REVIEW N° 1066 DO NEWGEN
Por Rafael “Cila” Aguiar
Game Boy Advance, Super NES
+ 32X, PC & PC-98.




| Nas terceira e quarta linhas, as caixas de SNES, a versão mais popular e única a figurar nos 3 continentes (América, Ásia e Europa), na seguinte ordem: americana (frente); européia (frente; note a mudança no título); européia (verso, com informações em Alemão!). |
Blackthorne
Blackhawk (EUR)
Blackthorne: Fukushuu no Kuroki Toge (JP)
| F I C H A T É C N I C A |
Developers Blizzard / Paradox (só no Game Boy)
Publishers Interplay, Sega, Blizzard Classic Arcade (EUA) / Interplay, Virgin, Blizzard C.A. (EUR) / Kemco, MicroMouse (JP) / Tec Toy (BRA)
Estilo Ação > Plataforma 2D / Shooter & Stealthing
Datas de Lançamento
32X
1995 (BRA-EUA)
GBA
17/09/03 (EUA) / 26/09/03 (EUR)
PC
1994 (EUA/EUR)
PC98
31/01/96 (JP)
SNES
09/94 (EUA) / 23/02/95 (EUR); 11/08/95 (JP)
| NOTA (este escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada) |
7.51
| E S T E J O G O É P R A . . . | |
| ( ) passar longe | (X) dar uma jogadinha de leve |
| (X) dar uma boa jogada | ( ) jogar freneticamente |
| ( ) chamar a rua toda pra jogar | (X) um tipo específico de jogador Qual? Quem curte puzzle e ação em 2D platform shooters, mas não suporta tanto backtracking quanto há em Super Metroid. Quem gostaria de experimentar um Metal Gear Solid (estilo cerebral) com uma dimensão a menos. |
| (X) incógnita | |
| VIDA ÚTIL ESTIMADA (esta quantidade é estritamente baseada na main page do jogo no gamefaqs.com) |
17h
As 5 imagens abaixo são de 32X:


Bem-vindos a mais uma ousada resenha multi-plataforma, onde tento condensar todas as informações possíveis sobre as múltiplas versões do game. Até que essas caras e bocas são mais homogêneas do que aparentam a princípio, pelo hiato entre o primeiro e o último dos lançamentos. Blackthorne ou Blackhawk, em sua localização européia, é um jogo de ação e aventura bidimensional lançado originalmente pelo dueto Blizzard Entertainment–Interplay para MS-DOS em 1993. Logo ganhou o mundo, pouco a pouco, com o Super NES. Na conversão, o sangue do jogo foi removido. As versões de Apple Macintosh e de PC-98 são as mais fiéis à dos PCs. PC98 é um hardware meio-videogame meio-computador pessoal disponível só no Japão. A edição de 32X (o Mega Drive “empoderado”) foi distribuída inclusive no Brasil, em 1995, sendo mais fidedigna à aparição no Windows que à de SNES. Só faltou falar da rendição mais recente, de Game Boy Advance, o portátil da Nintendo que conviveu com o GameCube como plataforma caseira. Muitos anos haviam-se passado e a Blizzard não atualizou suficientemente a obra, sendo esta a instância mais criticada de todas. Nota-se que o GBA pode alcançar muito mais com seu poderio gráfico, o que foi subaproveitado. Os personagens e caixas de diálogos parecem borrados e seu esquema de cor indistinto confunde bastante o leitor-jogador. Obras contemporâneas do portátil, de 2003, como Metroid Fusion e Rock N’ Roll Racing, deixam o visual de Blackthorne no chinelo. Mas o mais inusitado é que o jogo perdeu até número de cores em relação ao ancião Super Nintendo. Os níveis estão mais escuros e com menos objetos e fundos mais simplistas. Tudo indica que foi apenas uma conversão apressada para ganhar dinheiro. Lembrando: o Advance possui um processador de 32-bit, teoricamente superior ao dos consoles dos anos 90 (de 16), e discutivelmente superior ao próprio add-on do Mega, o já citado 32X.



