review 0ldbutg8ld #1133
obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!
Por Rafael “Cila” Aguiar
Arcade, Neo Geo & PS


Voltage Fighter Gowcaizer
Choujin Gakuen Gowcaizer (Japão)
| F I C H A T É C N I C A |
| Developer(s) Technos, Urban Plant (PS) |
| Publisher(s) SNK, Technos (versão Neo Geo CD), Urban Plant (PS), Hamster (PS, PSOne Classics) |
| Estilo(s) Fighter > 2D |
| DATA(S) E REGIÃO(ÕES) DE LANÇAMENTO |
| ARC 18/09/95 (JP) NEO 20/10/95 (EUA/JP), 24/11/95 (JP, versão CD) PS 17/07/97 (JP), 14/09/11 (JP, PSOne Classics), 15/05/12 (COR, PSOne Classics) |
Também incluso na(s) compilação(ões):
| N.A. |
Quem jogar este também poderá gostar de:
(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)
Art of Fighting (ARC/GEN/NEO/PS4/PSP/SNES/SWI/Tgfx/XONE)
Art of Fighting 2 (ARC/NEO/PC/PS4/SNES/SWI/XONE)
Fatal Fury 2 (ARC/GB/GEN/NEO/PS4/SNES/SWI/Tgfx/X68000/XONE)
Fatal Fury Special (AND/FMT/GG/iOS/NEO/PC/PS4/SCD/SNES/SWI/Tgfx/X68000/X360/XONE)
Galaxy Fight: Universal Warriors (ARC/GEO/PS/PS4/SAT/SWI/XONE)
King of Fighters ’94 (ARC/NEO/PS2/PS4/SWI/X/XONE)
Street Fighter II: The World Warrior (32X/AMI/ARC/A-ST/C64/GB/SMS/mob/PC/SNES/ZX81)
| NOTA(S) |
(Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)
6.7 (ARC)
6.9 (NEO)
5.5 (PS)
| ESTE JOGO É PRA… | |
| (X) passar longe | (X) dar uma jogadinha de leve |
| ( ) dar uma boa jogada | ( ) jogar freneticamente |
| ( ) chamar a rua toda pra jogar | ( ) uma incógnita |
| (X) tipos específicos de jogador. Quais? | |
- Esteticistas anos 90!
| FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADA | De 16h a 23h. |
Os gráficos gritam “anime anos 90”, principalmente nas angulações e expressões faciais. KOF, por exemplo, é mais contido e atemporal em seu character design, tendo a priori mais apelo para o gosto moderno. Outra característica sobressalente é que o artista responsável é conhecido pelos seus ero mangá (quadrinhos eróticos), então é de se esperar a sexualização das personagens femininas em altas dosagens. Shaia, no material bônus de VFG, tem até algumas partes nuas. Sem dúvida é o jogo de Neo Geo mais “adulto”, olhando-se por esse lado.

Muitos parecem odiar a OST instrumental da versão AES (cartucho), mas a verdade é que as tracks foram todas orquestradas e rearranjadas para a versão CD (exceto no PlayStation), e essa seria a edição mais recomendada de todas (Neo Geo CD), com direito a letras cantadas em todos os estágios, exceto chefes e a faixa do personagem que é um robô. O som vai do punk àquelas aberturas de tokusatsu, estilo nipônico inimitável.

Se tem uma coisa que Gowcaizer é, é old school. Em 1995 o gênero fighting estava lentamente transigindo para a velocidade mais frenética que até hoje é o padrão, mas este game ainda é da escola mais lenta e com um intenso feeling de impacto nas pancadas. No geral nos sentimos à vontade para comparar o sistema de jogo com o de KOF94. Maioria dos combos maiores são links, mas mesmo movimentos mais básicos como chute aéreo, soco, o cancel para iniciar um special são extremamente impactantes.

Não há super bar, mas em contrapartida pode-se usar ilimitados supers com o life na zona vermelha, exatamente como em Fatal Fury 2. Essa mecânica acaba não sendo exagerada, porque supers são relativamente inofensivos. Não há o efeito de freeze ou o congelamento dos specials contemporâneo, e quase todos eles demoram muito em suas animações de inicialização, podendo levar até 1 segundo inteiro, intervalo fatal que pode ser facilmente contra-atacado. Não existe corrida, mas no seu lugar um movimento de dash.

