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[post #700] matrimelee (arc & neo)

Por Rafael de Araújo Aguiar

Arcade & Neo Geo

Matrimelee

Shin Gouketsuji Ichizoku: Matrimelee (Japão)

F I C H A    T É C N I C A

Developers Noise Factory, Atlus

Publishers SNK Playmore, Sun Amusement

Estilo Luta

Data de Lançamento

ARC

21/03/03 (JP), ??/03 (EUA)

NEO

29/05/03 (JP, EUA)

NOTA

8.1

Este jogo é pra…

(  ) passar longe  (X) dar uma jogadinha de leve  (X) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (X) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? Apreciadores de lutadores em fantasias estranhas e ninfetas que sabem meter porrada!  (X) incógnita

Depois do primeiro projeto no gênero Luta da Noise Factory, Rage of The Dragons (uma espécie de continuação de Double Dragon de regular para boa), a empresa ataca novamente com outro capítulo de Power Instinct, uma série muito popular no Japão. Embora obliterado pela máquina de Arcade lançada quase ao mesmo tempo SNK VS Capcom: Chaos, o fliperama de Matrimelee não deixa de ter seus grandes méritos, tanto é que sua conversão para Neo Geo foi um sucesso entre os poucos que souberam valorizá-lo. A reação da maioria dos gamers ao ouvir o nome “Matrimelee” é perguntar “que diabo é isso?”. Mas faz muito sentido, basta dissecar a palavra! matri + melee; matrimônio + melee; matrimônio = casamento; melee = espécie de “luta livre”, muvuca caótica. Matrimelee trata de uma briga como poucas vistas e tudo diz respeito a um matrimônio…

Bom, pelo menos a coerência é total dentro do universo de humor nonsense de Power Instinct! Humor que ou se ama ou se odeia, mais ou menos como em Waku Waku 7. Para testá-lo, gostaria de saber: será que a idéia de uma velhota de 80 anos soltando um dente na sua cara como golpe dum jogo de luta o agrada? Você toleraria um jogo em que um dos personagens passa o tempo todo em ridículas vestes de cachorro? Se você respondeu sim para ambas as perguntas, esse é bem o tipo de comicidade que você gostaria de experimentar num fighting. Em caso contrário, talvez seja melhor procurar um Real Bout 2 ou King of Fighters

* * *

Não se acanhe se você nunca ouviu falar de Power Instinct, tampouco: eu mesmo nunca joguei outros da série; só fiquei no nível do “ouvir falar”. Basta que expliquemos essa história de matrimônio bagunçado para começar de uma vez o review: será realizado um torneio a fim de determinar o guerreiro mais apto a casar com a líder (ou pelo menos futura herdeira) do clã Gouketsu, Princesa Sissy [Mariquinha]. Complementando esse roteiro manjado, mas melhor do que o de outros fightings, cada personagem tem sua backstory que pode estar ou não em sintonia com o prêmio devido ao campeão…

* * *

O sistema de jogo possui um monte de idiossincrasias que serão devidamente dissecadas aqui. Para quem jogou Rage of The Dragons, o layout das teclas soará familiar. A e B são usados para soco e chute fracos respectivamente; C e D para soco e chute fortes. C+D iniciam um ataque de knock down, isto é, para tentar derrubar o adversário e deixá-lo zonzo por um curto período de tempo, enquanto que C+D+baixo no direcional executam um arremesso aéreo. Apertando os mesmos C e D enquanto bloqueia, seu lutador efetuará um contra-ataque que jogará o inimigo através da tela inteira, consumindo, entretanto, um dos seus stress meter stocks (vide além). Correr e dar um ágil salto para trás são operações simples e bem-pensadas pelos produtores: 2 toques rápidos para esquerda ou direita no direcional, dependendo de para qual lado seu personagem está virado (referencial). Por fim, uma evasiva através de rolamento talvez seja a pedida ideal, dependendo da investida do rival. A+B mais direcional para frente ou para trás são capazes de acioná-lo no sentido desejado. Em caso de ser atingido por um knock down do oponente, uma solução que minimiza o prejuízo é apertar A+B assim que atingir o solo, o que fará seu personagem se erguer instantaneamente e preservar o pedaço vermelho da barra de energia (vide além).

