32X

Kolibri
F I C H A T É C N I C A
Developer Novotrade
Publishers Sega, Tec Toy (Brasil)
Estilos Shooter / Exploração / Experimental
Datas de Lançamento 30/11/95 (EUA, EUR), ??/95 (BR, OCE)
NOTA
7.4
Este jogo é pra…
(X) passar longe ( ) dar uma jogadinha de leve (X) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente ( ) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? Tipos que gostam de jogos paradões… (X) incógnita
ANovotrade é remotamente conhecida no mundo dos games. Mas o maior clássico da empresa com certeza já foi citado diante do leitor pelo menos uma vez: Ecco The Dolphin. Pois um jogo com algumas premissas idênticas a ETD (só algumas), Kolibri, compartilha do ostracismo dos outros lançamentos da Novotrade. Muito do fato se explica por Kolibri ter sido lançado só para 32X, um “meio-videogame” (precisava do Mega Drive para funcionar) de quem nem a Sega deve querer ouvir falar hoje em dia. A data, 1995, era mais ou menos o marco divisório entre jogos 2D e 3D, e com sua proposta original e perspectiva algo tributária aos dois universos em simultaneidade, Kolibri não deixa de ser um símbolo dessa transição, um elo perdido no tempo. Antes que as lembranças do título escorressem pelo ralo, o rafazardly as resgatou!

Erroneamente propagandeado (somente) como shooter, este game, que oferece incrível liberdade ao controlador e falta total de linearidade, gira em torno de um gracioso beija-flor (!!!) às voltas com insetos agressivos em seu habitat natural, isto é, mata por todos os lados, encimada por um céu azul-arroxeado, com austeras montanhas no distante plano-de-fundo – um quadro algo bucólico e ideal. Para quem já considerava o Ecco The Dolphin 16 bits realista, Kolibri será indescritível em sua aproximação de fidedignidade; insuperável para qualquer outro periférico 32 bits (incluo até mesmo o PlayStation nessa lista!): preste atenção no fantástico pôr-do-sol, antes de replicar! A trilha sonora é naturalista ao extremo, como o visual paisagístico, fazendo o player se transportar do quarto ou sala de estar para o meio da flora. A despeito de ser todo em sprites, podemos dizer tranqüilamente que Kolibri apresenta cenários com densidade 3D muito superior à do postiço Virtua Fighter do 32X. E comparar o cartucho com outros trambolhos da mesma plataforma como a conversão do quadriculado Doom seria um escárnio intolerável até mesmo para alguém tão irreverente como eu!


Não se deixe enganar pelas aparências!
Se você tem fobia de maribondos e abelhas, essa é sua chance perfeita para uma desforra de classe, embora haja inimigos simplesmente invencíveis que devem ser evitados a todos custo, como os linguarudos sapos! Seu colibri plana pelo ar com absoluta leveza mediante o direcional. Tem-se um botão de tiro, que vai ficando mais útil com a obtenção de upgrades (a primeira arma, uma espécie de raio sobrenatural, é um lixo!).


Devo prevenir os gamers mais agitadinhos – dos tempos de Gears of War, Call of Duty e destroços voando pela tela – que pela lentidão da gameplay de Kolibri essas pessoas mais incontíveis sentirão os mesmos tormentos de um stigmata, caso tenham a infeliz idéia de experimentar o produto!

Curiosidade bizarra: o manual do jogo ensina a fazer um comedouro para atrair beija-flores (na vida real, não dentro do jogo, sua mula!). Olha que civilidade ambiental!
Lista de agradecimentos
KasketDarkfyre, Unleashed Vortex, MattFrey do gamefaqs;
mobygames.com.
Por Rafael de Araújo Aguiar
versão 2 – escrito em 2013, atualizado em 2023.
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