Genesis
+ Android, GBA, iOS, PC (Win+Steam), PS3, Switch, Wii, X360, XOne & al.



Comix Zone
Comix Zone (Genesis) (na Steam)
Comix Zone Classic (Android)
F I C H A T É C N I C A
Developers Sega of America, Virtucraft (GBA), Backbone (PS3/X360/X1)
Publishers Sega, Tec Toy (BR)
Estilo Ação > Beat ‘em up
DATAS DE LANÇAMENTO:
GEN – 02/08/95 (EUA) , 01/09/95 (JP), 27/10/95 (EUR), ??/95 (relançamento europeu, Limited Edition), ??/95 (OCE)
PC (Win95) – 11/95 (Brasil, EUA), 03/96 (versão exclusiva, adaptação)
GBA – 11/09/02 (EUR)
WII (Virtual Console) – 29/01/07 (EUA), 30/01/07 (JP), 02/02/07 (EUR, OCE)
X360 (XBLA) – 10/06/09 (mundial)
PC (Steam) – 03/06/10 (EUA) (conversão carbon-copy do Genesis)
PS3 (PSN) – 17/08/11 (EUR, OCE), 23/08/11 (EUA), 31/08/11 (JP), 13/09/11 (COR)
X1 (XBStore) – 26/04/16 (EUA)
AND – 10/05/17 (EUA)
iOS – 21/06/17 (EUA)
SWI Online – 30/06/22 (EUA), 01/07/22 (JP)
Também incluído (apenas versão Genesis) nas 12 seguintes coletâneas:
Sega Classics (Amazon Fire TV)
Sega Genesis Arcade Master (console dedicado)
Sega Genesis Classic Collection: Gold Edition (PC)
Sega Genesis Classics (PS4/SWI/X1)
SEGA Genesis Classics Pack (PC)
Sega Genesis Collection (PS2/PSP)
SEGA Genesis Mini (console dedicado)
Sega Smash Pack 2 (PC)
Sonic Mega Collection (GC)
Sonic Mega Collection Plus (PC/PS2/X)
SEGA Mega Drive and Genesis Classics (PC, Steam)
Sonic’s Ultimate Genesis Collection (PS3/X360)
NOTAS
7.8 (GEN)
6.6 (GBA)
7 (PC, Win95)
7.2 (WII)
7.1 (X360)
6.5 (PS3)
N.A. (X1)
6.7 (AND)
7.2 (iOS)
N.A. (SWI)
Este jogo é pra…
(X) passar longe (X) dar uma jogadinha de leve ( ) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente ( ) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? Quem não liga de partir pra porrada virtual sozinho (sem multiplayer). (X) incógnita
VIDA ÚTIL ESTIMADA
1h-4h
Em 1995 o Mega Drive já não era considerado mais do que movido a manivela. E a Sega fez de tudo para dissipar ainda mais a popularidade do aparelho em sua agonia ao dividir em 3 o público-alvo dos cartuchos do console, ao lançar o Sega CD e o 32X, periféricos acopláveis ao próprio videogame que fariam as novas fitas sem maior capacidade de armazenamento gráfico nascerem obsoletas. Isso incluía jogos como Comix Zone. Para aumentar o ceticismo em relação ao lançamento do produto, tratava-se de um beat ‘em up, gênero já esgotado em meados dos 90, depois da trocação de sopapos e voadoras contínua e disputadíssima entre sucessos como as trilogia Streets of Rage, do próprio Genesis, e Final Fight, da Capcom, este último a brilhar tanto no Super NES quanto no próprio Mega (na verdade, no Sega CD). Contra todos os indícios, CZ veio a se tornar um game atemporal, ainda hoje cultuado e não-envelhecido, graças a um conceito inusitado: o de gibi interativo.
O jogador é logo introduzido ao “Cara dos Quadrinhos versão um pouco mais magra”, se bem que ainda com seu rabo de cavalo, Sketch Turner, que traduzindo significa mais ou menos “desenhista que transforma” ou “animador de esboços”, de forma mais literal! Hmmm… Diria que é uma habilidade de stand ou de akuma no mi… (Sim, meus quadrinhos favoritos são os japoneses!) Durante uma tempestade daquelas, acontece uma inversão de papéis: Sketch vai parar dentro de sua própria HQ, enquanto o vilão da estória, Mortus (agora mais vivo do que nunca!), um velhote de bigodaço e monóculo, toma as rédeas da situação no mundo real. Temos aqui uma possibilidade de parricídio, se o jogador fracassar, e o irônico é que o pai é um jovem e o filho um sujeito grisalho! Ao descobrir o que lhe aconteceu e que ele assumiu o posto de “escolhido” na realidade paralela criada por ele próprio, Sketch terá de pular – literalmente! – de quadrinho em quadrinho enfrentando monstros do esgoto, mutantes, Cammys (de Street Fighter) genéricas e outras ameaças surreais. Embora possa lançar mão de itens que adicionam variabilidade, como facas, explosivos, poções de recarga de vida e até do seu mascote, o rato de estimação Roadkill, Comix Zone ainda é o standard beat ‘em up, ou seja, o negócio é andar em linha reta espancando os inimigos, desvendando seus padrões e massacrando uma ou duas teclas do controle o tempo inteiro.
