourinhos secretos, fora que ocasionalmente pode ser preciso obter um item num estágio para usar noutro e assim abrir passagens secretas. É um jogo que funciona desde o início com um stage select à Mega Man, com poucas limitações em relação à ordem em que você deve fazer as coisas. Lembre-se que estamos falando da Capcom e realmente parece que a mesma equipe responsável pelos primeiros MM está por trás de DuckTales. A graça, portanto, será tentar finalizar o jogo 100%. Uma coisa chata, entretanto, é que algumas gemas preciosas aparecem “do nada” ao seu contato (ou seja: são invisíveis!), o que me lembra alguns itens de Donkey Kong Country, que pelo menos eram assinalados por bananas inseridas na paisagem de modo suspeito…

Esse é um daqueles jogos em que se você avançar ou recuar alguns centímetros na tela adversários já abatidos darão respawn, o que é um pé no saco (especialmente em áreas estreitas).
O design das fases é tão horizontal quanto vertical, exigindo itens para escaladas, como cordas, o que é bem bacana. O curso mais labiríntico é sem dúvida a Transilvânia, que pode ser resumida como uma casa de espelhos, em que cada um deles é uma ferramenta de teletransporte… Pode-se dizer que o objetivo máximo seja encontrar o chefe, que guarda o “tesouro máximo”. Obter os cinco tesouros destravará o último chefão (que reutiliza o cenário da Transilvânia). E voilà, tem-se ao menos o final mais simples em mãos.

Cada nível tem seu próprio look e atmosfera, com direito a inimigos exclusivos. Cinco não é uma TONELADA de fases, mas Super Mario 3 podia ter “mais de 60 fases” menos repetitivas, enquanto que as poucas que aqui temos se distinguem o suficiente! Nossa querida Amazônia é tão verde e cheia de vida quanto o processador do NES permite (ainda bem… esperamos que nada mude com o tempo aqui fora…), com uma área cavernosa e muitas plantas e animais silvestres. A Transylvania, lar do famoso Drácula, é assustadora e lúgubre (pelo menos num nível infantil de medonho) e conta com vários caixões que agem como baús de tesouro, escondendo as riquezas do protagonista (ou mortos-vivos, em armadilhas previsíveis). As cavernas africanas são o ponto baixo dos gráficos, com exagero na paleta marrom e cenários modorrentos. O Himalaia é aquela fase quase obrigatória de um platform, o ambiente nevado. “The Moon” finaliza sendo o mais diferentão dos palcos: apesar da lua real ser muito mais monótona que uma caverna, os programadores a animaram com alienígenas e até uma base (e talvez uma das melhores faixas musicais da era NES).

Na parte sonora, quando os inimigos morrem é produzido um efeito sonoro realmente angustiante, um berro ou guincho estridente, o que atrapalha um pouco. Nada a ver com a voz grave dos crocodilos de DKC, que até nos estimulam a matá-los! A trilha sonora, não obstante, é impecável, no nível “Capcom anos 80”.

Uma coisa que esqueci de registrar anteriormente é que Disney’s DuckTales tem um seletor de dificuldade: easy, normal ou difficult. As diferenças são básicas: no modo fácil você tem mais life, enquanto que no difícil itens como full health cakes, bolos para regenerar toda sua vida, são excluídos. É um jogo fácil de pegar e jogar sem frescuras, mas oferece pouco depois de ser zerado, sem falar que pode ser zerado rápido. DuckTales é o “Mega Man para novatos” ideal no NES, com menos tiros e complicações e mais saltos, saltos bem longos. Como já assinalado, quem sentir um gostinho de quero mais poderá procurar o remaster.
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