Categorias
Sem categoria

shadow dancer: the secret of shinobi (gen)

Por Rafael de Araújo Aguiar

Genesis

Shadow Dancer:

The Secret of Shinobi

The Secret of Shinobi (Brasil)

F I C H A     T É C N I C A

Developer Sega

Publishers Sega, Tec Toy

Estilo Ação > Plataforma 2D

Datas de Lançamento 01/12/90 (JP), 02/91 (EUA), 1991 (EUR), 1992 (Brasil)

NOTA

7.4

Este jogo é pra…

(  ) passar longe  (X) dar uma jogadinha de leve  (  ) dar uma boa jogada  (  ) jogar freneticamente  (  ) chamar a rua toda pra jogar  (  ) um tipo específico de jogador. Qual? ______  (  ) incógnita

Eis o segundo pilar do trio Shinobi para Genesis. Feito em meados de 1990, não deixa de ser uma façanha por parte da Sega, que lançou o produto só 6 meses após o primeiro Shinobi, Revenge. Há inclusive um Arcade de 1989 de mesmo nome, mas não se deixe enganar por esse Dançarino das Sombras alternativo – são dois jogos distintos. O enredo é único na série, também: o ano é 1997 e Joe Musashi, mais conhecido como o ninja Shinobi, já não vê sinais da organização criminosa Neo Zeed há um bom tempo. Sendo assim, parte para Apple para rever seu antigo aluno de artes-marciais, Kato (pessoas chamadas Kato têm predisposição a arranjar problemas). Após uma rápida visita, constatando a mais absoluta normalidade, Joe volta à Terra do Sol Nascente, despreocupado. Nesse ínterim, Kato investiga e descobre que alguns canalhas estavam mantendo reféns numa escola infantil. Ao tentar salvar as vítimas, acaba gravemente ferido e morre no hospital pouco depois.

Shinobi, longe, não pôde aterrissar de volta a Apple a tempo de dar adeus ao discípulo, mas se encarregará, agora, de vingá-lo. Fica-se sabendo que os perpetradores dos seqüestros de civis são de uma nova organização ninja demoníaca, um sindicato do crime mais conhecido como “Union Lizard” (União do Lagarto), em vias de se apossar da cidade. Essa nova gangue é chefiada por Sauros (não confundir com Sauron), uma misteriosa entidade réptil e mutante que tem o poder de causar terremotos e outros desastres. Ele não pode falar, então lidera exclusivamente por instinto! Shinobi vai à sua caça ao longo de 5 níveis divididos em 2 partes cada um. E não estará sozinho: o cão de Kato, Yamato, um lindo exemplar branco, guerreiro como o dono, prestará auxílio. Numa premissa parecida com a do filme Eu Sou A Lenda, Joe e seu fiel escudeiro devem encarar tudo e todos, plenos de animosidade, atrás de fazer justiça!

Os enormes chefes de fase, atributo clássico da série, ao menos, estão de volta

E não dá para entender o que houve aqui! Shinobi deve ter perdido a prática nesse hiato pacífico. Nada de pulos duplos ou o arremesso simultâneo de 8 shuriken, antigas marcas registradas (e, ah, por favor, pessoal, nada de dizer “shurikens”, pois esse termo não tem plural!). Está certo que seu arcabouço conta com 3 novos especiais, mas como o efeito deles é praticamente idêntico, algo da graça do original foi perdido: 1) uma chuva de meteoros que destrói tudo na tela; 2) um tornado duplo que devasta tudo na tela; 3) uma imensidão de bolas de fogo que… mata todos que estiverem na tela!

