
Arcade, PlayStation
+ Android & iOS



Tekken
F I C H A T É C N I C A
Developer Namco
Publishers Namco, Sony (Europa), Bandai Namco (celulares)
Estilo Luta poligonal em 2D
DATAS DE LANÇAMENTO:
ARC
21/09/94 (JP), 09/12/94 (EUA)
PSOne
31/03/95 (JP); 10/95 (EUA); 11/95 (EUR); 08/11/95 (EUA, Long Box); 1997 (EUA, Greatest Hits); 03/97 (EUR, Platinum); 28/03/97 (JP, PlayStation The Best); 01/00 (EUR, Value Series); 21/05/11 (EUR, PSOne Classics); 03/06/11 (EUA, PSOne Classics); 06/07/11 (JP, PSOne Classics).
PlayStation Network
PS3 & PSP
15/06/11
PS Vita
29/08/12
* * *
AND
12/04/12 (EUR, PlayStation Suite)
16/08/17 (mundial)
iOS
17/02/18 (mundial)
Também incluído nas coletâneas:
Tekken / Ridge Racer (PS)
namCollection (PS2)
NOTAS
7.3 (ARC) ¦ 7.2 (PS) ¦ 8 (AND) ¦ 7 (iOS)¹
¹ A despeito de possuir as notas do Metacritic para versões portáteis, não encontrei reviews dedicados.
Este jogo é pra…
( ) passar longe (X) dar uma jogadinha de leve (X) dar uma boa jogada ( ) jogar freneticamente (X) chamar a rua toda pra jogar (X) um tipo específico de jogador. Qual? Os fighters historiadores nas horas vagas; quem adora destravar personagens secretos. (X) incógnita
VIDA ÚTIL ESTIMADA
De 15h a 40h.
O que Tekken, o primeiro e longe de ser o último, oferecia que deixava todo mundo louquinho e eriçado, na época, fosse nas máquinas de rua ou em casa, era o estilo poligonal de Virtua Fighter (inclusive superando-o na estética) aliado a uma gameplay mais próxima de Street Fighter, série então no auge, com seus movimentos impressionantes e quase impossíveis de bloquear ou evadir e ênfase em combos. A Namco, antes mais conhecida por jogos da era Atari e títulos de corrida (Ridge Racer à frente de todos), entrou todo-prosa no reino cascudo dos fighters, esbanjando realismo e, simultaneamente, controles intuitivos o suficiente para deixar a experiência bem arcade e adaptada aos newcomers.

A genialidade máxima estava no leiaute das teclas. Cada botão do PlayStation é dedicado a um membro do corpo do lutador: braço esquerdo, braço direito, perna esquerda e perna direita. Tão simples, mas ninguém pensara nisso antes, ora! E mais: conciliar seqüências desses botões em diferentes intensidades e as mais díspares manobras com o polegar esquerdo no direcional rendia um cartel consideravelmente extenso de golpes. Mesmo um iniciante poderia sair estapeando o game pad e se dar moderadamente bem, a menos que estivesse combatendo um veterano, que já tinha descoberto, àquela altura, os time gaps para encaixar bloqueios, contra-ataques e arremessos sob medida que os marinheiros de primeira viagem julgariam impossíveis ou pura sorte. Mas vamos quebrar a dissecação da gameplay em dois, e afundemos um pouco na história primeiro!

Repare que o cenário foi roubado do jogo Sonic!
Você desaprova sua família? Vamos lá, não negue. Talvez você ame seus parentes mais próximos, mas vai sempre ter algumas restrições com respeito a cada um deles. Quem sabe seu pai é daqueles quarentões, cinqüentões ou sessentões que acham que ainda têm 20 anos e fazem de tudo pra estar na última moda, sem saber o quanto bancam o ridículo. Quiçá sua mãe é tão insuportável que não pode deixar uma palavra ou gesto seu passar batido, censurando tudo que sai da sua boca ou da sua cabeça. Abundam aqueles que têm uma irmãzinha pirralha que finge ser a santa na presença dos mais velhos mas apronta logo que os pais viram as costas, ou pelo menos também não são raros aqueles com irmãos mais velhos que insistem em nos confundir com sacos de pancada ambulantes (ó Deus, por quê?). Não se esqueça do priminho bêbado que sempre chama atenção demais e pelos motivos errados quando a família se reúne nos feriados e ocasiões festivas. E aquele outro primo, o exato oposto, mas tão irritante quanto o primeiro tipo: o nerdinho de voz fina cheio de bichos dentro do armário, do qual é impossível se aproximar mais (e isso talvez seja um ponto positivo sobre ele!). Argh, e aquela tia-avó que você vê uma vez por ano mas sofre o bastante para guardar recordações desses encontros pelo resto da vida? Isso mesmo, aquela velhota resmungona com cheiro azedo de manga podre e molho de alho vencido! Não, nem preciso recordar-lhe seus invencíveis ódios familiares. Hipócrita aquele que diz não ter dessas coisas! Pouco importa a idade, a classe social ou o grau de parentesco, quando um dito-cujo nasce com alguma porcentagem do seu sangue no corpo ele parece estar destinado a lhe causar problemas em algum ponto da sua existência! Sempre houve e sempre haverá, para os nascituros na Terra, pessoas que não gostaríamos que fossem tão indesejáveis quanto freqüentes em nossas vidas ou, para dizer logo de uma vez, que não gostaríamos que estivessem vivas nesse exato momento!

