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ultra vortek (jag)

Atari Jaguar

Ultra Vortek

F I C H A    T É C N I C A

Developer Beyond Games [deveria mesmo tentar alguma outra coisa além de fazer games!]

Publisher Atari Games (Midway)

Estilo Luta

Data de Lançamento 1995 (EUA)

NOTA

6.3

Este jogo é pra…

(XXX) passar MUITO longe! (  ) passar longe  (  ) dar uma jogadinha de leve  (  ) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (  ) chamar a rua toda pra jogar  (X) um tipo específico de jogador. Qual? Eu diria o não-jogador, aquele que adora dar risada e esquece até que está segurando o controle! Ou o coprófago. E tem ainda o metaleiro, é claro!  (  ) incógnita

lei número 1: se o jogo possui “Ultra” no título, desconfie. Lei número 2: se o jogo for um rip-off de uma série mais famosa, olhe com o dobro de reticência… Lei número 3: não sendo possível experimentar uma gameplay de luxo ou virtuosa, aprenda a rir da própria desgraça. Isso é o que nos permite resenhar – e até gostar de resenhar! – jogos lixo!

Verdade seja dita, comparado a outros “épicos” (entender no sentido irônico) de Luta do console Jaguar (como Kasumi Ninja), Ultra Vortek é até respeitável. Na gameplay não há nada de tão errado, apenas limitado. Os comandos saem quase sem problemas, e não vejo como o joystick “controle remoto” do Jaguar poderia ter propiciado uma experiência mais elevada. Os movimentos não excitam porque são colagens de tudo que se via no gênero ao redor de 1995, mas pelo menos não fazem passar vergonha. O grande problema é que está tatuado na testa do cartucho “Eu sou um clone de Mortal Kombat”. Como todo rip-off escancarado de uma obra de sucesso, temos um amontoado de clichês que os produtores juram se tratar de “conceitos originais”. Tem aquele lutador basicão que é a cara do Cyrax, age como o Rayden e assim por diante. Para alegria da fatia fanfarrona dos gamers, nós que adoramos gargalhadas e tirações de sarro a rodo, a Beyond Games criou um personagem que é quase a síntese da mediocridade. Seu nome é Dreadloc. O nome lembra algo? Um penteado, talvez? (DICA: não é o do Neymar) Atente na figuraça: um gangster jamaicano com o óbvio visu regueiro, aquele gorrinho brega colorido, dentes de vampiro, olhos “algo alterados” e uma espécie de lança (não é –perfume!) primitiva talhada com ossos ou conchas nas extremidades. Ele até fala “Hey mom” enquanto dá uma baforada de cannabis sativa na sua cara para deixá-lo tontinho da silva. É, amigo, você devia caçar ao menos a ROM só para ver essa animação antológica!!! Talvez uma piada interna da equipe que, devido à problemas de cronograma, teve de participar da versão final de UV.

Gráficos. Melhor chamar de “crap[-]hics”, para quem manja um inglesinho. Como eu disse, nós vemos aqui muitas duplicatas de outros jogos de luta, e isso já prejudica na avaliação (bem, nem tantas duplicatas assim, já que são apenas 7 lutadores!). Ainda mais: os backgrounds das arenas cheiram a MK. Aliás, por uma dessas incríveis linhas cruzadas do destino, como o jogo é de 95 e tem alguma participação da Midway, nem que só no lançamento, eu diria que alguns cenários de Mortal Kombat III são baseados em Ultra Vortek e não vice-versa, como aquele da roda giratória e o do metrô, que sobe para a rua se alguém levar um gancho, onde é possível de encaixar belos fatalities! Ultra Vortek obviamente também apela para a violência gratuita a fim de angariar consumidores. Uma coisa inédita para a época é que as poças de sangue ficam no chão até o fim do combate, ao invés de evaporarem misteriosamente. Se se quer falar de originalidade, não obstante, a única fase que posso citar é a da piscininha com estátuas macabras. Só que o ambiente é arruinado pela crônica aparição de dois peixes pulando para fora d’água. Eu não sei direito o porquê, mas isso me irrita profundamente (talvez um trauma de infância?). Para o Jaguar, contudo, até que a imagem não está abaixo da média, não!

Ultra Vortek adquire o status de semi-decência quando sobrevalorizamos a trilha sonora (ela nem tem tanto impacto assim, a música costuma estar num volume muito baixo). Riffs de um proto-death ou black metal podem fazer a cabeça dos gamers mais dark side! O som dos soquinhos e tudo o mais está ok, mas – como sempre – tem um retoque de vilania para estragar a marmita: uma risadinha diabólica toda vez que alguém apanha mais feio e um “AWESOME!” numa voz grossa (MK, alguém?). Como você pode já ter adivinhado, o narrador pronuncia a palavra toda vez que alguém executa um uppercut!…

UV não é tão difícil de zerar, ou pelo menos não é tão difícil de chegar até o último chefão. Como esse gárgula dos infernos é muito “cheapy” para descrever com exatidão, só posso dizer que tentar vencê-lo sem fazer mandinga é uma postura tão patética e infrutífera que ele sozinho arruína todo o balanço da dificuldade do game!

Jogar Ultra Vortek mais de uma vez sem ser forçado exige o CID de “coprófago em estágio avançado” (a.k.a., viciado em merda). É até divertido aprender os especiais no início, e usar os códigos secretos do jogo (um deles aumenta a velocidade e torna os combates suportáveis). A sobrevida, contudo, é irrisória. Os finishing moves são hilários e representam a última pitada possível de graça. Vale a pena se você estiver numa roda de amigos para zoar e ser zoado graças às finalizações involuntariamente grotescas. Como um bônus – e um símbolo perfeito para UV – temos o Crapality. NÃO ESTOU DE SACANAGEM! Cada personagem pode converter o perdedor numa pilha de fezes durante o “Annihilation Time”, aquele pequeno lapso de tempo em que ele ainda está de pé, bamboleando! Literalmente, m e r d a

Lista de agradecimentos

Stan S, kiwikevin, timegal yuki do gamefaqs

mobygames.com

Por Rafael de Araújo Aguiar

versão 2 – escrito em 2013, atualizado em 2023.

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