Amiga / Commodore 64 / Turbografx-16
+ Amstrad CPC, Atari ST, BlackBerry mobile, Game Boy, Genesis, ZX81/Spectrum.








Turrican
F I C H A T É C N I C A
Developers
Rainbow Arts (C64/BB), Factor 5 (AMI, A-ST), Probe (A-CPC, ZX), The Code Monkeys (GB, GEN, Tgfx)
Publishers
Rainbow Arts (AMI/A-CPC/A-ST/C64/ZX, EUR, 1° e 3° lançamentos no Amiga, 1º lançamento no Atari e únicos lançamentos no Commodore, Amstrad e Spectrum), Innerprise Soft. (AMI/C64, EUA), Kixx (AMI/A-ST, 2° lançamento europeu no Amiga e 2º lanç. europeu no Atari), Accolade (GB, EUA, EUR; GEN, EUA), Ballistic (GEN/Tgfx, EUR), Amigas (BB)
Estilo Proto-metroidvania / side-scrolling shooter
DATAS E REGIÕES DE LANÇAMENTO:
AMI
1990 (EUA, EUR), 1991 (EUR, 2º lanç.), 1992 (EUR, 3º lanç., em formato CD-ROM)
A-CPC
1990 (EUR)
A-ST
1990 (EUR), 1991 (EUR, 2º lanç.)
BB
04/06/03 (mundial, port considerado uma réplica perfeita da versão AMI)
C64
1990 (EUA, EUR)
GB
11/91 (EUA, EUR)
GEN
1991 (EUA, EUR)
Tgfx
08/91 (EUR)
ZX
1990 (EUR)
Também incluído nas compilações:
Action Pack (Rainbow Arts) (AMI)
Mega Mix (1991) (AMI)
Power Up (AMI/C64)
Turrican Anthology Vol. 1 (SWI)
Turrican Flashback (PS4/SWI)
NOTAS
8.2 (AMI) | 7.3 (A-CPC) | 8.4 (A-ST) | 8.7 (C64) | 5.6 (GB) | 5.9 (GEN) | 6.3 (Tgfx) | 6.4 (ZX) | N.A. (BB)
Este jogo é pra…
( ) passar longe (X) dar uma jogadinha de leve ( ) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente ( ) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? O Metroidmaníaco que souber emular o jogo na plataforma correta (o Commodore 64 segue sendo a melhor alternativa). (X) incógnita
Eis um marco divisório na vida do Commodore 64 e também dos PCs Amiga. É incrível como um sistema (mais computador pessoal que videogame) lançado em 1980 ainda recebia jogos novos em folha em plena alvorada da década de 90. Turrican, idealizado por um programador alemão chamado Manfred Trenz, pode ser definido como um side-scrolling shooter e explorador sci-fi à la Metroid, apresentando múltiplas rotas por nível e a possibilidade do gamer se perder em meio a tantas ramificações do cenário (nisso, Castlevania: Symphony of The Night também seria seu mais próximo reminiscente para gostos mais atuais, no que concerne a reexplorar jogos do séc. XX via e-shops dos hardwares modernos). O visual remete completamente à heroína nintendista Samus Aran, e o personagem tem duas formas de ataque, uma delas lembrando também a capacidade de Samus de virar uma pequena bolinha, que além de fazer Turrican (que também é o nome do protagonista, além de batismo do jogo) deixar bombas é sinônimo de invencibilidade durante o curto período de utilização da técnica e, em terceiro lugar, torna-o mais ágil para cumprir trajetos horizontais. No mais, ele usa uma espécie de chicote elétrico com abrangência de 360° e um ou outro item explosivo que é capaz de encontrar em meio às travessias arriscadas e labirínticas (Belmont + Bomberman?). Com certeza os superfamiconzistas já estão putos por não poder jogar Turrican, a essa altura da resenha… Para este público, nossa dica: não desespere, pois há versões 16 bits do clássico, seja o Super Turrican ou o Mega Turrican!

Tgfx
O enredo não transcende o genérico: dentro de sua armadura de titânio, você é o único capaz de salvar algum planeta desconhecido de nós terráqueos das garras de um monstro-de-três-cabeças chamado Morgul. Devido ao intenso sucesso mercadológico nas 2 plataformas iniciais, Turrican ganhou reedições em uma pletora de hardwares concorrentes, com destaque, além do Amiga citado acima, para o Turbografx-16) e Mega Drive, pouco mais de 1 ano depois – embora “destaque” não alcance uma avaliação qualitativa da obra, uma vez que nas verões NEC e Sega, por alguma razão, e na versão Nintendo portátil (por motivos mais óbvios), a gameplay já sofre alguns reveses, com perdas em relação ao produto original no quesito gameplay.

C64
Nem mesmo onde é melhor executado, no entanto, Turrican agrada todos confinados entre o céu e a terra: a versão de Commodore, um periférico de 4 ou 8-bit, dependendo da perspectiva com que se o avalia, é notável por sua falta de capacidade técnica e a necessidade de se revezar entre duas tarefas simplórias: efeitos sonoros e música. Ou a fase não tem faixa de fundo e apresenta os barulhos de explosões e inimigos morrendo, ou apresenta música e não tem nada além disso. Pelo menos Chris Huelsbeck, que chefiou o departamento sonoro nas conversões mais tardias, aperfeiçoou o quesito som o mais que pode nos videogames sucedâneos mais poderosos. Para quem ficou curioso pela módica seleção de cerca de meia dúzia de faixas (a partir de 1992, não são apenas MIDIs, pois foram gravadas para o formato CD-ROM) de Turrican, recomendo que cace na Internet o CD “Shoot or Die: The C64 music of Turrican” ¹ (mesmo para o elevado padrão de game OSTs antigas, é mesmo um material brilhante, ainda que efêmero)!
¹ Não precisa caçar, aqui está o link:
(Melhor ainda que essa reduzida seleção, que se beneficiou do formato CD-ROM, é a antologia com todas as trilhas sonoras de Turrican clássicos, incluindo as duas continuações, Turrican Soundtrack Anthology -2013-, com 4 discos!)

