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nekketsu oyako (ps & sat)

review 0ldbutg8ld #1127

obs: nós não seguimos o acordo ortográfico lusitano de 2009!

Por Rafael “Cila” Aguiar

PlayStation & Saturn

Nekketsu Oyako

F I C H A    T É C N I C A
Developer(s)
TechnoSoft
Publisher(s)
TechnoSoft, Sega (PSOne Classics)
Estilo(s)
Ação > Beat ‘em up > 2D
DATA(S) E REGIÃO(ÕES) DE LANÇAMENTO
PS
03/12/94 (JP), 27/09/2017 (JP, PSOne Classics)
SAT
21/07/95 (JP)

Também incluso na(s) compilação(ões):

N.A.

Quem jogar este também poderá gostar de:

(Em vermelho, os jogos que já revisamos – se não estiver linkado, ainda não foi “upado” no novo blog.)

Final Fight 3 (SNES)

Streets of Rage 2 (GEN & outros)

NOTA(S)

(Cada escore é uma média dos principais portais de games na web e revistas antigas quando for o caso, e também engloba a opinião dos gamers visitantes, além da crítica especializada; não necessariamente reflete meu ponto de vista sobre o jogo.)

7.4 (PS)

8 (SAT)

ESTE JOGO É PRA…
(X) passar longe(X) dar uma jogadinha de leve
(  ) dar uma boa jogada(  ) jogar freneticamente
(X) chamar a rua toda pra jogar(  ) uma incógnita
(  ) tipos específicos de jogador. Quais? 
FAIXA DE VIDA ÚTIL ESTIMADADe 17h a 18h.

Quando pensam na TechnoSoft, maioria logo concebe a série shoot ‘em up Thunder Force, da qual já resenhamos Thunder Force III no Genesis. Ou então remete ao revolucionário Herzog Zwei, real-time strategy que mata a pau no mesmo console. Ou, na pior das hipóteses, a Elemental Master (GEN, 1990) e Devil’s Crush/Dragon’s Fury (Tgfx 1990, GEN 1992), o pinball do demônio! O que menos gente sabe é que a companhia continuou expandindo seus horizontes e se arriscando em outros ramos na passagem para os 32 bits. Como este produto em questão nunca cruzou o Pacífico, é natural que não façamos idéia do que seja Nekketsu Oyako. E atenção: não confunda NO com o nome ocidental da série de brawler de Nintendinho River City (Nekketsu Kakutou Densetsu), coincidentemente publicada pela quase-xará Technos!!

PRECEDENTES

Nekketsu Oyako quer dizer algo como Família Sangue-Quente. E pode apostar que a família Hibino, que protagoniza o jogo, é: Saeko Hibino, cientista, é raptada pela máfia Haraguro, que está atrás da construção de armas de destruição em massa. O marido da nerd e seus dois filhos, um casal, é o trio que irá ao resgate, em vez da polícia! Rando, o pai de família, é um wrestler profissa; Rio, a filha, espanca todo mundo na escola; Toratarou “Tora” Minoru trabalha com a mãe no laboratório, mas é bom mesmo é de briga.

PORRADA!

Nada extraordinário aqui: ir da esquerda para a direita, linearmente, espancando todo baddie que aparecer (e como a mensagem de ‘Go!’ quando a tela é limpa enche o saco!). No final de cada estágio (são apenas 6) um boss. Muitos itens e power-ups pelo caminho, bem como um extravagante número de armas brancas ou de fogo para usar. Como o(s) jogador(es) tem/têm a prerrogativa de escolher seu fighter, um toque interessante foi tornar alguns dos itens exclusivos: só o paizão pode beber cerveja para recuperar HP e segurar uma bazuca; porém ele tem uma empunhadura muito grande para pegar algumas das armas menores e não aceita comer doces para se recuperar.

Diferentemente de boa parte da concorrência, entretanto, o move set de cada character é considerável. Há combos típicos de jogos 1×1, técnicas especiais também no estilo dos jogos de luta-solo, dois ataques tipo agarrão e outro par de ataques aéreos, dependendo da direção em que o personagem executa a dash, um movimento do jogo que não pode ser subestimado. Tem ainda o famoso ataque limpa-tela que, em troca, diminui um naco de sua energia, para usar em momentos de encurralo. Rando é o típico tanque, lento e forte. Ele consegue se sobressair um pouco com seus suplexos e powerslams. Rio é obviamente a mais fraca, porém tem uma agilidade monstra e pode espancar com golpes sucessivos à Chun-Li, além de usar um martelo como arma padrão que não precisa ser coletada. Tora é o shouto, equilibrado, força e agilidade médias, mas o que o torna roubado é a dash infinita, golpe que se abusado empilhará cadáveres!

