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shinobi 3: return of the ninja master (gen)

Por Rafael de Araújo Aguiar

Genesis

Shinobi III:

Return of The Ninja Master

The Super Shinobi II (JP)

F I C H A   T É C N I C A

Developer Megasoft, Sega

Publisher Sega

Estilo Ação > Plataforma 2D

Datas de Lançamento 22/07/93

NOTA

8.8

Este jogo é pra…

(  ) passar longe  (  ) dar uma jogadinha de leve  (  ) dar uma boa jogada  (X) jogar freneticamente  (  ) chamar a rua toda pra jogar  (  ) um tipo específico de jogador. Qual? ______  (  ) incógnita

Shinobi 3 é diversão bruta(l)! Como um usuário que já experimentou um Shinobi mais recente de PlayStation2, e que apesar de ter apreciado a porradaria (hoje, 2024) “menos old school” sentiu ainda mais saudade das pelejas clássicas no 16-bit, tenho autoridade para comentar o assunto. Nesse terceiro episódio, de 1993, temos o acrobático Joe Musashi no auge da forma, apelando com magias devastadoras, shuriken certeiras e a katana mais letal, a percorrer alguns dos níveis mais insanos já desenhados para uma interface 2D. Shinobi parte III é tão-somente um dos Adventures mais invocados de que se tem notícia no Genesis ou qualquer outra plataforma…

Com Joe Musashi, codinome “destruição total”, armado “somente” com uma katana (espada curvilínea típica do Oriente) e algumas centenas de estrelas pontiagudas e levíssimas, sem muito esforço a pilha de cadáveres fica vistosa à distância. O segredo é atacar preventivamente com shuriken a vários passos do inimigo e desembainhar a espada – o que o personagem faz automaticamente – quando o chumbo grosso o encara de perto. Não importa o gigantismo ou o exagero das armaduras portadas pelos samurais que se vai enfrentar, porque eles são mais de impressionar pelo visual que de agüentarem o tranco na prática! Se as táticas elementares de combate não forem suficientes, pode-se recorrer às voadoras ou ao super-arremesso simultâneo de estrelas, de volta depois da ausência em Shinobi II!

Com um grito aterrador para os circunvizinhos, Joe invoca mágicas ideais para os chefes: envolvido numa armadura de luz e relâmpagos, o herói pode mostrar a fúria do dragão que cospe fogo, ou as shuriken inflamáveis da JUSTIÇA! Durante as fases, caixotes esperam para ser quebrados e revelar preciosidades como munição de shuriken, reenergizador ou o misterioso POW, que intensifica o poder das técnicas ofensivas de Joe. A desvantagem do POW é que basta um hit e seu efeito é cancelado.

Ser um assassino frio não é a única especialidade de Shinobi. As técnicas mais brilhantes e lépidas do herói com código de honra são as relativas aos mortais aéreos e escaladas de muretas e edifícios. Um ninja não é um ninja sem seu essencial pulo duplo, coisa inverossímil, bem de cinema, mas que no videogame cai bem. Joe Musashi esbanjará condição física ao se dependurar em dutos de ventilação e assim perfazer seu caminho enquanto desafia criaturas aladas que tentam derrubá-lo. Sem falar que é muito simples operar tantos talentos via joystick. Mas o personagem principal sozinho não responderia pelo enorme carisma da franquia da Sega

Há algo mais: são os estágios inimitáveis e atmosféricos que tornam a jogabilidade tão divertida quanto a de clássicos como Arcus Odyssey ou Contra: Hard Corps (alguém aí já jogou um desses? Eu nunca, mas já ouvi falar muito bem de ambos!). Adoramos esse pequeno cartuchinho negro pela sua ação frenética em ambientes que se fôssemos superpoderosos gostaríamos de visitar. São alguns dos cenários mais lindos e coloridos de um Mega Drive. Desde o começo o jogador já sente que vai sofrer de overdose de machismo e virilidade enquanto mantiver a TV ligada e as atenções voltadas para os desafios de Shinobi III. Cai-se no meio de uma floresta encharcada de ninjas opositores, donzelas perigosamente armadas de katana e homens com baldes na cabeça (sabe como é, Guns N’ Roses era moda então!).

Depois de deixar esses coitados numa piscina de sangue, Joe chega a uma galeria de cavernas vastíssima onde samurais esperam com presentinhos especiais – a ponta de suas lâminas bem debaixo de seu nariz! No fundo, uma câmara cheia de cachoeiras de encher os olhos que escondem letais arremessos de shuriken em sua direção, além de serem vizinhas de abismos espinhosos. Então vem o chefe Zeed, conhecido da série, uma espécie de rei-das-facas, cada uma delas identificada com o próprio nome do inimigo, que já foi um último chefe de jogo anterior, líder que é duma máfia inteira. E enquanto marcham tantos acontecimentos, segue solta uma trilha tipicamente nipônica e alucinante, cheia de percussão e distorções.

Tudo isso é só a primeira de 7 estupendas fases! Joe precisará montar a cavalo enquanto ninjas levitados por pipas gigantes atacarão de longe (abaixo), em uma ampla área verde, só para acabar dentro de uma fábrica equipada com um cérebro eletrônico feito para caçar o protagonista com ferozes trovoadas! Em seguida, cai-se no esgoto, onde é preciso fugir de criaturas “verde-Césio” que vivem no e do lodo, além de cérebros-parasitas alados (meu Deus!).

O meu momento favorito (como o de muitas outras pessoas, imagino) põe Shinobi sobre uma PRANCHA DE SURFE lidando com a terrível agitação dum mar que submergiu uma megalópole inteira, tudo isso antes dele achar um grande Mega Zord equipado com machine guns, lasers e um arsenal de explosivos, para facilitar um pouco mais a labuta. Há até uma fase em que você não para de cair, precisando desviar de pedregulhos na mesma trajetória, se é que você não quer virar espetinho ou panqueca ninja! O “Confronto Final” é uma pérola dos jogos de Plataforma, com um espetáculo de pulos e rígido timing nos controles a se prolongar por vários minutos!

Zeed é apenas mais um do clube “Odiamos Joe Musashi”. Se começamos a descrever os chefes por ele, não foi por mal: o melhor fica mais pra frente. Que tal uma cabeça gigante de matéria fecal (ou algo assim) que prende-se ao ninja com suas repulsivas presas e ataca vomitando um feixe branco e sólido de… energia?! (Esperamos sinceramente que não se trate de outro resíduo orgânico, esse exclusivo do sexo masculino…) Ou um dragão-robô capaz de encher a tela com seus ataques guturais; ou ainda uma gueixa horrorosa que ama Joe a ponto de… MATÁ-LO DE PAIXÃO! Chefões em Shinobi são capítulos à parte que certamente merecem um parágrafo só deles!

O Retorno do Mestre Ninja é um testemunho de que o chip sonoro do Mega Drive não é aquela draga toda que a Nintendo Power nunca esqueceu de zoar durante a “Guerra Fria” dos anos 90. O tempo acelerado das músicas funciona como anabolizante legalizado para impulsioná-lo a cortar algumas cabeças e se deleitar por horas a fio. Embora esteja inclinado demais para o lado da facilidade, não se pode descartar por um segundo sequer a hipótese de embarcar nessa saga de Joe Musashi – um furacão arrasando no seu Genesis!

Esse fundo de cenário me lembra a abertura de Arquivo X!

Agradecimentos a Genjuro Kibagami

versão 2 – 2013; 2024.

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