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lunar: silver star story (sat)

Por Rafael de Araújo Aguiar

Saturn

Lunar: Silver Star Story

F I C H A    T É C N I C A

Developer Japan Art Media

Publisher Kadokawa Shoten

Estilo Role Playing Game

Datas de Lançamento 25/10/96 (JP), 04/07/97 (JP, deluxe edition)

NOTA

8

Este jogo é pra…

(  ) passar longe  (  ) dar uma jogadinha de leve  (X) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (  ) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? O saudosista e fãs de anime sem um PlayStation.  (  ) incógnita

Primeiro, devemos esclarecer que o review em questão trata da versão original japonesa, de 1CD, sem os extras em MPEG (vídeos em tela cheia), lançados em nova embalagem e a posteriori. Em segundo lugar: que infâmia que Lunar:SSS, depois de ter sido lançado DUAS vezes no Japão, não tenha visto o sol brilhar nem na América nem na Europa! Grande parte da responsabilidade se atribui ao “homem de terno e gravata que fez o contrário de Anakin Skywalker, segundo muitos admiradores da Sega Company: Bernard Stolar, ex-presidente da Sony, notório por banir lançamentos de RPGs no mercado ocidental, alegando que não faziam parte da linha de produtos do consumidor de massa dessa banda do mundo e que os jogos do gênero não exploravam o verdadeiro potencial dos 32 bits, numa incrível reviravolta, acabou por assumir a presidência da Sega of America (daí a alusão à virada de casaca do “Lado Negro” – representado pela fabricante do PlayStation, pelo menos para os seguistas que curtiam um RolePlay – para o “Lado Bom da Força” ou “da Ética Jedi) e por impor o mesmo tipo de estratagema (nada de Grandia nos EUA, nada de Lunar em inglês…) aos detentores do Saturn, não sem razão enfurecidos com a medida… Alguns diriam que Bernie Stolar não é bem um Darth Vader, mas um Darth Sidious! Seja como for, os carrascos do “homem que vendeu a alma” teriam sua hora de regozijo quando ele foi demitido do cargo nas primeiras semanas de Dreamcast, o videogame que ele ajudou a trazer à luz de forma antecipada, matando o Saturno e os ideais de muitos partidários da Sega, que ainda acreditavam numa vitória ou pelo menos 2º lugar na guerra dos sistemas 32 bits. Mas, no frigir dos ovos e no crepúsculo da década de 90, só o Japão pôde ser considerado um reduto seguro para o Saturn, que naufragou no restante do globo, mesmo que os poucos compradores estrangeiros fossem bastante fiéis na caça a jogos para sua máquina… Um pouco de história não faz mal a ninguém – sigamos!

O enredo foi modificado, perdendo a simplicidade e casualidade de outrora, embora pelo menos alguns buracos da estória tenham sido solucionados pelos roteiristas. Mudanças subsidiárias incluem convidados especiais que integram a formação fixa durante side quests. Para mais detalhes acerca da saga de Alex, o matador de dragões, favor consultar o review de Sega CD, lembrando que essa é uma adaptação cerca de 4 anos tardia para um hardware mais poderoso.

Na migração 16-32 bits os gráficos quase não foram alterados. O estilo SD (econômico em termos de sprites) dos personagens segue firme, sem atrapalhar ninguém e cativando outros tantos. Exemplos pontuais de melhora sensível nas texturas se encontram na água de Meryod, na neblina de Weird Woods e no chão das redondezas de Grindery.

Os efeitos das magias melhoraram

E apesar da distância técnica entre o Saturn e o Sega CD ser grande, esse review precisa também comparar o desempenho do game com a versão póstuma de PlayStation, que detém o pedante sufixo “Complete”. O que dizer dos minutos de animação? Muito menos que no PS. Os scripts de CGI estrearam nessa versão Saturno. Para quem não sabe, esse é um código de programação muito utilizado na própria internet. É de conhecimento popular que o Saturn era um dos hardwares mais complicados para se desenvolver jogos, já que o programador ralava “n” vezes mais que com as interfaces do PlayOne (qual a mais complexa, do Saturn ou do N64, é um bom debate – em 2D, com certeza o N64!). Isso tem de ser listado como mérito da JAM (Japan Art Media).

Na trilha remixada, o momento mais lírico é a canção de Luna no barco. Os vocais orientais estão muito bons para essa faixa. Quanto à qualidade do som em geral, a das animações está francamente superior. A mistura entre os efeitos de batalha e a música de fundo não ficou adequada. Os gritos e tilintar das armas ficaram muito altos. Infelizmente, não há opção para controlar o volume dos FX sounds e music em separado. Alguns fãs mais ardorosos – e com ouvidos de musicistas clássicos! – dizem que conseguem detectar certos “tapas” no baixo que acrescentam charme às faixas, inexistentes na moderna versão PlayStation. O comentário não é muito relevante, sendo falso ou verdadeiro, porque o teclado é o instrumento majoritário das BGMs!

A maior reformulação em relação ao Sega CD foi, no entanto, a supressão das batalhas aleatórias. Todos os inimigos a se enfrentar serão discerníveis na tela antes do encontro fatídico, o que adiciona planejamento aos jogadores; por outro lado, pode ser mais difícil amadurecer os PCs dessa maneira, já que o ímpeto de fugir de confrontos acaba falando mais alto em dadas situações. As magias, além do impacto visual mais imediato, foram reestruturadas, ao lado de uma porção de itens. Nall, o bicho de estimação de Alex, ganhou atributos mais ativos na aventura e pode ressuscitar companheiros mortos no campo de batalha, devolvendo-lhes pelo menos 1HP.

Como em 31/12/99 (numa alegada campanha de marketing) a Kadokawa Shoten interrompeu a reprodução de novas cópias do jogo, ele se tornou instantaneamente um objeto de culto, item de colecionador supervalorizado. Muitas são as lendas em torno do custo do título, hoje em dia, em portais como o ebay. Portanto, nem que somente para passar adiante mais tarde obtendo ágio, você não pode perder oportunidades de aquisição, se dentro de seus haveres, desse tesouro chamado Lunar 1 para Saturn!

Agradecimentos a Freeway do gamefaqs e mobygames.com

versão 2 – 2013; 2024.

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