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akuji the heartless (ps1)

review 0ldbutg8ld #1096

obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!

Por Rafael “Cila” Aguiar

PlayStation

Akuji The Heartless

F I C H A    T É C N I C A
Developer Crystal Dynamics 
Publishers Eidos, Square Enix Europe 
Estilo Ação / Plataforma 3D > Terror 
DATAS E REGIÕES DE LANÇAMENTO
21/01/99 (Estados Unidos), 22/01/99 (Europa)
 

Também incluso nas compilações:

N.A.
NOTA (Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)

7

E S T E   J O G O   É P R A . . .
(X) passar longe(X) dar uma jogadinha de leve
(   ) dar uma boa jogada(   ) jogar freneticamente
(   ) chamar a rua toda pra jogar(X) uma incógnita
(X) um tipo específico de jogador. Qual? Adultos e apreciadores de gore procurando um enredo mais maduro e violento para o seu 3d platformer padrão. Fãs de um Action Adventure descomplicado e genérico, só para matar o tempo.  Quem jogar este também poderá gostar de:
(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)
40 Winks (PS)
Banjo-Kazooie (N64)
Gex: Enter The Gecko (N64/PS)
Legacy of Kain: Soul Reaver (DC/PC/PS)
Shadowman (DC/N64/PC/PS)
Spider: The Video Game (PS)
Spyro The Dragon (PS)
Super Mario 64 (N64)
Tomb Raider 4: The Last Revelation (DC/PC/PS)
FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADADe 4 a 9h

Imagine que você está na sua cerimônia de casamento, quando de repente cai numa maldição voodoo e tem seu coração extraído, forma brutal de ser assassinado. Imagine também que quem orquestrou tudo foi seu maldito e ardiloso irmão – e nem foi para ficar com a cunhada, não, pois de todo modo ele ainda vai sacrificá-la em outro ritual de maldade! Como você sabe disso, se já morreu? É que nos credos africanos existe um além, uma espécie de Submundo ou Hades (para os gregos), de onde você pode até retornar se tiver o conhecimento de magia necessário. Com muita motivação para promover sua vingança, Akuji, seu alter-ego neste jogo homônimo, poderá regressar de onde poucos e seletos regressaram (vide o mito de Orfeu!), “bastando” que amealhe alguns tokens pelas várias regiões ou círculos infernais. O epíteto do personagem é um trocadilho: em vez de querer dizer cruel, como seria de se esperar na tradução de heartless, significa literalmente sem um coração – mas ainda assim com alma, emprestada pelo controlador!

SISTEMA DE JOGO – A JORNADA DANTESCA PARA ESCAPAR DO SUBMUNDO

Akuji The Heartless é obra da Eidos, a publisher da tetralogia clássica de Tomb Raider no PSOne, e nada nele foge dos jogos 3D mais ou menos lineares do período. O diferencial aqui é poder controlar um feiticeiro africano numa ambientação bem soturna e macabra, com toques tribais na trilha sonora. Desafiando o bom senso, assim como em Shadowman ou Legacy of Kain: Soul Reaver, por exemplo, quem está morto pode até morrer – não exatamente morrer, mas é melhor não vacilar diante dos adversários, se seu objetivo é retornar à superfície (Spawn também vem à mente!).

O objetivo é coletar almas dos seus ancestrais para ganhar poder – e estas almas são representadas por cabeças humanas, uma escolha estética bem interessante. Consegue ser horripilante e divertido ao mesmo tempo. São 4 “cabeças” por mundo ou fase. Há um mundo central que conecta as várias regiões do além chamado Vestíbulo. As portas para essas zonas são destravadas com o número suficiente de cabeças. Nem todas precisam ser coletadas para se chegar ao final do game. Seu guia nesta jornada do herói será uma caveira de outro feiticeiro vodu chamado Baron Samedi.

Nunca imaginei o inferno em uma paleta de cores tão fria!

A principal arma de Akuji são lâminas, que estão implantadas em seu próprio braço. Não há tanta estratégia assim envolvida nos confrontos; essas partes lembram mais hack ‘n’ slashes old school como Tartarugas Ninja, só que numa engine tridimensional. Esqueletos são os soldados genéricos obrigatórios. Fracos, eles só incomodam por estarem em número elevado. Mas cuidado com os insetos e demais criaturas de vulto que atacam pelos céus! Nas fases de maior orientação vertical pode ser imensamente frustrante levar uma bicada ou projétil desses elementos e cair vários e vários metros no abismo… Há a opção de usar a primeira pessoa estacionária para observar os arredores, algo que também não é nada novo no gênero. O legal, entretanto, é usar a mesma visão para fuzilar adversários com um ataque mágico estilo machine gun espiritual. O jogo possui uma vastidão de magias temáticas, dentre elas um escudo de sangue para não só tornar o personagem imune, senão drenar a energia dos opositores a fim de preencher sua barra de life!