O stress meter é a maior peculiaridade do sistema de jogo de Matrimelee. Esse seria o equivalente à barra de special de qualquer outro fighting. Ao invés de aumentar conforme você agride seu adversário, a barra só se valoriza ficando estressado, isto é, contrariado durante a luta. Que tal ser socado na cara? Pouquíssimo agradável, né? Mesmo um lutador que não pare de bloquear seus ataques deixa o ofensor estressado. Quando a barra preenche, recebe-se um stock, que pode ser gasto na mesma hora ou guardado para acumular mais stocks num especial ainda mais brutal. O máximo número de stocks é 3, o que significa também que cada participante do torneio tem 3 stock attacks, um que consome os 3, um que consome 2 e outro que consome só 1, com poderes decrescentes. Todo stress meter stock deixa a vítima zonza, além do dano na barra de life. Ficar tonto também é uma forma de aumentar seu stress meter, aliás, mas não é recomendável buscar a inconsciência só para aumentar o stock, já que os momentos de inação podem ser vitais na decisão do vencedor! O toque interessante desse sistema é que quem estiver apanhando sempre ganha poder. Quem leva stock attacks terá sempre uma possibilidade a mais de adquirir seu próprio stock, equilibrando sobremaneira os combates. Existe ainda uma situação chamada bloodline battle, em que os 2 desafiantes recaem se soltarem stock attacks simultâneos (vide mais além).

A life bar tem um traço que a torna única face aos demais jogos do gênero: uma pequena porção do seu life restante, após um golpe, estará talhada de vermelho, ao contrário do restante da barra. Não sendo atingido novamente nos próximos segundos, esse pedaço vermelho é paulatinamente auto-regenerado para amarelo. Se o jogador soltar um stress stock attack, a energia sobe rapidamente, sem precisar esperar. Ficando tonto, a parte vermelha é instantaneamente perdida – a menos que o comando de safety roll seja executado com timing perfeito, conforme visto acima (A+B).

No contexto acima descrito como bloodline battle, a tela muda de repente e uma seqüência aleatória envolvendo os quatro botões de ação A, B, C e D é mostrada. Os dois lutadores devem tentar emulá-la. O mais rápido dos dois ganha a disputa e só seu golpe é que prevalece.

Dá até para fazer loucuras pouco éticas mas maquiavelicamente válidas como atirar o juiz em cima do corpo do rival. Nem todas as arenas possuem um árbitro, mas se houver, pressionando B+C o personagem puxará o árbitro para seu plano de ação. Durante um breve lapso, fica a seu encargo acertá-lo, o que inclui fazê-lo voar sobre seu oponente real, causando dano. Na verdade usando o direcional para um dos lados + B+C (depois de já ter pressionado B+C uma vez, para interagir com o árbitro) seu lutador segurará o juiz como se fosse um escudo e poderá se defender do próximo ataque do inimigo. Ou seja: o homem neutro que está ali para contar os pontos dos duelistas tem uma dupla função aos que souberem aproveitá-la: defesa e ataque via projétil!

* * *

Matrimelee tem 15 personagens comuns mais 4 secretos importados de Rage of The Dragons e ainda a última chefe, Princess Sissy (totalizando 20), todos passíveis de serem controlados, desde que na versão caseira. Faremos uma descrição sucinta mas ao mesmo tempo exaustiva do elenco logo abaixo, em ordem alfabética dentro de cada categoria (algumas das fotos da matéria trazem o avatar desses tipos exóticos):

a) habituais

ANNY – Com visual repaginado em relação aos outros Power Instinct, essa gata inglesa tem uma das jogabilidades mais equilibradas do título. Parece que nesse torneio o safismo [mulher com mulher!], ainda que monárquico, não é nenhum tabu!

