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zelda: the wand of gamelon (cdi)

CD-I Philips

Zelda: The Wand of Gamelon

F I C H A    T É C N I C A

Developer Animation Magic

Publisher Philips Media

Estilo Action Adventure / Plataforma 2D

Data de Lançamento ??/93 (EUA, EUR)

NOTA

5.2

Este jogo é pra…

(X) passar longe  (  ) dar uma jogadinha de leve  (  ) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (  ) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? Colecionadores masoquistas.  (  ) incógnita

Terrível! Desastroso! Que outras palavras poderiam descrever essa “iniciativa” da Philips de manchar a respeitadíssima franquia The Legend of Zelda num lançamento infame e despropositado para uma plataforma desconhecida da maioria absoluta dos gamers? Tudo teria advindo dum acordo entre a Philips e a Nintendo para desenvolvimento de um hardware do qual a Nintendo desistiu no meio do caminho (assim como fez com a Sony, criando um verdadeiro Frankenstein). Restou, como uma espécie de indenização, ceder os direitos para publicação de alguns jogos com os mascotes mais populares de então, o que depois deve ter gerado um amargo arrependimento…

Alguns reviewers dizem que as animações foram feitas no Paint Brush!

Por incrível que pareça, conforme é possível ler na parte de trás da caixa do produto, no final da matéria (trouxe várias imagens porque, apesar do título não merecer, gera intensa curiosidade mórbida), e subvertendo o meme dos memes, desta vez você REALMENTE controla a própria princesa Zelda, que deve resgatar o destrambelhado Rei e – quem diria! – Link! O que mais chama atenção é que o antigo herói hylian foi retratado com certa FEMINILIDADE e desprovido de Q.I. Deixaremos passar porque somos uma sociedade inclusiva que não liga para potenciais características que não soam boas para alguns nichos…

Era para ser um Dodongo?

Primeiro de tudo: é um Zelda mais parecido com Zelda 2, embora não seja um clássico: a visão é lateral e a movimentação é limitada a duas dimensões, na prática. Dessa vez Zelda (como é estranho falar isso!) não evoluirá como um personagem de RPG padrão nem precisará efetuar trocentos diálogos (que desta vez, quando ocorrem, são falados), embora a estória às vezes pareça um filme (os gráficos superiores da mídia CD contribuem para essa reformulação), já que o gênero é puramente Plataforma, sem a ortodoxia do Role-Playing.

O efeito de zoom é o que mais compromete na apresentação visual, haja vista o fundo ser estático e isso ficar grosseiro e indisfarçável especialmente nessas horas. De resto, é o Zelda mais bonito até 1998.

O jogador pode escolher de onde começa, sendo que sua área de exploração aumenta gradualmente (no princípio há 3 somente locais acessíveis) até cobrir totalmente o país de Gamelon, para onde o rei hyruleano viaja buscando ajudar um amigo (o vilão é Ganon, mais uma vez). A dica que damos é que o usuário principie por Sakado. Os monstrinhos da cidade são fracos e deixam considerável dinheiro para ser empregado nas lojas. Algumas das mercadorias são lâmpadas a óleo, pão, cordas e bombas, nada custando além de 20 rúpias. O jogador acessa o inventário se Zelda se agachar (um expediente deveras esquisito) e em seguida pressionar o botão 2. É só deixar o cursor sobre o item desejado, sair do menu (botão 3) e apertar 2 enquanto estiver em ação para empregar o respectivo item. Para abrir portas, use o 1. Os controles podem embaraçar alguns jogadores por causa da lentidão (devido ao poder gráfico, imagina-se), mas uma espada muito poderosa deixa a princesa em vantagem na maioria dos combates, e ela pode ser obtida mais ou menos no começo. Uma escolha dos desenvolvedores que compromete a jogabilidade é que o salto é efetuado com o direcional para cima, o que sobrecarrega um dos dedos, que ainda tem de manobrar para a esquerda e a direita com a personagem. Além disso, no CD-I inexistem as teclas start e select. Não queira ir ao banheiro enquanto joga…

Vários nomes e tradições foram mantidos, ao contrário do que se poderia pensar: não é esse o defeito do game. O problema é que o modo de executar as coisas na Animated Magic está muito aquém dos mestres da Nintendo.