Depois desse overview plataforma-a-plataforma, é hora de entrarmos no mérito. Ou, pelo menos, no enredo:
No distante planeta de Tuul, o Rei Vlaros era a testa dos milhões de habitantes, tal como centenas e centenas de seus ancestrais de nobre linhagem. Todos os tuulianos viviam em paz e harmonia, durante séculos. Mas o nascimento de gêmeos como descendentes do trono embasbacou toda essa gente. Pela primeira vez a sucessão estava em causa. Quando já eram crianças crescidas, o rei decidiu escolher o mais apto ao cargo em testes e tarefas de competência e inteligência. Permaneceu, contudo, a dúvida quanto ao filho superior, porque o resultado foi um empate técnico. Como último recurso, o rei ideou outro tipo de competição, de vida ou morte: escoltou ambos às Areias das Lamentações, e quem morresse primeiro coroaria, por lógica, o remanescente. Num acontecimento trágico e de maus auspícios, o rei foi de fato o primeiro a morrer. Ao lado de seu cadáver, encontraram-se duas pérolas, cujas essências pareciam conter toda a sabedoria e arte guerreira do monarca, a Lightstone e a Darkstone, uma pedra preciosa branca e outra negra. Os garotos conseguiram voltar para casa, cada um com uma das pérolas. Como não havia quem ou o quê pudesse, ainda, decidir esta disputa, e os dois irmãos não desejavam mais competir, cada um se dirigiu a um dos extremos do reino, para governar suas próprias terras, dividindo as populações do mundo em androthianos (os naturais de Androth, no Norte) e ka’dra’suulianos (os naturais de Ka’dra’suul, obviamente ao Su[u]l). Entre um país e outro ficava o deserto infindável das Areias das Lamentações, despovoado, estéril e imprestável.
As 2 imagens abaixo são de GBA:


Dos males o menor – a versão GBA possui 6 arquivos para gravação na própria bateria do cartucho!
Com o passar do tempo, notou-se que a Darkstone tinha um efeito maléfico sobre a Lighstone (possuída pelos androthianos) e até sobre o sol de Tuul, que perdia dia a dia seu brilho, empobrecendo ambos os reinos, mas se tornando uma maldição, sobretudo, para os sulistas. O sol do planeta, chamado Ka’s Xandra, deixando de ser uma fonte sadia de luz e energia para o hemisfério sul, começou a converter os habitantes de Ka’dra’suul em demônios, desprovidos agora de aspecto humano. Todo regime turbulento produz seus ambiciosos secessionistas e conspiradores. Com Ka’dra’suul não foi diferente, e o então soldado Sarlac arregimentou seguidores e consumou um golpe de Estado, assassinando seu rei. Como bom tirano, ele não pararia por aí: voltou seus olhares para o ainda próspero e rico norte. Liderando uma campanha militar, Sarlac foi mais uma vez vitorioso, cometeu seu segundo regicídio, se tornou o soberano supremo de Tuul e escravizou a população nortenha. Duas raças servem como homens-guerreiros para este líder facínora: Graggs e Whar’orks, monstros do sul. Um dos humanos escravizados de Androth se chamava Kyle Blackthorne. Ele escapou do campo de concentração e se refugiou debaixo da terra, no underworld, organizando uma milícia de contra-ataque. Pense num sujeito casca-grossa, com cara de poucos amigos: este é Kyle; e todas as esperanças dos escravizados se depositam nele. Contando com velhos amigos do primeiro rei desta história, Vlaros, como o feiticeiro Galadril, Kyle parte em sua jornada para libertar um e outro reino, Androth e Ka’dra’suul, das mãos do demônio Sarlac.
E este é só um RESUMO do background de Blackthorne. Avante!
As 3 imagens abaixo são de PC:



Se pudéssemos eleger uma só referência, diríamos que BT é a cara de Prince of Persia, também figurante nos PCs e SNES. Mas comparações com muitos outros Adventures dessa era ainda serão feitas. A diferença crucial é que no épico da Blizzard usam-se armas de fogo. Empunhe sua shotgun. Tiroteios em BT são mais como trocas estratégicas de tiro entre um espião infiltrado à Snake e as forças antagonistas. Você se camufla na parede, saindo da linha de tiro dos orcs ou sabe-se lá que criaturas sejam, e eles fazem a mesma coisa em resposta. O mais eficaz no timing levará a melhor na disputa. Felizmente, “take cover”, ou seja, refugiar-se dos tiros, é uma das operações mais simples da mecânica de jogo: basta apertar para cima no joystick.
As 14 imagens restantes são de SNES:


Além das poções de vida e chaves, Kyle encontrará muitas bombas. Sua utilidade primordial é explodir portas para as quais não há chaves. Porém, inimigos muito grandes, invulneráveis a tiros comuns, somente poderão ser derrubados com elas. O problema é racionar explosivos o suficiente para não ficar “trancado” na fase!
Enquanto se trata de uma peça 2D, o conceito, além de Metal Gear já em sua versão Solid, pode ser bem reminiscente de jogatinas de Tomb Raider, mas com uma dimensão a menos. Claro que os mais velhos esquecerão de vez os polígonos e suscitarão semelhanças, logo nos primeiros minutos, com Flashback, o rei old school do gênero exploração com Plataforma e elementos de Role-Playing, pelo menos na complexidade da história e nos tipos de NPCs. Isso porque os saltos são um conceito importantíssimo em Blackthorne. Dependurar-se em hastes e beiradas de precipícios, evitar armadilhas óbvias ou não-tão-óbvias, achar itens e voltar algumas telas a fim de empregá-los e enfrentar um ou outro camarada maligno também fazem parte do ciclo deste excêntrico e pretensioso platform. Na verdade, a engine é propositadamente lenta. Giros de 180 graus e rastejos são executados com esmero e – quase – languidez. Como as sessões de pulo são assíduas e bem punitivas, foi a melhor escolha, privilegiando a precisão. No geral, a jogabilidade pode até ser complicada comparando com a média do gênero, mas o boneco pode executar mais de 10 gestos com apenas 4 botões, o que não deixa de ser uma configuração inteligente. Só questionamos o botão alocado para tiros de costas, que raramente têm razão de ser.

Tirando a shotgun básica, seu inventário é resetado após cada level completado. A única vantagem perdurável são os “tanques extras” na barra de life. Como em Castlevania, sua energia é completamente revitalizada logo após derrotar o chefão.
O primeiro nível é ambientado num campo minado repleto de prisioneiros de Androth acorrentados às paredes. Não raro eles terminam, sem querer, vítimas da linha de fogo entre Kyle e os Graggs. Uma característica interessante de Blackthorne é a ininterrupta possibilidade de eliminar os NPCs pacíficos, algo que não se deve desprezar, ainda mais em termos do “politicamente correto” Super Nintendo. Cabem ao jogador a benevolência e a habilidade de não deixar que os civis morram ou – pelo menos – a prudência de deixar que sejam fuzilados (ou fuzilá-los pessoalmente) somente após ter arrancado dos ditos-cujos o que eles têm para oferecer, de pistas meio vagas ou bem precisas a itens optativos (abastecedores de life) ou compulsórios (chaves, bombas). Os NPCs parecem mais vivos que num jogo 16-bit padrão, e possuem suas próprias rotinas independentemente das atitudes do jogador, como se pudessem existir por si próprios e nem tudo girasse em torno do mercenário Kyle. No segundo nível, alguns desses escravos, uma vez libertos pelos seus esforços (por favor, me diga que você não assassinou todos eles a sangue frio, seu psicopata!), se juntam ao herói num quase co-op mode! Os principais adversários são Andromedogs, basicamente traidores e pelegos, androthianos nativos que escolheram mudar de lado na guerra. Nas telas subseqüentes, um punhado de Golems, aranhas-de-minas (assustadoras, creia-me), armadilhas fatais, plantas carnívoras e os primeiros oponentes “com upgrades”, isto é, Graggs de cores diferentes, o que basicamente significa maior resistência aos tiros (igual os bonecos-de-massa dos jogos dos Power Rangers). Sarlac é o único chefe do jogo, que reaparece a cada fase com um modus operandi diferente, e nunca é mole derrotá-lo. Os foes começam a se repetir mais e mais a partir daí, mas isto não é grave, uma vez que o level design distrai o jogador o suficiente. Os gráficos são bem escuros (no Game Boy, mais ainda), no entanto não se apresentam problemas para identificar objetos e seres animados, devido às cores contrastantes empregadas. Um detalhe extra, instigante de observar, é que as balas disparadas por Kyle deixam realmente cartuchos vazios no chão. Requinte visual escasso nessa época.