BUNTARO – Debutante na série, é o irmão mais velho de outro estreante, Shintaro. Meio homem de negócios, meio ícone sexual.

CLARA – Tudo nessa garota a tipificaria como uma colegial normal do alto dos seus 13 anos, para quem julga pelas aparências. Mas na realidade ela é uma bruxa, de varinha e tudo (aí não seria fada?). Ao contrário de Anny, a menina/feiticeira não é lésbica. Ao contrário, ela quer mesmo é dar um jeito de ficar com o Príncipe. Mas hein? Explica-se: Clara tem poderes premonitórios e sabe quem vencerá o torneio. Ou quem venceria, caso ela não decidisse interferir e mudar o destino…

CHINNEN – É o “china” do jogo, mas é claro! É a primeira vez que ouço falar de um monge que cobiça a mulher do próximo (ou talvez não seja…). Mas Chinnen poderá acabar obtendo algo totalmente diferente do que queria…

HIKARU – Mais uma ninfetinha de 13 anos, para alegria dos japoneses pedófilos. Igual Clara, ela luta com uma espécie de bengala, mas não tem poderes mágicos e nem é alguma entidade muito mais velha se disfarçando. Pertencente a um clã tradicional de guerreiros, única mulher no meio de vários homens, ela só se inscreveu no torneio para demonstrar suas habilidades e fortificar o orgulho.

KANJI – Velhote ambicioso, não quer ir para o túmulo sem antes se tornar rei (e desposar uma jovenzinha serelepe)…

KEITH – Sempre de cigarro na boca, esse personagem é um dos mais bacanas de controlar. Uma bizarrice sobre ele é que sua imagem nos avatares dos menus e em artworks em geral o mostra de cabelo curto e penteado para cima (com gel), mas nos gráficos in-game está sempre de cabelo comprido, para baixo. Seguindo o curso da estória dos Power Instinct, esse personagem antes jovem aparece em idade mais madura, quase um veterano…

OLOF – Lutador de belas plásticas marciais que aparece pela primeira vez na franquia. Só usa seus pés, o que torna seus controles diferentes do restante (aparte seu super de nível 2). Os fóruns na internet pipocam de rumores sobre seu enredo, entre eles o de que não pode usar um dos braços porque este foi inutilizado em um combate anterior. Outro boato é o de que seria um guarda-costas da princesa que entra despercebido no torneio com o único intuito de protegê-la. Rapaz misterioso…

POOCHY – Prepare-se para dar muitas risadas. Antigamente um garoto que se transformava durante as lutas em seu alter ego, Mr. Poochy, este lutador cresceu e aparece nessa edição somente nos trajes de super-herói… canino?!?

A hilária arena da death metal gig!

REIJI – O standard Ryu que todo fighting precisa ter, com golpes como o soco do dragão e as bolas de fogo, que o tornam praticamente completo, ótimo pau para toda obra (epa!).

SAIZO – Ninja velho conhecido da série, se bem que deu uma de Sub-Zero, retirando seu capacete e se apresentando somente com um véu que vai do pescoço até o nariz.

SHINTARO – O supracitado irmão caçula de Buntaro. Típico personagem cujo custo-benefício está no treino árduo, pois possui alguns dos combos mais punitivos e difíceis de executar de Matrimelee.