Confesso que não gosto de batalhas de chefão muito elaboradas. Daquelas em que se deve morrer várias vezes até descobrir como raios se o derrota. Qualquer ataque, seja mágico ou seja usando seus braços, ferirá esses inimigos mais importantes, o que significa que você tem margem para criar sua própria estratégia de vitória.

A learning curve é bem-feita, e os últimos estágios começarão a dar vertigem no jogador, pois as trajetórias se tornam mais longas e perigosas – e os saltos, mais delicados e sensíveis. Uma reclamação típica dos jogos de PlayStation com essa proposta são os ângulos de câmera, e ATH não é exceção. Mesmo com 3 dos botões de trigger destinados a rotacionar e acomodar a perspectiva, ela continua irrequieta e quase nunca se fixa sobre os ombros do protagonista. Não tem jeito: é amar ou odiar, não tem meio-termo quando se trata de jogos 3D desta geração 1996-2000.

Sobre a estética de Ajuki: sejamos sinceros, os desenvolvedores de jogos eletrônicos não costumam criar ambientes tão estranhos e expressivos hoje em dia, com muito mais tecnologia ao seu alcance!

De fase para fase mudam o terreno, o design dos inimigos e uma ou outra nuance tática de como se aproximar para trucidá-los. Sobre os feitiços, como eles não se repetem por fase, gaste-os sem medo no que vir se mexendo à frente!

SOM, AMBIENTAÇÃO E ATMOSFERA

Alguns Action Adventures se sobressaem nas cutscenes para avançar o enredo. Normalmente o gamer nem liga se é tudo muito clichê, contanto que a jogabilidade compense. Mas Akuji consegue ser um dos jogos mais atmosféricos e climáticos de PS1. O jogo possui voice work de um ator conhecido no papel principal, Richard Roundtree, o icônico policial Shaft nos longas dos anos 70. As opiniões sobre a qualidade da dublagem variam de “tremenda presença!” a “atuação indiferente, desmotivada até”. Sua noiva Keisho (Jamesetta Bunn), muito relevante na narrativa, é quase unanimemente considerada monótona, além de ser visivelmente dublada por uma senhora de idade, o que contrasta de modo estranho com a juventude da personagem. Seja como for, uma motivação extra para ir até o final: uma grande plot twist vai dar aquela invertida nas suas expectativas e zoar com o enredo meio feijão com arroz de mocinho x vilão…

Que os itens básicos do jogo sejam bonequinhos vodu ajuda muito a deixar as coisas mais empolgantes e diversificadas. Os adversários também dão um certo frio na espinha, se conseguirmos abstrair na data de hoje a ruindade e quadratura dos gráficos. Tem um inimigo que é o palhaço do submundo, e eles gritam “Oops” depois de cuspir bolas de fogo na sua direção, quer acertem, quer errem. Que figuras!… Não se espante com inimigos desconjuntados e plantas exóticas também.

As batucadas, mas com presença de muitos outros instrumentos minimalistas, são o pano de fundo perfeito para esta saga. Conforme o perigo aumenta, seja em sessões de saltos periclitantes ou quando o coro come nas lutas, a percussão acelera e indica a Akuji que se ele tivesse um coração provavelmente teria motivos de sobra para senti-lo bater mais apressado! Essa característica da trilha se intensificar e ficar mais medonha perto de inimigos lembra bastante o que foi feito no departamento sonoro de Zelda: Ocarina of Time, do periférico concorrente.

Shadowman vibes!

GRÁFICOS

Chegamos ao ponto mais débil do título. Mesmo que a intenção fosse ser tétrico, as cores desbotadas cansam a vista, sufocam o controlador, e temo que de modo não-intencionado. Pelo menos, já que a resolução é tão baixa e os polígonos não se encontram em abundância, não precisaram apelar para fog effects nem o hardware tímido de PlayStation faz o CD sofrer de pop-up ou flickering (salto de quadros na animação e quebras não-razoáveis dos ditos polígonos, fazendo objetos que deveriam ser imóveis se movimentarem em suas extremidades, respectivamente) quando roda. Para mais informações sobre alguns desses termos técnicos, cf. https://rafazardly.wordpress.com/2020/06/26/glossario-dos-games-para-leigos/.

A fonte me parece um pouco fora do contexto vodu da obra: me lembra muito a tela de abertura/loading das fases com a descrição das missões para conseguir tapes em Tony Hawk’s Pro Skater!

CURIOSIDADE: “TÁ LIBERADO!”

Contrariando uma impressão inicial, ATH possui classificação indicativa “a partir de adolescentes”. Pela violência gráfica e o enredo, parecia ser um game da mesma faixa etária de Mortal Kombat ou Shadowman (+18), mas os caras da ESRB (o órgão americano de avaliação) pegaram, surpreendentemente, leve!

Lista de agradecimentos pela cessão de imagens e informações:

gamefaqs:

Funkx

KasketDarkfyre

gamesmax.biz/

gamespot.com/

Steven Garrett

honestgamers.com/

Bloomer

mobygames:

Macs Black

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