Tekken nos apresenta a 8 personagens (de início) finalistas do King of Iron Fist Tournament (Torneio “Rei do Punho de Ferro”), e dentre tantas biografias o foco está numa rixa familiar (você realmente achou que eu incluiria o parágrafo ‘off-topic’ acima à toa?). Esse campeonato de luta, cuja abreviação é Tekken (tchã-rã!), é organizado por uma multinacional presidida por Heihachi Mishima, que vai pagar simplesmente UM BILHÃO para o campeão do evento. [!!!] O “protagonista” (essa informação é extra-oficial, mas fica escancarada para quem se adensa no jogo) é Kazuya Mishima, o “típico oriental que nasceu para ser um mestre em artes-marciais” (qualquer verossimilhança psicológica ou visual com Liu Kang e Ryu é mera constatação de que as softhouses utilizam estratagemas parecidos e a sobeja confirmação de que raios caem diversas vezes no mesmo lugar!). Bom, pelo menos ele não usa um kimono branco com faixa preta! Kazuya é o filho do empresário excêntrico que queima dinheiro, o sr. Heihachi. Para resumir a relação pai-filho mais notável da saga, Heihachi empurrou Kazuya da borda de um precipício quando ele ainda era um menino, [!!!!] desgostoso com sua fraqueza e falta de determinação (Talvez por que o pobre Kazuya fosse só uma criança?!? Diga isso ao roteirista…). Kazuya só sobreviveu ao acidente para se vingar anos depois (coincidentemente na data da realização do torneio[!!!!!]) porque fez um pacto com o diabo. [!!!!!!] [Ok, chega do ‘crescendo de exclamações’!] O resto você irá descobrir por conta própria…

Azar para os outros competidores que eu tenha sido tão detalhista acerca de Kazuya e seu pai, já que serei mais sintético no perfil dos demais: Paul Phoenix é um motociclista metrossexual que está no torneio pela glória e o dinheiro (cá entre nós, até eu, barrigudo e sedentário, estaria!); nenhum jogo de luta está completo sem o sósia do Bruce Lee, Marshall Law (Martial Law?!?), cujos objetivos são aliás bem parecidos com os de Paul; Jack é um robô (?) russo que pretende testar suas habilidades e sua valentia, se é que robôs têm vontade própria…; Michelle Chang é uma aborígene norte-americana que busca retaliação contra Heihachi por ele ter seqüestrado sua mãe; Yoshimitsu é um ninja robótico ou cavaleiro da távola redonda (os fãs da trilogia de PS1 notarão que o design do cara mudou muito ao longo dos anos!) que em Tekken 1 tem uma motivação das mais imbecis, que é doar todo o prêmio para pessoas carentes; o animalístico King é um wrestler mexicano cujo intento é erguer um orfanato com o dinheiro do título (este é homem, digo, besta-homem; não confundir com a gata de KOF). Finalmente, Nina Williams é uma femme fatale, loirinha assassina de aluguel contratada por alguém para matar Kazuya (decerto ela não precisava se inscrever no torneio para isso, mas enfim…).

Todos os lutadores parecem monstruosidades desfiguradas: Jack e seus membros desproporcionais; Paul e sua cabeçorra; Yoshimitsu e seu tronco mal-definido; Kazuya, fodão na storyline, parece mais estar dançando a Macarena na pose de vitória, dada a animação digna de “tocos de madeira amarrados” do ano de 1994… Acho que você já entendeu que essa é a parte do jogo que mais envelheceu, então não percamos mais tempo com banalidades.