Tgfx
A mecânica de scroll lateral da tela não foi tão bem-implementada no ZX81/Spectrum e no Amstrad CPC quanto no protótipo do Commodore 64/128 (o 128 é basicamente um upgrade de processador, mas o jogo não muda nada humanamente detectável), uma vez que ou a tela demora muito para acompanhar o jogador ou, pelo contrário, se adianta exageradamente a seus passos, acarretando que Turrican, o homem, fique preso num dos cantos, errando assim saltos vitais. Na parte dos tiros, não obstante, não encontramos nenhum problema. Importante observar que, novamente, devido a limitações de hardware, as edições ZX, Amstrad e Game Boy não possuem trilha sonora, apenas efeitos sonoros, ou um “bip bip bip” que se passa por música, mas que é abaixo da média até para o aparelho, no caso deste último. O pior é que no caso dos computadores 8-bit há até loadtimes, o que a mídia cartucho pelo menos elimina!
Nenhum nível é exatamente igual ao outro. A primeira fase, por exemplo, de navegação mais lenta, apresenta alguns efeitos de luz e desenha as figuras de relâmpagos e cometas ao fundo que estão ok para um sistema 8-bit. O segundo estágio muda bastante a interface, com Turrican usando um jetpack a fim de escalar uma torre enorme. Uma vantagem do Commodore 64, entre tantos prejuízos derivados de seu tímido poderio, é que tem alguns subchefes a mais (inexplicavelmente cortados até da versão Mega Drive!), além de muito mais inimigos na tela, e sem slowdowns.

C64
Além das dificuldades narradas acima, Turrican pode ser de árdua finalização até mesmo para veteranos pelo fato de não haver animações quando seu personagem sofre dano, isto é, ele não brilha, pisca ou nada do tipo. É bem capaz de passar batida a informação de que o life meter está se esvaziando, se o jogador não prestar atenção no canto da tela. Não há aquele famoso lapso de recuperação para seu personagem, o que significa que em poucos segundos um mesmo inimigo pode aniquilá-lo, se você não se mover para longe do raio de ataque (aqui o parentesco é decididamente com os Mega Man mais apelões da “antiguidade”, com a diferença de que num Mega Man de NES tem-se 8 chefões e depois Wily, enquanto em Turrican são 12 deles!). O lado bom é que ao morrer ressuscita-se no mesmo lugar (se tiver vidas o suficiente, ou seja, mais de 1). Na prática, significa que seu medidor de vida é pelo menos 3 vezes maior no começo do jogo (havendo ainda muitas vidas extras pelo cenário) – só o game over é que força o jogador a recomeçar da largada da fase. Por fim, só faltou mesmo um último chefe mais imponente para tornar a dificuldade digna de um pesadelo armagedônico para os hardcore side-scrolling shooter fans!
CURIOSIDADE 1: Turrican saiu para 5 PCs diferentes (nenhum deles baseado no Microsoft MS-DOS que depois monopolizaria o mercado) entre Estados Unidos e continente europeu, 2 consoles caseiros (Genesis e Turbografx) e, ainda, 1 handheld (é difícil encontrar informações mais detalhadas sobre a edição GB Classic – basicamente, o que sabemos é que para os parâmetros atuais apresenta uma jogabilidade sofrível, mas é menos difícil e revoltante que a conversão de Mega Drive) e até celulares BlackBerry! Mas ficou faltando uma oitava e última versão, ou sétima adaptação do original de C64, para Atari Jaguar, que acabou cancelada nos momentos iniciais de produção.
CURIOSIDADE 2: Realmente a trilha sonora é o aspecto mais chamativo dessa franquia: há uma canção de Turrican num filme Transformers e o tema-título deste primeiro jogo foi ligeiramente baseado numa música do Manowar! Huelsback viria a trabalhar na OST de jogos Star Wars para N64 e GameCube.
CURIOSIDADE 3: Se o leitor acha que Turrican “pega emprestado” elementos demais de Metroid 1, deveria, então, dar uma olhada nestas 2 outras pérolas da Rainbow Arts: Great Giana Sisters (//Super Mario Bros.) e Katakis (R-Type)!
CURIOSIDADE 4: Em junho de 2007 foi lançada a versão freeware para rodar no Windows, e por alguma razão o título do game foi alterado para Hurrican.
CURIOSIDADE 5: As versões de Atari ST e Amiga acabaram ganhando vários prêmios de revistas de jogos para “melhor” ou “um dos melhores” jogos de ação de 1990.
Lista de agradecimentos:
RazorX3, Dhouston, TickyDude e Seth0708 do gamefaqs.com;
Ashley Pomeroy e Wurtzly do mobygames.com;
Wikipédia (inglês).
Por Rafael de Araújo Aguiar
versão 2 – criado em 2013, atualizado e ampliado em 2023.
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