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mortal kombat 4 (arc, ps & al.)

jogo recomendado para maiores de 18 anos

REVIEW N° 1002 DO NEWGEN

Arcade, PlayStation

+ Dreamcast & PC.

Mortal Kombat 4

Mortal Kombat Gold (Dreamcast)

F I C H A    T É C N I C A

Developers Midway / Eurocom

Publishers Midway / GT Interactive / Sold Out Software

Estilo Ação > Luta

DATAS DE LANÇAMENTO:

ARC

1997 (EUA-EUR)

DC

31/08/99 (EUA-EUR)

PC

31/07/98 (EUA); 06/04/01 (EUR)

PS

24/06/98 (EUA); 10/98 (EUR)

NOTA

7.3

Este jogo é pra…

(X) passar longe  (  ) dar uma jogadinha de leve  (  ) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (X) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? Quem por algum estranho motivo detesta Soul Calibur. (a perfeição nesta era)…  (  ) incógnita

Vida útil estimada: 11h

Começando pelo começo, isto é, pelo lançamento mais primitivo e simplório: MK4 no PlayStation. Uma FMV introdutória em que Raiden conta parte do trololó todo (guerrinha de deuses mimados) por trás do quebra-pau. Começa melhor que nos Arcades e Nintendo 64, mas termina pior, pode acreditar…

Quan-Chi, mais conhecido como Tio Fester da Família Addams, um dos mais odiados personagens do selo MK!

Acerca do sistema de jogo, para uma descrição genérica e relativamente completa, favor ver o review de MK4 para N64. Aqui nos deteremos sobre especificidades que aquela resenha não havia coberto, como por exemplo explicando o Breaker move no próximo parágrafo:

Golpe inédito, o breaker é exatamente o que parece, isto é, uma espécie de fratura exposta nestes sádicos combates mortais: o atacante dá um pisão que entorta bem feio a perna da vítima (ou uma chave de braço). O comando é bem simples, para frente + chute baixo (soco alto), como aliás são desprovidos de mistérios os botões de ataque na franquia MK. O curioso é que quem teve sua tíbia quebrada manca por alguns segundinhos mas logo depois a animação do personagem volta ao normal! No mais, o sistema de combos foi pouco alterado em relação a MK3 e suas expansões; de modo geral, foi concedida mais importância aos throws (arremessos) e malabarismos com objetos como espadas.

Uma dica pra quem não sabe diferenciar o Sub-Zero maligno do bonzinho – este, o bonzinho, tem uma cicatriz num dos olhos! OBS: por mais que ame o SZ, favor não jogar MK:Mythologies!

Todos os lutadores tem um Starter, um combo básico ideal para servir de introdução a moves mais complexos, ativados universalmente por soco alto + soco alto + chute alto + baixo + soco alto. O arremate do movimento, como o fã de MK já sabe, é um uppercut que nocauteia o adversário (o que sempre acontece quando se está agachado e se aperta o HP, isto é, high punch (e não Harry Potter!).

As próximas 7 imagens são de MK4 no PSOne:

Sexo gore interracial

A configuração dos comandos no teclado, para usuários de PC, é bizarríssima e não existe uma opção de reconfig manual: andar pra trás é na tecla A, avançar na tecla S (invertem-se os comandos quando o boneco está de face para a esquerda), abaixar-se é pela tecla Z e W faz saltar; ou seja: o direcional ficou nas typing letters mais à esquerda do teclado Windows e não dá pra mudar essa disposição. Bela porcaria! Mas o pior é a disposição esquizofrênica também dos botões de golpes, alocados no T, U, V e H. Urgh! Significa que o louco que tiver comprado MK4 para computadores terá um razoável grau de dificuldade até para se mexer, quem dirá para soltar magias!

Uma das poucas arenas que se salvam

Os berros e urros dos malditos kombatentes vão incitá-lo a “vangoghear” e decepar suas orelhas, e em seguida servi-las num mingau ao seu vizinho. Ouvi dizer até que o congresso americano baniu os efeitos sonoros de MK4 da superfície da Terra, e que Solid Snake foi especialmente contratado para dar um mata-leão nas músicas e vozes que desobedecerem as ordens e saírem à rua. # Fatos reais alardeados pela ESRB. # A propósito, a única coisa que poderia salvar os sound effects grotescos dessa produção foi removida: a locução de Shao Kahn na trilogia original!

Armas – eu não gostei desse implemento na mecânica – você gostou?

Glitches gráficos nomeadamente da versão PlayStation: 1) a bunda da lutadora Tanya fica deformada toda vez que a câmera dá um close na mulher, durante a pose de vitória. Parece que ela tomou uma porrada no traseiro e ele intumesceu! 2) você executa o fatality (a trademark dos MK no fim de um kombate) perto de uma parede e o personagem derrotado acaba caindo para trás dela, então a imagem fica toda enegrecida. Mesmo em fatalidades executadas longe de muros, o mesmo pode acontecer com o chão, que simplesmente deixa de existir!