Efetivamente, há um só botão de ataque no joystick do seu Mega, mas você pode complexificar um pouco as coisas mesclando-o com o direcional para formar diferentes ataques, além do botão de pulo, que permite voadoras à la Double Dragon (se não me engano, o precursor do gênero). O nível de dificuldade é bastante elevado: o gamer possui uma life bar só para consumir em todos os três níveis (apenas três!), porque ela não recarrega de fase para fase. Simples atos como empurrar objetos consomem HP! O rato serve, em tese, para machucar inimigos e procurar power-ups escondidos, quando convocado, mas infelizmente sua segunda função é de risco: mesmo quando o jogador tem certeza que há um item escondido na tela, o rato pode falhar, o que irrita bastante. Pelo menos a irritação pode se tornar risada quando você observa o rato se jogando dum desfiladeiro ou duma ponte quebrada, já que sua inteligência artificial é escassa! Em resumo, apesar de Comix Zone não ser nada longo, exigirá certa insistência de quem quiser completá-lo.
Os balões de diálogos e as onomatopéias são uns dos charmes da obra. Uma mão gigante (a do vilão Mortus!) irá regularmente aparecer sobre o plano de ação do jogador para desenhar novos inimigos e estruturas. Um dos golpes especiais de Sketch consiste em arrancar um pedaço de papel do fundo da tela e convertê-lo num aviãozinho capaz de fazer estragos no inimigo – simplesmente hilário! Sketch, como um bom super-herói dos quadrinhos, tem um alter ego, ativado de quando em quando, sendo bem mais fácil massacrar as forças adversárias com as novas vestes (acima).
A trilha sonora é rock ‘n’ roll básico e genérico (só com licenciamento de bandas que eu não escuto nunca, como Love and Rockets, Danzig e Jesus and Mary Chain). Desconheço se a versão da Tec Toy (ou seja, brasileira) também oferecia esse regalo na embalagem, mas os norte-americanos recebiam um CD de música com a trilha acompanhando o jogo, o que era um estímulo interessante, ao lembrarmos, como na introdução, que não havia mais muitos motivos para investir grana em jogos do Mega Drive mesmo no período em que Comix Zone foi lançado (e, grande ironia, o Genesis – ao contrário de seus periféricos pirotécnicos – segue vivo no cenário indie em pleno 2023!).
Por ser breve e não contar com gradação de dificuldade, Comix Zone não será aproveitado por muito tempo, mas pelo menos dispõe de 2 finais diferentes, já que na transição entre alguns quadrinhos você pode optar por uma rota ou outra. Terminamos puxando a orelha dos produtores mais uma vez: cadê um modo multiplayer, para dois jogadores massacrarem os mutantes ao mesmo tempo?
OS PORTS MODERNOS – SEÇÃO ACRESCENTADA EM 2023
Um port arcaico merece comentário primeiro: Comix Zone foi um dos primeiros jogos eletrônicos lançados para o então novíssimo Windows 95! Sobre a também não-mais-recente conversão ao Game Boy Advance, do início do milênio (quanto tempo já não faz!), reclama-se muito que a tela proporciona uma visão apenas parcial se comparada à abrangência dos elementos na tela da TV na versão caseira, além do menor número de botões e da pobre saída de som do dispositivo, o que tende a descontar alguns pontos na avaliação do produto (se bem que o que mais fala a favor dessa rendição de GB Advance é finalmente possibilitar 2 jogadores quebrando o pau, mérito que nenhuma outra reedição conseguirá igualar). Antes de falarmos de hardwares mais próximos da contemporaneidade ou contemporâneos em 2023, vale a pena dissertar um pouco sobre as extensas inclusões em compilações nesse ínterim.

