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virtual boy wario land

Virtual Boy

Virtual Boy Wario Land

Virtual Boy Wario Land:

Awazon no Hihou (Japão)

F I C H A    T É C N I C A

Developer Nintendo R&D1

Publisher Nintendo

Estilo Plataforma 2.5D

Datas de lançamento 27/11/95 (EUA), 01/12/95 (JP)

NOTA

7.7

Wario é um dos mascotes mais carismáticos da Nintendo. Seus platformers (e spin-offs cross-genre) sempre foram alguns dos mais experimentais da companhia. No Virtual Boy ele teve a chance de brilhar, sendo o astro principal, no melhor jogo de ação 2D do hardware, desbancando sua nêmese mais fofa (Mario), que não protagonizou jogos no estilo (preferiu jogar tênis!). Quem sabe quantas das módicas centenas de milhares de unidades vendidas não se devem exclusivamente a esta obra (carro-chefe do catálogo)?

GRÁFICOS

Os melhores do Virtual Boy (a ovelha RUBRA da família “Boy” da “Big N”), embora isso não signifique muita coisa… Há pouca granulação nos objetos de frente e menos ainda nos fundos. Tudo está relativamente bem-detalhado. O estilo artístico poderá ser interessante para o gamer de hoje, pois os contornos dos personagens e objetos tem uma vibe rara de se ver nos jogos “pseudo-3D”, i.e., sprites que simulam as três dimensões. Não é uma tecnologia, por exemplo, comparável à de Donkey Kong Country, no sentido mesmo de que são duas técnicas gráficas distintas, e não de que DKC tem computer graphics inevitavelmente superiores. Os quadros de animação dos inimigos, e principalmente os de Wario, convencem. Quanto aos efeitos 3D proporcionados pelos óculos estereoscópicos, deve ser dita uma coisa: o adereço, forma de exibição da tela (pode chamar de ‘realidade virtual primitiva’), não precisa estar com a funcionalidade estereoscópica (ilusão do 3D) ligada, mas em VBWL seria imprudente, pois o jogador se daria mal nos muitos trechos em que precisa interagir com o segundo plano de ação. Muitos itens como chaves e tesouros só aparecem no plano de fundo. Se bem que é relativamente inútil todo este aviso: com menos de 1 milhão de Virtual Boys comercializados na história, seria um verdadeiro achado que o leitor desta matéria seja um destes donos, e que seu aparelho ainda funcione! O mais natural é que você esteja emulando o jogo – e há um patch que transforma a cor vermelha em rosa/roxo, e que deixa, pelo menos para mim, a estética muito mais atrativa (vermelho sempre agride, faz borbulhar o sangue!).

GAMEPLAY

Em VBWL o direcional direito não é usado (o Dual Shock de PS1 não foi o primeiro a vir com a idéia – a diferença é que são dois direcionais digitais, iguais ao do Super NES; o controle per se é bem esquisito – direcional e botões start e select no hemisfério esquerdo e botões de ação A e B e outro direcional do lado direito!), sem falar que vem no shape de um bumerangue. Wario pode pular (óbvio), dar rasteiras ou dashes, agachar e rastejar por passagens estreitas e executar habilidades especiais adquiridas com certos bonés (uma prévia de Super Mario 64?), tal como o eagle cap para curtos vôos.

Wario ataca com o pulo por cima, pode agarrar e arremessar seus oponentes e ainda tem um tiro de projétil; mas, para os níveis mais avançados, os 3 caps com seus poderes especiais serão necessários. Destaquemos também a habilidade de cuspir fogo com o chapéu do dragão e de chifrar seus adversários com o chapéu do touro (mais versátil que os outros, ele ainda fortifica suas aterrissagens no solo, agora ground pounds, e permite a Wario fincar-se no teto!). Existe uma maneira bem-ocultada de reunir os 3 super-poderes num só, tornando Wario num juggernaut imparável. O HP de Wario está atrelado ao seu próprio chapéu e ao chapéu especial eventualmente em uso: um hit e ele perde cada chapéu. Perdendo seu próprio chapéu comum (o amarelo com o W inscrito em fonte azul), ele se torna o little Wario, exatamente como o Mario clássico, e perde capacidades ofensivas. Mais um hit e ele perde uma vida.

Entre os 20 níveis, há boss battles (a cada 5) e minigames para obter mais itens e power-ups baseado num sistema de apostas (100 corações valem ­1-up, vida extra), que ainda servem para melhorar o seu ending (ver CONCLUSÃO). Este é um dos poucos cartuchos do videogame que possuem opção de save (bateria interna).  

SOM

A música não está à altura de um Mario game (pelo menos quando o responsável é o lendário Kazumi Totaka, o mesmo de Mario Land 2), parâmetro que aliás seria bem difícil de atingir. Serve mais para ambientação, e não há 20 faixas para 20 níveis, com algumas repetições no caminho. Os efeitos sonoros se destacam, graças ao som stereo do handheld. É possível distinguir, por exemplo, se um ataque vem da sua esquerda ou da sua direita, interagindo propriamente com a gameplay.

CONCLUSÃO

Na opinião de muitos (conhecedores de VB, ou seja, poucas pessoas!), Virtual Boy Wario Land é o melhor game dentre os demais 21 para o portátil monocromático, então é um jogo quase que obrigatório de ser experimentado, e deve ser sua prioridade ao emular-se o aparelho. É uma pena que a Nintendo nunca tenha promovido uma conversão moderna e com todas as cores que ela merece!

Mais do que isso, VBWL já foi circunstancialmente bem-recebido pela imprensa impressa de então e vem se sedimentando como cult-classic de difícil acessibilidade (hardware quase ignorado) com o passar dos anos. Sua gameplay é muito elogiada – o que pega em quase todas as resenhas é a brevidade do título (mais interessante, no entanto, é que o jogo, mesmo curto, foi pensado para ser re-jogado, como, por exemplo, Star Fox: há principalmente dois finais, o ruim e o bom, mas há várias pequenas alterações em cada um desses finais conforme número de itens (tesouros, pois Wario é um grande ganancioso, ladrão que rouba ladrões) coletados e desempenho na speed run – no fim, o melhor dos melhores finais se torna um bom objetivo a perseguir em reiteradas gameplays). Suas gimmicks com a profundidade do cenário foram explicitamente citadas por desenvolvedores como inspiração para elementos da gameplay de clássicos quase-contemporâneos como Donkey Kong Country Returns e Mutant Mudds. Por fim, VB Wario Land ainda é considerado por fãs como “sendo aquilo que Mario Clash fracassou em ser” num portátil futuro, o 3DS.

ORDEM DOS WARIO LANDS

Para quem se pergunta, este é cronologicamente falando o segundo Wario Land. Wario estreou em Super Mario Land III: Wario Land, no Game Boy, e voltaria ao GB clássico após esta incursão no mundo rubro-negro da Nintendo, em Wario Land II, já consolidado, a essa altura, como mascote secundário da empresa e do Marioverse.

Agradecimentos

16-BITTER, AKMoose, ImperialScrolls, Saikyo_Mog e Vegita do GameFAQs;

Wikipédia inglesa.

Por Rafael de Araújo Aguiar

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