Há normals, command normals (duas teclas simultâneas), specials, supers e throws, 5 categorias de golpes. Maioria dos normals e command normals podem ser cancelados em specials, mas não se pode cancelar normals em command normals como nos últimos KOF. Isso quer dizer que VFG se parece bastante com KOF94, de novo, e Street Fighter II. Os throws tem uma hit detection estranha: na maioria das vezes acaba saindo um normal no lugar. Tirando os arremessos, portanto, podem-se esperar controles responsivos, espelhados com os de KOF: low punch, low kick, high punch, high kick. As teclas podem ser remapeadas no menu de opções.

Significa que, dum ponto de vista básico, VFG soa bastante derivativo, sem originalidade. A verdade é que em termos de originalidade não temos um bom fighter como garantia. Art of Fighting foi bem original, mas é um jogo que sai devendo. Muitos prefeririam que fosse genérico mas apresentasse uma engine menos travadona e regrada. A parte mais original de Gowcaizer, que ajuda a montar um jogo de luta, está nos personagens. Apesar de poucos, são todos interessantes e únicos, divertidos de pegar e aprender a jogar. Apesar de conter um shoto character não há, fora esse, o que se chame de fighter arquetípico em VFG.
Os personagens têm de praxe acesso a 4 specials + 1 super, mas os normals e command normals são bastante profícuos. Há ainda a mecânica dos moves roubados. Ao derrotar um personagem, um de seus specials é oferecido ao seu repertório. Só se pode ter 1 special equipado por vez, mas pode-se mudar de special após uso de um continue. Eles tendem a ser mais fracos que a versão usada pelo lutador original e possuir mais quadros de animação (movimento ainda mais submetido a contragolpes), mas não deixam por isso de ser úteis. Um exemplo seria um lutador que não dispõe de anti-air, quando usurpa um, assim como lutadores que não possuem projéteis, para finalmente poderem atacar a longa distância.

Tenho minhas suspeitas de que VFG não é balanceado ou viável competitivamente, e o potencial para alguns link combos é extremo, do ponto de vista de que “quebra” a gameplay, mas isso não importa para nós “gamers amadores”, que só queremos nos divertir. Não é como se houvesse alta demanda por uma cena de e-games ou local de Gowcaizer, tampouco. Outro aspecto que deixa a desejar seria a IA ou CPU. Enquanto que partidas multijogador são um entretenimento e tanto, o que se passa com fighters da era Neo Geo pode ser dividido em 2 categorias diferentes: difícil, mas jogável (KOF94, Fatal Fury Special); ridícula, estupidamente injogável, com aquela trademark específica de jogo dos anos 1990 (Art of Fighting 2, Galaxy Fight). Gowcaizer está situado entre um extremo e outro, mas se tivéssemos de decidir peremptoriamente, do mesmo lado de AoF2 e GF. No easy as lutas são niveladas com KOF94, o que ainda é extremamente árduo para padrões contemporâneos! Com efeito, lutas normais são divertidas, porque a CPU é agressiva e não fica plantada usando block ou counters, como as CPUs da velha guarda soíam. O problema são as lutas não-normais, i.e., os confrontos com chefões! O último chefe de Gowcaizer talvez seja o mais buffed-up de todos os tempos, sem brincadeira. Mesmo no fácil ele está programado para fazer um kill combo de 80% de dano baseado em sucessões de chutes baixos entremeados por alguns normals e um shoryuken dos infernos! O problema é que o movimento estonteará seu personagem, e na prática logo será emendado outro golpe para drenar os 20% restantes da sua barra vital sem que você possa se defender a contento…
Além disso, os frames do chefe garantem invencibilidade durante a execução de todos os seus specials, e o único golpe patentemente vulnerável que ele dispara é o tal shoryuken, que ele faz questão de não usar abusivamente. O light kick acima citado é tão veloz que é impossível reagir reflexivamente, por exemplo. Quem programou a rotina desse personagem deveria se sentir envergonhado de macular este, que é um jogo, no mais, hiper-divertido.
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