É antes de tudo uma curiosidade insólita o fato de que em Sonic Mega Collection (de GameCube) Comix Zone só está presente na versão japa. E na “remasterização” desse mesmo jogo, só que para PlayStation2 e Xbox, com o sufixo Plus, o jogo não começa na biblioteca do usuário ocidental, mas pode ser destravado com “truques”, ou um ou outro: a) abrindo um arquivo de Sonic Heroes e efetuando o primeiro save; b) iniciando todos os jogos da compilação pelo menos 50x (somando todos). A versão contida é a mesma do bom e velho Genesis, mas sempre dependerá do feeling do novo controle e de aspectos como a proporção na TV; não entraremos nessas minúcias para cada console daquela geração. A experiência é virtualmente a mesma em todos os 3 concorrentes. Outra coletânea exclusiva da Europa está disponível para seguistas donos de um PS2, sendo outro destaque da Sega Mega Drive/Genesis Collection o fato de ter chegado também ao PlayStation Portable.
Finalmente em 2007 CZ foi oferecido digitalmente pela lojinha do Virtual Console (Wii), bem como no Xbox Live Arcade (XBLA, X360) 2 anos depois. Novamente a versão de Genesis não sofreu reformulações. E tal qual o jogo original é, apareceu de novo em coletâneas da geração PS3/X360, caso o consumidor prefira uma cópia física. Em 03/06/10, no Ocidente, a obra chegou à Steam, dessa vez um port 100% “genesiano”, já que os Windows mais recentes não rodam o aplicativo de jogo feito para Win95. Em 2011, fechando o ciclo das aparições em lojas online relevantes, chegou a vez da PlayStation Network, dentro da Sega Vintage Collection, com conquistas (troféus) como incremento e replay value para o comprador. Como nota de pé de página, cabe lembrar que também houve lançamento para Apple Macintosh e Linux, em 01/02/19, pela própria Steam. A versão obsoleta de PC não virou detrito histórico: felizmente ainda dá para ser jogada via browser em https://archive.org/details/sg_Comix_Zone_1995_Sega_US.

Seis anos mais tarde que a aparição na PSN, o que pelo visto é uma eternidade nessa escala temporal de ressurgimentos de CZ, em junho de 2017, sistemas iOS e Android receberam o jogo, dentro da coleção Sega Forever. Podemos esculhambar a Sega, e com razão, em “n” searas (incluindo a perda de prestígio da franquia The Hedgehog), mas os caras são excelsos preservacionistas de mídias clássicas, diferentemente de uma certa empresa japonesa que começa com N… e tem um mascote bigod… cof, cof!
A partir do último trimestre de 2019, outra forma de jogar Comix Zone é comprando o Genesis Mini Primeira Edição. Um selo de música chamado Cartdrige Thunder – seguindo nessa odisséia retrô em que estamos no “U” ou turning point do fetiche tecnológico, voltando, quem sabe, a ser mais felizes (só espero que não voltemos a poluir com termelétricas!) ao abandonarmos convenções do mundo pós-moderno ligadas mais a uma visão alienada e deturpada do futurismo do início do séc. XX e retornarmos cada vez mais às origens –, anunciou o lançamento de um bolachudo, vinilzão, com a OST do jogo, já que ninguém mais compra CD de música neste planeta. Isso se deu há não muito, em 22/09/22 (menos de 6 meses da publicação dessa matéria). A novidade do bolachudo é material extra, não só de bandas licenciadas à época como composições originais que à dada altura seriam usadas, na estética grunge, do autor Howard Drossin, bem como execuções ao vivo dessas músicas por uma banda montada à época só pra esse fim, a RoadKill. Há menos de um ano, por fim, o jogo saiu no e-shop do Nintendo Switch, mas é difícil encontrar reviews específicos.

CURIOSIDADE: INSPIRAÇÃO “NUMA” AMIGA
O conceito de um gibi jogável foi inspirado, de acordo com a Sega, num vídeo curto de 1992 feito para rodar no PC Amiga, intitulado Joe Pencil Trapped In The Comix Zone e animado por Peter Morawiec.
Agradecimentos a Ryan Davis do GameSpot, Mansion Maniac, Ciaxxi e discoinferno84 do GameFAQs (2013);
en.wikipedia.org/, jumpropeman do thegamehoard.com/, nensondubois, bbears e lastfirstborn do GameFAQs (2023).
Por Rafael de Araújo Aguiar
versão 2 – escrito em 2013, atualizado e ampliado em 2023.
® 2002-2023 0ldbutg8ld / RAFAZARDLY!