Dizem que tirando alguns nomes célebres como Mega Man, Mario Bros., Sonic e Castlevania, as trilhas sonoras dos games antigos se limitavam a dois grupos: as irritantes e as não tão irritantes assim. Crueldades à parte, digamos que a tecnologia nunca ajudava, e era necessário esbanjar criatividade para compensar. Nisso, a Blizzard nunca pecou. Ou não pecava – nas antigas. O som atmosférico, se breve demais para não constatarmos loopings das faixas de zona para zona dentro de cada novo estágio, embala as explorações pelo mundo decrépito e macabro de Blackthorne.

Claro que nos computadores e 32X o visual é ainda mais polido e rutilante. E também é óbvio que, pelo que já se informou, este não é o título para speeders e amantes de explosões frenéticas uma atrás da outra. A ação é quase que feita sobre uma base de puzzle, isto é, tudo funciona, literalmente, em quadradinhos de um quebra-cabeça. Cada um deles (cada screen) pode ser muito intenso(a), mas vagar de um ao outro não é o que se pode chamar de um hobby veloz! A tela não anda, e o gamer tem sempre de achar a(s) “saída(s)” para a(s) nova(s) tela(s) num(ns) dos cantos. Avança-se de forma não-linear. Os mapas, contudo, não chegam a ser tão elaborados a ponto de fazer pessoas de memória pelo menos razoável se perderem de maneira grave.

Nota sobre os controles, para reforçar: action games, ainda mais os de raiz, isto é, da era clássica dos games, não dispõem de jogabilidade hiper-complexa. Blackthorne não foge à regra. Dependendo da situação, a função dos botões pode mudar, mas no fim não são tão vastos os comandos. É preciso entender alguns tabus para não morrer e morrer sucessivamente: não se pode pular com a arma sacada. Ou você atira ou você se concentra nas plataformas. Então lembre-se que se houver um inimigo localizado depois de um abismo, você precisa parar, se camuflar no cenário, tirar a arma do coldre e só então partir para o ataque! No começo isso vai exigir “pensar” muito, hesitar, titubear, vacilar, voltar atrás. Com o tempo, todavia, cheirará a instinto, será automático!

São ao todo 5 estágios grandes, subdivididos, cada, em 3 porções. Mas se considerarmos algumas exceções a essa regra, temos quase 20 fases, na contagem de algumas pessoas (inclusive na informação oficial disponível no verso da caixa da fita/CD). As passwords só funcionam para cada grande estágio, o que significa uma porrada de backtracking e déjà vu. Com tudo isso, Blackthorne não é um jogo que se queira continuar jogando após morrer perto do chefão, pois se torna maçante e cansativo quando estamos no limite de nossa paciência. A punição não é apenas geográfica: passwords não conservam suas armas extras, poções, etc., além de deixar seu life meter no mínimo (sendo que você pode aperfeiçoá-lo e tornar Kyle muito mais resistente ao longo da jornada). Destarte, se para um iniciante o mais indicado é ir sem tanta sede ao pote, para o veterano que já conhece os caminhos e descaminhos de Tuul e que quer tirar máximo proveito do tanque de energia, é melhor tentar a tática da zeração numa sentada só.