Um auxílio animal de vez em quando vem bem a calhar

Continuam no repertório os ataques básicos: shuriken (desde que uma de cada vez), o sabre e os itens “POW” que tornam os socos e chutes de Shinobi superpoderosos. Ainda mais, dois novos movimentos: um salto que eleva Joe & Yamato para estruturas altas da fase, quando só há mesmo um plano no cenário, ou para a parte de trás, quando um background interativo existir. Vamos falar, então, de Yamato, que não é apenas enfeite e fofura: o canino albino será acionado se você segurar o botão de ataque por alguns segundos a mais, assim que soltá-lo. Ele correrá para morder o adversário mais próximo no sapato ou nas calças, o suficiente para paralisá-lo a fim de que você termine o serviço. Se usado contra uma ameaça mais poderosa que a si mesmo, o cão ficará inutilizado por determinado período. Mudando de assunto, nos bonus stages, Joe cai no espaço entre dois prédios e precisa mirar suas shuriken num bando de ninja.

Por fim, o que mais altera a jogabilidade em relação ao antecessor é o resgate de reféns. Embora haja uma porção deles a cada nível, esse não foi um acréscimo que colou ou que soube utilizar o próprio conceito proposto. Como não são resgates obrigatórios, o jogador não se sentirá forçado a procurá-los com tanta presteza, nem a avançar pela fase com celeridade, já que o cronômetro indica o tempo de vida que eles ainda têm. A música é bem estranha, uma espécie de 80’s techno – talvez uma tentativa de soar futurista e retrô ao mesmo tempo. Nada como em Revenge of Shinobi.

O jogo é curto. Pelo menos a variedade é respeitável: cavernas escuras, elevadores da Estátua da Liberdade, uma cidade em chamas, etc. E os inimigos que preenchem os cenários são tão pouco numerosos que posso citá-los todos: caras de marrom que atacam com facas (e uma ou outra variação da arma); atiradores que disparam 3 balas e depois recarregam a pistola para dar mais três tiros, e assim sucessivamente; bombadões que se protegem das shuriken e do seu cachorro com um escudo – mas que o lançam como bumerangue se você se aproximar demais –; “soldados-tatus” que não param de fazer rolamentos; ninja-sapos que têm pulos enormes e a capacidade de deslizar por superfícies verticais; e os mais difíceis, ninja vestidos de azul, vermelho e amarelo, cada um com seu próprio maneirismo.

Diferentemente do que se pode ver em 95% dos outros jogos, os bosses vão ficando progressivamente mais FRACOS! O primeiro é absurdamente complicado, o segundo é durão, o terceiro é medíocre, o quarto é uma desgraça para a reputação da União do Lagarto… Entretanto, o último chefe quebra essa seqüência: o todo-poderoso Sauros tem só um ataque, mas ele é o suficiente para tentar o jogador a jogar de novo desde o início só para reconfrontá-lo (eu não disse reconfortá-lo, leia de novo!) e tentar levar a melhor, depois de incontáveis game overs. Portanto, no fim, por causa dele, o último inimigo, a dificuldade dos chefes acaba sendo em “U” neste título: decresce até 80% da aventura estar completa, depois sobe vertiginosamente outra vez.

Ao contrário do sistema de jogo das outras versões (anteriores ou posteriores), neste Shinobi o protagonista morre com apenas 1 hit. Não significa que atravessar uma fase seja processo tão árduo assim como parece, já que nunca um Shinobi teve tão poucos adversários por tela e estágios tão breves. Além disso, tudo é uma questão de decorar padrões de movimento. As quarta e quinta fases é que farão transpirar um pouco mais. Há três dificuldades no menu de opções, que modificam basicamente a quantidade de oponentes e a stamina dos chefes. Ainda dá para escolher se habilita ou desabilita as shuriken, estrelas-ninja. Dessa vez, não dá para escolher a quantidade de tiros simultâneos ou a munição, apenas se se tem infinitas delas ou nenhuma.

Muitos fãs não consideram Shadow Dancer a seqüência de Revenge of Shinobi propriamente dita. Apenas metade dos movimentos originais está presente, fora que são menos fases e obstáculos. Um bom Plataforma, mas inferior à linhagem Shinobi, incluindo também Shinobi 3, que viria depois, para desforra dos shinobimaníacos. Bem-vindo, portanto, a Shinobi II, o Limbo da série!

Agradecimentos a fekkot

versão 2 – 2013; 2024.

® 2002-2024 0ldbutg8ld / RAFAZARDLY!

Deixe um comentário