Para aliviar a monotonia um pouco hegemônica e inevitável nesse tipo de game, todos os designs de inimigos (não todos, mas grande parte) trocam de fase a fase, para combinar com os entornos. Além disso, os que se repetem vêm mesclados em diferentes proporções, sem dúvida dinamizando a gameplay. São quatro níveis de dificuldade, e essas proporções podem variar conforme o eleito.

Claro que tem aqueles adversários pé-no-saco, típicos dessa modalidade de game. As criancinhas em patins (sim, você desce a marreta em crianças!) que não param quietas, os boxeadores de máscaras negras (com life bars grandes demais), os ciborgues visivelmente reminiscentes de A Hora do Pesadelo, com range de ataque muito vasta graças às garras nas mãos, as lolis que só aparecem para tacar granadas e fogem, todas essas aparições parecem apenas arrastar um pouco mais a jogabilidade, o que é mitigado pelo bom level design. Como todo beat ‘em up, quando o jogador sente que está ficando cansado, logo o jogo termina e ele fica com saudade dos “encontros repetitivos”: como de regra, Nekketsu é bem curtinho.

BOM DEMAIS PRA SER GENÉRICO, RUIM DEMAIS PRA SER CULT CLASSIC

O jogo tem reputação de medíocre, o que explicaria seu anonimato. Gráfica e sonoramente ele não se destaca. Tendo sido lançado no início do PlayStation e do Saturn, realmente conta com visual datado e não explora cem por cento as capacidades do compact disc para faixas de música ou samples de vozes. Se não fosse a quantidade de inimigos e outras coisas se movendo na tela e o bom nível de detalhamento de fundo, poderíamos dizer que é uma obra que poderia passar por ser 16 bits.

Ao menos o framerate nunca cai, a paleta de cores não é tão pobre quanto seria no SNES e os efeitos dos ataques especiais são dignos da geração. O que conta muito a favor de NO é a inventividade da localização de cada fase, além do carisma no design dos três protagonistas. A segunda fase é jogada no estômago de uma baleia branca em que os oponentes são polvos com luxas de boxe na extremidade de dois dos tentáculos! O jogo extravasa sem medo de ser feliz, dropando a seriedade mais intensa dos épicos do gênero como Final Fight e Streets of Rage, preferindo seguir pela trilha mais Tartarugas Ninja/Battletoads.

Como sabido, o PlayStation tem de pagar o preço na quantidade de animações, que ficam meio saltadas. A conversão para Saturn, posterior, consertou muitas dessas janelas de frames e ainda rearranjou a trilha sonora e adicionou novos temas. Também há inimigos com cores trocadas ou de design refeito e novos efeitos para técnicas que usavam transparência no console da Sony, mostrando quão detalhista é a TechnoSoft.

Aproveitaram ainda para turbinar a dificuldade no Sega Saturn: ao pegar comida ou bebida com 100% do life, seu personagem ficava com 110, 120% de vida; isso foi impossibilitado na segunda versão do jogo. Por outro lado, inimigos são mais fáceis de arremessar e movimentos mais simples de cancelar (para emendar outros no lugar e se corrigir a tempo antes de sofrer um contragolpe), o que parecem ter sido as únicas concessões. Os especiais ficaram mais elaborados e difíceis de executar. Ou seja: ficou com mais cara ainda de 1×1 e um pouco mais árduo. Se o jogador tiver como escolher, recomendamos mais a versão Saturno.

Para sermos sinceros, do ponto de vista técnico, que inclui a falta de originalidade da obra, talvez estejamos um pouco mais próximos de entender por que o gênero beat ‘em up caiu em obscuridade aproximadamente nessa época, visto que Nekketsu Oyako não oferece nada que os próprios 16 bits já não haviam ofertado em grau mais alto. Por outro lado, hoje, em que o gênero ganha novas continuações na nona geração e podemos olhar com olhos mais complacentes o passado remoto, o que nos conduz a Nekketsu é o escracho do título, e o fato de que quando ele é muito ruim é medíocre, e quando é muito bom consegue ser um passatempo recomendável. Ajuda ainda o fato de que, mesmo sendo apenas do mercado nipônico, nada na interface impede o ocidental de se esbaldar.

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Lista de agradecimentos pela cessão de imagens e informações:

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