Um defeito de Blackthorne é que, com um enredo tão elaborado logo na intro (e no manual de instruções são dedicadas 19 páginas para contar a estória em vermelho lá em cima!), não deixa de ser decepcionante constatar que a narrativa não se desenvolve quase nada no decurso da exploração do jogador. Mas eu não vou estragar a surpresa sobre o (pouco) que ainda não revelei sobre a saga…

Receita caseira: uma colher de sopa de Flashback, uma colher de chá de Prince of Persia, uma polegada de manuscritos de Tolkien (orcs, orcs e mais orcs!…) e uma porção de Another World misturados e aquecidos no forno resultam em Blackthorne. Pode ter sido uma metáfora grosseira, mas, se fosse um prato de comida, decerto este épico da Blizzard seria constituído mais ou menos dessas matérias-primas, quando o assunto fosse concorrentes do mesmo gênero e referências literárias. Os ousados que experimentem essa adulteração do outrora austero, tranqüilo e comportado bolinho da vovó!

RECOMENDAÇÕES PARA QUEM AINDA QUER DEGUSTAR RECEITAS PARECIDAS APÓS PROVAR DE BLACKTHORNE: O primeiro Oddworld tem uma mecânica muito similar, talvez exceto pelo fato do protagonista ser uma espécie de padre ou exorcista idiota em combates mano-a-mano e com zero perícias em armas de fogo! Para quem gostaria de uma terceira, quarta e eventualmente até uma quinta dose, indicamos Out of This World (sim, é muito jogo com “Mundo” no nome, todos distintos!), além dos óbvios Flashback e Prince of Persia. Se seu interesse é meramente histórico, explorando o lado cult da Blizzard e experimentando o que ela produzia antes dos MMORPGs mainstream, arrisque um Rock N’ Roll Racing, The Death and Return of Superman ou Warcraft: Orcs & Humans, o Warcraft original, que inaugurou a histeria toda. A Blizzard Entertainment tinha uma cara completamente diferente nos idos dos 90… Ahh, o que o capitalismo selvagem não faz com as pessoas e as empresas!

CURIOSIDADE 1: Bem, supõe-se que a característica a seguir seja um glitch da versão 32X: os NPCs humanos podem levar muito mais tiros antes de morrer, na verdade mais até do que os próprios mutantes malignos e orcs, o que não faz sentido algum! Mesmo os Stone golems, inimigos fortíssimos, só resistem a dois tiros a mais da shotgun de Kyle. Hmmmm…

CURIOSIDADE 2: O ambicioso roteirista de Blackthorne também está por trás de alguns livros de RPG de mesa baseados nas novelas de terror e suspense de H.P. Lovecraft. Qualidade literária, a gente vê por aqui!

Blackthorne em francês
CURIOSIDADE 3: A versão japonesa de SNES é a que sofreu maior quantidade de censura, e não só não tem sangue como é impossível atirar nos prisioneiros/NPCs. Já a versão 32X só não é tão sanguinolenta e libertária quanto a de PC e Mac porque resolveram retirar as gotas de sangue que espirram da logo da Blizzard logo antes da tela-título; não obstante, no in-game tudo condiz com a overkill e bloodshed dos monitores de computador. Esquisito!

Lista de agradecimentos pela cessão de informações e imagens
GAMEFAQS.COM:
fekkot
xdswerg
GMitchell
Bluffnix and odino
Tropicon
TheSAMMIES
KasketDarkfyre
KFHEWUI
jyynx
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