TANE – Ok, ok… Agora a sacanagem passou dos limites! Que tal ser vexatoriamente agredido por uma senhora de idade, que não poupa na força do impacto de sua “dentadura voadora”? Ou você pode ser aquele(a) que vai causar essa vergonha ao adversário, basta selecioná-la! Um dos ícones-pastelão dessa série, ninguém pode deixar de apresentar Power Instinct citando a velhinha… OBS: Coitadinha da princesa Sissy, se o jaburu aí ganha o torneio…

UME – A irmã mais velha de Tane (o quê, essa fisionomia de cruz-credo ainda pode envelhecer mais?), vai parecer só uma palette swap de Tane, já que o roupão verde dá lugar a um vermelho e nenhuma outra diferença fica explícita. Só que a lista de movimentos não é muito parecida…

WHITE BUFFALO – Um índio americano (figura manjada em joguinhos de luta, desde Street Fighter III a Mortal Kombat) de quem tudo o que se sabe é que quer porque quer o honroso matrimônio com a princesa…

b) secretos

Embora requisite-se um código para controlar o quarteto que segue, 3 desses lutadores são seguramente combatidos no story mode. O rafazardly, conhecido como revistinha de videogame cheia de dicas & truques “duca” nas horas vagas, vai quebrar esse galho para você: na tela de seleção de personagem, pressione cima (4x), baixo (3x), esquerda (2x), direita. A tela ficará preta, confirmando o código. Pessoas com olhos de águia e memória de elefante perceberão que esse é o mesmo código utilizado para cheats no próprio Rage of The Dragons.

ELIAS –  Um autêntico filho da puta quando controlado pela CPU, especialmente devido ao seu especial que drena a energia alheia e super moves apelões que recarregam o próprio life.

JIMMY – O favorito dos “campers” versão jogos de luta, isto é, quem prefere ficar de longe só mandando magia…

JONES – Um fã de Bruce Lee vestido a caráter, também é um negro que cultiva o black power. Um dos maiores enigmas do jogo é que nunca cheguei a enfrentá-lo no 1P mode, por mais que tentasse fazer coisas diferentes… Ninguém que eu conheça diretamente sabe como enfrentá-lo, mas há quem diga que é possível, sim senhor…

LYNN – Gatinha de rápidos e francos movimentos. Quase todo o elenco de voice actors se manteve à frente dos mesmos personagens de PI para cá, mas Lynn é uma exceção, pois ganhou voz nova.

c) boss

PRINCESS SISSY – Um dos chefes mais esquisitos de qualquer jogo de luta na história! Princesa Fresquinha ou Mariquinha na tradução livre, parece uma mimadinha inofensiva e até mesmo digna de nossa amizade e proteção, não fosse por um único detalhe: a criatura vestida em roupas quase-papais DESTRUIRÁ seu oponente se sentir qualquer brecha! Cheia de golpes chatos, precisa ser decifrada primeiro para ser contra-atacada depois. A longo prazo, portanto, depois que manjamos seu estilo, não é páreo para o chefão de Rage of The Dragons, Johann, por exemplo. Um dos specials da menina, a principal razão da realização do torneio, consiste na abertura dum baú que leva sempre consigo, de onde sai Abubo, um dos lutadores de RoTD.

Só se pode jogar como P. Sissy no cartucho de Neo Geo ou se seu MVS (mídia do Arcade) estiver configurado para o home mode via uma uni-BIOS ou qualquer procedimento análogo. Obedecendo essas condições, segue: escolha qualquer lutador como de praxe, mas logo após a seleção segure para baixo na direção e todos os botões da frente (A, B, C e D), até a tela pré-combate. Se funcionar, o lutador escolhido se transformou em Sissy!

* * *

Em nossa supercompleta análise que não deixa nada de fora, é hora de dar uma geral nos estágios de jogo. Há uma quantidade decente deles, embora menor do que a de lutadores, o que significa que alguns são sede de mais de um oponente. Se bem que dependendo de quem atua, o tema musical pode mudar. Aliás, as faixas de Matrimelee contam todas com letras cantadas, o que torna este game um pioneiro no Neo Geo (Waku Waku 7 possuía uma faixa cantada ou outra, mas aqui estamos falando de um jogo inteiro – pena que as faixas sequer estejam em stereo). Não à toa, portanto, vou batizar cada arena, respectivamente, com o título da obra e o artista/autor logo após a vírgula (às vezes, só consta mesmo o artista)!

