Categorias
Sem categoria

persona 1 (ps/pc/psp)

PlayStation

+ PC & PSP.

Persona:

Revelations

Persona 1 (nome consagrado)

Megami Ibunroku Persona:

Be Your True Mind
(PC & PS, Japão)

Persona (PSP, Japão)

Shin Megami Tensei: Persona

(PSP, demais localidades)

F I C H A T É C N I C A

Developers Atlus, ITL (PSP)

Publishers Atlus, ASCII Entertainment (PC)

Estilo(s)

Role Playing Game > Dungeon-crawler > First-person / Third-person / Bird-eye view

Role Playing Game > Público adulto

Role Playing Game > Simulador social

Role Playing Game > Tática/Estratégia

DATAS DE LANÇAMENTO:

PS

20/09/96 (JP), 11/96 (EUA), 27/06/97 (JP, PlayStation the Best), 23/01/03 (JP, PSOne Books)

PC

25/03/99 (JP)

PSP

29/04/09 (JP, lançamento físico), 30/04/09 (COR, físico), 22/09/09 (EUA, físico), 30/09/09 (EUA, digital), 03/06/10 (JP, digital & Atlus Best Collection, relançamento físico original), 11/08/10 (OCE, digital), 12/08/10 (EUR, digital), 16/09/10 (JP, terceiro lançamento físico, Best Selection).

NOTAS

7.7 (PS)

7.5 (PC)

7.6 (PSP)

Este jogo é pra…

(X) passar longe ( ) dar uma jogadinha de leve (X) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente ( ) chamar a rua toda pra jogar (XX) um tipo específico de jogador. Qual? O old school excêntrico; entusiastas de Carl Gustav Jung. (XX) incógnita

Persona começa com uma tão grande quanto assustadora CG que explica uma pequena parte do miolo do roteiro. Então, os gráficos in-game surgem e você, o protagonista (com o nome que quiser), é retratado em sala de aula, ao lado de seus amigos, futuros party members, já que estamos falando de um Role Playing Game, e do tipo gregário! Em seguida, a professora entra em cena. Ela está sem a menor paciência para as gracinhas dos adolescentes hoje e começa a pagar um daqueles sapos federais para a turma. Por enquanto, Persona parece mais Malhação do que um story-telling de verdade. Calma. Os gráficos, aliás, são acanhados, mas capturam fielmente a atmosfera escolar, o que é afinal o objetivo. A vista é de cima, dum “olho de pássaro”, diagonal, isto é, angulada, de uns 75° ao invés de 90°. Os diálogos, embora engraçados pontualmente, estão abaixo do esperado, mas isso é por causa das adaptações forçadas da tradução. A promessa de uma boa trama, no entanto, perdura…

Seja como for, seu itinerário de estudante prossegue, até que você é instado a ficar quieto num canto “falando com as plantas” para ver se se acalma! O espantoso, contudo, é que a planta do cômodo vai, LITERALMENTE, responder seu chamado! Na verdade ela até pergunta se você quer salvar seu jogo! Essa espécie de vegetal se auto-denomina uma Árvore de Augusto e interage em diferentes acentos e sotaques lingüísticos, conforme você a encontra em parques a céu aberto na cidade ou abandonada em simples estufas ou estantes de madames por aí! Mas se isso fosse o cume das estranhezas em Persona a excentricidade até estaria perdoada!…

Vamos jogar pôquer!

Depois de sairmos da enfermaria da escola, onde a tal planta primeiro falou com a gente, lembrei-me de súbito estar diante de um Megami Tensei (série que começou no PC88), então seria natural esperar que tudo menos as batalhas e overworld maps fosse visto em primeira pessoa, como de fato ocorre. Seu primeiro aprendizado neste framework bem sui generis é já dentro da escola: acostume-se de pronto a longos corredores, desertos e silenciosos, repletos de lances de escadas e portas, além de bifurcações a outros corredores – e quem sabe, lá e cá, um demoninho! Nada mais peculiar que trafegar por uma escola abarrotada de alunos nas salas de aula mas que parece uma casa-fantasma nos halls… Os tons pastéis das paredes poderiam dar sono, mas nossos próprios passos cheios de eco decerto ajudarão a nos manter devidamente acordados, e com o coração na garganta!