O maior incômodo mesmo é a velocidade baixíssima de locomoção da princesa Zelda, o que nada tem a ver, em si, com os slowdowns ocasionais. Acontece que o próprio Mario em ritmo de caminhada pode se mexer muito mais rapidamente, o que não é nada animador. O agravante é que quanto mais rupees (dinheiro) estiver carregando, mais se estará pesado, e melhor os inimigos saberão se aproveitar disso! Em momentos nos quais o jogador se encontra perto do topo da tela, um fator irritante interfere novamente nos comandos e na ação: o limite do cenário funciona como uma espécie de teto invisível, de forma que é inútil tentar pular sobre inimigos se não há espaço ou brecha para executar o intento original! Tanto estresse tentando guiar Zelda ao cativeiro do rei dá dor no pescoço e dor nas costas! É mais fácil finalizar um Mario Bros. The Lost Levels onde todos os inimigos são os apelões Hammer Bros! Há mais, sem embargo: certos adversários são de dimensões tão pequenas que acertá-los com a espada ou qualquer outro item se torna uma verdadeira epopéia, principalmente na fase do Pântano.

Só faltou informar que os chefões muitas vezes precisam de apenas 1 hit para serem mortos: quando Ganon, o “ameaçador” último chefe, cai perante Zelda de forma mais simples que tantos inimigos comuns de fase, você sabe que está diante de uma obra execrável… ou pelo menos – mal-balanceada!

Por incrível que pareça (de novo!), é possível arrancar informações preciosas dos NPCs dando espadadas (!!) neles, o que desencadeia uma animação! É importante tentar de tudo caso se esteja travado na saga, que não é muito linear, já que se os veteranos de Zelda forem apenas pela intuição e experiência típicas da série-padrão, jamais terão idéias lunáticas como essa! Inteligência e bom senso nem sempre é tudo… Ah, os anos do point-and-click

O ícone de pontos de vida continua sendo os corações no canto da tela, o que apraz aos fãs. Como em qualquer outro TLoZ conhecido, ser acertado por um inimigo pode acarretar um dano mínimo de ¼ de coração ou então um machucado avassalador e mortal de 3 ou 4 corações inteiros! Morrer não é um problema tão grande assim, pois é possível recomeçar de bem perto da última instância de morte… A não ser que o jogador já tenha usado 3 continues: desta feita, ele é mandado de volta para o mapa de Gamelon como punição. Seja como for, após cumprir algum objetivo necessário na atual área de jogo, aparecerá um símbolo da Triforça (inédito, diferentemente daquele que marca o ponto em que você começa a fase). Se acertá-lo com a espada, Zelda visitará lugares novos.

Apesar de não ser um RPG propriamente dito, as trocas de itens ainda solucionam vários enigmas e fazem o jogador chegar mais longe na trama (nem tudo é violência e agressão, apesar do parágrafo acima!): dê um Arpagos Egg para tal moça e seja recompensado por isso, etc. (apesar de geralmente bem ingênuos, os heróis de jogos de fantasia costumam fazer bons negócios com estranhos, já reparou?).

O som não tem relação alguma com o contexto histórico (é techno!), porém não deixa a desejar, sendo um dos melhores tópicos do game (o que não era muito difícil, devido à fraqueza dos outros quesitos). Só não ganha pontos em ambientação ou coerência…

A bateria embutida do aparelho da Philips permite 3 slots de saves, então você pode compartilhar o prazer ou o tormento de jogar Gamelon com mais familiares e amigos sem prejuízo para sua própria aventura. No entanto, temos a obrigação de informar que este CD interativo merece uma passagem só de ida para o Dark World!

Agradecimentos a invalidname e HMSaph.

Por Rafael de Araújo Aguiar

versão 2 – 2012; 2023.

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