No Money Ranger, Hayato Muichimon

Lar de Reiji

Um velho ao fundo entoa uma canção hilariante enquanto atrapalha ou ajuda um (ou os dois!) lutadores no primeiro plano, com golpes no chão. A música, para quem pergunta, é sobre um jovem demitido duma multinacional demoníaca que quase tem de vender a alma para salvar a vida de seus parentes queridos.

It’s The Little Things that Make Me Happy, Urami Masuyo

Lar de Clara e Anny

Uma maluca sentada numa cadeira suspensa (que ainda por cima “persegue” seu personagem, só que no plano de fundo) dá o tom da disputa, com seu violão no colo e a exibição luxuosa no telão do ginásio. A canção é bem lenta e o tema central são… batatas fritas (pequenas coisas que me fazem feliz). O toque de humor bonachão fica para a parte em que a garota (da música!) lamenta pela garçonete sempre limpar sua bandeja antes dela acabar de consumir todas as batatas – repare na expressão da garota na tela! Dramááááático, como diria Galvão Bueno!

Megadon Kimura and the Debu-Metalz

Lar de Keith e Olof

Finalmente uma banda de macho tocando no background! E é o mais cru death metal. Todo mundo tá de couro preto e de barriga de chopp à mostra. “Debu” em Japonês nada tem a ver com Debutantes, como alguém estaria inclinado a pensar, mas significa “fatass” (cuzão, pra ser mais direto…). E está em letras garrafais no telão, veja só… Inexplicavelmente, essa canção é inencontrável no Youtube! Censura?!

How Wonderful! The Internet!, Michiko Hikarino

Lar de Ume e Tane [seriam Koume e Kotake?]

Mais uma ode a coisas banais e no entanto imprescindíveis. Uma bela dama de rosa canta como é maravilhosa a dona internet… Uma escolha assaz bizarra, é verdade, “…and I liked it!”, parafraseando Katy Perry. A digitalização do som não foi das melhores, ainda assim as notas são bastante fruíveis no calor do combate. Um detalhe que esqueci de falar é que todas as canções continuam rolando em Matrimelee mesmo se você pausar!

Fighting Games for Young People, The Gamers

Lar de White Buffalo

E viva a metalinguagem! Uma letra que fala sobre jogos de luta, sendo reproduzida durante uma luta… dum jogo. Figurantes se divertem nos fliperamas. Alguns desses hilariantes cameos têm camisas com “MSX” nas costas. Nada a ver com Metal Slug, amigos – trata-se de uma exaltação pura, simples e decantada ao console/computador japonês de extremo sucesso no fim dos 80–começo dos 90.

Bokurano Hi-Mi-Tu, The Aliens

Lar de Poochy e Hikaru

Músicos alienígenas cantam essa canção bem “kawaii” (enjoadinha). Na telona, uma cirurgia de doutores-aliens, que dissecam um exemplar de Homo sapiens!

Overclock Excitement, Akihabara Sannin Musume

Lar de Buntaro e Shintaro

Uma loja de informática cheia de gatas. Elas não estão lá só para reconfortar seus olhos ou assistir ao quebra-pau: irão cantar um número sobre donos carinhosos que estão sempre “turbinando” seus PCs com mais acessórios e componentes! Melodia bem grudenta… Muitos cameos falando no celular e fazendo suas compras. Que bom que a luta feroz não espantou a clientela!

Let’s Go, Necromancer!; Yabeno Hikomaro, Kotohime with The Boushu Dancers

Lar de Chinnen

Estágio EXCELENTE. O tema eurobeat faz a cabeça dos jogadores e é executado por um bando de monges na retaguarda, mas o refrão é levado por uma garota no topo da tela. O contraste maior é com a paisagem natureba e arrepiante, com a árvore maluca e ancestral predominando, ao lado de muitas caveiras empilhadas. Melhores gráficos e melhor tune de MM? Quiçá!