Tomando o controle de um dos oito characters convencionais, portanto, você faz seu caminho homem-a-homem através do torneio até enfrentar seu sub-chefe personalizado. O sub-chefe sempre tem a ver com a história de cada lutador. Por exemplo: Kuma é o sub- de Paul e trata-se de seu arqui-inimigo de longa data; Lee Chaolan é o filho adotivo de Heihachi e está ansioso para dar umas bolachas em Kazuya; e assim vai… É o leitmotiv de cada personagem, na realidade, tirando os mais estúpidos dentre eles, que verdadeiramente motiva os gamers do século XXI a encararem a obra ainda hoje. Como era bem fácil de prever, o final boss é o próprio Heihachi, que além de multibilionário tinha que ser, lógico, um velho saradão… Ah, os videogames! Cada personagem tem seu próprio ending em CG (bastante cru para os parâmetros atuais, por sinal – mas ei, Mortal Kombat 4, anos depois, ainda insistiria nos textos rolando numa tela estática, então do que você está reclamando?). E a melhor recompensa nem é essa: você acaba destravando o sub-chefe que enfrentou antes (se você não havia notado, nenhum sub-chefe era um dos 8 lutadores do menu de seleção básico!). O próprio Heihachi pai é obtível se você zerar o Arcade mode em menos do que 5 minutos sem usar nenhum continue! O último personagem secreto, para completar o time definitivo de 18, é um Kazuya do mal (os golpes não mudam, só o visual demoníaco, que não mete medo em ninguém, conforme foto abaixo) caso você consiga desempenho PERFEITO no jogo Galaga que rola na primeira loading screen, assim que você liga o PlayStation com Tekken no input de CD. Para quem não sabe, trata-se de um clássico ship shooter da Namco – quem nunca jogou não teve mais do que um arremedo de infância, ao invés de uma infância verdadeira!

Retomando o fio da meada dos movimentos, o cardápio de golpes é assombrosamente realista para o período em questão. Os lutadores sequer disparam magias como os hadouken, limitando-se a golpes vistos no mundo real. Kuma, que é um urso bípede – e olha que eu estava falando sobre REALISMO – tem um especial que consiste num agarrão impiedoso no adversário: ouve-se até o barulho da fratura dos ossos! Mas a despeito das aparências tanto realismo não chega a atrapalhar: as poucas teclas do PSOne dão conta do recado. Cada lutador tem mais ou menos um estilo exclusivo, com forças e fraquezas particulares. Ilustrando, Law usa o Jeet Kune Do. Seus socos e chutes são ágeis e letais, porém os veteranos podem explorar os ataques cegos dos novatos em busca de hits baratos por meio de contra-ataques igualmente destrutivos (ele é um cara que deixa a guarda excepcionalmente aberta). King é um daqueles caras do “mucha lucha”, meio circenses. Seus golpes são extremamente lerdos, mas sua vantagem está nos agarrões. E como agarrões são encaixados principalmente em contra-golpes ou blocks, o ideal é usá-lo defensivamente. Lutadores como Paul, Law, Kazuya e Nina são simples de controlar já no primeiro dia de convivência com o jogo. Os mais experimentados descobrirão o prazer de se arriscar em praias mais inóspitas, ou seja, controlando os subestimados do jogo, os grandalhões vagarosos tais quais Kuma e Jack.

Mesmo que ainda não tenha os parries e reversals dos próximos Tekkens, este capítulo é considerado um dos primeiros “tactical fighters” da História, em que se luta tanto com o cérebro quanto com a boa e velha coordenação motora tão necessária dentro desse gênero. Mas não esqueça que nenhum game de luta dura muito tempo sem amigos por perto…
CURIOSIDADE: T1 foi o 1º game do PlayStation a estourar a marca de 1 milhão de cópias vendidas.
Lista de agradecimentos
GameFAQs:
discoinferno84
falsehead
GTSonizuka
oblivion from aoc
Pokejedservo
Writer
Zylo the wolf
mobygames:
Ace of Sevens
Eric Smith
GAME BOY COLOR!
Por Rafael de Araújo Aguiar
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One reply on “tekken (arc, ps & al.)”
[…] cujos episódios sempre aterrissaram em momentos-chave para o primeiro console da Sony. No começo, Tekken foi lançado durante os meses iniciais do console, alavancando suas vendas. Tekken 2 representou um […]
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