À primeira seqüência tensa do game segue-se uma trégua. A cidade é bem movimentada e passa uma impressão de tranqüilidade. Dessa vez, como indicado acima, a perspectiva é 100% aérea. Com efeito, transformar o campo de jogo num mapa em áreas mais extensas é um ato muitíssimo bem-intencionado, porém os desenvolvedores pecaram no senso de orientação que transmitem aos jogadores via uma bússola precária. Reconheçamos que era 1996 e que não foi fácil a transição do 2D ao 3D. De qualquer modo, depois de perambular perdido por 2 horas finalmente encontrei o que estava procurando, isto é, o hospital, onde eu deveria fazer alguns exames de rotina. Lá está também Mary, uma colega de classe próxima a nós, que está hospitalizada já há um bom tempo. Persona não seria um Megami Taisen (Megaten doravante) se passássemos muitos minutos mais sem uma massiva invasão de uma renca (um megaton!) de demônios que surge do nada para destruir, pilhar, devorar, assassinar, deturpar, avacalhar, ameaçar, esbravejar, etc. Nem se nossos poderes latentes não fossem emanados de súbito a fim de nos salvar da destruição na hora mais crítica… E é aí que conhecemos a “natureza sobrenatural” (essa é ótima) das habilidades de simples adolescentes urbanos e comezinhos, finalmente escalados para salvar o mundo (sem a intervenção duma cara grande translúcida e azul numa espécie de tubo de ensaio gigante, certo, Power Rangers?). Neste caso, nosso talento poderia se resumir em uma expressão só: manipulação das Personae.

E que diabos é uma Persona? Dentro de uma alma (e todo corpo tem uma alma, é óbvio), neste estranho universo ficcional, co-habita uma vasta miríade de diferentes personalidades que podem se manifestar se tornando por um breve período de tempo a instância dominante. Se as personalidades latentes forem acordadas com o ritual adequado, pode-se mais ainda: o dono original (relaxe, Alan Kardec, você está tão confuso quanto eu!) da personalidade é convocado e toma total controle, assumindo até um corpo de carne e osso fora do hospedeiro (envoltório da alma que hibernava). É isso, enfim, que chamamos de personae (persona, expressão latina, no plural). O aparecimento de uma persona no campo de batalha rende bonificações impossíveis de ignorar, tais quais curar status ruins, lançar magias e até mesmo poder falar a linguagem dos demônios e levar a interação na manha, ao invés de na porrada! Destarte, com exceção das armas de fogo, armas brancas e poções que pudermos carregar conosco na mochila, pedir ajuda das personae é a principal forma de sobreviver num mundo infestado por demônios como é o deste RPG. Com efeito, aprender-se-á que os próprios diabos não passam de versões soltas dessas entidades, desamarradas de organismos vivos, que são as usuais fontes do “caldeirão de personalidades” que permite a existência carnal das personae. Ou seja: as manifestações diabólicas são desequilíbrios no plano da existência que você deve consertar, pois não faz sentido que tantas personalidades tenham se descolado de seus “donos” e de suas almas originais para perambular pelo mundo aprontando das suas com corpos inteiramente independentes. Continuando o papo sobre as poderosas personae que auxiliam na guerra, é claro que ao longo da jornada você vai tendo acesso a mais e mais dessas entidades, de nível de poder cada vez mais elevado, contanto que seu nível de poder atual seja equivalente ou superior (desde sempre esse foi um pré-requisito para controlar seus poderes nos primeiros episódios da série Megaten – pense num treinador pokémon tendo de capturar novas criaturas através de pokébolas, às vezes com grandes chances, às vezes tendo de contar com a sorte ou simplesmente esperar uma nova oportunidade).

Mais do que somente pelejar, podemos negociar com essas almas penadas que vieram a encarnar em demônios (cada um dos PCs, para se ter idéia, domina quatro tipos de “comunicação sobrenatural”). As reações podem ser das mais diversas, desde a recusa pura e completa de trocar palavras amistosas a endoidar o interlocutor, fazê-lo fugir, dele obter itens ou dinheiro a fórceps, além do artefato mais precioso, o spell card. Spell cards são simplesmente o que se exige para recrutar essas personae para o seu lado! Mas não em qualquer lugar e tempo. Eles devem ser usados pela primeira vez em estabelecimentos conhecidos como Velvet Rooms (Salas de Veludo, que logo os cinéfilos cult saberão em que source foram inspiradas), assim como as Árvores de Augusto espalhados por “n” frações do mapa de jogo. É engraçado como sempre topamos com uma Velvet Room no melhor lugar, no momento certeiro e de frente com a pessoa mais correta! Um velho narigudo guarda cada uma das velvets, acompanhado apenas por uma cantora de ópera e um pianista. Mas, por falar em estabelecimentos fora-do-comum, onde mais você encontra um RPG com lojas de conveniência que vendem machine guns para adolescentes, boutiques que vendem coletes à prova de balas e onde farmácias são visitadas sob as melodias mais heterodoxas imagináveis? Só mesmo na franquia Megaten (e seu nascente spin-off)!

Olá, Sr. Burns!

As batalhas são no velho esquema de turnos. Armas brancas como espadas requerem a proximidade das vítimas, mas são de longe (trocadilho infame!) os itens mais destrutivos. Armas de fogo não são nem de perto (hehe…) tão potentes, mas a vantagem é que funcionam de qualquer lugar e atingem múltiplos alvos. Convocar personae gasta pontos da sua ficha, mas é, freqüentemente, a única forma de analisar qual a estratégia mais eficiente com o fito derrotar um tipo de inimigo (basta observar como uma persona faz para causar dano). Dentre os diversos itens, muitos funcionam como êmulos de spell effects. E jamais se esqueça: não é recomendável que o mundo se torne exclusivamente um palco sangrento, um grande Coliseu, se houver, aqui e ali, a chance de conversar e baixar a guarda!