O pisão

OURO DE TOLO

E quanto à fajuta versão OURO de Dreamcast? Grande negócio, olha só, você tem novos(-velhos) rostos controláveis, que são: Baraka, Mileena, Kitana, Kung Lao, Cyrax, Sektor, Goro (o sub-chefe gigantesco), Noob Saibot e Meat (que é um manequim de carne, basicamente um projeto de personagem que devem ter abandonado pela metade e decidiram ainda assim utilizar). Todos são secretos. Devo observar no entanto que os dois últimos já estavam nas outras versões, exceto fliperamas. MKG podia vir com um sistema de combo aperfeiçoado, novos secrets além dos 7 characters “inéditos” (resgatados de MK2&3), mais modos de jogo, áudio e vídeo remontados de forma superior… Mas não tem NADA disso! Na verdade, para não ser acusado de mentir gratuitamente, digo que temos o acréscimo de um ou outro efeito de luz em tempo real que era impossível de fazer nos processadores mais fracos que o Dreamcast e ainda o fim dos tempos de carregamento existentes na mídia CD. Em que pesem esses add-ons, MK BRONZE ainda não teria sido um nome honesto o suficiente com os consumidores, tanto é que resolvi fundir os 2 reviews, embora a Midway não trate Gold, OFICIALMENTE, como uma variante do episódio IV de sua série de luta mais famosa… A questão aqui é que ainda se fosse no Nintendo 64 o lançamento seria bem-vindo, uma vez que o console é paupérrimo em fightings. No Dreamcast, talvez o videogame com mais fighters por ano de funcionamento na História (durou 3 anos e deve ter uns 70 jogos só dentro do estilo!), não faz o menor sentido! Apenas mais uma embalagem acumulando poeira nos sebos…

Please wait!

Sei que a missa desse defunto tão desimportante já levou mais tempo do que seria razoável, mas ainda tenho de insistir sobre os controles destrambelhados no DC, muito devido ao “awkward design” dos caras da Sega: um Ice Throw do Sub-Zero parece demandar umas 4 ou 5 tentativas até sair direitinho, e estou falando de uma técnica das mais simples… Fatalities sem kombat kodes? Pode esquecer… Que involução diante mesmo de um Genesis pad de 6 botões! E, só para complementar, este é um jogo sem QUALQUER compatibilidade com o VMU (o portátil da Sega), outro desfalque lamentável!

Duas imagens no Dream:

CURIOSIDADE 1 (SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA): SOBRE CENSURA NA TERRA DO FÜHRER

Em 31 de julho de 1998, Mortal Kombat 4 (exceto na versão Game Boy Color, inofensiva graficamente por motivos óbvios) foi incluído no infame índice germânico conhecido como BPjM (em 2003 rebatizado BPjS). Esse German indiziert, para usar o alemão, implica pesadas restrições à divulgação e/ou utilização de um jogo eletrônico dentro do território da Alemanha, baseado numa avaliação de peritos (à la ESRB nos EUA). Em termos leigos, tornou-se ilegal, após a referida data, vender ou imprimir novas cópias de MK4 para PESSOAS MENORES DE IDADE naquele país. Mas como isso repercute na vedação total da publicidade, até os maiores de idade e donos dos próprios narizes são diretamente afetados pela medida. Mesmo deixar qualquer jogo “indicializado” exposto numa vitrine ou publicar resenhas na mídia especializada seria criminoso. Portanto, quem só se baseasse na imprensa alemã sequer conheceria o jogo, ou teria ouvido falar dele desde julho de 98. Havia ainda a possibilidade da importação do estrangeiro ou da compra “under the desk”, informal, a pedido (iniciativa do comprador) – unter der Ladentheke no dialeto local –, obviamente em se tratando de interessados maiores de idade, estando os demais proibidos.

Essa hiperbólica lei de combate à violência virtual, violência esta que é apenas uma representação artística, mas ainda assim considerada uma apologia ao desrespeito aos direitos humanos, não chega ainda a interditar, num primeiro momento e maioria dos casos, um adulto bem-informado e esclarecido de ter o jogo polêmico e de chamar uma turma de outros maiores de idade para sessões divertidas multijogador em sua casa. Tudo o que o sistema do Índex faz é catalogar jogos como E (“everyone”) ou A (“Adults”), dificultando assim sua obtenção. Existe uma segunda camada de censura, entretanto, onde as coisas começam a adquirir tons graves: é a Lista B do índice germânico! Jogos que caem nesse limbo estão desrespeitando o Código Penal Alemão (Strafgesetzbuch, §131: Sobre violência excessiva). Para chegar neste nível de proibição, a obra (na verdade, além de jogos, filmes, música e livros também) precisa ter sido avaliada antes por um juiz da côrte suprema, que só o fará atendendo a uma petição de mais alguém da sociedade civil. A autoridade tem o poder, então, de mandar confiscar os itens à venda se achar conveniente.

