street fighter ex2 plus (ps)

PlayStation

Street Fighter EX2 Plus

F I C H A   T É C N I C A

Developer Arika

Publishers Capcom / Virgin

Estilo Luta

Datas de Lançamento 22/12/99 (JP); 30/12/99 (EUA-EUR); 27/04/01 (EUR-White Label)

NOTA

4

Este jogo é pra…

(X) passar longe  (  ) dar uma jogadinha de leve  (  ) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (X) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? Street fighters sem medo de experimentações TOTALMENTE fracassadas…; gente bem humorada!  (X) incógnita

Muita Area pro seu caminhãozinho, essas marias-chiquinhas…

Começando com aquilo para o que os fãs mais ligam numa seqüência: os newcomers. Sharon é a cara da heroína capconiana de jogos Survival Horror como Resident Evil e Dino Crisis – a infeliz usa até revólver! Area, a nerd de óculos e canhão braçal, e de movimentos tão esquisitos quanto seu nome! Vulcano Rosso é um ardente lutador de artes-marciais (hm…). Nanase, estúpida em mais coisas do que no nome de batismo (olha as meias de escoteiro dela – eu realmente cheguei a confundi-la com uma versão geek da Sakura por alguns segundos! Mas, na realidade, ela é a irmãzinha caçula de Hokuto).

Rostos bem antigos como Sagat, Blanka (não devia ter morrido?) e Vega dão as caras uma vez mais – ou as máscaras, já que o último da lista volta com sua bichice misteriosa, pra variar! A propósito, não proibiram touradas na Espanha? O que esse mau elemento ainda faz existindo, então?! O restante, creio eu, está todo em EX1 e dispensa maiores apresentações. Garuda – o espinhoso! – está mais forte do que nunca; Akuma finalmente morreu, logo saiu de cena (Eu fico enjoado só de pensar nos 30 games em que ele já apareceu, poxa, Capcom… Até que enfim uma bola dentro!); seria desnecessário dizer quem é o chefão, haja vista a empresa que criou Ryu, Ken & cia. não ser assim um primor de criatividade na hora de definir seus vilões – então faça o favor de escolher qualquer lutador e enfiar o cacete em M. Bison quando chegar a hora, beleza?

Cenários “deslumbrantes”, não? O estágio de Sagat, por exemplo, é só uma superfície lisa e baldia com um pôr-do-sol poético detrás… Ora, ora, onde foi parar a extraordinária inventividade da magnânima Capcom (em dobradinha com a desconhecida Arika)?

Os personagens secretos são uma viaaagem, no caso dos inéditos. Alguns dos já citados acima estão entre eles, por mais que fossem normal characters em EX1 Plus: Shadowgeist, chefe de vendedor de carro pela manhã, louco à noite (essa introdução foi necessária, já que Skullomania é um vendedor de carros pela manhã e… ah, esquece!); Kairi, a máquina de matar que teria morto Akuma/Gouki (é o que diz sua zeração, na prequel); Garuda, porque um personagem tão apelão tinha mesmo é que ser secreto!; e Hayate, um HayatO (de Star Gladiator, outra série 3D da Capcom sem eira nem beira) só que com roupas trocadas…

Ai meus olhinhos!

Você tem os special moves regulares e os customizáveis supers com cancelling do original, acrescidos de duas features semi-inovadoras: Excel e Meteor Combos. Excel combos são, basicamente, o retorno reciclado dos Custom de Street Fighter Zero 2 – seu homem/gata pode executar golpes sucessivos em incrível velocidade. Mas despido de todo o caráter utilitário da ferramenta em SFZ2, aqui o Excel combo só é visualmente impressionante… ou tentou sê-lo. Vários efeitos de luz cretinos fazem de tudo para distrair sua atenção e, a menos que você seja uma espécie de águia-humanóide geneticamente modificada com superproteção córnea, seu sentido da visão será irremediavelmente confundido pelo show de horrores hiper-colorido, fazendo de si um alvo fácil diante da CPU. Resumindo, NUNCA USE EXCELS! Os gráficos, por causa desse incremento horrendo, parecem inferiores a SFEXPA, de 2 anos e meio antes!

A segunda “inovação”, os COMBOS METEORO DA PAIXÃO, também já foram vistos antes num SF. Trata-se apenas da versão com esteróides (ridícula e impotente) de Super Moves, com confetes em forma de efeitos de luz (De novo?! Será que os produtores do jogo foram os mesmos daquele episódio epiléptico de Pokémon? Credo!…) e muito, muito exagero conceitual: a vítima do golpe é jogada temporariamente no ESPAÇO, saindo da órbita terrestre, até cair de volta na arena do combate. PÉSSIMO! Como se não bastasse, esse golpe infame requer todas as 3 barras de super do personagem… Mais mau negócio que vender a alma pro demo pra comprar uma mobilete… Nem precisava listar outro contra do movimento, mas geralmente o golpe não acerta, porque seu boneco, uma vez engatilhado o gesto, segue um movimento linear na tela, e é fácil para o adversário desviar e assistir tudo em segurança, às suas costas! Bom, digamos que um ou outro ainda valham a pena de ser testados no Practice: o Meteor de Pullum, a indìgenazinha, é praticamente um Friendship (MK): a moça saca um pandeiro do nada e força o oponente a dançar até, literalmente, cair! EX2 pode ser um dos piores Street Fighter da galáxia, mas é o mais irreverente, de longe!

Obviamente, não estão falando do jogo…

As vozes são deprimentes. A série SF nunca pôde se vangloriar de excelentes dublagens, para começar, mas EX2 é o novo nadir sonoro da franquia. “Hadouken”, grita Ryu — com toda a gravidade de um paciente dopado dentro da ala intensiva do hospital psiquiátrico! “Mwa-ha-ha!!!”, gargalha Bison… Não que essa escrita seja uma aproximação onomatopéica. É a transcrição exata! Ele não ri, ele não emite um som convulsivo-maníaco difícil de transformar em vogais, ele só diz MUA-RÁ-RÁ, com toda a aparência de voice worker de sexta categoria que lê em voz alta sem emprestar qualquer entonação ou interpretação… Nunca um desenho animado apresentou uma risada mais avacalhada, nem em One Piece! Ah, e os enunciados de vitória seguem tão indecifráveis quanto no Mega Drive, cujo chip de som era horrível! Capcom, você poderia ao menos ter legendado essa parte tão tocante da “trama” para facilitar a compreensão!

Mas eu acho que o golpe fatal na gameplay de Street Fighter EX2 Plus está mesmo na infame lentidão dos controles e da ação. EX1 parece 2x mais acelerado. No fim, EX2 é uma terrível EXcusa para um novo Street Fighter…

Pra fechar, mais uma amostra de safadeza ao molho Capcom!

Rafael de Araújo Aguiar é sociólogo não-praticante e um tanto apaixonado pela forma velha de se programar jogos

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