Ninja Love, Goketsuji Style; Hide & Kei

Lar de Kanji e Saizo

Um bar com karaokê que está ocupado por um casal de um homem e uma mulher. A música conta a estória do clã Gouketsuji, ou seja, a família da princesa, nascida de um caso de amor. Os jogos de luz da casa são sensacionais.

Backstage A

Lar de Elias

Um vestiário ricamente mobiliado com sofás, mesa de café, um quadro e um relógio de vovô no meio. Tem uma mulher nua lá atrás da divisória semi-translúcida curtindo uma ducha, é o que o vapor d’água e os contornos pretendem indicar!

Backstage B

Lar de Jimmy

O mesmo lugar, mas sem todos aqueles objetos de decoração, o banheiro desocupado e White Buffalo sentado, meditando, em meio ao que parece ser um acampamento improvisado.

Backstage C

Lar de Lynn

A mesma sala das outras backstages dos personagens secretos. Chinnen está desmaiado (?) no fundo. Ideogramas nas placas das paredes não permitem aos ocidentais comuns perceberem do que se tratam os dizeres: ganância, desejo, paixão. Devem ser parte do treinamento ascético do monge. Toca uma das melhores faixas do jogo. A propósito, não nomeei as três últimas arenas com nomes de artistas porque não há letras nos confrontos contra os secretos e os próprios funcionários da Noise é que se encarregaram dessa parte da trilha.

The Wedding March, composição clássica de Mendelssohn

Lar de Princess Sissy

Um remix rock ‘n’ roll do tradicional hino casamenteiro! Quem nunca quis descer a lenha na noiva (opa!) antes da cerimônia pra valer começar?

* * *

Matrimelee se diferencia do último game da Noise, Rage of The Dragons, por não contar com um combo system tão fácil de acionar, paredes quebráveis em todos os cenários que acresçam no dano de arremesso nem tag teams (dois lutadores de cada lado nas refregas). O inovador power meter dá um sabor especial à jogabilidade, se bem que podemos traçar algum parentesco remoto com a barra de Samurai Shodown, que também trabalha em prol do equilíbrio, favorecendo quem está perdendo. Quem gosta de bancar a tartaruga nos jogos de luta (se escondendo dentro do casco) vai se dar mal já que concede pontos para o adversário desencadear seus specials de stress à vontade!

Graficamente, Matrimelee é um dos mais belos e autênticos esforços do console. Cada personagem tem vários frames de animação e até 4 cores de roupa diferentes, contra 2 na média dos fightings. As ending sequences contam com um trabalho de arte inusitado, apresentando os mesmos personagens em estética super deformed. Os golpes especiais possuem alguns dos efeitos mais decentes vistos num jogo de luta 2D, sobretudo quando se finaliza uma luta com uma técnica fora do normal. Mas Mark of The Wolves continua sendo o ápice do Neo Geo.

As maiores falhas do jogo são não poder escolher a arena num versus (e a determinação do estágio não é sequer aleatória, sendo necessariamente a base ou lar de um dos dois competidores), não sofrer quase nenhuma peripécia ou aperto até zerar o game (são 7 lutas, o que pode ser feito em 10 minutos, embora iniciantes fiquem mais do que isso só na luta com Sissy – fora que há 8 níveis de dificuldade para experimentar!) e a falta de um practice mode. A solução para esse último (e mais grave) problema é entrar num versus com tempo ilimitado e stress meter infinito (você vai precisar de uma BIOS e a versão 1.2 do cartucho, pelo menos) e deixar o 2º controle apenas repousando, levando cacetada!

Lista de agradecimentos

Stuart Reynolds do negeoforlife.com

mobygames.com

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