As próximas 9 imagens são de MK4 no PC:

Em caso afirmativo, passa a ser ilegal para o varejo e atacado vender o produto, mesmo na modalidade “under the desk”, e inclusive possuí-lo em casa, se o fim em vista for negociá-lo no futuro ou apresentá-lo AO PÚBLICO. Conservá-lo dentre suas posses e longe dos olhos de todos, todavia, não constitui crime: um policial não vai bater à sua porta pedindo para revistar seu armário e confiscar sua cópia de Mortal Kombat! O que significa que, se o alemão de +18 anos quiser jogar MK de 1, sem testemunhas, estará à vontade!

Veja o que diz o parágrafo 131 do Código Penal bávaro, literalmente: “Escritos e derivados que descrevem atos de violência cruel contra humanos ou seres antropomórficos num feitio que exprima a glorificação dos próprios atos ou tenda a fazer entender que são atos despidos de gravidade, sendo assim injuriosos quanto à dignidade do Homem”. Honestamente, isso seria elogioso demais sobre MK, que é despido de tamanha profundidade: trata-se tão-só, ao meu ver, de um jogo ruim, no caso deste quarto capítulo!

Um fatality bem feinho de inspiração medieval…

A propósito, segundo o site onde encontrei essas informações (e traduzi para vocês), só 15 jogos até hoje estão na Lista B, e a família MK é bastante bem-contemplada como um todo:

http://www.mobygames.com/game-group/germany-criminal-code-confiscations-131-excess-violence

(Lá – a Lista B – estão MK1,2&3, mas não o IV! Não só isso, mas a trilogia clássica MK consiste nos ÚNICOS jogos considerados quase um crime na Alemanha até os anos 2000 – quanta honraria!

Como visto no link acima, Scarface e uma das continuações de Silent Hill também figuram na lista, ampliada mais recentemente; mas é Mortal Kombat, de novo, no PS3 e X360, que aparece como inclusão mais recente, 2012!)

A CPU mais difícil de todas pode ser estraçalhada se você executar torpedos (com Raiden) ou o “GET OVER HERE!” (com Scorpion) sem parar!

CURIOSIDADE 2: Dois dos fulaninhos briguentos de MK4, Jarek e Shinnok, novas aparições na série, tiveram suas faces modeladas a partir de 2 game developers da Midway, Herman Sanchez e Steve Beran, respectivamente. Nossa, quanta criatividade!

“Ricas” texturas de sangue em 32 bits (embora os PCs pudessem mais) – opa, deve haver algum engano, eu diria… 8 bits!!

CURIOSIDADE 3 (GOLD Ed.): Originalmente, um tal de Belokk foi ensaiado para inclusão no re-issue dreamcastiano, mas acabou cortado do projeto. Belokk foi idéia do estúdio Eurocom, subsidiário da Midway, e não dos próprios criadores mais antigos. Ed Boon – o “chefão” por trás de todo MK – disse que Belokk não terminou de ser desenvolvido a tempo. Ainda assim, a Eurocom acabou soltando fotos e informações sobre o elemento à publicação Game Informer, durante o período de produção de MKG. Foram ao todo 6 screenshots que deixaram alguns aficionados salivando ainda mais, só para desapontá-los logo na seqüência!

O golpe da vagina fedorenta

CURIOSIDADE 4 (GOLD Ed.): 60 pessoas trabalharam nesse LIXO, enquanto tem gente passando fome comendo LIXO… Reflita!

Mirror match eu conheço, mas mirror sex já é sacanagem!

CURIOSIDADE 5 (GOLD Ed.): O jogo foi um rush job tão descarado que deram Ctrl+C Ctrl+V em biografias dos personagens do manual de MK3 que também estão neste MKG(4), mesmo que o enredo seja outro e novas coisas tenham acontecido desde então!

Um consolo da horrenda versão PC – uma galeria para rever seus finais amealhados…

Rafael de Araújo Aguiar é sociólogo não-praticante e um tanto apaixonado pela forma velha de se programar jogos

Lista de agradecimentos

GAMEFAQS:

Shirow

AstralHawk

Doctrine Dark

Ze ro

KasketDarkfyre

MOBYGAMES:

Medicine Man

Storm Shadow

Andrew Hartnett

Zovni

Syed GJ

BurningStickMan

VICIOJUEGOS.COM:

satsuinohadou

JEUXVIDEOPC.COM:

Gwal

versão 2 – 2014; 2025.

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