Cada persona, nos poucos segundos ou minutos em que entra em ação, é dotada dos próprios parâmetros, que tomam como base as estatísticas do próprio hospedeiro (o humano!) mas as enriquecem. É como vestir uma poderosa armadura. Ataque, defesa, velocidade, resistência e até sorte: tudo muda. Cada membro da equipe pode carregar até três personae de uma vez, mas o uso é restrito a uma por ocasião, lembre-se bem disso. Estar acompanhado de mais de uma dezena de personae ao mesmo tempo pode parecer uma grande vantagem, mas é o mínimo diante de um leque tão abrangente de criaturas malignas que se interpõem no seu caminho, acredite. Alguns modelos são simplesmente imunes a spells de determinados elementos ou podem defletir 100% do dano de seus ataques, então escolher uma persona a dedo é um mandamento! De vez em quando, personae respondem e reagem de forma muito especial a certos demônios que encontrarem, o que torna as supracitadas negociações verbais ainda mais interessantes que o normal!

É determinante aprender a mecânica de jogo bem-aprendida (e não nas coxas, pois não dá para “avançar na cagada” todas as vezes) para se dar bem e aproveitar sua estada por Persona 1 ao máximo. Admito que demorei um tanto para pegar o ritmo e decifrar as nuances do sistema de jogo, e isso não tem nada a ver com se acostumar com os controles e menus, mas mergulhar na lógica da trama de corpo, alma e persona! Caso contrário, não passará de uma experiência frustrante e o arrependimento cedo brotará de sua consciência. São muitos os segredos (e infelizmente a versão americana parece ter cortado metade deles), mas para compensar o estresse de ter de ir buscá-los até os confins do inferno em Persona será possível se distrair e recrear com minigames e side quests os mais díspares. O apelo é mais alto, evidentemente, no restrito círculo dos RPGistas veteranos. Observe que o ideal é finalizar a aventura mais de uma vez, visto que o quinto membro da party é rotativo (opcional) e esta pessoa é a chave para a obtenção de novos endings. O real nome de Persona é Megami Ibunroku Persona: Be Your True Mind. Ou, pelo menos, essa era a nomenclatura antes do título cruzar os oceanos e ser portado em duas ocasiões. Acontece que as adaptações ao novo tipo de consumidor encontrado na América foram brutais, incluindo referências à cultura pop, novos nomes para os protagonistas, até uma paleta de cores alterada para o couro cabeludo de muitos dentre eles e a mudança da nacionalidade de um dos seus melhores amigos! A despeito de toda essa cirurgia plástica, que tirou os olhos puxados da obra, digamos assim, o paciente, Persona: Revelations, ainda retém a essência que faz deste um clássico do suspense misturado com humor nipônicos. Os puristas da série gostam de dizer que as duas continuações disponíveis no PSX melhoraram algumas das falhas deste “primeiro passo” em uma franquia bem heterodoxa.

VERSÃO PSP

As perdas da versão americana de PlayStationOne e também de PC foram eliminadas na nova ocidentalização. O que nós não devemos à popularização do gênero RPG no Ocidente! Como bônus, foram acrescidas cenas em anime (ou antes diríamos que as CGs constrangedoras de 1996 foram substituídas por um estilo artístico atemporal, finalmente!), uma função de auto-battle e há agora a opção de regular a dificuldade, que não existia no original (mas a versão americana de PS1 já era mais fácil que a nipônica!). Em geral, o encontro aleatório de monstros foi reduzido, tornando a interface mais amigável para newcomers. Para fechar, o arco Snow Queen foi reincluído, jogável pela primeira vez fora do Japão, e a trilha sonora ganhou inclusões inéditas (ou outros temas re-usados de Persona 3&4) e remixes das produções originais (OBS: na prática, significa que pode ser um tormento ou uma bênção para os jogadores de PSP, porquanto os gêneros prevalentes na versão de 1996 são eletrônica e heavy metal; e na de 2009, ­J-pop). No Japão ambas as versões (PS/PSP) têm uma OST vendida separadamente; já para o mercado americano, Shin Megami Tensei: Persona veio em 2 discos, um com o jogo e outro com a obra musical.

Aria of The Soul (compositor: Shoji Meguro)

Lista de agradecimentos

GameFAQs:

_Forte

carlde21

CyosisCMR

Darksun45230

eternalauraticsphere

EuphoricUtopia

KiasuKiasiMan

MarmaladeBoy

PepsiPersona2

SlyStrife

Saikyo Mog

TheWeakMokuba

mobygames.com/

Wikipédia (inglesa)

Por Rafael de Araújo Aguiar

versão 2 – escrito em 2013; atualizado em 2023.

® 2002-2023 0ldbutg8ld / RAFAZARDLY!

Deixe um comentário